I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 51
Capítulo 49




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“Tá mais calma, amor?” Perguntou o guitarrista, recebendo um aceno afirmativo. “Quando você percebeu?”

“Desconfiei dos sintomas ontem de manhã.”

“E já falou com o médico?” Ela negou. “Ka, como... Como isso aconteceu? Você toma pílula, não toma?”

“Eu deixei passar alguns dias, sem querer. O casamento tá me deixando meio louca, desligada. Nós só precisamos de um descuido para eu engravidar da Clarinha; pelo visto nossa sorte continua a mesma.”

“E você... Bom, você pensa em interromper? Sabe, a gravidez?” Ele tentou fincar os pés no chão mesmo diante de toda a alegria e animação que sentia.

“Claro que não, Pedro. Mesmo que eu não conhecesse o amor de mãe, eu jamais seria capaz de fazer isso. É uma vida que eu tenho aqui dentro, a vida do nosso filho. Eu não posso simplesmente acabar com isso.”

“Caramba, esquentadinha, você não imagina o quanto eu to aliviado.” Ela o encarou brava por entre as lágrimas.

“Você achou que eu seria capaz de algo tão desumano, Pedro?”

“Claro que não, meu amor. Mas a sua saúde, a eclampsia...”

“Eu sei, o médico vai recomendar interromper a gravidez. Mas eu não vou fazer isso, Pedro, eu não posso. Ele... Ele foi um acidente, mas será tão amado quanto a Ana Clara.” A mentira tinha um gosto amargo na sua boca, especialmente diante da preocupação do noivo. “Eu já aguentei passar por isso uma vez, em situação bem pior. Agora, com você do meu lado, nossa família a nossa volta, a Clarinha... Eu sei que tudo vai ser mais fácil.”

“Vai sim, meu amor, vai dar tudo certo.” Ele beijou os lábios dela com carinho, sorrindo. “Vem, vamos até o hospital.”

“Fazer o que, Pedro?”

“Confirmar a sua gravidez e começar seu tratamento agora. O médico vai saber o que fazer.”

~P&K~

João se remoía do que deveria fazer. Estava sentado na praça, observando a filha e a afilhada correndo entre as armações de ferro, brincando felizes na companhia de Alan, despreocupadas que o mundo pudesse desabar.

Entendia Bianca, é claro que sim. Tinha aquela informação nas mãos, mas não sabia o que fazer. Não podia espalhar aos quatro cantos, não podia chegar na cara de Pedro e contar a verdade. Uma vez mais sua irmã o colocava em uma encruzilhada difícil, e com muita coisa em jogo.

Viu a loira e Pedro aparecendo por uma das ruelas, e observou que ela chorava. Clarinha correu até os pais, que a abraçaram. Pedro veio em sua direção com a filha, enquanto Karina ia até o Perfeitão.

“Vai lá brincar, grãozinho.” O músico despachou a filha, indo sentar ao lado do amigo. “Johnny, eu vou com a Ka para o hospital, depois deixa a Clarinha nos meus pais, por favor.”

“Claro, cara... Mas a Ka tá bem?”

“Johnny, irmão, guarda segredo, por favor.” Pedro mal se continha de ansiedade. “A Karina tá grávida.”

“Como? Mas, ela não podia mais engravidar, não é?” João tentava chamar a voz da razão, mas era difícil para aquele bobo apaixonado e avoado.

“Engravidar ela podia, mas não devia. Ela esqueceu de tomar a pílula alguns dias, tipo a Fabi quando engravidou do Pedrinho, e o mestre aqui fez a mágica!” Pedro não podia evitar se gabar, alheio ao desespero do melhor amigo.

“Mas e o que ela vai fazer?”

“A gente vai no hospital, se consultar com o médico e pedir para ele começar um tratamento. Depois, vamos procurar um especialista em casos de eclampsia e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que a gravidez siga tranquila e segura.” Ele já havia passado aquele plano uma dezena de vezes em sua cabeça, e parecia bem lógico. Mas ele havia se esquecido de algo muito importante.

“Pedro, e a sua turnê?”

“Como?”

“A turnê, Pedro, aquela que vai durar nove meses. O que você vai fazer com ela? Afinal, se tudo correr certo, o bebê vai nascer no meio da turnê. A Karina não vai poder ficar indo te visitar, te acompanhar. O que você pretende fazer?” Foi a primeira vez na última hora que Pedro pensou com clareza.

Seriam dias foras, se não meses quando estivesse na Europa. Não poderia ficar voando de um hemisfério para o outro com tanta frequência, e nem levar Karina com ele. Tinham shows marcados durante a semana, por várias semanas, poucas pausas.

Perderia mais uma gestação, aquela em que poderia fazer diferença, e talvez cometesse os mesmos erros.

“Vai com ela até o hospital, façam os exames necessários. Amanhã a gente conversa sobre isso com calma.” João apertou seu braço com carinho, atraindo sua atenção. “A Karina tá voltando.”

“Já conversei com os seus pais, eles vão ficar com a Clarinha para a gente.” Avisou a loira, parando ao lado dos dois. “Oi, João.”

“Oi, Karina.” Ele foi seco, a surpreendendo. “Bom, eu vou chamar um táxi para mim e a Julinha. A Fabi está sozinha com o Pedrinho, e ele não para, como vocês sabem. Amanhã a gente conversa, cara. Até mais.”

“Está tudo bem com o João?” Perguntou Karina, enquanto o irmão se afastava. “Pedro? Amor, você está bem?”

To sim, esquentadinha, só pensando. Bom, vamos?”

“Vamos.”

~P&K~

Wallace estava no quarto de Junior, animado apesar de ser alto da madrugada. Ninava o filho alegremente, cantarolando qualquer coisa menos uma canção de ninar. O pequeno piscava os olhos de forma cansada, quase rendido ao sono.

“É isso aí, pretinho, dorme bastante para ficar bonitão, que nem a tua mãe. A pretinha sempre disse que o segredo da beleza era dormir bastante, porque é isso que gente rica faz. Mas ela é gatona de todo o jeito, que nem eu, então vai ser moleque ‘pica’, tá ligado?”

O monólogo foi interrompido pelo apito do celular, que estava no trocador. Wallace viu uma mensagem de Pedro, dizendo que precisava falar com ele urgentemente. Arrumou o filho em um dos braços, usando o livre para manusear o celular.

“Te acordei, irmão?”

“Que nada, fera, Juninho tá aqui pegando minha atenção tem mais de hora. Pode falar, o que tá pegando?”

“Wallace, cara, aconteceu um acidente de percurso e... A Karina tá grávida.”

“Caraca, moleque, parabéns para tu e para a esquentadinha. Vão poder fazer tudo certo dessa vez, né?”

“É esse o ponto, cara... O quão prejudicial seria cancelar a turnê?”

“Cancelar a turnê, leke? Tá malucão, é?” O empresário se exaltou, assustando o filho. “Eita, calma aí, Juninho, não chora não.”

Puts, to te atrapalhando aí?”

“Não, segura as pontas um segundo só para eu acalmar o moleque aqui.” Wallace apoiou o celular no ombro, acalentando o filho rapidamente, que logo tornou a adormecer. O colocou no berço, fechando a porta e saindo para a sala do apartamento. “Pronto, agora pode falar. Que neura é essa de cancelar turnê?”

Cara, a Karina tá de quase quatro semanas. Até o nosso casamento e o início da turnê, ela mal vai estar no quinto. Quando o bebê estiver para nascer, pela agenda, vamos estar na Europa. Eu não posso estar do outro lado do mundo quando meu filho nascer!”

“A gente pode remarcar os shows dessa época, dar uma modificada na agenda.”

E eu perco o final da gravidez e os primeiros meses de vida do meu filho? Assim como foi com a Clarinha? Não, Wallace... Ela tem uma doença séria, precisa ser cuidada e amparada do começo ao fim para que tudo dê certo. Eu não posso e não vou repetir os meus erros.”

“Pedroso, cara... A banda tá parada há meses, quase um ano já. pediu para a gente dar uma parada por causa da doença do João, aí veio a licença maternidade da Sol e ficamos no estúdio. Mas cara, nós temos um álbum novinho em folha que precisa ser divulgado, e uma porrada de gente gritando pela banda. Se formos esperar passar a gravidez da Karina, os primeiros meses do bebê, vai dar dois anos que vocês estão fora da estrada. É tempo demais.”

“E o que isso quer dizer, Wallace?”

“Sendo bastante sincero, Pedro, ou a Believe volta a pegar a estrada em seis meses, no máximo, ou... Finished, leke, o sonho acabou.” O empresário assumiu um tom sério, virando e encontrando a esposa no corredor, o rosto mostrando que ela já ouvira o bastante.

“Então acho que tá na hora de acordar para a realidade, irmão. Acho que o sonho acabou.”


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Notas finais do capítulo

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