Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 30
XXlX


Notas iniciais do capítulo

Gente, estou de volta!!! Consegui um tempinho para escrever o cap e resolvi postar de uma vez. Ta bem mais ou menos, mas espero q vcs gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542898/chapter/30

XXIX

Annabeth

Annabeth respirou fundo e fechou os olhos. Seu coração batia rápido, as mãos tremiam de ansiedade e o rosto parecia não conhecer outra expressão que não fosse aquela, pura felicidade.

As mãos percorreram o próprio corpo, alisando o vestido que o moldava. Não precisava olhar-se no espelho para visualiza-lo. Era tomara que caia, solto e levemente rodado da cintura para baixo, com somente alguns detalhes no busto. E branco. Simples. Elegante. Lindo. Perfeito, ela concluiu, finalmente abrindo os olhos.

Pode ver o olhar de sua mãe pelo reflexo do espelho. As mãos juntas ao peito, um sorriso nos lábios e os olhos marejados.

– Se você chorar, eu vou fazer o mesmo - avisou Annabeth, já sentindo as lágrimas encherem suas pálpebras.

Sua mãe limpou os olhos rapidamente e andou até ela, virando-a para si.

– Pois não faça isso - alertou limpando os olhos da filha - Vai estragar a maquiagem e se demorarmos o tanto que foi preciso da primeira vez para faze-la de novo, temo que seu noivo irá ter uma espécie de infarto.

Annabeth riu da colocação, sabendo que, mesmo que exagerada, talvez algo semelhante realmente acontecesse.

Não pode não pensar em Percy. Nos olhos do rapaz ao despedir-se dela na noite anterior, já que Thalia não permitira que dormissem juntos. Ele parecia tão feliz, como se estivesse realizando um sonho. Bem, ao menos ela estava, literalmente, fazendo isso.

Casar. Desde o que ocorrera com Luke não pensava nessa possibilidade. Só voltara a cogitar tal coisa quando seus sonhos com Percy começaram. Neles estavam sempre casados, com filhos, felizes... Por muito tempo ignorou a possibilidade de que algum dia eles viessem a se tornar reais. Nem mesmo acreditava que poderia voltar a sentir aquilo que as pessoas chamavam de amor, em verdade, duvidava fortemente da existência de tal sentimento. Casamento era algo praticamente impensável naquele momento.

Porém, tudo mudou. Quando menos esperava, não conseguia mais se afastar de Perseu. Passar uma noite que fosse longe de seus braços começara a parecer uma insuportável tortura. Com o tempo, os lábios dele junto aos seus também tornaram-se essenciais para sua existência. Acordar e não ver aqueles olhos verdes tornara-se inimaginável, assim como a possibilidade de não acariciar seus cabelos e ouvir sua risada todos os dias. Percy, sem alarma-la, tornara-se indispensável.

Sem que Annabeth percebesse, um sentimento diferente instalou-se em seu coração. Um calor que, partindo dali, espalhava-se para todo o seu corpo quando o moreno a tocava. Um conforto indescritível quando sentia os braços dele a envolvendo. Em seu subconsciente todo um futuro foi planejado, o qual sem ele não existiria.

Só depois que notou todos esses "sintomas", percebeu que não tinha mais escolha. Ela estava errada. O amor existia, como ele tanto acreditava, e era exatamente o que Annabeth sentia por ele, e sabia que era recíproco. Tendo isso em mente, sem falar no quanto fora difícil passar aqueles dias pensando que Percy nunca a perdoaria, aceitar o pedido havia sido relativamente fácil.

Então lá estava ela. Na casa de seus pais, em seu antigo quarto. O vestido de noiva caindo perfeitamente por seu corpo, os cabelos presos em uma trança que formava um lindo coque, enfeitada por pedras azuis, e com o colar que ele lhe dera, o pingente de coração caindo por seu colo descoberto.

Saiu de seus devaneios quando ouviu a porta de abrir e fitou quem entrava. Seu sorriso aumentou ao reconhecer a figura. Uma menina loira, usando o mesmo penteado que o seu. O vestido branco e rodado, com detalhes azuis, fazia com que parecesse uma princesa. E era. Sua princesa.

– Mamãe, você está linda! - exclamou Melany correndo em sua direção.

Annabeth a abraçou, tomando cuidado para não amassar o vestido de nenhuma das duas.

– Você também está linda, meu amor - confessou para a filha.

Mel separou-se da mãe e sorriu.

– Você tem que ver o papai, ele está mais bonito que o vovô Fred - contou ela - Vi quando ele veio buscar o Connor. Ele tentou vir te ver, mas a tia Thalia não deixou.

Annabeth riu com a notícia. Thalia, apesar de ter se tornado muito mais calma depois do nascimento de Jack, ainda continuava sendo a mesma de sempre. Ela se casara com Nico, somente no civil, um mês depois do nascimento do filho, que já fazia 4 meses.

A idade do filho de Thalia era exatamente o mesmo tempo que Annabeth teve para organizar o próprio casamento. Estava claro que não seria nada grandioso, afinal eles estavam começando a vida e tinham uma filha pequena, não podiam gastar muito, mas teria de ser uma cerimônia bonita mesmo assim.

Minutos depois Melany lhe disse porquê havia ido até lá. Já estava na hora de irem para a igreja. O trajeto até o local foi tão rápido que Annabeth chegou a duvidar que haviam chegado quando o carro parou. Seu pai a ajudou a descer. A mulher deu uma última olhada na filha, enquanto sua mãe ia até seu posto no altar. A pequena parou ao lado de Connor na porta da igreja e sorriu para ela, indicando que tudo estava bem. Annabeth respirou fundo e entrou.

Mais tarde teve que admitir, se não fosse seu pai segurando-a firmemente, talvez não tivesse conseguido continuar.

A marcha nupcial soou alto e, a sua frente, Marcia e Eduarda, vestindo uma roupa muito parecida com a de Melany, andavam de braços dados, jogando pétalas brancas pelo caminho. A decoração da igreja estava simples, mas para Annabeth não podia ser mais perfeita. Podia ver todos os rostos conhecidos, desde Apolo e Ártemis à vovó Lise, que viera semanas antes para o aniversário de Mel e ficara para o casamento. Porém, quando olhou para frente, todo o resto parou de importar.

Sua filha tinha toda razão, Percy estava lindo. O terno preto e a gravata azul marinho tinham combinado perfeitamente com ele, mas não era isso que o deixava belo. Não havia enfeite melhor que o sorriso radiante e o brilho de seus olhos, claramente encantado com ela. Annabeth sentiu seu rosto esquentar por conta do olhar fixo em si, mas não pode deixar de retribuir o sorriso.

– Cuide bem dela - disse seu pai para Percy assim que a entregou em suas mãos.

– Sempre - garantiu o rapaz, para depois aproximar-se e beijar-lhe a testa carinhosamente.

A cerimônia seguiu tranquila. As palavras do pastor soavam sérias e reconfortantes, de modo a deixar tudo mais agradável.

– As alianças - ele pediu em certo ponto.

Annabeth olhou para o caminho que levava até o altar um pouco apreensiva, mas logo viu que tudo estava saindo nos conformes. Connor e Melany caminhavam calmamente, de mãos dadas - já que seria impossível fazer o mesmo com os braços por conta da diferença de altura - em sua direção, cada um segurando uma almofada com um anel. Quando finalmente chegaram, aproximaram-se e ficaram ali, fazendo seu papel.

Percy pegou a aliança que estava com Connor e segurou a mão de Annabeth, olhando-a nos olhos.

– Eu, Perseu Jackson, aceito a ti, Annabeth Chase, como minha legítima esposa - disse escorregando a aliança por seu dedo - Para ama-la e respeita-la; na alegria e na tristeza; na riqueza e na pobreza; na saúde e na doença; por todos os dias da minha vida.

Annabeth sentiu seus olhos marejarem, mas respirou fundo, segurando as lágrimas, e pegou a aliança que estava com Mel.

– Eu, Annabeth Chase, aceito a ti, Perseu Jackson, como meu legítimo esposo - falou, colocando a aliança em seu anelar - Para ama-lo e respeita-lo; na alegria e na tristeza; na riqueza e na pobreza; na saúde e na doença; por todos os dias da minha vida.

Aquele momento a deixou tão fora de órbita, que Annabeth só percebeu em que parte da cerimônia estavam quando viu Percy se aproximar e colocar uma das mãos em seu rosto, beijando-a. Suas mãos foram para o peito de seu, então, marido e sentiu o braço livre dele envolver sua cintura.

Foi um beijo simples, casto e rápido, afinal estavam em uma igreja, mas não menos apaixonado. Quando se separam, Percy encostou a testa na dela e sussurrou:

– Eu te amo.

Annabeth sorriu e, ainda de olhos fechados, respondeu:

– Eu também te amo.
–-------------------------------------------

Melany (N/A: sim, vocês leram certo)

Melany encostou a cabeça no peito de seu pai e balançou as pernas, que não encostavam no chão já que estava no colo do mesmo. Pode ouvir as batidas do coração dele e notou que estavam bem rápidas, sabia o porquê sem nem mesmo perguntar, ele estava nervoso.

Sentiu sua mãe passar a mão por seus cabelos, colocando alguns fios rebeldes no lugar. Ela parecia mais calma e relaxada, mas as vezes também deixava escapar indícios de seu nervosismo.

Mel suspirou, lembrando-se da conversa que tivera com a mãe na noite anterior.

Flashback on

A menina já estava deitada em sua cama e sorria com o carinho que recebia nos cabelos. Sua mãe era sempre tão cuidadosa e amorosa. Nunca pensara, em sua vida, que pudesse vir a receber tal demonstração de amor, e agora se via rodeada todos os dias por diversas delas.

– Meu amor - chamou Annabeth.

Melany a fitou curiosa, sem saber muito o que esperar.

– Amanhã nós vamos ver o juiz - a loira mais velha explicou - E ele vai querer conversar com você.

A pequena franziu as sobrancelhas, tentando visualizar um juiz.

– Aquele moço que bate o martelo? - indagou.

Sua mãe riu e assentiu.

– Por que ele quer falar comigo?

Annabeth ajeitou a coberta que estava sobre o corpo da menina antes de responder.

– Você sabe que, apesar de te amarmos como nossa filha, oficialmente você não é, não sabe? - Mel assentiu. Sabia muito bem, por isso não tinha o sobrenome do pai - Quando te adotamos, só conseguimos uma guarda compartilhada com a tia Mary, mas na mesma época entramos com um pedido de adoção. A juiz quer conversar com você sobre isso.

Melany balançou a cabeça, entendendo.

– Mas, ele não vai me tirar de você, não é? - perguntou preocupada.

Sentiu seus olhos encherem de água. Não queria voltar para o orfanato. Não queria ficar longe de seus pais.

– Não, meu amor. Não se preocupe - garantiu Annabeth a abraçando.

Mel agarrou-se a mãe e segurou bem firme, relaxando em seus braços. Nenhum lugar, para ela, era mais confortável do que aquele, nem mesmo o colo de seu pai.

Lembrava-se com clareza do casamento ocorrido um mês antes. A imagem de sua mãe vestida de noiva simplesmente não abandonava sua mente. A beleza, a delicadeza, o sorriso... Tudo isso fazia com que a menina acreditasse, com cada vez mais força, que aquela mulher era uma princesa e seu pai um belo príncipe encantado.

– Você é nossa agora, Mel - contou sua mãe - Nada, nem ninguém, vai te tirar de mim e do seu pai, nunca.

Melany assentiu, acalmando-se, mas sem desfazer o abraço.

– O que ele vai me perguntar? - quis saber quando sentiu as delicadas mãos de sua mãe voltarem a passar por seus cabelos.

– Nada demais - garantiu a mais velha - Ele só vai querer saber como é a sua vida. As coisas que você faz, a escola... Coisas assim.

Mel concordou com a cabeça e começou a sentir suas pálpebras pesadas e o corpo mole. Aconchegou-se melhor no colo de sua mãe e fechou os olhos. A última coisa que ouviu foi um "Durma com os anjos, filha", seguido de um beijo no topo da cabeça.

Flashback off

Então lá estava ela, esperando para falar com o juiz. Ainda temia que ele pudesse afasta-la dos pais, mas se sua mãe dissera que não aconteceria, aquilo não viria a ocorrer.

Os braços de seu pai apertaram ao seu redor e ela levantou os olhos para fita-lo. Ele olhava para frente, provavelmente perdido em pensamentos. Os dentes mordiam o lábio inferior e os cabelos estavam mais bagunçados do que quando saíram, sinal de que ele já tinha passado a mão ali algumas vezes.

– Não se preocupe, papai - ela disse retribuindo o abraço e chamando a atenção do mais velho - Mamãe me disse que o juiz não pode me levar embora.

Percy sorriu.

– Eu sei, meu amor.

Antes que qualquer outra coisa pudesse ser dita, uma mulher passou pela porta e chamou:

– Melany Chase.

Mel sentiu seu pai levantar-se com ela nos braços e caminhou até a mulher, só então colocando-a no chão. Sua mãe abaixou-se a sua frente, novamente colocando uma mecha de seus cabelos no lugar e a abraçou.

– Qualquer coisa estaremos aqui fora, não se preocupe - contou quando a soltou, olhando em seus olhos.

A pequena sorriu para a mãe, assentindo, gesto que fez a Annabeth sorrir também. Então, sem mais delongas, Melany entrou na sala.

Ela foi conduzida pela mulher que a tinha chamado até uma mesa bem grande, onde um senhor, já de cabelos brancos, estava sentado atrás. Mel foi instruída a sentar em uma das cadeiras que ali jaziam. O homem, que até então lia alguns papéis que a menina não sabia identificar, levantou os olhos e a fitou.

– Você deve ser Melany Chase - ele disse retirando os óculos - Sou o juiz Jonhson.

A pequena assentiu, dando um pequeno sorriso.

– Bem, vou fazer algumas perguntas, sim? - avisou o homem, vendo a menina concordar com a cabeça - Alguém te falou o que dizer para mim?

– Minha mãe só disse para eu dizer a verdade e não esconder nada do senhor - contou - Como se eu fosse mentirosa.

O juiz deixou um pequeno e rápido sorriso surgir em seu rosto quando ouviu o tom indignado da loirinha. Tão ligeiro que ela quase não pode ver.

– Onde você mora?

– Na casa dos meus pais - ela respondeu simplesmente, mas só pelo olhar do homem percebeu que ele queria mais - É um apartamento. Moramos eu, papai, mamãe e o Blackjack.

Sr.Jonhson franziu as sobrancelhas.

– Blackjack?

– Nosso cachorro - explicou Mel.

As perguntas se seguiram e Melany começou a achar que aquele juiz pensava que ela era burra. Ele perguntava coisas tão bobas o óbvias para a pequena que ela respondia sem nem mesmo precisar pensar muito. Somente uma lhe chamou a atenção.

– Seus pais brigam com você? - indagou em certo momento.

A loirinha corou levemente.

– Só quando eu faço besteira - admitiu envergonhada.

– Como eles brigam? - quis saber o juiz.

Melany não entendeu bem o porquê daquela pergunta, mas respondeu.

– Normalmente é minha mãe - ela começou - Ela faz cara de brava e fala mais grosso sabe, como se estivesse irritada.

– Só? - indagou o homem, parecendo desconfiado.

– Uhum - ela confirmou sem saber bem o que ele esperava.

Mais tarde, quando tivesse idade o suficiente para entender, saberia que fora aquela conversa com o juiz que definira se Annabeth e Percy poderiam adota-la oficialmente. Algo decorrente de um processo anormalmente rápido, tal que fora agilizado por alguns conhecidos de Quíron.

Um dia teria consciência de como aquele momento havia sido decisivo em sua vida e quanta importância tinham os sorrisos discretos que arrancara do juiz naquele pequeno espaço de tempo.

Porém, naquele momento, tudo o que pensou ao sair daquela sala e abraçar seus pais, foi que estava ansiosa para ir ao almoço em família que haveria em poucos momentos e no quanto queria ver logo Connor e suas amigas.
–-------------------------------------------

Percy

Percy sentiu todo seu corpo relaxar quando a porta de fechou atrás de si. Não pode deixar de suspirar aliviado ao realizar que finalmente estava em casa.

Tirou os sapatos, deixando-os junto aos outros dos pares que ali jaziam, um de tênis escolares e outro de sapatilhas. Pendurou a pasta no cabideiro junto a porta e, só então, adentrou realmente o apartamento.

Antes de poder enxerga-la, ouviu a Tv ligada. Bem no meio da sala, no tapete, estavam Melany e Blackjack. Uma vez que o labrador negro estava deitado na horizontal e dormia, sem se importar muito de estar servindo de travesseiro, Mel encontrava-se na vertical, com os braços passando por cima do cachorro e o queixo sobre sua coluna. A pequena tinha os joelhos flexionados, de forma que as pernas ficassem para cima, e os pés balançavam no ar indo e vindo alternadamente enquanto ela assistia ao desenho que passava.

– Você está deixando ela ficar muito abusada, Blackjack - brincou Percy, sorrindo com a cena.

O cão levantou a cabeça assim que ouviu seu nome e a menina, talvez ainda mais rapidamente, virou-se para a direção em que ouvira a voz do pai.

– Papai! - gritou Mel levantando-se em um pulo e correndo em sua direção.

Percy simplesmente se abaixou e esperou o impacto. Quando sentiu os braços finos envolverem seu pescoço, retribuiu fortemente o abraço e se levantou, deixando a pequena no ar por alguns segundos, apesar de seu cansaço.

– Como você está? - perguntou enquanto a deixava no chão e fazia carinho na cabeça de Blackjack, que implorava por um pouco de atenção.

– Eu to bem - ela garantiu, dando de ombros - Mas acho que a mamãe ta passando mal.

O moreno franziu as sobrancelhas. Estava, desde a noite anterior, no hospital, trabalhando em um plantão de 24hs, e quando saíra sua esposa estava bem.

Esposa. Demorara um tanto para se acostumar com tal palavra. O casamento havia ocorrido tinham seis meses. Percy simplesmente não conseguia esquecer da primeira noite dos dois. Do quanto havia sido perfeita e especial. Depois disso, haviam passado uma semana no Brasil para a lua de mel, mas precisamente na Costa Verde carioca. O moreno, desde pequeno, sempre adorara o mar, então, para ele, ver as praias de águas cristalinas e verdadeiras lagoas de água salgada que o Rio de Janeiro escondia, fora simplesmente indescritível.

Percy fitou sua filha novamente e sentiu o coração apertar. O que estaria acontecendo?

– Por que você acha isso? - indagou preocupado.

A pequena deu de ombros.

– Hoje de manhã ela estava muito cansada, disse que foi porque vomitou de noite - contou a menina - E depois que foi me buscar na escola, entrou no quarto e pediu para que eu só chamasse em uma emergência.

Percy respirou fundo, assentindo. Deu um último beijo nos cabelos de filha e se afastou, indo em direção ao seu quarto.

Ao abrir a porta, uma corrente de ar frio o atingiu. Encontrou o ar ligado, numa temperatura que deixava o ambiente um tanto agradável, as luzes apagadas e as janelas fechadas. Annabeth estava deitada na cama de casal, abraçada a um travesseiro. Percy chegou a pensar que ela dormia e estava quase saindo do quarto quando ouviu:

– Percy?

Olhou na direção dela, podendo somente ver a mesma, com detalhes, quando ela ligou o abajur ao lado da cama. Como sempre que ele estava fora, Annabeth vestia uma de suas blusas. Os cabelos estavam soltos e bagunçados, de forma que algumas mechas caiam sobre seu rosto. Ou seja, sua esposa estava linda.

– Oi, meu amor - cumprimentou se aproximando e sentando próximo a ela na cama - Desculpa, não queria te acordar. Mas é que a Mel disse que você estava passando mal, resolvi vir ver o que estava acontecendo.

Annabeth sentou-se direito na cama e sorriu. Percy simplesmente não pode conter o impulso e tirou uma mecha de seus olhos, roubando-lhe um beijo em seguida. A loira riu.

– Não estava dormindo - garantiu - Eu estou melhor agora, mas não vou negar, não passei o dia muito bem.

– Por que não me ligou? - ele perguntou, acariciando o rosto da esposa.

– Não havia necessidade - explicou ela - Foi algo bobo, não tinha porque te atrapalhar.

Percy bufou e a fitou, tentando, sem sucesso, parecer bravo.

– Annie... - ele disse irritado.

– Percy... - ela retribuiu no mesmo tom.

Odiava quando ela postergava assuntos importantes porque ele estava trabalhando. A saúde dela importava mais para ele do que quase tudo. Talvez só o mesma coisa de Mel ficasse a frente. Sentia-se inútil e péssimo marido ao saber que a esposa passara mal e ele, mesmo médico, nada pudera fazer. Era como se uma pedra atingisse seu coração.

Percy bufou novamente.

– Bem, não importa, mas você vai fazer um exame de sangue amanhã - ele sentenciou.

Annabeth revirou os olhos.

– Percy, eu já disse que... - a mulher tentou retrucar, mas ele a interrompeu com um beijo.

De início ela tentou se afastar, mas Percy segurou sua cintura e aprofundou o beijo. O moreno sentiu a esposa relaxar em seus braços, se entregando ao mergulhar as mãos em seus cabelos.

A sensação de beija-la era sempre nova e, ao mesmo tempo, familiar, como a volta para casa. Podia sentir o coração da mulher batendo contra o peito, assim como o seu. Os dedos dela acariciando seus cabelos e sua cabeça. E, por fim, a pele dela, lisa e macia, arrepiando-se com seus toques.

Só quando se separam Percy foi notar a situação em que se encontravam. Annabeth estava completamente deitada na cama e ele por cima dela, entre suas pernas. Os cabelos loiros de sua mulher estavam espalhados pela travesseiro branco e os lábios entreabertos. Quando pode fitar as íris cinzentas dela, não conseguiu conter um sorriso malicioso. Viu sua esposa corar em baixo de si e sorrir.

– Talvez mais tarde - ela avisou.

Percy assentiu e deitou-se completamente sobre ela. Colocou a cabeça entre o ombro e o pescoço da loira e passou a depositar selinhos ali. Ouviu a risada de Annabeth e a abraçou mais forte.

Sabia que tinha ganhado a discussão, e ela também. E, apesar da preocupação com a saúde de sua amada, o moreno não podia estar mais feliz. Pela esposa que tinha, a filha que ganhara e a vida que sempre sonhara.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N sou muito boa em casamentos, mas fiz o q pude. Esse eh o penúltimo cap, o prox eh o último e depois teremos o epílogo.
Ah, jah estou pensando em um novo projeto, queria saber se vcs me apoiariam. Eh Percabeth msm kkkk
Muito obrigada por todo apoio!
Comentem, preciso saber o q estão pensando!
Bjs, até!
EuSemideus