Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 29
XXVlll


Notas iniciais do capítulo

Oi gente?
N vou dizer nd agr. Leiam e aproveitem o cap, explico tudo nas notas finais...



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XXVIII

Thalia

Dor, dor e dor. Era tudo que Thalia era capaz se sentir naquele momento, nada mais. Os dentes cerrados, abafando um grito. A cabeça funda no travesseiro e os olhos fitando intensamente o teto escuro do quarto. Quantas horas faltariam para o amanhecer? Duas? Três? Já tinha desistido de conferir há tempos.

Aquelas horríveis contrações tinham começado pouco mais de uma hora antes, mas estavam fracas e pouco incômodas. Aos poucos, sem alertar a morena, elas foram aumentando de intensidade, transformando-se na cólica mais forte do mundo. Porém ela suportava com bravura. Era só um alarme falso, como tantos outros que já tinha tido. Seu filho não estava nascendo, não mesmo.

A verdade era que aquele pensamento apavorava Thalia por demais. Mesmo amando aquela criança com todas as suas forças e a querendo tanto, ainda era muito assustador pensar que uma vida dependeria total e completamente dela em pouquíssimo tempo. Aquilo era meio ilógico, é claro, afinal o bebê precisara dela para sobreviver desde o primeiro segundo de vida em sua barriga, mas parecia que depois do nascimento tudo seria mais real.

Fitou Nico pelo canto do olho. Este dormia tranquila e pesadamente. Provavelmente ficaria bravo na manhã seguinte ao saber que ela não o acordara. Mas de que adiantaria? O que ele poderia fazer se não se preocupar? Ela só estava poupando-o. O moreno não precisava passar por aquilo com ela também.

Uma contração mais forte chegou de surpresa, fazendo Thalia fechar os olhos e cerrar os punhos. Quando raios aquilo ia passar?! Foi nesse momento que ela sentiu algo molhado entre suas pernas. Primeiramente pensou que fosse suor, mas havia sido de repente demais. Chegou a cogitar o xixi, contudo, logo outra ideia veio a cabeça, e junto dela uma dor muito mais forte do que todas as outras.

Thalia não conseguiu segurar grito dessa vez. O som ecoou por todo o quarto, ela não duvidava que até os vizinhos tinham escutado. Como esperado, Nico acordou no susto, sentado-se na cama em um pulo. Ele passou uma das mãos pelos cabelos e olhou em volta.

– Mas o q...? - começou a perguntar, mas perdeu a voz assim que a viu.

Bem, pela cara de Nico, sua aparência não estava muito boa, e ela não duvidava nada disso.

– Thalia! O que está acontecendo? - ele perguntou assustado.

– A... Ah! Bolsa... - ela tentou dizer, mas a dor mal a deixava respirar. Puxou todo o ar que conseguiu e disse num só fôlego - A bolsa estourou!

Outro grito, dessa vez mais alto que o primeiro. Seu coração estava acelerado, a boca seca e aquela dor imensa parecia até mesmo sega-la. Se não soubesse o que estava acontecendo, pensaria que estava tendo um infarto.

– Deus - sussurrou Nico - Espere um minuto, sim?

Com isso ele levantou-se da cama ás pressas e correu para fora do quarto.

Thalia mal conseguia raciocinar. Sua mente só mandava "Inspira, expira. Segura. Inspira, expira". A dor parecia insuportável. Já tinha visto diversos documentários sobre partos, mas nada a tinha preparado para aquilo.

Mais uma contração chegou e com ela o segundo grito desesperado da morena. Thalia simplesmente fechou os olhos e recostou a cabeça no travesseiro. Não via ou ouvia o que acontecia a sua volta. Seu coração parecia bater em seus ouvidos, o cérebro estava como em estado de torpor e seu corpo não parecia inclinado a se mover um único centímetro.

Estava levemente ciente quando Nico a pegou no colo e correu, levando-a somente com o lençol por cima do corpo para o carro. O calor dos braços dele a relaxou, de modo que soltou uma lufada de ar e fechou os olhos. Seu corpo parecia inteiramente dormente naquele momento. Pelo menos a dor havia parado.

Aquele instante de "paz" acabou no momento em que o carro foi ligado. Subitamente as luzes da cidade fizeram-se presentes em sua visão e os sons da agitada Nova York junto com elas. Mas esses eram só o acompanhamento, o prato principal foi a dor mais forte que Thalia já sentira em sua vida.

Não sabia a dimensão do grito que soltara, mas fora alto o bastante para Nico acelerar como um louco, murmurando algo para si mesmo.

– Nico... - conseguiu dizer depois de respirar bem fundo - Dr. Frank, Annie, Percy... Precisamos avisa-los...

Viu o noivo assentir e pegar o telefone. Fechou os olhos, tentando conter a dor que se seguia. Seu filho estava nascendo. Deus, seu filho estava nascendo!

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Nico

O moreno nem mesmo sabia como tinha ligado para o obstetra de sua esposa com tanta facilidade. Dr. Frank tranquilizara-o, dizendo que estava de plantão no Ômega naquela noite e garantira que estaria tudo pronto para o parto quando eles chegassem.

Sentia o telefone tremer em sua mão enquanto procurava o número de Percy em sua agenda aproveitando o tempo que estava parado no sinal vermelho. Respirou fundo e fechou os olhos por um segundo. Precisava se acalmar. Estava tudo bem. Aquela dor que Thalia estava sentindo era normal. Seu filho estava nascendo e também estava bem. Não havia porque se preocupar. Ele sabia de tudo isso. Então por que seu coração simplesmente não diminuía o ritmo?

Somente na segunda vez que discou o número do melhor amigo, foi atendido.

– Percy, seu Cabeça de Alga, por que demorou tanto para atender?! - perguntou irritado.

Seus nervos já estavam a flor da pele e nem lhe veio a memória que o amigo provavelmente estava dormindo, já que era madrugada.

– Cabeça de Alga? - indagou uma voz feminina, claramente confusa.

Nico parou por um segundo, tentando fazer seus neurônios funcionarem. Uma mulher atendendo o telefone de Percy? Se bem que aquela voz parecia bem familiar...

– Annabeth? - perguntou, surpreso consigo mesmo por conseguir reconhecer a loira com tal facilidade - Desculpe-me, liguei errado na pressa, mas não tem problema, teria que falar com você também de qualquer maneira.

– Na verdade, esse telefone é de Perseu - ela revelou - Mas o que está acontecendo?

Nico parou novamente. Como aquilo seria possível? Passava das três da manhã e até mais cedo naquele mesmo dia (ou seria no dia anterior?) Percy e Annabeth estavam separados. Tivera até mesmo que intermediar uma conversa entre Atena e o amigo naquela tarde. Será que...

– Se esse telefone é do Percy, quer dizer que... - Nico parou por um momento - Graças a Deus! Vocês voltaram!

– NIIIICOOO! - Thalia gritou ao seu lado.

O moreno encolheu os ombros e respirou fundo concentrando-se na pista. Estava tudo bem. Sua noiva estava bem. Seu filho estava bem.

– Nico, o que está acontecendo?! - repetiu Annabeth, já exaltada. Provavelmente o grito da amiga a alertara

– Bem, nós estamos indo para o hospital - explicou Nico - Thalia entrou em trabalho de parto.

Ouviu a loira suspirar levemente ao telefone e sorriu. Ela deveria estar realmente surpresa e feliz pela amiga. Nico conhecia muito bem a amizade das duas e sabia o quanto eram unidas. Tinha certeza que, para Annabeth, era como se um sobrinho estivesse para nascer.

– Para onde vocês estão indo? - indagou a mulher.

Só então Nico notou que já estava em frente ao hospital. Olhou para Thalia e respirou fundo novamente, mantendo sua sanidade. Estava tudo bem.

– Ahn... Estamos estacionando em frente ao Ômega - respondeu ele.

– Tudo bem, chegamos aí em meia hora - garantira Annabeth antes de desligar.

Os momentos seguintes não passaram de um borrão para Nico. Lembrava-se de ter pego Thalia no colo e a sentido se contorcer de dor em seus braços. Tinha lembranças de quando entrara no hospital, assustando a todos por conta de seu estado e do da mulher que segurava, para minutos depois ser levado até uma sala preparatória, com sua noiva já numa maca.

Thalia suava. Sua expressão era de pura dor. Os dentes estavam cerrados, os olhos fechados com força e as mãos em punhos. Nico tocou a braço da morena e passou uma das mãos por seus cabelos. Ela abriu uma pequena fresta dos olhos e ele sorriu, tentando acalma-la.

– Como está? - perguntou calmamente.

– Como se estivesse sendo rasgada ao meio - ela respondeu irritada e entredentes.

O sorriso do rapaz aumentou. Se ela estava reclamando, já estava, ao menos, um pouco melhor.

Nico ouviu a porta abrir e virou-se, encontrando o obstetra de sua esposa caminhando apressadamente na direção deles.

– Olá, Nico - cumprimentou o médico - Thalia, como está?

A morena cerrou os dentes e lançou a ele um olhar matador.

– Não me faça essa pergunta.

Frank riu baixo e aproximou-se das pernas da morena, praticamente descobertas por conta da camisola de hospital que cobria seu corpo.

– Vamos ver essa dilatação - ele disse abaixando-se em frente a sua vagina.

Nico virou o rosto. Apesar de saber que era necessário e completamente profissional, aquela não era exatamente uma cena que o agradasse ou o deixasse confortável.

– Deus! Como essa criança ainda não nasceu?! - exclamou Frank surpreso, levantando-se.

Seu semblante já não era calmo como antes. Ele parecia preocupado e até mesmo alarmado. Só então pensou em quanto tempo Thalia havia ficado tendo contrações antes de acorda-lo com o grito. Podiam ter sido até mesmo horas. Ela já estava em trabalho de parto avançado.

Frank apertou um botão ao lado da cama e logo um grupo de enfermeiros entrou no quarto, levando a maca para o lado de fora.

– Sala 2 - avisou Frank antes de sair.

Nico imediatamente entendeu o recado e correu para a sala dos médicos, trocando de roupa rapidamente e dirigido-se para o local indicado.

Mais tarde soube que aquele havia sido o parto mais rápido que presenciara. O bebê já estava posicionado quando chegaram ao centro cirúrgico e não foi preciso muito esforço para que a cabeça logo fosse vista. Se demorassem mais, poderia até mesmo ter nascido dentro do carro.

Nico simplesmente não era capaz de dizer o que acontecera. Nunca, em toda a sua vida, tinha se sentido tão perdido dentro de uma sala de cirurgia. Lembrava-se de ouvir os gritos de Thalia, das ordens de Frank para que ela continuasse empurrando, do cheiro de sangue... E do choro. Tão alto que o assustou e fez seu coração falhar uma batida. Aquele era o sinal de que seu filho havia nascido. A partir daquele momento ele era, oficialmente, pai.

Depois daquilo vinham imagens em sequência. Frank se aproximando com um pequeno embrulho nos braços e mostrando-lhe um bebê ainda ensanguentado. Thalia chorando ao vê-lo. As enfermeiras levando o recém nascido para lava-lo. Thalia sendo transferida para o quarto. Percy e Annabeth, de mãos dadas, no corredor, perguntando se tudo tinha corrido bem.

Nico só sentiu que seu mundo voltou a fazer sentido quando sentiu um pequeno peso em seus braços. O bebê de pele branca e ralos cabelos pretos mantinha os olhos fechados e as mãos perto dos rosto. Ele era grande, tinha quase 4Kg, e não parecia se importar com a falta de jeito do pai ao segura-lo, permitindo-se até mesmo um bocejo.

O moreno sentiu seus lábios se curvarem em um sorriso e, de surpresa, um gosto salgado invadiu sua boca. Nem mesmo notara que estava chorando e não teve coragem de levar uma das mãos ao rosto para seca-lo por medo de deixar o filho cair.

Filho. Só naquele momento, com o pequeno nos braços, aquela palavra começava a fazer sentido. Aquele serzinho era seu e de Thalia. A vida dele dependia do casal. Dali para frente, ele seria um fator essencial em qualquer decisão. Sem nem mesmo abrir os olhos ele já era a coisa mais importante para Nico, seu bem mais precioso.

– Também quero segura-lo - reclamou Thalia, tirando-lhe de seus pensamentos.

O rapaz se aproximou e depositou o bebê com todo cuidado nos braços da noiva. O pequeno se aconchegou no colo da mãe e esta levou uma das mãos a seu pequeno rostinho, acariciando-o enquanto exibia o sorriso mais belo que Nico já vira.

Entre aquele momento e a entrada da primeira visita no quarto passaram-se algo como uma hora. Os privilegiados foram seus pais e sua irmã: Hades, Maria e Bianca Di Ângelo.

Pela primeira vez em sua vida viu seu pai chorar, momento ocorrido enquanto este segurara o neto nos braços pela primeira vez. Sua mãe e sua irmã nem mesmo tentaram disfarçar as lágrimas, dizendo a todo momento o quanto seu filho era fofo e como o mimariam a partir daquele momento.

– Qual é o nome dele? - perguntou Bianca com o pequeno nos braços.

A pergunta o pegou desprevenido. Nem mesmo tinha pensado naquilo. Olhou para Thalia em desespero, mas esta simplesmente sorriu calmamente.

– É Jack, Jack Di Ângelo - ela disse firme e em alto e bom som.

Depois deles vieram Percy, Annabeth e Melany. Esta última jazia no colo do pai e parecia um tanto sonolenta, como se tivesse acabado de acordar.

– Alguém pode me explicar o que aconteceu?! - pediu Thalia brava, enquanto sua melhor amiga segurava o pequeno Jack.

– Também estou curioso - admitiu Nico.

Annabeth corou e desviou os olhos e Percy teve quase a mesma reação, mas esboçou um sorriso em complemento.

– Mamãe e papai fizeram as pazes - explicou Mel, por fim - Vocês dizem que quando eu for adulta vou entender, mas eu duvido. Nem sei porque se separaram! Mamãe já estava ficando doente e o papai parecia cada vez mais triste.

– Mas o que importa agora é que tudo voltou ao normal - disse Percy envolvendo a cintura de Annabeth com o braço livre e trazendo-a para mais perto de si. Ele fitou o bebê nos braços da loira e sorriu - Sabe Nico, não da para negar que ele é seu filho.

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Nico deixou o corpo afundar no sofá e fechou os olhos, respirando fundo. A cabeça ajeitou-se no estofado, enquanto um dos pés pendurava-se, quase encostando no chão.

Uma risada alta e contagiosa ecoou pelo apartamento, fazendo o moreno, ainda de olhos fechados, sorrir involuntariamente. Seu filho já tinha pouco mais de um ano e parecia ser o bebê mais alegre de todos. Gargalhadas como aquela eram tão comuns que passaram a fazer parte do cotidiano. Sem dúvidas aquela casa ganhara muito mais vida depois de Jack.

Isso tudo sem falar que observar o pequeno era um espetáculo à parte para Nico. Nariz, boca, traços, cabelos, até mesmo o formato dos olhos de Jack vinham do pai. A única coisa que os diferenciava eram as íris, já que as do bebê eram de um azul eletrizante, assim como as da mãe. Além disso, quando ria, o pequeno Di Ângelo fechava os olhos e jogava a cabeça para trás, exatamente como Thalia.

O som agudo da campainha tirou o rapaz de seus devaneios, fazendo-o soltar um suspiro frustrado e sentar-se, levantando do sofá em seguida.

– Nico! - chamou Thalia da cozinha.

– Já estou indo - ele avisou caminhando até a porta.

Aproximou-se o bastante para olhar no olho mágico e surpreendeu-se com quem encontrou do outro lado. Sorriu e abriu a porta rapidamente, dando um abraço no homem a sua frente.

– Tio Júpiter! - exclamou contente - Por que não avisou que viria?

O moreno se afastou e encontrou um Júpiter confuso, com a testa franzida e fitando-o intrigado.

– Você deve estar me confundindo com outra pessoa - afirmou o homem.

Nico imediatamente notou seu erro. A voz de Júpiter, apesar de muito parecida, não era aquela. A dele era amigável e, até, acolhedora, no passo que a do homem a sua frente era imponente e um pouco intimidadora. Mais tarde Thalia chamou atenção também para os cabelos grisalhos do homem, diferentes dos pretos de seu tio.

– Desculpe-me - pediu o Di Ângelo - Realmente o confundi com outra pessoa.

O homem assentiu. Ele usava um terno azul marinho e gravata no mesma cor só que em tom claro. Os olhos eram azuis. Definitivamente ele era parecido com Júpiter

– Sou da empresa GAC e estou a procura de Thalia Grace - explicou o senhor - Ela está?

– Ah, sim - afirmou Nico - Só um momento, por favor.

O rapaz, vendo seu interlocutor assentir, entrou em casa, parando à porta da cozinha.

– Querida - ele chamou - Tem um homem aí querendo falar com você.

Thalia se virou para ele. A blusa branca estava suja de comida e os cabelos parcialmente presos em um rabo de cavalo. Ela estava de pé com um pano nos braços de frente para o cadeirão de Jack, que jazia somente de fralda e também sujo.

– Que homem? - ela perguntou curiosa.

Nico deu de ombros.

– Não sei bem, mas ele disse que era representante de uma empresa.

Thalia suspirou e assentiu.

– Peça para que ele entre e espere na sala, vou colocar uma roupa em Jack e vestir algo apresentável - ela disse apontando para si mesma - Estou horrível.

Nico sorriu e se aproximou, deixando seus narizes praticamente colados.

– Sou obrigado a discordar - ele sussurrou dando-lhe um selinho.

Thalia sorriu e sussurrou um "idiota" antes de se afastar e empurra-lo para fora da cozinha.

Nico caminhou até a porta ainda sorrindo e abriu-a completamente, dando passagem para o homem.

– Thalia pediu que o senhor a esperasse na sala.

O homem assentiu e entrou, logo sentando-se em um dos sofás. O moreno ao juntar-se a ele, ficando de frente para o mesmo, agradeceu mentalmente por ter juntado os brinquedos de Jack que estavam espalhados pela cômodo naquela manhã.

– Desculpe ter vindo incomoda-los em sua casa - começou o homem - Mas o telefone e o endereço que Thalia deixou para contato já não a pertenciam mais e foi anormalmente difícil correlacionar qualquer dado atual ao seu nome. Só consegui chegar até aqui por conta de uma informação dada pelo jornal onde ela trabalha.

Nico assentiu, compreendendo.

– Acredito que tal dificuldade tenha sido por conta da mudança de sobrenome - explicou o moreno - Afinal, desde que nos casamos ela é uma Di Ângelo.

O homem pareceu surpreso com a informação, mas logo voltou ao normal. Ele era parecido demais com tio Júpiter. O rapaz franziu as sobrancelhas.

– De que empresa você disse que era mesmo? - indagou desconfiado.

Antes que o senhor pudesse responder, um "Papa!" ecoou pela sala, desviando toda a atenção de Nico. Jack estava segurando no batente da porta do corredor, já vestido com um conjuntinho azul de carrinhos. Ele sorria, os olhos azuis brilhavam e os cabelos bagunçados intensificavam o ar de travessura.

– Ei, Jack! Vem com o papai! - incentivou o moreno.

O pequeno fitou o caminho. Não havia nada em que ele pudesse se segurar no trajeto até o pai. O menino fitou-o novamente, dessa um pouco preocupado, mas o sorriso voltou ao seu rosto assim que viu o mais velho o chamando com as mãos. Jack soltou do batente e deu dois passos inseguros. Assim que notou que conseguia riu e correu, jogando-se nos braços de Nico. O rapaz segurou o filho nos braços, jogando-o para cima.

– Você conseguiu, Jack! - comemorou.

O bebê bateu palpas.

– Jack! - repetiu seu nome.

Nico sentou o pequeno em seu colo, que assim que viu o homem no sofá a sua frente, chamou:

– Tio Jú!

– Não, Jack, não é o seu tio Júpiter - explicou o pai.

O menino olhou-o nos olhos.

– Não? - indagou decepcionado.

– Não - garantiu o moreno.

– Seu filho? - indagou o homem, só então se pronunciando.

Nico segurou Jack em seu colo, só para garantir que ele ficaria ali, apesar de já saber que uma vez que o pequeno se acomodava naquele local não costumava sair tão cedo.

– Sim, esse é o Jack - apresentou - Ele só tem 1 ano e 5 meses.

Um esboço de sorriso surgiu no rosto do homem.

– Ele é bem esperto - comentou.

Nico sorriu.

– É sim - afirmou Nico, fitando o filho que estava distraído com algo em sua blusa.

– Pai?! - a voz de Thalia ecoou pela sala antes que o diálogo continuasse.

O Di Ângelo a fitou. Ela usava shorts jeans até pouco a cima do joelho e uma blusa azul escura. Os cabelos estavam soltos e arrumados e ela usava chinelos nos pés.

"Pai?", Nico se perguntou vendo o quão surpresa ela parecia. Ele fitou o homem novamente e teve vontade de se surrar. Idiota! Como pudera esquecer que o pai de Thalia, Zeus, e Júpiter eram gêmeos?! É claro que eles eram parecidos, tinha dividido a mesma placenta!

Thalia empalideceu e apoiou-se na parede antes que Nico pudesse correr para segura-la. Ela fechou os olhos e respirou fundo. O rapaz viu sua esposa firmar-se novamente sobre os pés e ficar ereta, abrindo os olhos e mostrando uma expressão séria que ele nunca vira.

– Pai - ela repetiu sem nenhuma emoção na voz.

– Thalia - disse Zeus levantando-se e finalmente saindo do transe em que tinha entrado - Minha filha.

A morena estendeu a mão em direção ao pai, pedindo para que não se aproximasse e fechou os olhos.

– O que está fazendo aqui? - ela perguntou - Por que veio me procurar? Por que não fingiu que eu não existia pelo resto de sua vida como fazia quando a mamãe morreu?

Zeus parou e engoliu em seco. Nico levantou, segurando Jack em um dos braços, e andou até Thalia, passando o braço livre por sua cintura.

Só precisou toca-la para saber o medo que ela escondia por baixo daquele olhar sério. Uma raiva descomunal invadiu o moreno ao vê-la naquele estado, fazendo com que ele segurasse sua cintura mais forte.

Thalia notou e virou-se para o marido, olhando-o nos olhos.

– Está tudo bem, Nico - ela disse sorrindo levemente e pousando as mãos sobre seu peito - Você pode levar o Jack lá para dentro e tomar conta dele para mim?

A mulher usou um tom tão doce que Nico desarmou completamente, ficando involuntariamente vulnerável a ela.

– Mas Thalia, não quero te deixar aqui sozinha com ele - esclareceu o rapaz.

– Ei, eu sei me cuidar - ela reclamou, impedindo que Jack puxasse os cabelos do pai - Preciso fazer isso sozinha, Nico.

Nico respirou fundo, de nada adiantaria argumentar. Mal se lembrava da última vez que ganhara em uma discussão com Thalia.

– Promete que vai gritar se algo acontecer? - ele perguntou - Qualquer coisa?

Thalia assentiu. Nico soltou-a e olhou por cima de sua cabeça, lançando um olhar ameaçador para Zeus. Por fim virou-se e seguiu para o quarto.

Duas horas se passaram sem que ele visse a esposa. Quando ela gritou por alguns minutos, brigando com o pai, teve vontade de interferir, mas ela não o tinha chamado, então não apreciaria o gesto.

– Mamãe bava? - perguntara seu filho naquele momento.

– Acho que sim, meu filho - ele respondera - Mas daqui a pouco passa, não se preocupe.

Quando Thalia finalmente o chamara, tinha o rosto manchado por lágrimas e os olhos vermelhos. A única coisa que impediu Nico de correr até a sala para socar a cara de Zeus foi o sorriso radiante que ela tinha nos lábios. Demorou alguns minutos para que ela contasse que havia se reconciliado com o pai, recebendo um abraço caloroso do marido.

Zeus chorou ao pegar Jack no colo pela primeira vez. O pequeno recusou o fato de aquele homem ser ser avô de primeira. De acordo com ele o "vovô" tinha cabelo preto e não branco. Mas logo que entendeu, o pequeno sorriu e acolheu o "Vovô Zus" de braços abertos.

Quando Zeus foi embora naquela noite e Jack já estava dormindo, Thalia abraçou o moreno e chorou de felicidade, molhando seu peito. Nico apertou-a contra si e sorriu. Finalmente sua família estava completa.


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Notas finais do capítulo

Bem pessoal... Ahn... Tudo bem? Acho q devo muitas explicações né? Eh, eu sei q sim.
Eu passei por um momento muito ruim. Por algum motivo q eu n sei explicar, perdi completamente a vontade de escrever e até ler!!! Eu queria muito escrever o cap, mas eu n tinha animo e me sentia uma grande pilha de (desculpem a expressão) bosta. Desculpem n ter respondido vcs por tanto tempo, mas eu simplesmente n tinha coragem. Eu sentia tanta vergonha pelo q estava fazendo q só de entrar aki no site eu me sentia mal. Eu tenho contato com alguns de vcs por wpp, e alguns são até meus amigos. Esses n desistiram de me incentivar a continuar (neh, Ana?) e agradeço muito pela insistência.
Pouco mais de um mês atrás essa vontade de escrever voltou, mas eu n tinha tempo algum. Estou no seundo ano de ensino médio e jah comecei a fazer vestibulares para diversas faculdades e meus fins de semana tem se resumido nisso, além de q a escola tb n me da folga. Quando tinha um tempo livre, mal conseguia raciocinar. Mesmo assim, aos trancos e barrancos, consegui terminar esse cap. Nem ficou lá essas coisas, mas serviu para mostrar q eu ainda consigo fazer isso. Pra quem estava preocupado, eu vou continuar, mas no meu tempo. Agr jah melhorei dessa "doença" e estou voltando a ativa. N será tão frequente quanto antes, mas os caps vão chegar. Afinal, faltam poucos para o fim da fic.
Ah, n se preocupem com o pulo no tempo q teve no cap, eh q eu precisava resolver Thalico de uma vez. Vou voltar ao tempo "atual" com Percabeth e resolver tudo direitinho.
Bjs, espero q sejam capazes de me entender e perdoar!´
Comentem, sim? Preciso saber o q estão pensando.
Até, EuSemideus
Ps: pra quem gosta de Naruto escrevi uma one-shot chamada Ichiraku.