Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 3
Il


Notas iniciais do capítulo

Gente, cheguei!! Desculpe a demora, mas eu tenho um sistema de provas infinitas na escola (eh sério, fiz provas quase todos dias desde a segunda semanas de aula do ano) e sempre tem uma semana q são duas provas por dia em vez de uma, estou nessa semana. Mas arrumei um tempo e consegui escrever! Então aki estou! Viu Allie, cheguei!
Aproveitem!



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II

Percy

Percy batia com os dedos no volante ansioso. 2:03 marcava o relógio. Annabeth estava três minutos atrasada. Por um momento ele ponderou se ela viria, afinal não confirmara nada no dia anterior. Tudo que a garota fizera fora rir e agradecer a carona. Ela poderia muito bem ter recusado um pedido para ir sabe-se lá Deus aonde com um estranho.

Porém isso não aconteceu.

Quando Percy já estava se xingando por ter sido tão idiota e quase indo embora, ela apareceu. Os cabelos loiros caindo como cascatas por seus ombros, os olhos cinza brilhantes e um sorriso acolhedor. Não estava elegante, ou extravagante, porém, sem dúvidas, bonita. Muito bonita. Usava uma calça jeans clara, sapatilhas e uma blusa azul céu.

Percy saiu do carro apressadamente e abriu a porta para que ela entrasse. Annabeth o fitou surpresa, porém Percy não sabia se era por ele ter aberto a porta ou pelo simples fato de estar ali. Assim que ela entrou no carro, Percy fechou a porta com cuidado rodeou o carro, entrando no lado do motorista.

Logo o carro deslizava pelas ruas de Nova York, que estavam parcialmente lotadas naquele momento, de modo que o trânsito estava sempre em movimento.

– Aonde vamos? - perguntou Annabeth.

Percy sorriu levemente.

– Bem, isso é surpresa - ele respondeu.

O rapaz sentiu o olhar da moça ao seu lado voltar-se para ele.

– Como vou saber que não está me levando para uma estrada deserta para depois me matar e picar em pedacinhos? - ela indagou.

Percy arregalou os olhos e a fitou sem ação por um segundo.

– O quê?!

Annabeth riu da reação do moreno, que continuava pensando de onde ela tirara aquela ideia um tanto mórbida.

– Desculpe, era só pra ter certeza - ela disse ainda rindo - Demorei muito a descer?

Bem, aquilo era como perguntar se um corpo estava em movimento: depende do referencial. Se o referencial fosse o horário, não, ela só se atrasara três minutos. Porém, se o referencial fosse o próprio Percy, a coisa mudaria de figura. Afinal, ele chegara na porta do prédio dez minutos antes do marcado e sua ansiedade fez com que aqueles treze minutos parecessem duas horas.

– Não - afirmou Percy decidindo levar o horário como referencial, pois de outra maneira teria de explicar muitas ações suas.

Antes que Annabeth pudesse responder, um barulho estridente ecoou por todo o carro. O som de um telefone tocando. Percy sabia que não era o seu, pois seu toque era diferente, apesar de tão irritante quanto, era o de Annabeth. Sem demora a loira atendeu o telefone, cessando aquele barulho ensurdecedor.

– Alô? Ah, oi Thalia - ela disse parecendo aliviada - Aonde você estava ontem? Te leguei várias vezes e você não atendia?

Percy a fitou por um momento. As sobrancelhas estavam juntas, o maxilar travado e a expressão séria. Annabeth estava brava.

– De novo! - ela exclamou depois de ouvir a resposta - Por que você não me diz logo o nome do sujeito?!... Você saiu com ele três vezes nos últimos quatro dias, claro que já deu certo... Não é um encontro! Ah, tudo bem, mas eu vou descobrir. Tchau Thalia.

A loira desligou e guardou o telefone na bolsa. Pelo canto do olho Percy pode ver que ela estava irritada. Os braços estavam cruzados sobre o peito e a expressão ainda fechada.

– Problemas? - ele indagou um tanto inseguro.

Annabeth o fitou como se tivesse acabado de notar que ele ainda estava ali. Ela pareceu ponderar por alguns segundo se diria alguma coisa. Por fim, suspirou e descruzou os braços.

– Não exatamente - respondeu passando a mão pelos cabelos - É só minha amiga, Thalia. Ela está saindo com um cara, mas não me diz o nome. Fica falando que "quando der certo" ela me fala. Eles saíram três vezes só essa semana, já deu certo!

Annabeth respirou fundo. Ela parecia preocupada, como se tivesse medo do que poderia acontecer com a amiga. Involuntariamente, Percy imaginou Thalia como alguém frágil, que precisava de proteção.

– Eu quero saber quem é porquê talvez eu o conheça - ela continuou em voz baixa - Se ele for um canalha, talvez eu saiba e possa ajuda-la antes que ela se machuque.

Percy sentiu sua admiração pela garota crescer consideravelmente. Ela não era só bonita, educada e decidida, também era amiga, fiel. Diferente das outras garotas, ela não queria saber da vida da amiga por fofoca, mas pelo simples fato de que queria ajuda-la. De que não queria vê-la sofrer.

– Se ela tem a mesma concepção de amor que você, não vai se machucar tão fácil - disse Percy na intenção de conforta-la.

Annabeth o fitou um pouco surpresa.

– Se você imaginou a Thalia como alguém parecida comigo, pode esquecer - disse a garota - Ela é meio punk e é completamente louca por rock. Thalia é o meu oposto em quase todos os sentidos. No quesito "amor" não é diferente. É por isso que me preocupo, ela acredita no amor.

Involuntariamente uma lembrança veio a mente do rapaz. Ele viu o amigo jogado no sofá de casa no dia anterior. Ele estava com os braços atrás da cabeça e fitava o teto enquanto falava.

" - Ela gosta de Guns N' Roses - ele contou - E é super fan de Green Day.

Ele ouviu o amigo suspirar.

– E os olhos... Eles são de um azul tão... Tão... - a rapaz parou novamente - Ela é incrível.

O rapaz tinha um brilho nos olhos que Percy não via há muito tempo."

– Ela tem olhos azuis? - ele indagou curioso.

Annabeth o olhou desconfiada.

– Tem, por quê?

Antes que Percy pudesse responder, um carro buzinou e ele acordou, percebendo que quase passara de seu destino. Percy virou, entrando em uma rua movimentada e logo estava onde queria chegar.

– Central Park? - indagou Annabeth enquanto ele estacionava.

– Minha primeira tentativa precisava ser aqui - ele respondeu sorrindo.

O Central Park era a parte mais agradável de Nova York na opinião de Percy. Era como ter um pedacinho de floresta, de campos verdes, para onde fugir num dia agitado na cidade que nunca dorme.

As trilhas era agradáveis para se correr numa manhã de primavera e o gramado perfeito para passar o dia com a família. Era possível ver pais com seus filhos por lá todos os dias. Crianças de todas as idades corriam para todos os lados, brincando uma com as outras, soltando suas enormes pipas ou até com seus animais de estimação. Casais de namorados passeavam por entre as árvores, aproveitando o passeio.

Não era incomum ver pessoas lendo à sombra das árvores do Park. Casais de velhinhos aproveitando a velhice abraçados nos bancos de madeira. Grupos de adolescentes dando risadas. Eventos de todos os tipos que faziam os que participavam parecerem loucos, porém sempre gargalhando, mostrando que estavam se divertindo mesmo assim.

Logo os dois já estavam sentados em uma toalha de piquenique, comendo alguns biscoitos caseiros que Percy trouxera. O ambiente era feliz, agradável. Annabeth fechou os olhos e respirou fundo, apreciando o local.

– Sabe Perseu, mesmo que isso não de em nada, obrigada - ela disse abrindo os olhos - Estava precisando de um momento assim, descontraído, tranquilo.

Percy sorriu, já tinha conseguido um ponto com a garota.

– Ah, mas eu vou conseguir - ele disse convencido - Vou começar com o amor mais puro e inocente que existe.

Annabeth o fitou curiosa e levantou uma das sobrancelhas.

– Qual?

Percy sorriu e apontou para frente. Não muito longe dali estava um menino de prováveis sete anos. Os cabelos castanho escuros estavam bagunçados e os olhos, em um tom mais claro, tinham um brilho divertido. Logo um cão, um Golden Retriever, correu em sua direção com um disco na boca. O garoto pegou o disco, acariciou a cabeça do cachorro, e lançou-o novamente, para ver o animal disparar em sua busca.

– Um cachorro? - indagou Annabeth.

– Sim, um cachorro - afirmou Percy - Os cães tem o amor mais puro de todos. Eles amam seu dono sem olhar sua cor de pele, seu status social, sua aparência, idade ou tamanho de conta no banco. Eles simplesmente amam e são fiéis até o fim.

A garota balançou a cabeça.

– Cães são inteligentes, eles são gratos aos seus donos, não os amam - ela explicou - Eles tem seu dono como seu senhor e sabem que lhe devem fidelidade pelo fato de ele ter lhe dado um teto.

Percy sorriu, ela era boa, precisaria de mais para se convencer.

– Como você explica os cães de rua? - perguntou o rapaz - Que são simpáticos e amigáveis com as pessoas sem receberem nada em troca?

A loira pensou por um momento.

– Eles esperam algo em troca - ela concluiu - Esperam comida, água, ou até um pouco de carinho.

O sorriso do moreno só aumentou, ele sabia que seria difícil desde o início, mas confiava em si e tinha bons argumentos.

– Cães, que não são treinados para isso, em ocasiões de necessidade agem como cães de guarda - disse Percy - Se ele só agisse em troca de atenção ou carinho, por que protegeriam o dono e não procurariam afeto junto ao assaltante?

Annabeth parou e fitou o Golden Retriver, que agora lambia a mão do garoto com carinho, fazendo com que o pequeno risse. Percy sabia a única resposta que ela poderia dar para aquela pergunta. O cão não deixaria uma fonte de apoio garantida por uma duvidosa. Porém seriam os cães inteligentes o bastante para pensar de forma tão calculista? Não seriam eles animais "irracionais"?

– Talvez eles possam desenvolver um sentimento de amizade - afirmou a garota - Algo como fidelidade, carinho e proteção.

Percy sorriu e pegou mais um biscoito. O gosto de chocolate se espalhou por sua boca, trazendo-lhe uma enorme sensação de "estou em casa". Precisava agradecer a mãe pelas deliciosas guloseimas.

– Costumamos chamar a combinação desses sentimentos de amor fraterno - disse Percy passando a fita-la.

As íris cinzas de Annabeth assumiram um tom confuso por um momento, mas logo mudaram para entendimento. Ela já tinha percebido o que ele tinha feito. Sem querer, a obrigara a descrever as supostas características do amor.

Antes que ela pudesse protestar, algo bateu com força na testa de Percy. Este caiu para trás, mais pelo susto do que pelo verdadeiro impacto.

– Perseu! - Annabeth exclamou.

Percy se levantou e esfregou a testa com uma das mãos. Quando fitou Annabeth, em busca de uma explicação, viu que ela segurava o mesmo disco que o garoto usava para brincar para com o cachorro. Ele olhou pata frente e viu o pequeno com os ombros encolhidos e um olhar de "Fiz besteira". O cachorro o fitava, ainda abanando o rabo, sem entender porque o dono parara de brincar.

Mais a frente, um homem se levantou. Ele tinha cabelos escuros e olhos pouco mais claros, assim como o menino, e trazia em um dos braços uma garotinha de no máximo três anos. Ele segurou a mão do garoto e seguiu na direção de Percy e Annabeth.

– Nos desculpe por atrapalhar o encontro de vocês - ele pediu - Collin deveria ter tomado mais cuidado. Não é Collin?

Annabeth corou violentamente ao ouvir a palavra "encontro", porém Percy somente sorriu, já esquecido do incidente e agradecendo internamente ao homem.

– Desculpa - pediu o menino de cabeça baixa.

– Não tem problema - garantiu Percy - Foi um acidente.

Nesse meio tempo, a menina, bateu no ombro do homem e disse:

– Papai, quelo descer.

O homem suspirou e a colocou no chão. A pequena segurou a mão do pai e abriu um grande sorriso.

Percy pegou o disco, que ainda estava na mão de Annabeth, e entregou ao menino.

– Aqui está.

– Obrigado - disse Collin ainda envergonhado.

– Minhas desculpas novamente - disse o homem antes de se virar e voltar para a sombra da árvore onde estava.

Percy o seguiu com o olhar e chamou Annabeth para que ela também visse. Indo na direção deles estava uma mulher. Ele tinha os cabelos abaixo dos ombros, da mesma cor que os da menina, e usava calça social e blazer, além de estar descalça. Em uma das mão levava uma bolsa e na outra um par de saltos.

Assim que viu a mulher, a menina soltou a mão do pai e correu na direção dela gritando "Mamãe!". A mulher deixou as coisas que segurava caírem no chão e pegou a filha nos braços. Logo o homem também se aproximou e lhe deu um selinho. Segundos depois o menino, Collin, já estava abraçando a mãe e o cachorro os rodeava, pulando feliz.

Percy suspirou com a linda cena e fitou Annabeth. Ela olhava tudo aquilo com um certo ar de nostalgia. Parecia ao mesmo tempo feliz e triste, uma completa antítese.

– Perseu, você pode me levar para casa? - ela pediu virando a cabeça para fita-lo.

Percy notou, com certo pesar, que ela tinha os olhos marejados. Perguntava-se o que tinha feito de errado.

– Claro, vamos.

Ele juntou suas coisas e estendeu a mão para ajudar Annabeth a levantar. Assim que suas palmas se tocaram, uma sensação de paz percorreu o corpo do rapaz. Sensação esta, completamente nova para ele. Não se sentia assim nem quando segurava a mão de Rachel, sua antiga e tão amada namorada.

Minutos depois já estavam no carro, novamente andando pelas ruas de Nova York.

– Perseu, vire a esquerda - ela pediu - Se não se incomodar, gostaria que me deixa-se na casa dos meus pais.

Percy assentiu e obedeceu. Assim que ela lhe disse o bairro, ele não precisou mais de direção, já sabia aonde era. Para chegar a casa que necessitaria de ajuda.

– E seu carro? - ele indagou tentando quebrar o silêncio.

Annabeth suspirou.

– Está preso - ela disse - Preciso pagar uma multa para solta-lo, mas estou sem dinheiro, então ele vai ficar lá até o final do mês.

Percy assentiu. Ele se ofereceria para emprestar o dinheiro, mas algo lhe dizia que Annabeth não aceitaria. Ela era uma mulher independente, não queria dever ou depender de ninguém.

Depois de alguns minutos e ruas erradas, eles chegaram a casa. Ela tinha três andares, sendo que o último parecia ser o sótão, era branca e tinha um quê de grega que só a deixava mais pomposa e imponente, sem deixar de ser elegante.

– Uau! - exclamou Percy sem querer.

Annabeth riu.

– Minha mãe é boa no faz - ela afirmou - Espero um dia ser tão boa quanto ela.

O olhar de Annabeth passou de triste para sonhador. Algo dizia a Percy que ela ainda seria muito melhor do que a mãe. Pelo pouco que conhecia, já achava Annabeth incrível.

– Bem, acho que minha vez é a próxima - ela lembrou - Empreste-me seu telefone.

Percy lhe estendeu o aparelho, já desbloqueado, sem entender. Annabeth digitou algo e tirou uma foto. Logo o telefone da própria Annabeth tocou. Ela desligou-o em seguida e digitou mais alguma coisa.

– Pose para foto, Perseu - ela disse voltando o próprio telefone para ele.

Percy sorriu e um flash atingiu seu rosto.

– Pronto - ela disse lhe entregando o telefone - Agora eu tenho seu número e você o meu. Quando eu pensar em alguma coisa te ligo.

Percy assentiu e saiu do carro. Ele deu a volta e abriu a porta para que Annabeth saísse. Não era um flerte ou algo assim. Sua mãe lhe ensinara desde pequeno a ser cavalheiro com qualquer mulher, principalmente com as que lhe interessavam.

Annabeth sorriu e saiu do carro. Surpreendendo-o, ela o abraçou e disse.

– Obrigada, Perseu.

Então se virou e foi em direção a porta. Ela bateu e a porta se abriu. Percy não pode ver a pessoa que a abrira. Annabeth se virou e acenou, antes de sumir para dentro da imponente casa.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, ta meio pequeno e meio chato, mas a criatividade n estava do meu lado, mals :/
Favoritem se gostarem e n esqueçam de comentar!
Bjs, até!
EuSemideus
Ps: vcs são fans de A Seleção? Viram o comunicado da tia Kiera de q vão ser gêmeos???? s2.s2



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