Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 21
Xx


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!
O cap ta pronto desde ante-ontem, mas meu telefone tava com um problema com a bateria e eu n conseguia passar o texto pro PC... Em fim, só agr consegui postar.
Espero q gostem!
Queria de dicar esse cap a minha amiga Márcia (Mahh) q está ficando mais velha hj! Parabéns, gata!
Ps: a imagem do Blackjack saiu?



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XX

Percy

Encontrar Quíron não fora exatamente difícil. Ele estava no lugar de sempre, sua sala. Como era de se esperar, assim que Percy dissera que precisavam conversar, o senhor pediu imediatamente que chamasse Annabeth.

Quando Percy voltou, ela ainda estava parada no mesmo lugar. Melany jazia enroscada no corpo da garota e soluçava baixinho, mostrando que seu choro cessara. Ele se aproximou calmamente e colocou a mão no ombro da pequena. Esta se virou, mostrando o rosto e olhos ainda vermelhos, e estendeu os braços. O rapaz pegou-a sem hesitar, abraçando-a em seguida.

Tentava com afinco não demonstrar seu desespero. Não sabia o que seria de si mesmo se ela realmente fosse para esse novo orfanato. Já se apegara a ela de tal maneira que não conseguia imaginar sua vida sem a presença da loirinha em seu colo.

– Tio Percy - ela chamou baixinho - Por que você e a tia Annie não me adotam?

Percy a abraçou um pouco mais forte, sentindo seu coração apertar dentro do peito.

– Era o que eu mais queria - admitiu ele, sem dizer mais nada.

Antes que pudesse se dar conta, já estava novamente na sala de Quíron, sentado de frente para a mesa do mesmo. Havia deixado Melany com uma das supervisoras, Hestia, prometendo voltar assim quer terminasse de conversar.

Annabeth tinha os dedos entrelaçados aos seus e olhava para frente com uma expressão austera. Naquele momento, ela lhe lembrou Athena na manhã seguinte ao falecimento do próprio irmão. Quem olhasse, nunca saberia o ela estava sentindo. Mas a mão da garota apertando a sua, denunciava seu medo e preocupação, fazendo Percy acaricia-la com o polegar.

– Quíron, Melany me disse que vai ser transferida para um orfanato em Washington - contou Annabeth - Que estória é essa?

O cadeirante respirou fundo, colocando as mãos sobre a mesa.

– Estamos sobrecarregados, minha filha, e o governo sabe disso - contou Quíron - Não temos mais espaço para todas as crianças e a cada dia chegam mais e mais. Por isso, recebemos uma lista, organizada por um órgão federal, com nomes de crianças que seriam remanejadas para outros orfanatos ao redor do país.

Não fora culpa dele. Era isso que o senhor dizia. Ele não escolhera Melany, talvez nem concordasse com aquilo, mas as ordens vinham de cima, ele não podia contestar.

– Mas, existe alguma maneira de a impedirmos de ir? - indagou Percy.

Sua mente dava um grande nó aos poucos. "Pensamentos felizes", repetia para si mesmo, na esperança de acalmar-se.

– Bem, só se ela fosse adotada nesse meio tempo.

Percy e Annabeth se olharam, esperançosos. Ainda havia uma chance.

– Não poderíamos ser nós, não é? - indagou o rapaz.

Quíron negou com a cabeça.

– A lei da prioridade para tipos de pessoas específicos - explicou ele - Algumas coisas são comuns para todos. Como, por exemplo: é preciso ter moradia fixa, de preferência própria. A renda mensal precisa ser o bastante para pagar as contas e sustentar uma criança confortavelmente, levando em conta escola, alimentação e vestimenta. Além disso não se pode ter fixa criminal ou histórico de doença mental.

Bem, até aquele momento, o próprio Perseu era apto a adotar uma criança. Tinha tudo o que era necessário.

– Mas você disse que só pessoas específicas tem prioridade - lembrou Annabeth.

Quíron assentiu.

– Exato. Sempre existem alguns poréns - disse ele - O governo prioriza adoções para casais que, além de tudo citado anteriormente, mantenham uma união estável, sejam maduros o suficiente para criar uma criança e, preferencialmente, não tenham e/ou não possam ter filhos.

" Casais mais velhos, que já casaram na fase pós reprodutória ou tem filhos já adultos, também são aceitos na maioria das vezes. Pois já tem a vida formada, podem dedicar mais tempo a criança.

" Outras privilegiadas são as viuvas que não tiveram filhos durante o casamento e não podem mais ter, e as mães que perderam seus filhos biológicos para algum tipo de doença ou acidente fatal.

" Famílias também podem conseguir, mas o processo é mais longo e demorado.

Percy pensava arduamente em um candidato. Seus pais e os de Annabeth haviam sido eliminados. Ambos tinham dois filhos, sendo que um deles ainda vivia sobre a tutela dos pais. Droga, ele não conhecia ninguém que entrasse em uma das classes.

– Mas e aquele casal, Piper e Jason - lembrou Annabeth - Eles devem ter a nossa idade e duas filhas, mesmo assim conseguiram adotar um menino.

– Eles são um caso diferente - explicou Quíron - Piper e Jason se conheceram no colegial, namoraram e casaram quando tinham, respectivamente, 16 e 18 anos. Ambos são de famílias muito ricas, que não aceitaram muito bem aquilo, mas não desampararam os dois. Dois meses depois do casamento eles vieram até aqui, querendo adotar um bebê. Expliquei-lhes tudo o que disse a vocês, mas os dois eram insistentes e entraram com o processo.

"Sem o apoio dos pais e com Jason no primeiro semestre da faculdade e Piper terminando a escola, eles foram rejeitados de cara, mas não desistiram. Fizeram o processo voltar a valer e continuaram tentando por anos. Quando ambos já estavam na faculdade, Piper engravidou das gêmeas. Pensei que fossem desistir depois disso, mais não.

"Quando as meninas nasceram e os avós viram que seus filhos eram capazes de cuidar de duas crianças, pagaram advogados melhores e lutaram com unhas e dentes. Mesmo assim, só três anos depois conseguiram Tyler.

Percy pode ouvir Annabeth engolir em seco. A recente esperança começava a se esvair.

– Mas e se conseguíssemos encontrar os pais biológicos dela? - perguntou o moreno - Eles poderiam nos passar a guarda dela, não é?

Quíron suspirou e negou com a cabeça.

– Se eles a tivessem entregue em mãos e explicado seus motivos, talvez. Mas Melany foi abandonada aqui na porta com um ano de idade, a guarda dela passou a pertencer ao governo - explicou Quíron - Sua mãe deixou um bilhete informando idade, peso, tamanho, vacinas... Foi uma das mais cuidadosas até hoje, mas o que a marcou não isso. No bilhete ela também explicava que era uma jovem adolescente que fora vítima de um estupro. Seus pais não acreditaram e pensaram que o filho era de seu namorado, que também desapareceu quando soube da gravidez. Foi expulsa de casa e acolhida pela avó materna. Porém esta recebia muito pouco de aposentadoria e ela não ganhava muito em seus trabalhos de meio período. Não pode mais sustentar Melany e afirmou que não conseguia ama-la, por sempre lembrar do pai da garota quando olhava para ela. Então, ela disse, se era para viver num lugar sem amor, que fosse em um onde ela tivesse condições de sobreviver.

Percy sentiu Annabeth estremecer em meio a história, mas não pode culpa-la por isso. Nunca poderia imaginar que uma garotinha tão alegre e inocente pudesse ser fruto de algo tão ruim e tivesse um passado tão trágico.

– A mãe não disse seu nome ou do pai, Melany também não tem a primeira certidão de nascimento ou sobrenome - terminou Quíron - Mesmo se adiantasse de algo, nunca conseguiríamos encontrar seus pais. Por mais que seja horrível, estupros são tão comuns nessa cidade que a polícia tem um departamento de vítimas especiais (N/a: quem vê Law & Order: SVU levanta a mão o/).

Percy passou a mão livre pelos cabelos e fechou os olhos, tentando a todo custo raciocinar, buscar uma solução.

– Quanto tempo temos até a Mel ser transferida? - indagou Annabeth.

– Exatamente um mês.

Aquilo foi o bastante para a garota jogar-se contra a cadeira e sua máscara de emoções ser completamente destruída, mostrando seu total desespero.

– Mesmo que conseguíssemos alguém, não daria tempo - constatou ela, passando uma das mãos pelos cabelos e jogando os fios loiros para trás.

Quíron sorriu tristemente de lado e estendeu uma das mãos para a garota, que a segurou prontamente.

– Conheço todas as pessoas que cuidam de adoções aqui em Nova York - contou ele - Não são muito comuns adoções para crianças com a idade de Melany, o que nos ajuda. Além disso, posso falar com meus contatos para adiantar o processo. Se encontrarem alguém, posso conseguir em duas semanas uma guarda provisória, assim a menina ficaria com vocês até que o processo adotivo estivesse terminado.

Duas semanas. Eles tinham duas semanas para encontrar pais para Melany.

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Annabeth

Doze dias haviam se passado, e nada. Já falara com todos que conhecia, procurara aconselhamentos com advogados especializados no caso e informara-se sobre tudo.

O tempo estava passando e as chances de conseguir que Melany ficasse diminuíam a cada dia. Ia vista-la sempre que tinha um pequeno tempo de sobra. A pequena sempre estava um tanto chorosa, lembrando o menina desesperançosa que conhecera na primeira vez que fora ao orfanato com Percy.

Lembrava-se claramente da ligação que recebera de Thalia no dia em que soubera daquela notícia. Sua amiga ligara animada, contando que havia descoberto que seu filho era um menino e que havia feito o primeiro ultrassom, mas logo refreara-se ao notar que Annabeth não estava bem. A loira acabou por explicar-lhe tudo e a grávida ficou triste por não poder ajudar. Sua família estava fora de questão. A mãe havia morrido anos antes por conta de seu alcoolismo e a garota havia rompido com o pai logo depois disso, ainda uma adolescente. Seu tio, que a criara como filha, morava em outro estado e seu "primo-irmão" já tinha filhos.

Annabeth não culpava-a por não ser a resposta para seus problemas, afinal, nem sabia se esta realmente existia.

Aquele dia, em questão, estava mais difícil do que o normal.

Estava em casa somente na companhia de Blackjack, que jazia deitado em seu colo, pois seu superior na empresa lhe havia dispensado. De acordo com ele a garota parecia doente, estava pálida. Bem, ele estava quase certo.

Annabeth estava entrando naquele período do mês que, para a maioria das mulheres, trazia uma mistura de felicidade e ódio. Lógico que ele mostrava que ela estava saudável e poderia ter filhos, mas bem que seu corpo podia comunicar isso através de uma cosquinha e não um sangramento vaginal.

Annabeth sabia de có todo o ciclo menstrual e sabia porque não podia ser uma cosquinha, mas de nada custava sonhar. Afinal, não era muito animador pensar que ficaria fedendo a carne crua, usando uma espécie de fralda e conferindo a cada minuto se não estava suja. Isso sem falar de que qualquer coisa levemente desanimadora poderia se tornar motivo de choro e uma resposta fria transformar-se em uma grande ofensa. Além, é claro da dor insuportável que a fizera ficar pálida no trabalho, carinhosamente batizada de cólica.

Antes que pudesse ouvir a chave na porta, Blackjack pulou de seu colo, latindo e balançando o rabo alegremente. Annabeth nem precisou olhar para saber quem era, o filhote só fazia aquela festa para uma pessoa.

– Ei, garoto! - exclamou Percy, fazendo carinho no cachorro com o pé já coberto somente pela meia.

O rapaz fitou-a surpreso e se aproximou, plantando um beijo em seus lábios, e sentando-se ao seu lado. Annabeth, sem pudor algum, levantou-se e sentou-se no colo do namorado, colocando a cabeça na curva de seu pescoço. Precisava desesperadamente de um pouco de carinho.

– Pensei que estaria trabalhando - disse Percy acariciando seus cabelos.

– Cólica - ela disse simplesmente.

Percy sabia que suas dores menstruais eram mais forte do que a da maioria das mulheres. Sempre tinham sido, desde menina. Ela ficava fraca, branca e chorava por conta do sofrimento. O rapaz quase a levara para tomar uma injeção de analgésicos quando viu aquilo acontecer pela primeira vez.

– Mas e agora, você está bem? - perguntou preocupado.

– Estou, não se preocupe - disse abraçando-o e sentindo-o retribuir o gesto.

– Impossível - sussurrou ele baixinho.

Ela podia sentir a respiração de Perseu contra se corpo. Os braços fortes a envolvendo e as mãos acariciando seus cabelos e costas. Sentiu-se completamente segura e confortável. Estava tão em casa junto dele que sentiu-se à vontade para liberar todo o medo que vinha acumulando durante aqueles doze dias, desde que a notícia de que Melany poderia ir embora a atingiu.

Assim que as primeiras lágrimas caíram sobre a pele de Percy, sentiu-o apertar-la mais forte em seus braços, agradecendo-o mentalmente por isso. A fluxo aumentou cada vez mais e soluços baixos passaram a sair de seus lábios.

– Shiii - pediu Percy em seu ouvido - Nós vamos conseguir, Coração, você vai ver.

Em algum momento notou que ele a chamara de "coração". O coração era o símbolo do amor e da vida, que ele a amava, ela já sabia por contado colar, mas também considerava-a sua vida?

Aquele pensamento logo foi eliminado em meio as imagens de Melany chorando na janela de um ônibus e pedindo para que eles, por favor, não a deixassem ir.

Não soube quanto tempo passou ali, abraçada a Percy, rezando para que um milagre acontecesse e chorando tudo que não chorara durante todo aquele tempo. Mas, só acordou para a vida, quando ele a chamou.

– Querida - disse Percy - Está melhor?

Annabeth assentiu, afastando-se um pouco, e beijou os lábios do namorado casta e demoradamente, suspirando ao separar-se dele.

Percy sorriu levemente e acariciou suas bochechas, plantando um beijo em sua testa.

Uma vontade súbita lhe tomou o ser. Precisava ir até lá, mas não se achava em condições de dirigir.

– Percy, você pode me levar até a casa de meus pais?

–----------

Como era de se esperar, só sua mãe estava em casa. Era plena terça-feita à tarde. Seu pai estava trabalhando e Connor no futebol, assim poderia conversar em particular com a mãe.

Athena abraçara-a fortemente, já sabendo que o prazo de sua filha estava acabando. Acolheu-a em seus braços e deixou-a desabafar. Quando a garota finalmente se acalmou, afastou-se.

Viu que a mãe sorria fracamente. Está afastou um fio loiro de seus olhos e fitou-a com carinho.

Athena tinha os cabelos cor de chocolate presos em um rabo de cavalo e usava um vestido claro e solto. Por um momento, Annabeth pensou que ela realmente parecia-se com uma deusa. Quando era pequena costuma pensar que sua mão era a mulher mais sábia de todas, por conta de seu nome. Com o tempo notou que ela também cometia erros, mas aquela crença fez com que ela ouvisse a mãe em vezes que, se fosse por si mesma, teria se dado muito mal.

– Acho que tenho a resolução dos seus problemas - contou a mulher.

Annabeth arregalou o olhos. A solução de seus problemas?!

Antes que pudesse perguntar que solução seria aquela, a campainha tocou. Sua mãe levantou-se, sem deixar de sorrir, e foi até a porta. Quando voltou, havia uma mulher que Annabeth a muito não via. Era magra, tinha os cabelos pouco mais claros que os de sua mãe e era levemente mais baixa que a mesma. Sua tia Mary.

– Tia! - exclamou Annabeth levantando-se para abraça-la.

A mulher a abraçou fortemente. Tia Mary era a viúva de seu tio Max. Fora sua segunda mãe durante toda a infância. Annabeth tinha uma grande carrinho por ela.

– Como está? - perguntou ainda abraçada a ela.

– Indo - respondeu Mary - E você, como está?

Annabeth se afastou e sorriu acolhedoramente.

– Veio nos visitar? - perguntou inocentemente.

Sua tia fitou sua mãe, que simplesmente sorriu.

– Athena não te contou? - ela indagou.

Annabeth negou com a cabeça, levando o olhar da mãe para a tia.

– Você sabe que trabalho como corretora de imóveis, não é? - Annabeth assentiu - A empresa me deu uma promoção e uma vaga na matriz, aqui em Nova York. Decidi aceitar e mudei-me para cá. Eles me deram um apartamento. Era um tanto difícil ficar naquela casa sozinha.

Tia Mary abaixou os olhos, claramente sentida.

– Você vendeu a casa? - perguntou Annabeth preocupada.

A mulher levantou a cabeça e negou, já sorrindo.

– Não se preocupe, sua casa da árvore está segura.

Annabeth suspirou, aliviada, e levemente envergonhada por importar-se com algo tão infantil.

Só então sua mente trabalhou. Sua tia. Viúva. Sem filhos. Casa própria. Recebera um aumento.

Seus olhos arregalaram-se e fitou a mãe, que sorria abertamente, como se já soubesse que Annabeth descobrira o que precisava.

Lá estava, inesperadamente, sua salvação.

Lembrou-se de Percy e sorriu.

– Tia, posso te fazer uma proposta indecente?


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Notas finais do capítulo

Agr, quem aí esperava esse desfecho? Consegui surpreender??? Espero q sim...
Bem gente, acho q eh isso. O prox tb n deve demorar. N esqueçam de dizer o q estam achando!
Bjs, EuSemideus
Ps: quanto a música, eu estou com duas. Uma seria o ponto de vista da Annie e a outra do Percy. Q faço? Fico com as duas... Escolho uma... Se escolho, qual... Digam!!!