Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 15
XIV- Especial


Notas iniciais do capítulo

Ei gente!!! Surpresos em me ver antes do ano novo? Pois eu estou aki (agr com 15 anos XD) postando um especial q todos pediram. N ta grande, mas foi o q eu consegui!
Espero q gostem!



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XIV

Nico

Nico ajeitou o estetoscópio no pescoço e passou uma das mãos pelos cabelos. Seus passos, rápidos e firmes, levavam-o para o refeitório. Não só porque já passava da hora do almoço e o rapaz sentia sua barriga roncar sofregamente, mas também porque, de acordo com uma das secretárias, alguém o esperava lá.

As olheiras eram algo perfeitamente visível no rosto do Di Ângelo. Por descuido, acabara pegando muitos plantões e emergência durante a madrugada, e levando em conta o fato de que dormir de dia não era o seu forte, o cansaço estava abatendo-o. Além disso, ainda havia Thalia. Desde que passaram a morar juntos, mas precisamente um mês antes, a garota vinha tendo tonturas muito fortes, seguidas de enjoos e fraqueza. Por pouco não desmaiara uma vez. Aquela preocupação atrasava consideravelmente sua entrada nos territórios de Morfeu.

Praticamente a tinha obrigado a fazer alguns exames, os quais, por conta do cansaço, não lembrava o dia em que ficariam prontos. Pedia com todas as forças para que não fosse nada grave. Era certo que eram os doentes quem garantiam seu sustento, mas não era de seu desejo que a namorada se tornasse um deles.

Assim que abriu a porta do refeitório, ouviu o falatório de sempre. Pessoas conversando animadamente, rindo e sorrindo, aquele era um dos poucos momentos livres da tensão de se trabalhar em um hospital. Um sorriso feliz tomou conta do rapaz ao ver quem o esperava numa mesa vazia. Os cabelos pretos presos em um rabo de cavalo alto, uma blusa social azul marinha cobrindo seu troco e o que ele imaginava ser uma calça, fazendo os mesmo com as pernas. Sorriu mais ainda ao notar o prato de comida intocada a sua frente. Pelo jeito não precisaria enfrentar a fila, que estendia-se por toda parede lateral, para conseguir seu almoço.

Aproximou-se de Thalia e plantou um beijo rápido em seus lábios.

– Oi - disse ela sorrindo.

Nico sentou-se a sua frente e olhou para o prato de comida. A garota soltou uma risada pelo nariz e empurrou-o na direção do rapaz, que não pode evitar abrir um grande sorriso.

– O que faz aqui? - perguntou curioso - Não que eu esteja reclamando, mas não deveria estar no trabalho?

Thalia sorriu, pegando seu copo de suco e bebendo um gole sem permissão. A morena trabalhava para um jornal de média circulação. Escrevia matérias e artigos, usualmente, mas seu forte era, sem dúvidas, a investigação.

– Fui liberada mais cedo - explicou ela - Hermes parecia estar de bom humor.

Hermes era o dono do jornal e, assim, chefe de Thalia. Era um homem loiro de olhos castanhos que já atingia a meia idade, apesar de não abandonar seu porte atlético. Estava sempre apressado e ocupado. Pelo que a morena dizia, o homem não sobreviveria um dia sem seus dois assistentes, George e Marta, que organizavam seu dia e agenda, tanto pessoal quanto profissional.

– Resolvi te fazer uma visita - explicou Thalia analisando o copo de suco, então pela metade - Fiz mal?

– Não. Nunca - ele garantiu pegando a mão da namorada - Só estranhei.

Thalia sorriu e acariciou sua mão com polegar.

– Admito que acabei juntando o útil ao agradável - segredou ela - Também vim buscar meus exames.

Nico sentiu seus músculos tencionarem-se por um momento. Nunca em sua vida havia sentido tamanha preocupação. Aquele... Aquele medo do que estava por vir, era algo completamente novo para ele.

– Eu... Eu podia ter pego - ele disse tentando disfarçar o nervosismo, mas claramente não conseguindo.

Thalia manteve o sorriso, tornando-o terno e acolhedor. Aquilo acalmou o coração do rapaz e relaxou-o de forma impressionante.

– Você ia esquecer - explicou a garota - E eu não ia conseguir te ligar para avisar, já você sempre desliga o telefone quando está trabalhando.

Nico assentiu, conformado.

– Você tem razão.

Thalia levantou-se, sem deixar o sorriso sumir, e apertou sua mão uma última vez.

– Tenho que ir - ela disse dando a volta na mesa - Nos vemos mais tarde, em casa.

A morena lhe deu um selinho rápido e seguiu para fora da refeitório. O Di Ângelo fechou os olhos, tentando organizar seus pensamentos. Precisava tirar aquela preocupação de sua mente por algum tempo e concentrar-se em seu trabalho.

Levou uma garfada de comida a boca e apreciou-a, sorrindo. Thalia havia pedido o tomate sem caroço, do jeito que ele gostava. Ela era demais.

–------/--------------/------------/-------

O corpo de Nico doía e pedia desesperadamente por descanso. Venceu a distância entre a porta de seu apartamento e o sofá, jogando-se nele sem pudor. Fechou os olhos, na tentativa de relaxar, talvez até tirar um cochilo ali, mas não conseguiria. Algo martelava em sua mente. Tinha alguma coisa importante para fazer.

Um barulho de passos trouxe-o de volta ao mundo real, então o rapaz resolveu abrir os olhos. De pé, a sua frente, estava uma morena de olhos azuis. Seu corpo pequeno e esbelto parcialmente coberto por uma camiseta do Green Day já velha e shorts pretos um tanto curtos. Conjunto que ela chamava de pijama.

– Oi, amor - ela disse se aproximando e sentando em seu colo.

Nico sorriu fracamente e acariciou o rosto da namorada. Thalia estava estranhamente carinhosa e meiga naqueles dias, o que era estranho, mas não ruim para o moreno, sem dúvidas.

A garota se inclinou e beijou-o. Nico abraçou-a, colando mais seus corpos e aprofundando o beijo. As pequenas mãos de Thalia passeavam por seu peito, braços, ombros, até chegar à nuca. Seus dedos finos e delicados ocuparam-se de acariciar os fios de cabelos ali presentes, fazendo Nico soltar um gemido de satisfação.

Por alguns instantes todo o cansaço sumiu. As dores estavam em segundo plano e as preocupações eram inexistentes.

Thalia se afastou calmamente, sem se desvencilhar dos braços do rapaz. Nico sorriu e lhe deu um último selinho, antes de olha-la nos olhos. As irís azuis da morena faiscavam, demonstrando o quanto ela estava feliz. De repente um alerta lhe veio a mente e o sorrido do moreno se fechou.

– Seus exames - ele disse - Preciso vê-los.

Thalia mordeu o interior da bochecha e assentiu. Levantou-se de seu colo rapidamente e logo já estava sentada no sofá, com dois envelopes brancos na mão. Ela entregou ambos a Nico, que abriu um aleatoriamente.

O primeiro envelope continha o resultado dos exames gerais. A pressão estava normal assim como os batimentos. Resíduos fecais e urinários dentro do comum e respiração sem obstruções. Aqueles eram os principais, mas o rapaz leu toda a folha, só para ter certeza.

O segundo envelope era do exame de sangue. As taxas de glicose e colesterol, estavam boas. As plaquetas, altas e a quantidade de glóbulos vermelhos dentro do normal. Só os hormônios pareciam desregulados. As taxas estavam altas demais, o que eram um tanto estranho. Todos hormônios femininos, ligados a ovulação.

Nico virou a página, já com uma ideia em mente, porém ignorando-a. Os resultados definitivos estavam ali. Correu os olhos por cada nome, até achar o que lhe interessava, e de depara-se com um grande "POSITIVO" em letras verdes ao lado dele.

Seu corpo travou por um momento. Sua mente parecia em branco, nada entrava ou saia. Sentiu a mão de Thalia sobre seu ombro e viu sua expressão preocupada, perguntando por algo que ele não ouviu. Deus, Thalia, ela seria a maior afetada!

Sem pensar muito, fez o único movimento que conseguiu. Trouxe a namorada para seu colo e a abraçou. Pousou cabeça em seu ombro e escondeu o rosto na curva de seu pescoço. Não sabia aonde tinha ido parar a folha do exame, mas de nada importava, o resultado estava tatuado em sua mente. "Gravidez: POSITIVO".

Sentiu lágrimas virem aos olhos e não teve controle o bastante para segura-las. Havia um bebê, sangue de seu sangue, desenvolvendo-se no ventre de sua amada. E dali há alguns meses ele estaria em seus braços e mais algum tempo depois o chamando de "papai".

Uma alegria descomunal tomou conta de seu corpo e as lágrimas desespero mudaram pata felicidade. Ele ia ter um filho! Uma família!

Só então o rapaz ouviu soluços. Afastou-se um pouco da garota, sentindo as lágrimas ainda escorrerem de seus olhos, mas elas em nada se comparavam ao fluxo constantes que jorrava dos olhos de Thalia. Suas íris azuis estavam límpidas e claras. Nico nunca as vira assim, em verdade, nunca a vira chorar.

– O que e-eu te-tenho? - ela perguntou entre soluços.

Então, naquele momento, o rapaz entendeu. Ele havia assuntado-a. Tinha ficado sem ação e depois chorado por sabe lá Deus quanto tempo, depois de ler o resultado do exame dela.

Nico sorriu e limpou suas lágrimas.

– O que você tem? - ele repetiu a pergunta - Você tem um milagre aqui dentro.

O Di Ângelo colocou a mão sobre sua barriga. Thalia o fitou confuso e olhou para sua mão sem entender. Então seu semblante mudou completamente. Os olhos se arregalaram e suas mãos pousaram junto a dele. A garota fitou Nico, em busca de confirmação, e este assentiu, sorrindo.

– Eu estou grávida - ela sussurrou em tom de dúvida - Eu estou grávida. Eu estou grávida!

Thalia o agarrou com toda força, rindo de felicidade. Suas gargalhadas aumentavam e Nico só a abraçava mais forte. Quando finalmente se acalmou, a morena se afastou-se e olhou em seus olhos, séria.

– Você quer? - perguntou um tanto apreensiva.

Nico sorriu, sabendo que ela tinha uma preocupação infundada.

– Não é questão de querer, amor - explicou calmo - Ele já é meu.

Thalia sorriu e o abraçou forte. Nico pode sentir a respiração dela contra se pescoço e os braços finos o apertando. Deixou as preocupações de lado por um momento e aproveitou tudo aquilo, sabendo que sua vida mudaria radicalmente dali para frente.


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Notas finais do capítulo

E aí? Ta legal?
Muito obrigada por tudo, pessoal! Um ótimo ano novo para vcs!
Até 2015 pessoal!
Bjs, EuSemideus