Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 14
Xlll


Notas iniciais do capítulo

Gente! Vamos combinar, bati meu record! 4 dias!
Queria agradecer a Isabelle Williams pela linda recomendação! Muito obrigada, linda!
Espero q gostem do cap



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XIII

Annabeth


Annabeth podia sentir os dedos de Percy entrelaçados aos seus. O calor da mão dele contra a sua. As pequenas corrente elétricas que partiam das extremidades e percorriam seu corpo, de cima a baixo. Uma sensação completamente nova. Tal que a fez pensar se realmente já havia se apaixonado alguma vez.

O coração da garota parou naquele momento. Estava se considerando apaixonada por Perseu? Seus olhos o fitaram atentamente. O rapaz tinha um sorriso sincero no rosto. Seus cabelos negros estavam bagunçados, como de costume, e a outra mão caída ao lado do corpo, balançando enquanto o mesmo andava.

Não conseguia parar de lembrar-se de como os braços dele a confortavam durante a noite. As mãos do moreno a acariciar seus cabelos, quando pensava que Annabeth ainda dormia. E, por fim, seus lábios. Tomando os da garota com fervor e carinho. Um paradoxo deliciosos e perfeito, que a fazia sentir-se... Amada? Não, esse sentimento era uma utopia. A palavra correta era "querida".

Notou que haviam adentrado o grande prédio que compunha o orfanato em si. As paredes brancas, assim como as portas, levemente sujas e um pouco encardidas mas extremidades. O piso acinzentado do chão e as lâmpadas fluorescentes emitindo um brilho pálido no ambiente.

Não muito longe dela, estava um senhor. Os cabelos castanhos cuidadosamente arrumados, os óculos bem restes ao rosto e as mãos ocupando-se de movimentar a cadeira de rodas que o levava.

– Quíron! - ela disse soltando a mão de Percy e correndo até o homem.

– Olá, minha filha - disse o senhor a abraçando.

Annabeth se afastou sorrindo e logo sentiu um braço envolvendo sua cintura. Assustou-se ao notar que era Percy, mas não realmente se importou. Sentia-se impressionantemente confortável naquela situação. Quíron sorriu ao ver os dois daquela maneira, fazendo com que a garota corasse levemente.

– Quíron, nosso combinado está de pé? - perguntou o Jackson.

Annabeth fitou o rapaz confusa.

– Que combinado, Perseu? - indagou curiosa.

O moreno sorriu, trazendo-a para mais perto de si.

– Sim, está tudo certo - respondeu Quíron, ignorando, assim como Percy, a pergunta da garota - Segundo andar, terceira porta a direita.

O rapaz assentiu e guiou Annabeth.

– Perseu, o que você está pretendendo fazer?

As escadas apareceram a sua frente e logo os dois subiam.

– Você me disse, da última vez que viemos aqui, que costumava frequentar esse lugar - respondeu o rapaz subindo os degraus - Você fazia uma espécie de ação comunitária.

Annabeth franziu as sobrancelhas, tentando resgatar a conversa. Logo o segundo andar estendia-se a sua frente. Ela sentiu o braço de Percy aperta-la um pouco e deixou-se ser levada.

– Você disse que vinha até aqui ler para a crianças - explicou o rapaz - Achei que pudesse querer repetir o ato.

Perseu adentrou a porta que Quíron havia indicado e Annabeth abriu um grande sorriso. O quarto era, na verdade, uma sala. Junto a três, da quatro paredes, haviam estantes de ferro repletas de livros. Estes variavam de tamanho e cor, indo desde contos de fadas com desenhos em 3D, até grandes obras, como Hamlet. No centro havia um grande tapete de letras, tomado por almofadas e crianças, todas meninas. Desde adolescentes a pequenas de no máximo 3 anos. Alguma parte do cérebro da loira constatou que o segundo andar era o do dormitório feminino e o terceiro, e último, o masculino.

A garota fitou o rapaz ao seu lado, que somente balançou a cabeça, como que a incentivando a continuar. Annabeth caminhou até o centro da sala, e algumas meninas a viram. Elas cutucaram umas as outras e se calaram.

– Oi, eu sou a Annabeth, mas podem me chamar de Anna - ela disse sentando-se no tapete.

Umas das meninas, a menor, levantou-se e andou até ela. A pequena tinha os cabelos cuidadosamente presos em um rabo de cavalo alto e vestia um macacão um pouco surrado. Sem dúvidas era o xodó de uma das maiores.

– Você parece uma princesa - disse a pequena tocando seus cabelos - Você tem uma irmã chamada Elsa?

Annabeth riu e balançou a cabeça negando. A pequena continuou a toar seus cabelos, então a loira resolveu solta-los, deixando os cachos loiros caindo por seus ombros.

– Não, eu não tenho, mas obrigada - ela agradeceu ainda sorrindo - Mas, digam, que livros vocês querem que eu leia?

Antes que qualquer um pudesse responder, passos apressados adentraram a sala. Annabeth levantou os olhos e encontrou Melany, acompanhada de mais duas meninas, gêmeas, pelo que parecia.

– Desculpa, tia Annie - ela pediu - Eu tava esperando a Marcia e a Eduarda (N/a: pegou, Mahh?).

A loirinha apontou para as meninas. Ambas tinham a pele clara, os cabelos em um tom de castanho tão singelo que era quase mel e os olhos amendoados, com pequenos vestígios de azul. Os duas tinham os cabelos presos em rabos de cavalos, porém uma mantinha a franja solta e a outra não.

– Tudo bem - garantiu Annabeth - E Connor?

Melany sentou-se, seguida das meninas. Ela balançou a mão, como se isso não fosse uma real preocupação.

– Deixei ele com os meninos - disse a menina.

Automaticamente, Annabeth voltou a cabeça para Percy, que simplesmente assentiu e saiu. Ela tinha certeza que ele havia entendido o recado. Provavelmente seu irmãozinho estava jogando bola no gramado ou ensinando algum menino a jogar xadrez, mas de nada custava garantir.

Quando voltou a olhar para frente, um livro jazia em seu colo. Ela não sabia quem o tinha colocado ali, mas resolveu não perguntar. A capa era azul bem claro e em letras amarelas estava escrito "A Bela e a Fera". Annabeth sorriu com a escolha, aquele era, sem dúvidas, seu conto fadas preferido. A história era simplesmente linda. Não havia primeiras impressões ou aparência, o amor era construído a partir do interior do casal. Era desejoso que um sentimento como tal existisse.

– Meu favorito - disse a loira meio sem pensar - Posso contar a história, ao em vez de ler?

As meninas assentiram e Annabeth sorriu. Misturou o conto original com a versão feita pela Disney, dando um toque seu no enredo. Quase riu das expressões das meninas mais novas quando descreveu a fera, e viu sua imaginação voar ao pensar na biblioteca do palácio. Tinha se esquecido do quanto era bom fazer aquilo. Estar entre crianças, inocentes e sinceras, com um passado, presente, e um provável futuro, difíceis, mas que não deixavam de acreditar. Agradeceu internamente a Percy por isso, estava precisando daquele sopro de vida.

– [..] e viveram felizes para sempre - disse Annabeth finalizando a história.

– Ah... Como eu queria um príncipe - disse uma menina, que provavelmente tinha a idade de Connor, jogando-se contra o tapete.

– Tia Annie, como é beijar um príncipe encantado? - perguntou Melany, pegando a loira de surpresa.

Annabeth arregalou os olhos, sem saber muito bem o que dizer.

– Beijar o príncipe encantado? - indagou a garota.

– É. Você sabe, um beijo de amor verdadeiro - disse a pequena que tinha se jogado no chão, já sentada.

– Você tem um príncipe encantado, tia Anna? - perguntou a menininha que minutos antes acreditara que Annabeth era uma das princesas de Arendelle. Ela tinha os olhos arregalados e os mesmos brilhavam intensamente.

– É claro que ela tem! - respondeu Melany por Annabeth - O tio Percy é o príncipe encantado!

Todas as meninas fitaram a loirinha confusas.

– O moço que estava com ela - explicou a menina.

Annabeth continuava estática, sem saber o que dizer. Fechou os olhos e tentou visualizar um beijo com seu "príncipe encantado". A loira não esperava encontrar nada, mas quando deu por si, já estava falando.

– É algo único, que você não pode sentir com ninguém além dele - começou - Tudo some, só você e ele importam. Você sente que está fazendo algo certo, que está com quem deveria. O estômago se revira, um frio corre pela espinha e um choque atinge cada nervo. Tudo em vocês parece ter sido feito sob medida um para o outro. E, por fim, quando tudo termina, os olhos dele são tudo que você poderia querer ver. Brilhado de alegria, sorrindo e capturando-lhe para dentro dele, como que roubando sua alma. Mas, sinceramente, isso não importa, pois você também roubou a dele.

Annabeth ergueu as pálpebras e viu que todas as meninas a fitavam de olhos arregalados e com um sorriso sonhador nos lábios. A loira corou ao notar o que tinha feito e sentiu o rosto esquentar mais ainda quando percebeu em quem havia pensado. Em seu único e recente beijo com Perseu. O coração de Annabeth falhou uma batida. Seria ele seu príncipe encantado?

– Uau - soltou uma das gêmeas que estavam junto de Melany.

Annabeth levantou-se, completamente envergonhada, deixando o livro no chão.

– Ehr, bem, acho que eu já vou - se enrolou a garota - Até mais, meninas.

– Tchau, tia Anna - disseram as pequenas em coro.

Annabeth sorriu nervosamente e deixou a sala a passos rápidos. Surpreendeu-se ao encontrar Percy encostado na parede do corredor, sorrindo para ela. Perguntou-se a quanto tempo ele estava ali e se tinha ouvido alguma coisa, mas mesmo que tivesse, não poderia saber que ela estava falando sobre ele. Poderia?

Sua mente devia ter desligado por alguns minutos, pois somente sentiu uma das mãos do moreno envolvendo a sua e logo depois já estavam no jardim. Viu Connor correr até ela. A blusa e o short sujos, e alguns fios de cabelos grudando contra a testa por conta do suor.

– Anne! - ele gritou em meio a corrida - Nós vamos embora agora?

O pequeno tinha os olhos azuis fixos mas íris cinzas da irmã.

– Por que? - indagou ela, já sentindo que iria ceder.

– É que eu to no meio de um jogo - ele explicou coçando a nuca - E, bem, eu queria terminar...

Annabeth sorriu e bagunçou os fios loiros do irmão.

– Pode ir, eu te espero - respondeu a garota.

Connor abriu um grande sorriso e correu para longe, mas mão antes de gritar:

– Amo você!

A loira soltou uma risada e viu o irmão voltar a seu jogo de futebol.

– O que você sente? - perguntou Percy de surpresa - Digo, quando o vê assim, feliz.

Annabeth suspirou e novamente deixou as palavras saírem, sem pensar previamente no que dizia.

– Sinto vontade de fazer esse sorriso e esse brilho nos olhos durarem para sempre - disse sem deixar se sorrir - Tenho vontade de protege-lo de todo e qualquer mal, e de abraça-lo, só para ter certeza de que está aqui. Fico certa de que faria qualquer coisa por sua felicidade e que, sem pestanejar, trocaria minha vida pela dele.

Percy sorriu e segurou suas mãos.

– Prazer, Annabeth - ele disse feliz - Esse é o amor.

A garota o olhou, sem ação. Amor? Aquele sentimento arrebatador e que tomava todo seu ser, era o que Percy chamava de "amor"? Ele tinha feito com que ela admitisse, de uma maneira torta, que amava alguém. Annabeth ficou surpresa, sem dúvidas era um rapaz inteligente.

– Viu, esse é o tio Percy - disse uma voz conhecida atrás deles.

Annabeth se virou e encontrou Melany, acompanhada das gêmeas. Sem demora, um dos braços de Perseu envolveu sua cintura, e logo ela pode sentir o corpo dele contra o seu.

– O que tem eu? - perguntou o rapaz.

Mel deu de ombros.

– É que elas perguntaram quem era o príncipe encantado da tia Annie - respondeu a menina inocentemente - Ah, é! Tio Percy, essas são...

– Marcia! Eduarda! - uma voz gritou não muito longe dali.

As meninas encolheram os ombros simultaneamente. Primeiro a que tinha a franja solta e então a com o cabelo completamente preso. Em seguida, um casal surgiu. A mulher tinha os cabelos no mesmo tom de castanho das gêmeas. Era alguns centímetros mais baixa que Annabeth e tinha a pele levemente bronzeada. Seus olhos eram de um tom completamente único, de modo que loira não sabia dizer se era mel ou verde. Já o rapaz era branco. Tinha os cabelos em um loiro mas claro que o seu e os olhos azul céu. Ambos não pareciam ser muito mais velhos que a Chase, mas o que mais chamou atenção dela, foi o que o homem carregava. Um pequeno embrulho de panos macios. Um bebê.

– Meninas, não incomodem as pessoas - repreendeu a mulher.

– Mas a gente não tava incomodando, mamãe - respondeu a que Annabeth acreditava ser Eduarda.

– É - afirmou o que só podia ser Marcia - A Mel tava mostrando o príncipe encantado da tia Annie.

A mulher finalmente levou os olhos até Annabeth, como se pedisse que ela confirmasse a história. A loira sorriu estendeu a mão.

– Olá, sou Annabeth - ela se apresentou - Esse é Perseu...

– O príncipe encantado dela - completou o rapaz - Mas pode me chamar de Percy.

A mulher os cumprimentou e se apresentou.

– Sou Piper e esse é meu marido, Jason - ela disse apontando para o rapaz loiro - Esses são nossos filhos: Marcia, Eduarda e, o mais novo membro, Tyler.

Antes que Annabeth pudesse se pronunciar, uma das meninas deu um passo à frente, com a boca aberta e os olhos arregalados.

– Esse é nosso novo irmãozinho? - ela perguntou.

– É sim, meu amor - pronunciou-se Jason pela primeira vez.

– Acabamos de adota-lo - explicou Piper se aproximando do marido - Estamos tentando há algum tempo e finalmente conseguimos. Vocês também vão adotar alguém?

Annabeth negou com a cabeça.

– Só viemos ler para as crianças - ela explicou.

– Ah, então você é a tia da leitura - disse Jason - Vimos o filho de vocês mais cedo, ele estava cuidando das meninas.

Annabeth precisou de alguns momentos para entender que ele falava de Connor, mas simplesmente sorriu. Jason não era o primeiro e nem seria o último a pensar assim, por isso não o corrigiu. Se Percy sentisse-se desconfortável, poderia faze-lo.

Porém o rapaz nem teve essa chance, pois Eduarda chamou pela mãe. A mesma, até aquele momento, conversava com o irmã e Melany, completamente alheia a tudo. As três meninas tinham os olhos marejados e pareciam prestes a chorar.

– Nós nunca mais vamos voltar aqui? - perguntou a pequena com a voz embargada.

Piper se abaixou e passou os dedos pelos olhos da filha, secando as lágrimas que ameaçavam cair.

– É claro que vamos voltar - garantiu - Quando a tia Annie vier novamente ler para vocês, nós estaremos aqui.

Melany voltou-se para Annabeth, como se perguntasse se aquilo era possível. A garota deu um sorriso tímido e aproximou-se da pequena.

– Logo, logo vou estar de volta - afirmou - Pode deixar que peço a Quíron para avisar a tia Piper.

As meninas sorriram abertamente, e Percy também. Annabeth riu pelo nariz, não seria sacrifício algum cumprir tal promessa.

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Já passava das três da tarde e o sol começava a baixar no céu. A rua a frente do prédio de Annabeth estava tranquila, de modo que ela pouco se preocupava enquanto pegava sua bolsa dentro do carro.

Connor havia subido correndo com as chaves, dizendo que estava extremamente apertado, deixando-a sozinha com Perseu.

Este, desde que saíra do orfanato, estampava um sorriso que nem o engarrafamento colossal que pegaram fora capaz de apagar.

– Obrigada - ela agradeceu de cabeça abaixa - Estava mesmo precisando disso. Você acertou, mais uma vez.

Annabeth sentiu que Percy havia se aproximado. Uma das mãos do rapaz tocou seu queixo, de modo a levantar o rosto, fazendo seus olhos se encontrarem. Aquele brilho novo estava nos olhos do moreno. Um brilho que ela passara a ver tinha pouco tempo e que, sendo sincera, não queria que se apagasse.

– Não há de que - ele respondeu - Alegrou-me imensamente vê-la sorrir por tanto tempo.

Annabeth corou e tentou desviar os olhos, mas Percy não permitiu, aproximando-se mais. Rapidamente suas mãos estavam contra o peito do rapaz e seus narizes se tocavam. A loira sentiu a respiração dele contra seus rosto e fechou os olhos por um momento.

– Percy... - chamou em um sussurro sôfrego.

O moreno sorriu com a menção do apelido, tal que ela só usava quando estavam sozinhos, como se fosse algo íntimo demais para se dizer em público. Percy colou seus lábios e Annabeth cerrou os olhos, de modo que não viu quando ele finalmente a beijou.

A loira sentiu a mão livre do rapaz tocar suas costas, colando mais seus corpos. A outra alternava-se entre acariciar seus rosto e seus cabelos. Já as dela permaneciam sobre o peito de Perseu, estando a direita exatamente em cima de seu coração, sentido-o acelerar a cada segundo.

Annabeth não ofereceu resistência quando ele aprofundou o beijo. Só conseguia pensar na descrição que dera àquelas meninas mais cedo, e o quanto ela era real. Todas aquelas sensações e sentimentos tomavam seus corpo, cada vez com mais intensidade, com o passar dos segundos.

Percy finalizou o beijo, mas deixou suas testas coladas. Annabeth pegou-se querendo mais, porém controlou-se. Eles, tecnicamente, não eram nada além de amigos. Ao menos por enquanto.

Ela abriu os olhos e viu aquele brilho, que já estava lá antes, aumentar de modo significativo. O sorriso no rosto do rapaz era algo de valor incalculável. Nada poderia comparar-se àquele momento.

– Tenho que ir em casa pegar algumas coisas - disse Percy sem se afastar - Volto antes do jantar.

– Tudo bem - ela respondeu, mas acabou saindo como um sussurro.

O moreno lhe deu um último selinho e entrou em seu carro.

Annabeth não sabia dizer como tinha chegado até seu apartamento. Só tinha conhecimento de que estava com uma das mãos sobre os lábios, as costas contra a porta que acabara de trancar e um sorriso em seu rosto. Bem, talvez, só talvez, Percy realmente fosse seu príncipe encantado.

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Percy

Percy destrancava a porta de casa, já sabendo quem encontraria do outro lado. O toque da campainha havia sido substituído por batidas ritmadas, típicas de uma única pessoa. Além de que a ligação, pouco mais de meia hora antes, denunciava o visitante.

O rapaz branco de cabelos e olhos negros, tão conhecido do moreno de olhos verdes, sorria nervosamente do outro lado do batente. Percy deu passagem para que entrasse, e logo seu melhor amigo já estava jogado sobre o sofá branco de seu apartamento.

Nico havia ligado pedindo para encontra-lo. Percy decidira atrasar um pouco sua volta a casa de Annabeth, a fim de conversar com o melhor amigo. Não só porque queria ouvi-lo, mas também porque precisava desabafar. Mal podia acreditar que havia beijado a loira de seus sonhos, e que ela tinha retribuído. Torcia com todas as forças para que o beijo que ela descrevera para as meninas fosse, até aquele momento, o único que haviam trocado. Mesmo sabendo que podia ter sido tudo somente fruto da imaginação da garota.

– Cara, tenho tanto para falar - disse Nico passando a mão pelos cabelos.

– Idem - respondeu Percy, sentando-se.

Nico o fitou. Estava clara a preocupação do Di Ângelo, o que preocupou Perseu.

– Pode começar - disse Nico, claramente querendo adiar o momento.

Percy resolveu deixar isso de lado e falar de uma vez.

– Beijei a Annabeth - soltou.

– Eu sei - disse Nico bravo - Thalia teve de me contar.

– Não, você não está entendendo - disse o rapaz balançando a cabeça e ignorando a irritação do amigo - Beijei-a novamente há duas horas, cara. Não consigo parar se pensar nela.

Nico sorriu e bateu em seu ombro amigavelmente.

– Ele te pegou de jeito, Perseu - disse em tom de brincadeira.

Percy o fitou bravo e Nico levantou as mãos.

– Não entendo! Annabeth pode te chamar de Perseu e eu não!

– Thalia pode te chamar de "Meu amor" e eu não - rebateu o moreno de olhos verdes.

Nico pareceu ficar mais branco por um momento, e jogou as costas contra o sofá.

– Ei, fantasminha, você está pálido - notou Percy.

– Percy, a Thalia... Ela... - o rapaz respirou fundo - Eu vou ser pai.

O moreno de olhos verdes fitou o amigo em choque, tentando absorver a informação.

– Você... Você não quer? - indagou ainda assustado.

Nico arregalou os olhos.

– O que?! É claro que eu quero! - ele afirmou - Nunca senti felicidade maior do que quando descobri que Thalia estava esperando-o. Eu a amo, e já amo essa criança.

Percy balançou a cabeça, tentando arrumar os pensamentos.

– Então por quê o desespero? - perguntou, esforçando-se para entender o que estava acontecendo ali.

– Eu estou com medo, cara - admitiu Nico, passando a mão novamente pelos cabelos - Quanto tempo durou meu relacionamento mais longo? Um mês? Talvez dois? Estou com Thalia há QUATRO! Eu não sei lidar com crianças, Percy. Não quero ser um pai ruim. Não quero ser uma figura ausente como Hades foi para mim.

Percy sorriu e bateu nas costas do amigo, vendo-o olhar em seus olhos.

– Você vai ser um ótimo pai, Nico, tenho certeza disso - ele garantiu - Já sabe exatamente como não quer agir, e isso já é um passo e tanto. Siga seu coração, cara. Você vai saber o que fazer quando chegar a hora. Por agora, só aproveite esse notícia maravilhosa.

O Di Ângelo suspirou e assentiu.

– Você tem razão, eu vou conseguir. Já fiz coisa mais difíceis, não é? - perguntou mais para si mesmo - E Thalia vai estar lá, ela vai me ajudar.

Percy sorriu, vendo a autoconfiança voltar ao corpo do amigo. Repassou o dia e perguntou-se: poderia ele ficar melhor?

Por favor, leiam as notas finais.


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Notas finais do capítulo

Prmeiramente, feliz Natal para vcs, pq n vou vê-los novamente até lá (eh pedir demais da minha pessoa).
Segundamente(kkkk XD), depois do Natal vem o meu aniversário (dia 28) e então o ano novo e minha casa, por ser perto da praia, sempre enche, então n posso garantir um cap antes do ano q vem, mas prometo me esforçar!
Bjs, EuSemideus
ps:vcs gostariam de saber como foi a reação do Nico com a notícia?