Pra te Entregar escrita por Alexis R, Bia Granger


Capítulo 21
Amor e Fúria - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente linda! Tudo bem com vocês? Mais um capítulo fresquinho pra vocês!



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Pedro olhava nos olhos da namorada e esperava a sua resposta, mas Karina permanecia em silêncio.

–Você prometeu... –começou Karina.

–Eu errei, não deveria ter prometido. –disse Pedro.

–Você devia ter cumprindo! Não aguento mais aquela garota se metendo na minha vida. –disse irritada.

–Sabe, Karina, eu cansei. Eu te amo, mas você não quer o meu amor, então, quando mudar de ideia, me procura. –sentenciou Pedro.

–Pedro, espera... –mas era tarde demais. O garoto entrou em casa batendo a porta. Karina saiu em lágrimas sem rumo.

–--*---

Pedro sentou-se encostado na porta e começou a chorar como uma criança.

–O que foi, Pê? –perguntou Tomtom preocupada.

–Você não tinha que estar na aula? –desconversou.

–Não tem aula hoje, tem reunião de professores. Mas, me conta, o que tá acontecendo?

–Eu briguei com a K. –suspirou.

–Por quê?

–Porque eu tô fazendo de tudo pra ajudá-la, mas ela não quer a minha ajuda.

–Ela quer sim, Pedro. Você tem insistir. –teimou a mais nova.

–Eu não sei se eu consigo mais... Eu preciso ficar um pouco sozinho. –disse ele, indo para o quarto.

–--*---

Karina chegou a Khan e Lobão não estava lá.

–O que foi? –perguntou Nat notando o olhar perdido da loira.

–Nada, eu vim pra treinar, não pra ficar de papo. –rebateu.

–Se é o que você quer, não vou insistir. Mas, se quiser ajuda...

–Valeu. –agradeceu e colocou as luvas. Elas começaram a treinar. Após um tempo treinando, Lobão chegou.

–Continuem assim, que vocês vão longe... Sexta-feira vocês estão escaladas de novo. –informou.

–Lobão, a gente pode conversar? –perguntou Nat.

–Claro, minha gata. –eles foram para um canto.

–Deixa a Karina fora dessa, ela é nova, e... –pediu Nat.

–Nada disso, essa garota é uma mina de ouro... –Lobão estava impassível.

–Mas, Lobão... –tentou argumentar.

–Sem mais, Nat. Sabe que eu não gosto de ser contrariado... –cortou.

–--*---

Cobra estava no QG, com a cabeça a mil. Karina, que era praticamente sua única amiga, estava na pior e Jade, sua dama, também. Seu celular apitou, interrompendo seus pensamentos. Era uma mensagem de um de seus irmãos. Eles pediam dinheiro, mas Cobra não tinha. Não podia deixar a família na mão, então, tomou uma decisão. Ele entrou no carro e foiaté a casa de Jade.

Jade estava no quarto pensando se deveria fazer as malas para ir para a casa do “recém-descoberto” pai, quando a campainha tocou. Ela se assustou, temendo ser Eva, mas sorriu quando encontrou o seu vagabundo.

–Oi, minha dama.

–Vagabundo, você tá louco? Minha mãe deve chegar a qualquer momento. –disse aflita.

–Então, vamos dar uma volta. –sorriu.

–Tá, eu só vou me trocar. –disse ela, dando um beijo nele.

Cobra não queria fazer aquilo, mas era sua família. Ele iria devolver, de qualquer forma. Ele pegou a estátua de bronze em cima da mesa, e, quando ia colocar na bolsa, foi surpreendido por Jade.

–O que você tá fazendo, Cobra? Eu não acredito que você tá fazendo isso comigo! –exclamou.

–Jade, eu juro que ia te devolver, quando pudesse. É que a minha família... –passou a mão pelos cabelos, desesperado.

–Você podia pedir minha ajuda... –Jade começou a puxar os cabelos, mas foi contida por Cobra.

–Não faz isso, por favor.

–Por que você fez isso? –perguntou Jade.

–Porque eu não presto, Jade. Esse nosso lance está indo longe demais... É melhor você ficar longe de mim... –sentenciou, indo em direção à porta.

–Ricardo, não faz isso. –pediu a garota, o chamando pelo nome, com a voz embargada.

–É melhor assim. –disse ele, saindo. Jade se atirou no sofá, chorando descontroladamente. Pouco tempo depois, Lucrécia entrou andando pesadamente pela casa.

–Jade, você pode me explicar que história é essa de ter postado esse maldito vídeo? Você não cansa de me envergonhar?! –gritou.

–Só explico, se você me explicar porque mentiu pra mim a vida toda! Eu sei quem é o meu pai! –exclamou.

–Você está blefando. –disse Lucrécia.

–Eu não tô, mãe. Eu sei que o René é meu pai, que você falsificou o exame de DNA!

–Do que ia adiantar eu contar? Ele é um drogado! Eu fui mãe e pai pra você! –exclamou irritada.

–Eu tô cansada de fingir que tá tudo bem! Você me trata como uma aluna, um soldado, não como sua filha! –exclamou Jade.

–Sua ingrata! Eu te dei tudo e você fica aí, reclamando!

–Tudo, menos amor! Eu me mato de ensaiar, fico tentando sabotar os outros pra ser a melhor, pra ver se eu ganho pelo menos um pouco de carinho! –despejou Jade.

–Eu só estava te disciplinando, pra você conseguir alcançar os seus sonhos! –rebateu Lucrécia.

–Os seus sonhos, não os meus! –gritou.

–Já que você é tão ingrata assim, vai morar com o seu pai.

–É isso mesmo que eu vou fazer! –respondeu indo para o quarto.

–Dessa casa você não leva nada! –gritou Lucrécia para que Jade a ouvisse.

–Pode ficar com tudo! Eu não me importo com nada disso! O que eu quero de você, eu nunca vou ter mesmo! –respondeu. A garota saiu do apartamento descalça e de camisola. Pensou em ligar para BB, mas seu celular estava em casa.

–Seu Zé, tem como o senhor me emprestar o seu celular?

–Claro, menina. –o porteiro entregou o aparelho para a menina. Discou o número da irmã.

–BB, é a Jade, vem me buscar, por favor... –disse chorosa.

–A Eva te machucou? –perguntou BB, preocupada, do outro lado da linha.

–Não, eu discuti com a minha mãe...

–Eu já tô indo.

–--*---

Bianca já não sabia o que fazer. Sentia que estava perdendo a irmã aos poucos. Temia que ela se colocasse em perigo. A possibilidade de Karina sair machucada a deixava em pânico. Desde que Karina sumira naquela noite, os piores cenários possíveis de onde ela poderia estar passavam por sua cabeça. Ela andou até um parquinho no qual elas costumavam ir quando eram crianças. Ela sentou-se no balanço. As lágrimas desciam por seu rosto, sem parar.

–Bia, tá tudo bem? –perguntou Tony, que passava por ali e viu o estado da prima.

–Oi, Tony. Na verdade, não tá nada bem...

–Tá preocupada com a K, né?

–Muito. Ela tá fora de controle e eu tô com medo. Se alguma coisa acontecer com a Karina, eu... Eu não... –Bianca não conseguia terminar sua frase, devido às lagrimas.

–Ei, vai ficar tudo bem. –ele tentou confortá-la. –Ela só tá confusa com tudo isso. Mas você sempre foi o porto seguro dela, logo, logo, ela virá até você.

–Mas eu não posso consertar isso...

–Não mesmo, mas você pode fazer ficar mais fácil. –ele se aproximou e a beijou.

–Tony, é melhor a gente parar com isso, eu não quero te machucar.

–Eu já entendi. Deixa eu te levar pra casa. –ela assentiu e os dois subiram na moto dele.

–--*---

–Morena, eu não sei mais o que eu faço com a Karina.

–Meu amor, eu também tô muito preocupada com ela. –respondeu Dandara.

–É tudo culpa minha. Eu fui um cego. Achei que, por causa do jeito fechado da K, ela não gostava de tanta atenção. E eu também queria compensar a Bia pela falta da mãe. Sabe, ela sempre se sentiu muito responsável pela K, e eu a deixei assumir isso.

–Gael, você fez o melhor que pôde criando essas meninas sozinha por tanto tempo, e nada que você fizesse ia impedir a Bianca de querer cuidar da K. Você é um ótimo pai, não duvida disso. Toda essa insegurança da K é fruto da culpa que ela sente pela morte da Ana, não de nada que você tenha ou não feito

–Vem cá, filho. –Gael chamou João que observava a conversa.

–Pai, a mamãe tá certa. –Gael abraçou o garoto, ele nunca o havia chamado de pai.

–Você é um ótimo pai, pra nós três.

–Você não sabe o quanto me faz feliz ouvir isso de você, meu filho. –ele o abraçou novamente. Foi quando Bianca entrou.

–Filha, o que aconteceu? –questiona Gael, vendo a cara da filha.

–O Pedro me disse que viu vários hematomas na K...

–Ela tá se metendo em briga... –concluiu Dandara.

–Ela não sai mais sozinha! Vai e volta da escola de carro. –decretou Gael.

–Pai, eu concordo, só não afasta ela do Pedro, ele faz bem pra ela...

–Eu não vou fazer isso, aquele guitarrista já provou que ama a Karina. Eu confio nele.

–Tem mais uma coisa: Não foi a Jade que postou aquele vídeo, foi a doente da Eva.

–Ela deve estar metida com o Lobão. A sua tia sabe disso? –perguntou Gael.

– Exatamente, pai, ela não ia fazer isso à toa... Sabe. Foi a BB que me contou.

–Fica longe daquela mulher, ela é muito perigosa. –pediu Gael. –Eu vou conversar com a sua tia, ela tá na base agora.

–Eu vou falar com o Pedro, ver se ele sabe da K.

–Eu vou com você. –disse João. Bia passou o braço sobre os ombros do irmão e eles saíram.

–--*---

René parou o carro e BB entrou no prédio para encontrar a irmã. Assim que a viu, ela a abraçou.

–O que aconteceu? Por que você tá vestida assim? –questionou BB.

–A gente brigou e ela me mandou sair de casa, não me deixou levar nada.

–Não se preocupa, filha, eu vou resolver isso. Veste o meu casaco, que tá frio lá fora.

–Obrigada. –agradeceu pegando o casaco.

–BB, leva a sua irmã pra casa, que eu vou ter uma conversa com a Lucrécia. –BB pegou a chave do carro com o pai, pegou na mão da irmã, e foram até o carro, mas antes de chegarem, deram de cara com Eva.

–Não vai cumprimentar a sua mãe? –BB se colocou entre Jade e Eva, num gesto protetor.

–Eu não tô vendo a minha mãe aqui. Só tô vendo uma bandida que me abandonou e que não vale nem o chão que pisa.

–Você tá ficando desaforada, que nem a vagabunda que te criou!

–Não fala da minha mãe com essa boca suja! –gritou BB.

–Jade, tá com medo de mim? –riu debochada, vendo a afilhada encolhida. –Lembra do nosso último encontro?

–Fica longe dela! –avisou BB.

–Criada por aquela mulher, só podia virar uma aberração mesmo. –BB ignorou a mulher e elas entraram no carro.

–Ei, vai ficar tudo bem. –afirmou, segurando a mão dela. Jade levou a outra mão aos cabelos, mas BB a impediu de puxá-los. –Jade, eu já te disse que não vou mais deixar você fazer isso. A gente pode ir pra casa agora ou eu poso ficar aqui te segurando até o papai voltar...

–Desculpa, eu não faço mais, prometo. Eu só quero sair daqui. –BB ligou o carro.

–--*---

–Karina, você teve sorte dessa vez de não ter se machucado sério. Sai dessa... –pediu Alan.

–Você mudou mesmo... –surpreendeu-se Karina.

–Ela me mudou. –Alan sorriu.

–Logo você, tão possessivo, aceita ser o outro...

–É o único jeito. Se ela tenta terminar com o Lobão, ele é capaz de matá-la. Ele é perigoso, eu já te disse.

–Vamos parar de papo, eu quero treinar.

–Você que não mudou nada... –murmurou Alan. Karina estava mais agressiva que o normal, e acabou derrubando Alan.

–Acho que você deve ser minha filha mesmo. Puxou o meu talento. –observou Lobão. Karina permaneceu em silêncio.

–Agora, vai, que o Doutor virá aqui e não pode te ver.

Sem ter no que bater, Karina se entregou às lágrimas. Tudo o que ela amava estava perdido, só lhe sobrou a luta.

–--*---

Pedro estava jogado na cama, olhando as fotos dele com Karina, quando Bia e João entraram.

–Pedro, a gente precisa conversar... –disse Bianca.

–Eu sei. Eu tive uma briga feia com a K. Ela veio me cobrar por eu ter te contado dos hematomas e eu meio que terminei com ela... –disse passando as mãos nos cabelos.

–Caralho, Pedro, tu é um vacilão mesmo! A Karina precisa de você! –gritou João.

–O meu irmão tá certo, Pedro.

–Eu sei tá, eu só perdi a cabeça. Não tô aguentando mais ver a Karina assim, ela não me ouve.

–Eu vou falar com a Sol... –disse Bianca.

–Ela já tentou e só levou patada.

–Pedro, você não pode desistir dela agora... –implorou Bianca.

–Eu não vou, eu juro.

–Você sabe pra onde ela foi? -perguntou João.

–Não. –Bia passou as mãos no rosto.

–Desde que a K descobriu a verdade, parece um pesadelo...

–Bi, vai ficar tudo bem, a gente vai passar por isso como uma família.

–Ai, maninho, você está sendo tão maduro com essa história toda. Eu que tô sendo uma péssima irmã mais velha pra você.

–Para com isso, Bi, você não tem carregar tudo isso nos teus ombros. Para de querer cuidar de tudo o tempo todo, e deixa ser cuidada um pouco.

–Eu tô muito orgulhosa de você. –disse abraçando o irmão. Pedro observava a cena.

–Eu vou tentar falar com a K, me acertar com ela...

–A Karina não sai mais de casa sozinha, você tem que ajudar a gente a protegê-la...

–Sempre, cunhadinha.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Mandem reviews! Beijos, e até a próxima.