Estava em casa deitada em minha cama pensando em mil e uma maneiras se terminar com Ray sem magoá-lo, mais se eu queria mesmo falar sobre o por que de estar terminando com ele, eu ia ter que magoá-lo, falar sobre como Oliver entrou em minha vida e a girou de ponta cabeça seria difícil, mais eu tinha certeza de que seria a coisa certa a fazer, ficar com Oliver era atirar no escuro mais eu estava a fim de arriscar.

Levantei-me e fui tomar um banho, liguei a torneira da banheira e a deixei enchendo, enquanto isso, tirei minhas roupas e coloquei um roupão, quando a banheira estava cheia entrei nela, uma ótima sensação invadiu meu corpo, por um momento toda minha preocupação e medo foram embora, era só eu e a água que molhava meu corpo, depois de um longo tempo sai da banheira e coloquei o roupão, esvaziei a banheira, passei um creme no corpo, abri a porta e me deparei com Ray todo elegante com um sorriso nos lábios, parado como uma estatua na minha frente, soltei um grito abafado e em seguida coloquei minha mão sobre meu peito.

– Quer me matar de susto? – Ray sorriu e me abraçou.

– Estava morrendo de saudades de você. – Me apertou junto a seu corpo, notei o quanto ele me desejava, o empurrei rapidamente.

– Temos que conversar. – Ray me olhou sério por um instante e depois sorriu, se aproximou de novo de mim, começou a beijar meu pescoço. – Não pode ser depois? – Perguntou ainda me beijando, me desvencilhei dos braços dele.

– Não Ray, precisamos conversar agora. – Falei com um tom de voz mais grosso, Ray me fitou.

– Ta, mais o que é tão importante? – Perguntou gesticulando com as mãos, lembrei de todas as palavras que tinha pensado, em todas as formas de começar a falar, sobre o fim do nosso relacionamento, eu era noiva dele, não era um namoro de dois meses, não ia ser fácil, me aproximei dele, pegando em suas mãos, me sentei na cama e ele também.

– Eu sei que temos um relacionamento duradouro, e que estamos até noivos. – Reprimi todo o ar dentro de mim, e depois soltei, ele me olhava um pouco hesitante. – Ray é difícil para mim, levar um relacionamento com uma pessoa que eu não amo. – Tirei o anel que ele tinha me dado e lhe entreguei. – Sinto muito. – Me levantei um pouco atordoada, nuca terminei um relacionamento com ninguém, era sempre eles que terminavam, eu não sabia o que falar, e nem como agir, vi quando ele levantou bruscamente da cama.

– Você sente muito? Eu não entendo, por que está fazendo isso? – Fiquei em silencio não consegui falar sobre Oliver, e sobre o relacionamento que estava tendo com ele, Ray segurou meus braços com força, me olhou com os olhos desorientados. – Como assim você não me ama? – Depois me empurrou, dei uns quatro passos para trás, e me equilibrei para não cair, nunca tinha visto ele daquela forma, tão bruto, as lágrimas começaram a cair dos meus olhos, eu nunca pensei que a minha conversa com Ray seria daquele jeito.

– Me desculpe Felicity. – Ray levantou uma das mãos se sentindo arrependido. – Eu mando alguém buscar minhas roupas. – Saiu do meu apartamento um pouco desnorteado.

Eu me joguei na cama e comecei a chorar compulsivamente, com medo, me sentindo a pior pessoa do mundo, o que eu fiz com Ray não se faz com ninguém, eu fui mesquinha e só pensei em mim, minhas lembranças vagaram, lembrei das palavras que dona Inês me falou * o amor verdadeiro não surge duas vezes minha querida* dona Inês estava certa, mais será que Oliver era meu verdadeiro amor? Balancei minha cabeça mandando toda a negatividade embora, em seguida levantei e tirei o roupão, notei uma marca vermelha em cada um dos meus braços, lembrei que Ray me agarrou com força naquela região, novamente tive vontade de chorar, mais não me deixei levar, fui até o banheiro e lavei meu rosto, fiquei um tempo me olhando no espelho, até que escutei meu celular tocar, quando olhei no visor vi a foto de Oliver, não pude evitar de sorrir, senti meu coração acalentado.

– Alô. – Falei com um sorriso de orelha a orelha.

– Felicity Smoak aqui é Oliver Queen, estou parado na frente de seu apartamento posso entrar? – Perguntou em um tom irônico.

– Pode. – Respondi, e desliguei o celular, fui até meu closet e coloquei um casaquinho fino para que Oliver não notasse as marcas em meu braço, fui até a sala ver se estava tudo organizado, logo escutei batidas na porta, abri a porta e me deparei com um Oliver sorridente, com uma calça justa e uma camisa branca que destacava seus músculos e seu abdômen, como estava desejável, o lancei um olhar inocente e abri passagem para ele entrar, quando fechei a porta ele me envolveu em seus braços fortes e me deu um selinho.

– Estava morrendo de saudades. – Falou com os lábios encostados nos meus.

– Eu também. – Retribui o carinho, ele sentou no sofá e me puxou, sentei do lado dele, ele puxou minhas pernas e colocou sobre as deles.

– Você ta bem? – Acho que ele notou meu olhar, por mais que estivesse feliz em ter ele perto de mim, ainda estava preocupada com Ray.

– Sim. – Falei aproximando meu rosto do dele. – Você veio aqui para conversar? – O provoquei, ele puxou meus lábios para o dele, me beijou com urgência, colocou as mãos nos meus ombros e abaixou o casaco, eu tinha me esquecido completamente das marcas em meus braços, depois de um longo tempo ele afastou nossas bocas.

– Não, eu não vim aqui só para conversar. – Ele soltou um sorriso, abriu a boca para falar algo, mais não falou, notei que seus olhos estava fixados em um dos meus braços, ele fitou meu rosto e depois o outro braço. – O que é isso Felicity? – Apontou para meus braços, eu não sabia o que falar, ergui o casaco de novo e fiquei calada. – Foi Ray? – Notei a raiva na hora que ele pronunciou o nome de Ray.

– Foi, mais a culpa é minha, eu terminei nosso noivado. – O rosto de Oliver continha um misto de felicidade e raiva.

– Isso não é motivo para ele fazer isso Felicity, e você não tem culpa de nada. – Ele acariciou meu rosto, e beijou meus dois braços. – Entendeu? – apenas afirmei com a cabeça, Oliver a cada dia me surpreendia com pequenos gestos.

– Eu vou matar ele. – Murmurou para eu não escutar, me levantei rapidamente do sofá e cruzei os braços na frente dele.

– Você não vai fazer nada. – Falei, Oliver levantou rapidamente do sofá, indo em direção a porta.

– Ele não devia ter feito isso com você. – Andei rápido e firmei meu corpo na porta.

– Por favor não faz isso. – Oliver exalava raiva. – Eu estou te pedindo. – Senti seus músculos se acalmarem, ele me olhou com ternura e paixão.

– Dessa vez vou fazer o que você está me pedindo, mais se ele ousar encostar a mão em você de novo, eu não respondo por mim. – Oliver firmou seu corpo no meu, acariciou meu rosto. – Você esta livre para mim? – Seus olhos brilharam.

– Sim para você. – Ele me beijou apaixonadamente de uma forma que ele nunca tinha me beijado, naquela hora vi que ele era realmente meu verdadeiro amor, e entendi o conselho da dona Inês.