Edward.

 Pelo barulho que veio do quarto de Bella, ela deveria estar botando a casa para baixo. O que eu, certamente, não duvidava que ela conseguisse fazer. Aquela garota não era normal.

 Victoria e James se levantaram com os olhos arregalados. Se eles soubessem o quanto isso era comum para Bella...

 - Vocês já vão? – Alice perguntou se levantando.

 - É, fiquem mais um pouco. – Rose disse, especialmente para James se levantando. – A sobremesa ainda nem foi servida.

 James a olhou de cima para baixo, gostando do que via. Mas quem não gostaria? Rose era muito gostosa!

 - Eu adoraria ficar, - Ele sorriu maliciosamente. – mas não podemos. Temos um jantar em família ainda hoje.

 - Ah! Que pena! – Ela mordeu os lábios, esbanjando sensualidade. – Eu te levo para fora.

 Ele concordou estendendo a mão na direção dela.

 - Vickie, eu te acompanho até a saída. – Eu disse educadamente me levantando.

 Ela se levantou também me seguindo. – Foi bom te... Hnm... Rever.

 - Temos que fazer isso de novo.

 - Sem Bella.

 - É, sem Bella. – Nos dois rimos. – Bom, deixe eu te dar meu telefone. Você me liga!

 - Não vou esquecer. – Prometi por enquanto que ela mexia dentro da bolsa procurando algo.

 - Aqui, meu cartão! – Ele me entregou um papel que eu logo guardei no bolso da calça. – Eu me esqueço dessa coisas.

 - Problemas de memória, ainda?

 - Ah! É! – Victoria sorriu balançando a cabeça.

 Ficamos calados por um segundos.

 - Me desculpe por Bella, ela é um tanto descontrolada.

 - Me desculpe por James, os hormônios falam mais alto que a razão às vezes...

 - Ele não é seu namorado, então.

 - Não, não. Eu e o James? Nunca! – Ela riu. – Somos só amigos, nada mais.

 - Graças a deus! – Brinquei sorrindo.

 - Você e Rosalie? Alguma coisa... Rola?

 Fingir pensar.

 - Acho que não, agora.

 - Ótimo! – Ela sorriu contente. – Nos vemos.

 Abri a porta para ela, saindo também. Ao longe eu pude ver James e Rose se pegando dentro de um carro. Vickie e eu rimos.

 - Carlisle deve estar puto, não?

 - Provavelmente.

 - Vou tentar manter James longe daqui, não se preocupem.

 - Seria uma boa idéia.

 Rimos nos abraçando.

 - Tchau, Ewiduzinho!

 - Tchau, Vickie!

 Ela se afastou, dando um beijo na minha bochecha e desceu a escada correndo. Esperei que ela chegasse ao carro e ri quando separou Rose e James, colocando minha irmã para fora. Ela acenou para mim antes de entrar.

 Sorri e retribui.

 - Eu odeio essa sua amiga, Edward! – Rose gritou entrando em casa e subindo as escadas com raiva.

 - Será que todas as meninas dessa casa estão de TPM? – Zombei rindo sozinho.

 - Não teve graça, Ed. – Jane disse saltitando estacada acima.

 - O que é TPM, Edward? – Nessie perguntou.

 Caramba, como é que eu iria explicar?

 - Renesmee, se você subir comigo agora eu te conto uma historia. – Alice falou aparecendo no hall. – A melhor que você já ouviu.

 Nessie pensou por um instante e então correu em direção a Alice, subindo em seu colo.

 - Fico te devendo essa.

 - Ah! Fica mesmo. – Ela riu correndo para o andar de cima.

 - Edward, filho, será que você consegue cuidar de tudo por algumas horas? – Esme perguntou puxando Carlisle para fora. – Eu e meu noivo temos algumas... coisa para resolver antes do casamento.

 - Okay, se... Hnm, divirtam.

 - Pode deixar! – Meu futuro padrasto disse antes de sair pela porta da frente.

 Sorri balançando a cabeça. Era melhor nem imaginar que coisas eles iria resolver.

 Fui para meu quarto, o único lugar onde eu poderia dar um tempo da loucura dessa família. A minha família.

 Bella.

 Eu estava muito triste por Jake, queria poder pegar o telefone e pedir desculpas, mas meu orgulho não deixava. Orgulho idiota!

 Carlisle e Esme tinham ido para algum lugar, escutei Edward avisar os outros que estava no comando. Isso era o que ele pensava! Eu acho que todos sabiam para onde eles haviam ido no fundo.

 Bom, talvez Emmentt não.

 Enfim, a tarde passou calma, cada um em seu quarto. Porém, perto do por-do-sol começou a chover. Uma tempestade, na verdade. Com raios e trovões a todo minuto. Alice deveria estar se mijando de medo agora.

 Diverti-me só de imaginar.

 Resumindo: Estávamos sozinhos, sem luz em uma noite de tempestade. Parece até filme de terror, não é? Háhá!

 - Tink, deixa eu entrar. – Alice pediu batendo na porta desesperadamente. – Rápido!

 - O que foi? – Falei pulando da cama.

 - Tem alguém na porta! – Ela exclamou apavorada. – Vai logo, Isabella!

 - Já vai. Já vai! – Revirei os olhos destrancando a porta.

 Assim que eu abri Alice, Emmentt, Jasper e Renesmee entraram correndo e se encolhendo em minha cama.

 - Gente, qual é! Deve ser Esme e Carlisle.

 - Caramba, Bella! Fecha essa porta logo. Eu não quero ser assassinada! – Alice falou se segurando em Emmentt.

 - Emmentt, você não era faixa preta? – Perguntei fechei a porta como antalice havia me pedido.

 - Tranca! – Ele gritou.

 Esfreguei meu rosto, impaciente.

 - Jasper?

 - O que?

 - Você, tecnicamente, quer morrer, não é?

 - Mais respeito! Eu sou emo, não suicida!

 Minha paciência já estava quase acabada depois que ele disso aquilo. Será que ninguém era corajoso nessa família?

 - Renesmee, cuida das coisas aqui. Eu vou ver quem é.

 - Não, Tink, não se mate por nós. – Alice disse dramaticamente.

 Me limitei a abrir a porta e a bater com força.

 Ao descer as escadas encontrei Edward com um bastão de beisebol nas mãos e Jane com um facão. Os dois estavam perto da porta, mão não pareciam ter coragem de abri-la. Fracotes!

 - Buuu! – Gritei.

 Os dois deram um pulo para trás apontando as ‘armas’ para mim.

 - Porra, Isabella, vai catar coquinho! – Jane sussurrou com raiva.

 - O que vocês estão fazendo?

 - O que você está fazendo? – Edward perguntou.

 - Perguntei primeiro. – Ele bufou, mas ficou calado. – Eu só vim ver o que estava acontecendo, o povão está todo trancado no meu quarto. Peraí, cadê a Rose?

 - No quarto, ela dormiu.

 - Ufa! – Coloquei a mão no peito suspirando, aliviada.

 Houve algumas batidas na porta.

 - Alguém abri a porta, tem uma biba congelando aqui fora! – Uma voz conhecida cantarolou.

 - Gente?

 - O que?

 - É só o Vladicleuson. – Falei descendo o resto dos degraus e tentando abrir a porta. – Vlad, já vai!

 - Tink-Yink, querida! Benza deus que você está aí! – Ele exclamou assim que abri a porta.

 Vlad está no limite, mais bicha do que ele não existia. Vestia sempre rosa, de preferência peças coladas. Os acessórios eram exuberantes em qualquer ocasião, brilhantes e chamativos. Mas seu acessório favorito era Seu Creison, um chiuaua que ele levava para todo lugar.

 - Vlad! O que você está fazendo aqui? – Perguntei o abraçando.

 - Carlisle me pediu e você sabe que eu não resisto aquela voz doce! Ui!

 - Como ele está?

 - Bem, só que a cidade está totalmente A-LA-GA-DA! Eu dei muita sorte por estar por perto.

 - Vocês nos assustaram! – Reclamei acariciando Creison.

 - Menina! Quem é essa graçinha aqui? – Ele fitou Edward boquiaberto. – Meu deus, me apresente!

 - Vlad, esse é Edward Cullen, filho de Esme. E essa é Jane, irmã de Edward.

 - Ah! Os Cúllens! – Ri.

 - Não, é Cullen. – Jane corrigiu.

 - E então, garota, o que foi que eu disse? – Ela bufou apontando a faca para Vlad. – Ai, me segura! Uma psicopata mirim!

 - Onde? – Emmentt perguntou no alto da escada.

 - Meu salvador acabou de chegar! Ui! Que gotoso!

 - Ah, não! Vlad, não! – O idiota reclamou.

 - Vlad, amor! – Alice desceu as escada correndo. – E Seu Creison! Que prazer ver vocês!

 Me afastei um pouco de Vlad esbarrando em algo molhado. Virei e vi que se tratava de Edward, sangrando.

 - Edward, o que aconteceu com seu braço? – Perguntei estranhamente preocupada.

 - Nossa! – Ele exclamou olhando para o grande corte em seu braço.

 - Jesus apaga a luz! Ele está sangrando!

 - Tink, faz alguma coisa! – Alice mandou.

 Uma das coisas que mais assustavam minha prima era machucados. Já Vlad apagava toda vez que via sangue, ele era... Muito sensível, como diz meu pai.

 - Vem! – Puxei Edward para o banheiro mais próximo.

 - Por que você?

 Suspirei e revirei os olhos.

 - Alice tem fobia, Emmentt não nasceu pra isso e Rose está dormindo.

 - Não tem problema, eu acordo ela!

 - Cala boca e continua andando! – Ordenei o puxando com mais força.

 Ele se sentou no vaso sanitário por enquanto que eu procurava o kit de primeiro socorros. Era difícil achar qualquer coisa naquele escuro, mas depois de tanta pratica eu sabia exatamente onde estava.

 Eu me machucava bastante.

 Molhei um pedaço de algodão e comecei a limpar o ferimento.

 - Vai precisar de pontos? – Edward perguntou.

 - Não, é só... Um machucadinho superficial. – Falei. – Quem mandou dar a faca para uma psicopata mirim? – Eu brinquei rindo.

 - Minha irmã não é uma... Deixa pra lá.

 Ficamos um tempo em silencio por um tempo, suficiente para eu terminar de limpar.

 - Vai arder um pouco. – Avisei antes de passar metcholate.

 - Não importa. – Dei de ombros.

 - Fique quieto!

 Ele suspirou.

 - Você gosta mesmo do... Jacob?

 - Por que você está perguntando.

 - Perguntei primeiro.

 - Claro, ele é... Ou era meu namorado. – Respondi. - E você? Gostava de Victoria?

 - Muito, éramos bem... Íntimos.

 - E agora? – Comecei a passar o algodão de leve.

 - Ai!

 - Eu disse que ia arder, agora fica quieto! – Mandei.

 Ele mordeu os lábios esperando que eu terminasse.

 - Pronto! Nem doeu tanto assim, tá vendo?

 - Ah, não! Imagina!

 Ignorei pegando a faixa para colocar sobre o corte.

 - Você não respondeu.

 - O que? Sobre Vickie? Bom, temos que ver o que acontece.

 Assenti com a cabeça começando a enfaixar seu braço.

 - Você... Hnm, fica linda quando se controla. – Ele disse. – É bom saber que Isabella Swan sabe ser gentil.

 Ri, balançando a cabeça.

 - Está muito apertado? – Perguntei.

 - Não, está bom.

 Coloquei esparadrapo e dei um tapa em seu ombro.

 - Eu sempre me controlo!

 - Esperança é a ultima que morre, não é mesmo?

 - Idiota!

 Ele riu e me abraçou.

 - Obrigada, gata!

 Senti meu coração acelerar. Porra, desacelera!

 - De nada, Edward.

 - Ah! Vocês estão... abraçados? – Rose estranhou franzindo a testa.

 - Não, não. – Eu neguei me afastando de Edward.

 - É impressão sua. – Ele acrescentou.

 - Tudo bem...

 Okay, hnm, que droga tinha acabado de acontecer?