A aula de feitiços passou voando (para não dizer ao contrário), deve ser porque eu estou muito ansiosa para os testes de Quadribol (sim, decidi tentar) que vão ocorrer no fim da tarde de hoje, ou seja, agora. Meu queridíssimo irmão, líder e apanhador do time de Quadribol da Grifinória, Tyler, irá fazer os testes e escolher quem vai ser escalado para o time desse ano. Acho bom que ele escolha bem, pois o time do ano passado foi terrível e este ano estou a fim de ganhar da Sonserina (que ganhou três anos consecutivos).

Eu, George e Ruby iríamos tentar entrar para o time esse ano, tentamos convencer Crystal de fazer um teste para entrar para o time (pois sinceramente ela não joga mal), mas a Lady não quis, pois ela não pode suar nem desarrumar seu lindo cabelinho.

–Em que posição vocês vão querer jogar? – perguntou George começando uma conversa.

– Eu quero ser goleira, é a única posição que eu me saio bem – respondi.

–Vou fazer teste para artilheira de novo, é claro – complementou Ruby – E se aquele cara de troll não me escolher eu vou contar algumas coisas para a tia Clary.

–Nossa que ameaçadora! – George falou rindo – Como se sua tia não soubesse das coisas que o filho faz, Ruby, duvido que ela não saiba e a propósito, Bea, quem disse para você que você só é boa como goleira? Eu já te vi jogando querida. – complementou o garoto.

–Ah George você conhece essa criatura tão bem quanto eu e ainda não aprendeu que ela é super humilde – comentou Ruby.

Sim, sou muito humilde. Posso ser a melhor no que eu faço mais nunca vou admitir, pois não gosto que as pessoas acham que eu me achem a diva sabe-tudo.

Acabamos de chegar ao campo, onde algumas pessoas estavam reunidas no centro do campo fazendo uma tremenda bagunça. Acho bom eles lembraram que depois do nosso teste vai vir o da Corvinal, e como todo mundo sabe eles são super pontuais e vão acabar nos expulsando do campo assim que eles chegarem.

–SILÊNCIO! – gritou Tyler furiosos – SE ALGUM DE VOCÊS TROLHOS CARA DE MÉRTILA QUISEREM ENTRAR NESTE TIME VÃO TER QUE CALAR A BOCA, AGORA!

Silêncio total.

–Bom continuando, eu vou primeiro testar os goleiros e os artilheiros. – explicou ele, mas calmo. – Quem for fazer teste de artilheiro deve pegar uma goles, quem for fazer teste para goleiro deve ser posicionar na frente de um aro.

Só havia três pessoas tentando ser goleiro, contando comigo. Uma delas era um garoto do quarto ano que eu não sei o nome e o outro era o nosso antigo goleiro, Jason Gold, um garoto alto e até bonito. Havia umas sete pessoas tentando ser artilheiras.

–Sua vez, Woodley – disse Tyler

Estava nervosa para subir e tentar conseguir o que eu queria, eu não quero deixar nenhuma goles passar. O vento lá em cima estava agradável bem como o clima daquele lindo fim de tarde.

As bolas começaram a serem jogadas e eu comecei a agir, me senti igual uma louca tentando agarrar todas aquelas bolas de uma vez só, mas tenho que admitir que adoro essa sensação de adrenalina que eu sinto todo vez que estou jogando. Ao final do teste, classifiquei o muito bom, só deixei umas duas ou três goles passarem. Os resultados iriam sair em três dias. Ruby também gostou do seu teste.

George tinha saído acabado do teste, ele estava tentando ser artilheiro. Uma boa notícia foi que ele foi um dos poucos que conseguiu fazer ponto em mim.

–Estou faminto, vamos logo jantar – George disse mal-humorado, toda vez que ele está com fome ele fica assim.

–Okay, mas primeiro temos que encontrar a Crystal – eu falei.

–Quem liga para Crystal?! Eu quero comer meus bacons em paz e ela não vai me deixar – argumentou ele.

–Você liga para a Crystal, até demais George – instigou Ruby.

A garota acabou nos encontrando no caminho do Grande Salão, ela disse que o jantar seria servido mais tarde devido aos testes. O último teste seria o da Sonserina e iria acabar as 9:00 horas.

–Bom isso, o que eu faço agora? Aqueles nojentos elfos não vão me dar nem um pedaço de pizza se eu pedir, e eu preciso come já deixei isso bem claro – reclamou George.

–Vamos esperar no jardim, eu tenho sapos de chocolate, se você quiser eu posso te dar – sugeri a eles.

Eu gosto dos jardins de Hogwarts, eles são sempre calmos e bonitos, são ótimos lugares para conversar ou nesse caso esperar o tempo passar. Nós temos sempre um lugar marcado no jardim central, uma árvore grande e com as folhas bem verdinhas, não importa que época do ano nós estivéssemos.

–Estou morrendo de sono – comentei em meio de um bocejo.

–Ownt bebê que fofa, vem aqui com o George vem – disse George fazendo graça.

Sendo graça ou não, eu fui para o lado do George e deitei minha cabeça nele, eu já estava tão acostumada com a presença desse ser irritante na minha vida que isso pareceu tão normal e automático quanto um duende do banco de Gringotes sendo rude.

Uma vez no terceiro ano, George admitiu que tinha uma queda por mim, mas depois de alguns anos ele disse que só queria ser meu melhor amigo (por que só amigo é friendzone), e eu fiquei muito aliviada com isso porque eu tenho ele como um irmão para mim.

–Que horas são? – perguntou Crystal.

–São 8:30 – respondeu Ruby.

–Até que o tempo passou rápido – complementou George – Achei que iria demorar mais, vamos logo para o Grande Salão.

–Okay, mas antes eu vou lá no meu dormitório pegar seus sapos de chocolate, George – eu disse.

–Meus sapos! Você esqueceu eles e eu aqui morto de fome esqueci-me de cobrar! – disse um George acordando de um estado de pura infelicidade para felicidade total – A propósito, você quer que eu vá com você?

–Não precisa, eu posso ir só, não vou me perder – falei brincando.

George era muito protetor.

O caminho para a torre da Grifinória estava calmo, cruzei apenas com alguns lufanos que conversavam sobre os seus devidos testes de Quadribol. Quando cheguei ao meu dormitório eu encontrei somente Grace, que estava arrumando o local.

–Oi Bea! – cumprimentou-me – Você já jantou?

–Oi Grace, ainda não –respondi – Eu estou indo para lá agora, você quer ir?

–Não, vou esperar o Dylan – disse ela.

Dylan Stromberg era o namorado da Grace desde o quinto ano, as vezes nos até brincávamos dizendo que eles eram casados.

Peguei os sapos de chocolate e fui embora a caminho do Grande Salão. Estava andando quase no meio do caminho quando de repente dei de encontro com uma pessoa (que por sinal derrubou meu livro), depois fui olhar para ver em quem eu tinha esbarrado (essa pessoa era a primeira do ano letivo).

Era ele.

O novo garoto sonserino dos lindos olhos azuis que ficou me olhando na aula de poções. Ele pareceu tão surpreso quanto eu.

–Olá... desculpa... – ele disse com uma cara assustada e os olhos olhando os meu atentamente.

–Hãm... d-desculpa... quer dizer ah esquece. Tudo Bem. – falei, não era normal um encontro entre grifinórios e sonserinos, muito menos quando as duas partes estavam sendo educadas.

Ele me entregou o livro que havia caído e eu continuei andando, mas percebi que ele ficou parado esperando algo que nunca iria acontecer, muito provavelmente com o seu sorriso cafajeste convencido de sempre.

Senti que estava vermelha, não sei o por quê, quando entrei no salão e sente entre George e um garotinho do primeiro ano.

–Você está bem? Parece que você viu um trasgo – perguntou um George preocupado.

–Sim, estou. – respondi, e era uma mentira total.

Eu só queria saber quem ele era e por que eu tinha a sensação que eu lembrava dele de algum lugar.