Todos no castelo passaram a me ignorar, com medo de mim, ou sei lá o motivo. Na noite seguinte a tudo que tinha me acontecido eu estava no salão comunal da Grifinória, junto de Lily e os garotos, quando de repente, um elfo aparece no meio do salão. “Senhorita Belle, Trasgo ficou preocupado com a senhorita.” E quando eu o vi não pude deixar de sorrir, “O que você veio fazer aqui, meu Trasguinho?”, perguntei tentando parecer o mais forte possível.”Trasgo veio a mando do Senhor Mikaelson, o meu senhor está muito triste, ele escreveu essa carta e mandou que Trasgo viesse entregar para a senhorita.” Ele então me entregou um pergaminho, minha vontade era de tacá-lo na lareira. “Nem pense em jogá-lo na lareira, acho bom você ler essa carta inteira.” Me repreendeu Remo. “Ok, eu ia ler, isso nem passou pela minha cabeça.”, “Leia em voz alta, assim você se sentirá melhor.” Disse-me Lily com o seu belo sorriso. Então eu comecei.

“Minha pequena Belle,

Palavras não irão expressar o que estou sentindo, eu nunca irei me perdoar pelo o que fiz, ou pelo o que te falei, não sei o que estava pensando naquele momento, provavelmente eu nem estava pensando, mas aquelas coisas que você me disse, aquelas verdades, me deixaram sem reação, e infelizmente escolhi o jeito errado de agir.

Eu nunca deixei de me importar com você, eu sempre deixei bem claro que queria meus dois filhos na Sonserina, todos de nossa família foram, mas fui errado quando não aceitei o fato de você ter ido para Grifinória, a casa dos corajosos, e hoje pude ver que você é digna de tal casa.

Você me disse que me afastei de você, e que estou tentando substituir sua mãe, eu jamais tive essa intenção, porque sei que sua mãe é insubstituível, eu pensei que você iria gostar de uma figurar feminina em casa, ao seu lado, todas as mulheres que levei para nossa casa foi pensando em algo bom para você, e se me afastei de você lhe peço perdão, pois me afastei, porque sempre que olho para você vejo sua mãe, não apenas por você ser tão semelhante a ela, mas pelas suas atitudes, ela sempre foi maluca como você, sempre fazia o que lhe bem entendia, mesmo que não agradece o outro, e foi por isso que amei a sua mãe, por esse jeito. E quando eu lhe olho, eu sinto uma grande dor, aquele buraco que abriu em meio peito quando sua mãe morreu, arde cada vez que lhe vejo, cada vez que lhe dou um abraço, e para diminuir a dor acabei de afastando de você. Um dos meus maiores erros.

Hoje percebi a garota incrível que você é, e vi também uma mulher forte que você irá se tornar, uma guerreira assim como sua mãe. Uma mulher digna de carregar o brasão de Gryffindor. Tenho orgulho de você minha filha, e sempre terei, não importe qual caminho você siga.

Me perdoe,

Com amor papai.”

Quando terminei de ler estava chorando muito, Remo me abraçou, “Seu pai é incrível.” Sirius me disse sorrindo, “É sim, ele é, Trasgo, diga a meu pai que o amo, e que quero uma abraço muito forte daqui a dois dias quando as aulas acabarem.” O elfo sorriu e com um estalo desapareceu. A porta do salão se abriu, e Sophie entrou, ela já estava bem melhor do que o dia anterior. Eu levantei e fui em sua direção, “Sophie me perdoe pelo o que fiz, eu não estava pensando.” Ela simplesmente me olhou, com um olhar repleto de ódio, “Você vai se arrepender do que me fez Anabelle, pode escrever isso.” Virou as costas e subiu para o dormitório. “Só eu fiquei com medo agora?” Disse Pedro quebrando o silêncio, todos estavam me olhando, e eu só sabia pensar em formas dela se vingar de mim.