No dia que se segue Pedro leva Allegra e a irmã ao mesmo parque de diversões que ele e Karina quase deram o primeiro beijo.

–Pedro, foi aqui que você vomitou em cima da minha irmã né?- a menina sorri ao lembrar da historia que a irmã avia lhe contado.

–Foi sim Alle, eu vi tudo foi muito nojento- Allegra eTomtom se olham e fazem, ao mesmo tempo, cara de nojo.

–Nem me lembrem desse dia, eu acho que a maior vergonha que eu já passei na minha vida.

–A maior? Tem certeza?- Allegra pergunta com uma cara de sapeca.

–Ok, já paguei muito mico na minha vida, mas eu acho que o do vomito foi pior- Pedro fez cara de nojo também.

–E a vez que você saiu de cueca da casa do Gael?- as meninas gargalham alto fazendo as pessoas olharem.

–Tem esse dia também. Ai meu Deus, que risada gostosa que você tem branquinha- Pedro se dirige a Allegra e aperta as bochechas da menina.

–Ai Pedro para com isso, ta me fazendo passar vergonha- a menina cruza os braços e faz cara feia.

–Ta bom, não brinco mais com você- Pedro também faz cara feia pra menina que acha que ele realmente ficou chateado.

–Desculpa Pê, eu não queria te deixar triste- Allegra faz bico e Pedro não consegue se segurar e começa a rir.

–E brincadeira baixinha- Ele afirma ainda sorrindo- E ai mocinhas, em que brinquedo vamos primeiro?

–Roda gigante!- as duas gritaram juntas.

–Ta bom, partiu roda gigante- Pedro e as meninas saem correndo em direção ao brinquedo.

Na casa dos Duarte

Karina aproveitou que Pedro saiu com Allegra e foi ate a casa do pai conversar com ele e Dandara sobre a situação da irmã mais nova, mas quando chegou lá não gostou do que viu e nem do ouviu.

–Bianca, o que você ta fazendo aqui?- Karina chega na porta da casa do pai e vê Bianca sentada chorando- Por que você ta chorando assim?

–E você ainda pergunta Karina, você esta escutando eles se esgoelarem lá dentro?- os gritos eram tão altos que as pessoas que passavam na rua paravam debaixo da janela da casa do mestre para saber o que estava acontecendo.

– Você sabe como o papai e estourado. Ele viu a Dandara conversando com o René na porta da academia e eles se abraçaram mais nada, mas ele se descontrolou- Bianca tentava se aclamar enquanto Karina ia ficando cada vez mais nervosa.

–Nos temos que entrar lá Bi- Karina foi autoritária- O pai vai acabar fazendo uma besteira.

–Eu sei, mas eu não tenho coragem- Bianca estava assustada com a cena. Apesar de não serem mais crianças elas nunca presenciaram uma briga entre o pai e outra mulher.

–Enquanto eles estiverem gritando assim e porque eles estão vivos- um pouco antes de Karina e Bianca entrarem na casa do pai o silêncio reinou por um tempo. As irmã curiosas colaram as orelhas na porta para ver se escutavam algum barulho, mas o que escutaram não era exatamente o que queriam.

–E a Dandara?- Karina pergunta ao escutar um gemido vindo de dentro da casa.

– Acho que sim, mas o papai não fala nada- Karina responde.

–Ai meu Deus, Karina abre a posta- Bianca diz para irmã assim que escuta o pai voltar a gritar, mas desta vez de medo.

Quando Karina e Bianca abrem a porta veem Dandara caída no chão e Gael desesperado chamando por ela.

–Pai o que você fez?- Bianca pergunta desesperada.

–Eu não fiz nada. Eu e ela estávamos nos entendendo e ela disse que estava passando mal eu fui na cozinha pegar um copo de água e quando voltei ela estava caída-Gael tentava responder o mais claramente possível, mas o nervosismo na voz dele era perceptível.

– Pai- Karina olha para as pernas da madrasta e arregala os olhos- Ela ta sangrando.

–Gente chama a ambulância, pelo amor de Deus- Gael da um grito que assusta as filhas. Bianca disca o numero da emergência.

O desespero era geral. Ninguém conseguia ficar calmo naquela situação. Bianca falava com a atendente no outro lado da linha e Gael tentava desesperadamente acordar a esposa. A ambulância demorou cinco minutos para chegar, mas para os presentes aqueles foram os cinco minutos mais longos de suas vidas. Quando os paramédicos entraram na casa de Gael foram direto para ver como estava Dandara, checaram seu pulso e fizeram os primeiros procedimentos antes de levá-la para a ambulância. Assim que Gael e as filhas saíram de casa para ir atrás da ambulância, os olharem de raiva e desconfiança caíram sobre o mestre que tinha a má fama de ser muito cabeça quente. Bianca dirigiu o carro do pai ate o hospital e Karina ligou para Pedro para contar o que avia acontecido e o namorado contou a ela uma coisa que a deixou curiosa.

Ligação ON

Pedro, as meninas estão perto de você?

– Não, elas foram comprar algodão doce. Por que, aconteceu alguma coisa?

–Sim, a Dandara passou mal. Eu, o pai e a Bianca estamos indo para o hospital.

–Você vai achar que eu estou maluco, mas a Alle disse que estava acontecendo alguma coisa com a tia Dandara.

–Como assim?

– Nós estávamos na roda gigante e ela pôs a mão no peito e disse que estava tendo um pressentimento muito ruim com a tia Dandara.

–Mas ela disse o que era?

–Não, ela os disse que era uma coisa ruim, mas ia passar logo e virar alegria.

–Ok, depois você me explica isso, agora vem pro hospital que eu estou te esperando.

Ligação OFF

Depois de alguns minutos a ambulância chega ao hospital e Dandara e levada as presas para a sala de exames. Algum tempo depois Pedro chega e eles esperam pacientemente a algum medico vir dar noticias da professora de canto.

–É esse medico que não chega pra dar noticias- Gael estava andando de um lado para o outro.

–Calma pai, eles estão fazendo os exames nela por isso a demora- Bianca tenta acalmar o pai oferendo um copo d’agua.

–Como você quer que eu fique calma nessa altura do campeonato.

–Família de Dandara Duarte?- uma enfermeira chama pela família de Dandara e se surpreende ao ver todos se levantarem- o Doutor Cabrini esta esperando vocês na sala sete.

Todos foram ate a sala que a enfermeira avia indicado. Lá dentro estava o doutor Lucio Cabrini, um dos mais antigos médicos daquele hospital.

–Boas tardes, vocês devem ser a família da jovem – o doutor recebe um aceno positivo de todos os presentes- Antes de qualquer coisa, quero dizer que esta tudo bem com ela. O sangramento não foi nada de grave e já foi controlado e se ela ficar de repouso por algum tempo vai ficar tudo bem.

–Doutor, me diz pelo amor de Deus, o que a minha esposa tem?- Gael pergunta aflito e assustado.

...

Continua.