P.O.V Camila
Era terceira vez que eu me sentia tão perdida em minha vida, a primeira vez foi quando Will havia sofrido o acidente, a segunda quando ele tentou se matar e a terceira era agora e dessa vez a sensação era pior já que eu compartilhava da mesma dor do meu filho e eu não podia fazer nada para tentar mudar isso. Era incrível como em questão de horas ou até minutos a vida poderia mudar,se hoje pela manhã meu único plano certo era abastecer a dispensa de casa,agora era temer pela vida de minha nora e dos meus netos,quando cheguei em casa e deparei com Tabitha em pânico,dizendo que Louise havia passado mal havia ido para o hospital em uma ambulância enquanto Nathan e Will acompanharam no carro,não me dei nem ao tempo de pensar,vim logo para o hospital e encontrei-os desolados,até onde eles sabiam Louise estava passando por exames.
O tempo não se passava e aflição só aumentava,a aflição de se estar no escuro em uma situação dessas,de não saber o que fazer ou esperar em uma situação daquelas,todos nòs sabíamos que alguma coisa estava errada,o tempo antecipado,as dores...Enquanto um copo de café esfriava em minhas mãos,possibilidades terríveis se acumulavam em meus pensamentos, era notável a alta movimentação do hospital, e perceber isso só piorava a ansiedade por notícias, já estava me levantando para pegar outro copo de café, quando a medica de Louise, a Dra Grully veio falar conosco.
– Senhores a cumprimentou ela–Creio que estão aqui há algum tempo esperando noticias de Louise,o quadro dela é um pouco complicado,mas nada grave até agora,ela teve febre,mas já estabilizamos a temperatura, o que evitou uma possível hemorragia,mas o problema é que um dos bebês está em má posição e sendo assim teremos que fazer uma cesariana de emergência para que nem ela e nem os bebês tenham maiores complicações,vocês podem ir ver ela agora antes que seja levada para sala de cirurgia, me acompanhem por favor.
Seguimos a médica a passos rápidos,quando chegamos no quarto,encontramos uma Louise abatida,com o semblante cansado,mas ainda sim parecia orgulhosa e satisfeita, o soro já estava em seu braço,quando avistou Will ela sorriu de forma fraca,ele aproximou a cadeira de rodas perto de sua cama.
– Como você está se sentindo,querida?– indagou Will que não escondeu sua preocupação
–Eu...ela suspirou,evidenciando o cansaço–vou ficar bem,eu prometo...

–Não prometa nada,apenas volte logo para nós, OK?

Mais uma vez ela sorriu e estendeu a mão para a mão de Will e a apertou,os dois ficaram assim por um tempo,assim que ela avistou eu e Nathan nos comprimento,com uma "olá" fraco,me aproximei e em um gesto de impulso lhe beijei a testa,como uma mãe faria com sua filha.

– Você vai ficar bem,é mais forte do que parece,você me disse quando eu lhe entrevistei para ser cuidadora de Will–Nòs duas sorrimos com aquela lembrança
A olhei por um tempo pensando naquela moça excêntrica e insegura,que aparentemente não tinha nada á oferecer,mas que no final havia devolvido a vida do meu filho da melhor forma possivel. Passamos pouco tempo ali e logo fomos dispensados para que se desse inicio ao procedimento cirúrgico. Se antes o tempo demorou a passar,agora ele simplesmente se arrastava,o que deu tempo de irmos em casa para pegar o que fosse necessário, tomar um banho e avisar ao pai de Will o que estava acontecendo e a familia de Louise,logo voltamos ao e ainda não havia noticias e em seguida Stephen e os pais de Louise, todos alvoroçados querendo saber notícias.Depois de mais algum longo tempo uma enfermeira veio falar conosco.

–Os senhores são da família da Sra Traynor?

– Sim-Adiantou-se Will–sou o marido dela

–Oh sim,meu nome é Anne Wylles,e vim avisar que seus filhos se encontram bem e que logo poderão ver eles,e...

–E a minha esposa,como ela está?

–A Dra Grully,virá conversar com o senhora respeito dela

–Aconteceu alguma coisa com ela durante o parto?–Perguntou a Sra Clark preocupada

Podíamos notar a tensão que se formou no semblante da enfermeira ao ouvir aquela pergunta e a hesitação em responder.

–Hum...Sim,lamento,mas aconteceu algo durante o parto.

Aquilo foi o suficiente para nos fazer cair em desespero