Memórias - Perina escrita por Itsperina


Capítulo 1
Capítulo 1 - Pela janela


Notas iniciais do capítulo

Primeiro Capitulo amores, espero que gostem, comentem, critiquem, me dem sugestão no TT @itsperina, xoxo



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Pov's Karina:

Meu pai as vezes me estressa, quase todo momento do dia. Primeiro porque ele dá muito mais valor pra minha irmã que é a "princesinha" dele. PATRICINHA. Sim, ela é uma patricinha, além de querer sempre ter a razão e de ganhar tudo o que quer, é metida naquele teatro bobo da Ribalta. Segundo porque ele não quer que eu seja uma lutadora profissional, tipo lutar MMA essas coisas, tem medo que eu me machuque. Como se eu ainda fosse uma criança que ele tinha que dar a mão pra atravessar a rua. As vezes ele é tão diferente de mim, que nem parece ser meu pai, mas sei que quando ficamos brabos somos iguaizinhos. E terceiro porque hoje de manhã ele veio com um papinho muito estranho de "amo vocês" "vai dar tudo certo", sabe e saiu pra academia sem falar mais nada sobre isso. Que raiva, odeio ficar curiosa.

Levantei da mesa do café, nem olhei pra Bianca, eu a odeio profundamente ainda por ter escondido que estava com o Duca, mesmo sabendo que eu gostava dele, mas isso é uma outra longa história.

- Aonde vai k? - perguntou Bianca e depois tomando mais um gole de sua xícara de café.

- Pra você é Karina. E eu vou treinar, porque pelo menos eu faço algo decente em vez de ficar se agarrando com meu namorado pelos cantos.

- Cala boca garota, ta morrendo de ciúmes, queria você estar no meu lugar né. Egoísta. - Bianca gritou.

Sai rindo de casa, mas minha vontade era de quebrar a cara dela, se o papai não apoiasse tanto ela eu faria isso em um piscar de olhos.

Cheguei na academia e escutei um choro baixo, quando entrei vi que meu pai, estava sentado no chão com a cabeça entre as pernas e chorava descontroladamente. A única vez que vi ele chorar desse jeito, foi em uma noite quando eu pedi se a mamãe um dia ia voltar. Eu tinha 6 anos, não sabia o que aquelas palavras podiam causar em alguém. Minha mãe morreu quando eu nasci, eu sei, choro toda noite por isso, eu me sinto culpada sabe? Mas então, naquela noite, quando as lágrimas dele pararam de cair, ele me abraçou, me deu um beijo na testa e disse: “Ela nunca se foi minha filha”. Lembro dessas palavras sempre, sempre que parece que vou desmoronar, sinto minha mãe comigo, presente, como se nunca tivesse ido. E como se a culpa não fosse minha.

Então, fiz a mesma coisa, cheguei perto dele, que já começava limpar as lágrimas desesperado. Abracei ele forte, dei um beijo na sua testa e disse:

- Hei, olha pra mim, ela nunca se foi, sinta a presença dela, que tudo vai ficar bem.

- Ah minha filha – ele me abraçou forte – Eu te amo tanto.

- Eu também pai, mas porque você está chorando?

- Eu ia contar pra vocês, pela noite, mas já que está aqui vou adiantando. Ontem a noite recebi a ligação de um antigo amigo meu, ele me fez uma proposta.

- Que proposta pai? – pedi ansiosa

- Então... Ele, bom, hã, tinha uma academia super grande no Rio de Janeiro, eu sempre admirei aquela academia, era meu sonho trabalhar la, e ele me disse que, pensou bem e me convidou para trabalhar junto com ele.

- Que legal pai, disse animada. – Depois fiquei confusa- Mas porque você estava chorando então?

- Porque K, isso significa que vamos ter que morar no Rio de Janeiro e eu estava com medo de vocês duas ficarem chateadas com isso.

Minha aparência mudou totalmente. Agora quem chorava era eu, quem queria gritar era eu, quem queria morrer era eu. RIO DE JANEIRO. Não, não tem como, além do mais eu tenho minha escola, meus sonhos, meu Duca, quer dizer ele é da Bianca mas mesmo assim, não conseguiria ficar longe dele, ainda amo ele.

Meu pai que percebeu o que estava sentindo, começou a chorar novamente. Não. Eu não podia agir assim, deve estar sendo difícil pra ele. Sempre foi difícil pra ele. Cuidar de nós duas, dar amor para nos duas, agüentar nossas brigas, mas ele nunca desistiu, não desistiu de nós pela mamãe, as vezes escuto ele falando que sente a falta dela e pedindo ajuda pra ela como se fosse haver uma resposta. Ele faz sacrifícios por nós todo dia, eu quero fazer por ele também. Não vou desistir dele, e se é o sonho dele, que os meus se explodam.

Respirei fundo e disse:

- Tudo bem pai, quando vamos arrumar as malas? – sorri meio falso.

- Mas k, você estava chorando até agora. Como assim?

- Vai dar tudo certo pai, vai ficar tudo bem.

Falando assim sai da academia, para poder chorar sozinha.

Alguns dias se passaram, e já havíamos chegado na casa nova do Rio de Janeiro. Quem mais está mal ou irritada com tudo é a Bianca que não fala nem com o papai e nem comigo, pois teve que deixar o “duca” a “ribalta” os “amigos” e todas as coisas desnecessárias da vida perfeita da Bianca.

O apartamento era bem confortável, não tão grande porém aconchegante, e pelo menos agora eu teria um quarto só para mim, sem ter que aturar a chata da minha irmã conversando com o namoradinho dela até as duas da manhã. Única coisa que eu estranheei é que minha janela, fica muito perto da do vizinho. Espero que não seja um velho gordo, que troque de roupa de janela aberta.

Depois que arrumei minhas coisas, saí para dar uma volta. Nosso apartamento era algumas quadras da praia de Copacabana, então andei pelo calçadão respirando ar puro. Quando me cansei voltei pra casa e papai estava sentado no sofá.

- Pai eu estava pensando, já que larguei minha escola, meus amigos, e agora é vida nova. Você vai me deixar lutar de verdade né? – perguntei receando as respostas.

Mas as suas palavras caíram como água fria.

- Você é boba né? Igualzinha sua mãe, cheia de sonhos bestas que nunca vão se realizar, NUNCA, escutou garota. Você luta bem, mas não o necessário, achou que só porque mudamos de cidade eu mudei minha idéia a respeito disso. CRESCE E ESQUECE, VOCÊ NUNCA SERÁ LUTADORA DE VERDADE KA, VOCÊ É SÓ UMA GAROTINHA CHEIA DE SONHOS BOBOS.

- E VOCÊ É UM IDIOTA QUE NÃO LIGA PARA O QUE FALA, NEM QUE ISSO MATE POR DENTRO.

Depois disso sai correndo para o meu quarto, minhas mãos tremiam, e eu estava sem ar, as lágrimas desciam tão rápido que minha visão estava embaçada, socava o saco de pancadas com muita força, pendurei ele no meu quarto pra esses momentos, eu precisava bater e precisava chorar. Colocar pra fora a raiva que estava sentido.

- Dia difícil? – perguntou uma voz vinda da janela.

Quando olhei para o lado havia um garoto com os cabelos meio bagunçado, olhando pra mim, ele segurava um violão. Na ira respondi.

- Não to pra papo. – continuei a socar o saco.

- Nossa você é mesmo esquentadinha. – riu ele

- Do que você me chamou muleque? – perguntei batendo outra vez no saco.

- Relaxa loira, meu dia também não está fácil. Prazer Pedro e você é a...?

Suspirei e deixei a raiva sair, olhei para aquele garoto irritante parado na janela e com todas as forças que juntei respondi.

- Karina.


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