República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 63
O fim é apenas o princípio.


Notas iniciais do capítulo

Sobre o Capítulo: Espero do fundo do coração deixá-las mais satisfeitas que nunca amorinhas. Me perdoem se eu não conseguir, mas nunca imaginei ser tão difícil finalizar algo que começou apenas como passa-tempo e se tornou essencial nos meus dias... Dói, mas é uma dor boa (aquele papo do Nando de sentir prazer na dor! hahahaha).

Sobre a História: Dou à vocês todo e qualquer mérito pelas proporções alcançadas. Bem como por cada capítulo escrito. É inegável que sem as leitoras, ela nunca teria chego tão longe. Foi uma honra escrever para vocês cada letrinha (como diria o Zelão, hahaha).

Sobre Vocês: Gratidão e amor resumem. Sou grata a cada incentivo, palavra de amor, inspiração e emoção compartilhada a cada dia. Nunca vou conseguir expressar com palavras o quanto sou feliz e grata de verdade por ter tido a espetacular chance de conhecer cada uma. Aqui fiz amizades que tenho certeza que vou levar por toda a vida (Assim como a da Jú com a Gina )

Sobre Ginando: ... Não existem palavras que possam descrever. Apenas cito nosso amiguinho Massaro para resumir o que este casal e esta obra nos ensinou com maestria: " O amor é a resposta."

OBRIGADA HOJE E SEMPRE. s2



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– Gina, respira! – Juliana ria feito uma maluca. Estava radiante. – Você precisa ficar calma!

A ruiva a observava, ainda perdida com a novidade.

– Você tem certeza, Juliana? – Ela queria reafirmar o que o teste já confirmara.

– Claro que tenho! Tá aqui na minha mão o teste, olha! – Ela apontou o item com uma pequenina cruz rosada indicando positivo.

– Eu sei... – A ruiva saiu do banheiro do quarto, se lançando na cama. – Mas não é melhor eu fazer outro, não sei...?! E se tiver dado errado?
Juliana não conseguia parar de rir.

Gina tinha medo de se enganar pela felicidade que não conseguia deixar transparecer pelo susto. Sim, uma confusão de sentimentos.

– Amiga, para! Você mesma disse que está ‘atrasada’... – Juliana se sentou ao lado dela. – Além do mais, o teste deu positivo, e você não come desde ontem com esses enjoos. É obvio!

A ruiva outrora deita colocou-se sentada, com o olhar um tanto perdido.

– Ora essa minha amiga... Você deveria esta radiante. – Juliana segurou-lhe as mãos. – Está esperando um filho seu e do Nando... Imagine só!
A ruiva engoliu seco.

– Eu tô feliz Juliana... – Ela sorriu, ainda que tímida. Levou a mão ao ventre pela primeira vez crente de ter um filho seu guardado ali. – Mas... E o Nando?!

Juliana não entendeu o questionamento.

– Como assim, Gina?!

– Ah... Não sei Juliana... O que será que ele vai pensar disso tudo?! A gente não tinha planejado nem nada... E se ele ficar assustado?!

Juliana acariciou a face da amiga.

– Gina... Eu te garanto que ele vai ficar assustado sim. – A ruiva arregalou os olhos. – Assim como você, sua boba. Está assustada, mas radiante. Te garanto que ele vai se sentir igual! – Juliana se colocou de pé, animada. – Imagina só a carinha de felicidade dele, Gina... Um filho! – Ela se ajoelhou aos pés da cama e colou o rosto docemente no ventre da ruiva. – Um fruto do amor lindo de vocês...

Gina sorriu.

Juliana era um anjo em sua vida.

E como um, acabava mais uma vez iluminá-la, de fazendo-a perceber o quanto aquilo tudo seria mágico, incrível.

O quanto ela estava feliz em saber.

Acariciou os cabelos rosados apoiados em sua barriga.

– Obrigada, minha amiga... – Agradeceu. Nada mais justo.

Aquele momento de ternura nunca seria esquecido por nenhuma delas. Bem como a incomparável amizade.

[...]

Ferdinando estava tendo as últimas aulas da especialização naquela semana. Não estava em casa desde a manhã e isso havia ajudado a criatividade de Juliana e da ruiva. Ambas já haviam ido à uma loja especial ali no centro da cidade, para comprar um ornamento que em muito ajudaria no contar da importante notícia.

Chegaram em casa e foram direto ao quarto do casal.

– Tudo bem?! – Juliana questionou ao final da tarde de sábado. Estava conversando com a amiga sobre a novidade que haviam descoberto pela manhã e sobre como as coisas provavelmente seriam depois da bela mudança que causaria na vida deles.

– Tá sim... – Ela respirou fundo. - Já já ele chega da faculdade e eu conto... – Um sorriso tímido. Olhos iluminados.

– Boa sorte minha amiga... -

Um terno abraço.

Ouviram a porta bater. Zelão e Ferdinando haviam retornado.
Era a hora.

A respiração da ruiva começou a ficar mais intensa. Estava nervosa, ansiosa, animada, feliz, tudo.

– Calma! – Juliana sorriu encantada. – Eu vou lá pra sala com o Zelão. Qualquer coisa estou aqui... Sempre. - Ela pontuou se levantando.

– Urrum... – Gina nem conseguia formular uma reposta melhor. O nervosismo comprometia sua fala.

Juliana a beijou ternamente na testa e se retirou.

A ruiva colocou-se de pé, com um item em suas mãos e outro depositado em uma pequenina caixa, em cima da cama.

Passou carinhosamente a mão, que agora possuía um novo ornamento, sobre o próprio ventre e tentou acalmar-se.

– Pronto pra ser apresentado ao seu pai? – Ela se permitiu sussurrar baixo. Uma sensação maravilhosa. Sabia estar conversando com alguém dentro de si.

Tomava aos poucos a deliciosa consciência: tornava-se mãe.

O gesto a acalmou. Deu força, inspiração.

A porta do quarto se abriu. Aquele que era tão seu adentrou ao recinto com o belo sorriso de sempre.

– A Juliana disse que queria falar comigo menininha... – Ferdinando observou que ela continha em suas mãos o pequeno caderno antigo dela.

– Quero sim frangotinho... – Ela suspirou. – Virou o caderno na página selecionada para ele.

“Me formar como engenheira agrônoma.”

Era a frase escrita naquela página já um tanto amassada.

Ferdinando notou que ela estava utilizando o anel de formatura que ele a havia dado de presente.

– Por que você tá usando esse anel e me mostrando essa página, menininha?! – Ele questionou à frente dela, curioso.

– Porque eu resolvi que já posso usar... Afinal, vou ter que pular esse objetivo... – Ela pegou lentamente uma caneta sobre a cama e o riscou. Não marcou como feito, apenas fez um grande “X” com a página ainda virada para ele.

Ferdinando observou aquilo tudo completamente perdido.

– Mas porque você diz isso menininha?!

Ela sorriu. Iria contar.

– Porque desde que eu te conheci Nando, aprendi que às vezes as coisas não são bem como a gente planeja na vida... – Ela abaixou o rosto. Suspirou mais uma vez. – E aprendi também que na maioria das vezes, as melhores coisas não são planejadas... E foi isso que aconteceu...

Ela entregou o caderno nas mãos dele. Ele a observava ainda perdido, completamente intrigado com a fala.

Ferdinando segurou o item, observando a página que ela havia acabado de riscar.

A ruiva se virou lentamente, aproveitando a maneira como o marido olhava confuso para a referida página, e retirou da pequena caixa, o item que utilizaria para contar.

– Menininha, eu não tô entendendo... – Ele ainda olhava para baixo. Nem viu quando ela voltou a observá-lo, com a mão que continha o item escondida, atrás de si.

– Vira a página. – Ela comandou com a voz suave.

Ele a lançou um breve olhar risonho. “Misteriosa” pensava.

A página revelada havia a seguinte escrita.

“Constituir uma família.”

Ela se aproximou com a caneta em uma das mãos e marcou como ‘feito’ o item, no caderno ainda segurado por ele.

Ferdinando observou os olhos dela com os seus completamente surpresos.

– Gina... – A respiração dele, já falha, ficou ainda mais quando ela depositou um delicado par de sapatinhos brancos, encaixados em seus dedos, fingindo um doce caminhar sobre o caderno.

– Meu Deus, Gina! – Os olhos cerúleos dele deixaram escapar diversas lágrimas de felicidade, bem como os dela.

Ferdinando a tomou no abraço mais carinho que se pode imaginar. Estava nada menos que radiante. A girava feito um maluco em seus braços.

Lágrimas, sorrisos, beijos.

Agora tudo fazia sentido. Inclusive sua vida parecia, instantaneamente, fazer mais sentido.

Ele a depositou delicadamente no chão. Abaixou-se e levou as mãos trêmulas junto com o próprio ouvido ao ventre dela.

– Pai, menininha... – Ele olhou para cima como um sorriso e olhar que ela jamais esqueceria. – Levantou levemente a blusa que ela vestia. – Eu vou ser pai menininha, nós vamos tem um filho! – O engenheiro repetia a fim de fazer-se acreditar. Ele beijou carinhosamente a pele delicada dela. Aquele lugar que agora era um precioso templo.

– Eu te amo menininha... – Ele dizia ainda agarrado a dela.

– Eu te amo frangotinho...

Gina acariciava os cabelos e dreads dele encantada com o ato. Estava tão emocionada quanto ele.

Eles nunca se esqueceriam daquele momento tão feliz.

[...]

– Minha frô, você não acha que os dois estão a muito tempo lá em cima...? – Zelão questionava à amada, preocupado.

– Fique tranquilo meu amor, eu lhe garanto que eles devem estar conversando sobre algo muito importante. – A professora acalentada nos braços do rapaz, no sofá, pontuava.

– E você sabe sobre o que é, num sabe?! – Ele questionou risonho. – Eu vi vocês duas cheias de segredo hoje o dia todo...

Juliana sorriu.

– Eu sei... Mas acho que seu amigo vai querer poder te contar. Deixe de ser tão curioso e espere mais um pouco! – Ela brincou erguendo o olhar e beijando o queixo do amado.

– Então acho que nós vamos trocar novidades. – Zelão pontuou misterioso.

– Como assim?! – Juliana questionou o encarando.

O rapaz respirou fundo. Não aguentaria até o jantar marcado no mesmo dia para fazer.

– Porque se você me permitir Juliana, quero contar pra eles que vou ficar noivo... – Ele retirou uma pequena caixinha, que há dias andava com ele, do bolso. – Você aceita se casar comigo minha frô? – Ele abriu a caixa, revelando a delicada aliança aos marejados olhos azuis.

– Mas... Mas é claro que sim Zelão! – A professora nunca fora tão docemente surpreendida em sua vida. Jogou-se nos braços do amado com uma felicidade impossível de se expressar.

Ele retornava o abraço com igual intensidade. Zelão não era muito disto, mas não conseguiu segurar algumas lágrimas teimosas de felicidade.

[...]

Gina e Nando finalmente desciam as escadas rumo à sala da república. Tinham um comunicado importantíssimo a fazer.

Assim que desceram, observaram Juliana e Zelão completamente enamorados no sofá, com mãos entrelaçadas e sorrisos tão bobos quanto os seus.

– Doutorzinho! – Zelão se levantou, extremamente animado em contar a novidade.

– Zelão, meu amigo Zelão... – O sorriso que o engenheiro e a ruiva trocavam era nada mais que de cúmplices.

Eu tenho algo à contar para os dois!

– Ara, você acha que a Juliana já não sabia, Nando?! – A ruiva debochou da inocência dele.

– Ara, e sabia?! – O Engenheiro encarou a amiga.

– Mas é claro!! Parabéns meu amigo! – A moça de cabelos róseos e o engenheiro deram um terno abraço.

– Ué, mas eu posso saber que novidade é essa?! – Zelão estava completamente curioso.

– Claro que pode meu caro! Você e a Juliana vão ser padrinhos do nosso bebê... – Nando encarou a bela esposa. – A Gina está grávida!

– Minha nossa senhora! – Zelão não tardou em abraçar aquele que para ele era um irmão.

Parabenizou o casal com uma alegria notável. Juliana abraçou a amiga completamente emocionada pelo repentino convite de madrinha.

Os quatro amigos se entreolhavam emocionados, quando Zelão lembrou-se de que também tinha uma novidade e tanto...

– Ah, eu e o Zelão vamos nos casar!! – A amada professora cortara à sua frente, empolgadíssima.

Mais abraços.

Aquele dia, de fato, era o mais feliz vivido pelos moradores dali.

– É isso! Decidido! – Nando pontuou do nada.

– O que frangotinho?! – Gina não entendeu.

– Menininha, nós não decidimos a pouco que vamos voltar para Santa Fé...?

– Sim... – A ruiva concordou.

Eles sempre souberam de uma coisa: Queriam criar os filhos naquelas terras. Naquele lugar, tão amado.

– Pois então Juliana... Zelão... – O engenheiro se colocou por trás da ruiva, abraçou-a pela cintura, colocando o queixo sobre seu ombro e concluiu. – Esta casa será nosso presente de casamento à vocês dois!

O casal á frente deles, inclusive a ruiva, o observaram maravilhado.

– Mas como assim doutorzinho?! Uma casa?! – Zelão não conseguia crer.

– Isso é maluquice Nando! – Juliana pontuou com os olhos azuis esbugalhados.

Gina percebeu que o marido conseguia ser a cada segundo mais impressionantemente sábio.

– Ara, não é não! – Ela se colocou na conversa. – Se não fosse por vocês nós nem teríamos casado! É o mínimo que a gente pode ter de gratidão! – Ela sorriu olhando orgulhosa pela ideia do marido.

O casal à frente nunca conseguiria agradecer.

Finalmente, agora, os quatro amigos estavam ‘quites’.

[...]

A gravidez de Gina correra perfeitamente bem. Apesar da bela surpresa tripla, os pais de primeira viagem conseguiram levar tranquilamente o momento tão delicado e único. As famílias de ambos, em Santa Fé, ajudaram em tudo possível, e mimaram a ruiva nos nove meses de gestação de maneira até mesmo exagerada.

Ferdinando se impressionava com a maneira como a amada se mantinha completamente ‘normal’ até o tão especial dia. Ela era de fato, extremamente forte, como ele sempre soubera.

No referido dia, como era de se esperar, os pequeninos vieram ao mundo sob a supervisão dos olhos marejados do pai coruja, que em momento algum, soltou das mãos pequeninas da amada esposa.

[...]

Aquele era o terceiro natal dos trigêmeos. A correria pela casa era deliciosamente terrível.

– Mamãe! – O pequeno Pedro chamava pela mãe de longos cabelos ruivos. – A Tessália pegou meu carrinho! – A fala do rapazinho de pouco menos de quatro anos ainda soava com dificuldades no nome da irmã.

A pequena Tessália era, de fato, quase uma cópia perfeita da mãe. Não fosse pelos olhos azuis do pai, poderia ser confundida com Gina naquela idade. Além dos longos cachos rubros, ela possuía o mesmo gênio. Amava pegar os brinquedos dos irmãos e mexer com os pais no solo.

– Tês, devolva o carrinho do seu irmão, sim?! – O belo pai se colocou na conversa, percebendo que a esposa estava um tanto ocupada em terminar de colocar a mesa.

– Não devolvo papai... – “Teimosa igual a mãe.” O Engenheiro sorria em segredo. – Só se o Heitor me devolver meu giz!

Ferdinando se derretia com a carinha de birra da filha.

– Heitor?! – O engenheiro chamou o mais calmo dos filhos, que apenas desenhava em um canto da sala. – Devolva o giz de sua irmã, sim?!

Heitor, por sua vez, havia puxado o lado sereno do pai. Era carinhoso ao extremo e dificilmente arrumava briga com os irmãos. Seus cabelos eram castanhos e lisos como o do pai, e os olhos escuros feito o da mãe. Uma pele completamente alva.

–Mas papai, o Pedro pegou os meus! – O pequenino fez uma cara de manha que desarmava o pai.

– Pedro! – Nando chamou o mais arteiro dos filhos. Este possuía os cabelos castanhos do pai, com os cachos da mãe. Os olhos em uma coloração azulada, como a irmã. – Porque você pegou o giz de cera do Heitor?! – O engenheiro se ajoelhou para conversar com o pequeno.

– Porque eu pensei que eram da Tessália, e ela tinha pego meu carrinho! – Mais uma carinha desconcertante.

Era um círculo vicioso.

Uma coisa era fato, Nando bem que tentava ajudar a ruiva em colocar ordem nos três, mas era derretido demais para a tarefa. Os pequenos sempre o enrolavam com biquinhos, assim como a mãe deles.

O engenheiro se jogou sentado no chão. Se chateava em sempre ter que recorrer à ‘segunda instancia’.

– Menininha?! – Ele chamou tão manhoso quanto os pequenos.

Quando Gina chegou à sala, não conseguiu deixar de rir pela cara do marido, que admitia a falha.

– Eu não consigo... – Ele pontuou manhoso.

– Isso é porque você é um frangotinho! – Ela cochichou risonha.

– Os três aqui! – Usou a voz imponente que fazia as crianças nem pensarem em teimar.

Ferdinando ficava impressionado com a maestria dela em ser mãe. Absurdamente sábia.

– Mãe!

– Mamãe!

– Ara, mãe!

Cada qual já ia começar a argumentar quando a ruiva, como sempre fazia, pontuou o que era devido se fazer.

– Não, não, sem mamãe... Cada um devolva o que pegou do irmão e pronto! – Ela era doce, porém completamente clara. – Tessália, amanhã vamos à cidade das Antas e a mamãe promete comprar um carrinho pra você tudo bem?!

A pequena deu um sorriso radiante.

Não tanto quanto o do pai, que observada à cena, admirado.

– Tá bem mamãe... – Ela devolveu o brinquedo ao referido dono e os irmãos assim a seguiram no ato.

– Ótimo... Agora vão todos brincar na varanda que jajá as vovós e os vovôs chegam! - A ruiva pontuou.

– O padrinho e a madrinha também... – O pai soltou, observando os pequenos se retirarem, sem nem escutarem direito a fala.

Ele olhou para cima e viu a esposa que ria de sua face chateada.

– Ara, você não fica rindo de mim menininha... Eu não consigo brigar com eles, ara! Que tipo de pai eu sou... – Ele se levantou com a cabeça baixa.

A ruiva levantou o rosto dele docemente.

– O melhor pai desse mundo... – Ela o beijou na testa. – Toda família é assim, um dos pais é o divertido e o outro o que dá as broncas! Eu sou a das broncas, e você sabe o quanto eles gostam quando você se junta nas artes que eles aprontam...

O engenheiro sorriu.

Aquilo bem era verdade. Não raramente, dava tanto trabalho quanto os pequenos.

– Você tá certa... – Ele resolveu provocá-la. – Eu sou o legal!

– Ara! – A ruiva deu-lhe um leve tapa de brincadeira.

Ele a puxou carinhosamente pela ousada mão, roubando um beijo.
Um beijo suave, carinhos e um tanto saudoso.

A vida de pais tinha lá seu preço...

– Nossa... – Ela disse suave, ao cessar do ato. – Lembrei de quando você me roubava beijos na república...

Um sorriso saudoso tomou conta dos lábios de ambos.

– Saudades daquela época menininha? – Ele questionou afastando a mecha rubra que sempre caia nos olhos dela, não importava quanto tempo passasse.

– Sim e não... – Ela de fato não sabia o que responder. – Sinto falta porque gostava de lá, daqueles tempos. Nós não voltamos mais lá, geralmente a Jú e o Zelão vêm aqui...

– Mas...? – Ele questionou levando às mãos à cintura dela. Percebeu que ela queria completar o raciocínio.

– Mas eu sou muito feliz aqui frangotinho. Eu amo nossa casa, nossa família... Toda essa bagunça... – Ela sorriu, olhando para o chão lotado de brinquedos.

– Eu também... – Ele sorriu junto. – Eu amo você, Gina. – Pontuou.

– E eu você, Nando. – Outro beijo, ainda mais carinhoso que o primeiro, seguiu as ternas declarações.

[...]

– Pedro, não pula na madrinha, pode machucar seu amiguinho... – Nando tentava conter o filho, que assim como os irmãos, pulava no colo dos amados padrinhos que à tempos não viam. A situação de Juliana era um tanto quanto especial.

Ela e Zelão aguardavam a chegada do primeiro filho.

– Bom... Vamos aos presentes?! – o Padrinho fez questão de animar os pequenos após a ceia. Amava ver a carinha deles ao receber os mimos.

– Você já deu o seu presente pra Gina, Nando?! – Catarina questionou, enquanto ajudava Tessália a abrir um dos pacotes.

– Vou dar agora... – O engenheiro se aproximou da ruiva, sentada ao lado da amiga.

– Ara, presente?! – Gina se surpreendeu. Não sabia que algo esperava por ela.

Nando entregou a ela um pequenino envelope.

“Essas surpresas.” Ele nunca cansaria disso, nem ela.

Gina abriu o envelope e retirou seu presente.

– Passagens?! – Ela questionou alegre com os destinos. Haviam dois pares de passagens. Dois destinos diferentes planejados pelo marido. – Mas e as crianças Nando?! – Ela questionou seu retirar o sorriso do rosto.

– Eu ficarei aqui com eles minha amiga, fique tranquila, também preciso de umas férias com meus pequeninos! E vocês, durante a estadia em São Paulo, ficarão lá em casa. Afinal, ela já foi de vocês! – Juliana pontuou deixando claro que havia, como sempre, ajudado o engenheiro a planejar tudo.

– Nós partimos semana que vem, menininha! – Os olhos azuis dele brilhavam em animação. – E a primeira parada, será nossa antiga república.

Ela sorriu.
Ele correspondeu.

Os dois estavam de fato constituindo, juntos, uma vida plena, acalentada de amor.

E a cada dia, um pouquinho mais do tão merecido ‘Felizes para sempre’.


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Notas finais do capítulo

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