República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 46
Tempo de apenas um.


Notas iniciais do capítulo

Menininhas, meninotas! QUE SAUDADE DE POSTAR! hahahaha
Bem, é com muita felicidade que eu informo que aqui está o PRIMEIRO capítulo do nosso domingo. :)
Espero que gostem, nem vou enrolar aqui! rs
Um mega obrigada por toda a força e carinho de sempre! s2
Boa leitura!!



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Na realidade, os três dias seguintes tardaram a passar.

Durante eles, Gina e Nando foram maduros, levaram a serio o que haviam combinado.

Conversavam quando necessário, e até mesmo, além disso.
Estavam mantendo uma amizade.

A ruiva, assim como o engenheiro, sentia seu coração dar um leve aperto a cada vez que um diálogo entre eles era iniciado, isto porque as coisas estavam diferentes do que gostariam, não é possível negar, mas ao mesmo tempo o peito de ambos se aliviava nos mesmos momentos, ao ser possível notar através destes o quanto cada um deles e seus sentimentos haviam amadurecido. Amadurecido tanto a ponto da tal proposta de ‘tempo’ estar dando certo.

Ao menos por enquanto...

Já era noite do terceiro dia, os quatro jovens moradores estavam se preparando para jantar. Na realidade, três deles já estavam na cozinha. Apena a ruiva ainda não havia chego.

– Nando, você tem certeza que está tudo bem... Quero dizer, essa história de tempo...? – Juliana questionou o amigo, enquanto este a ajudava na tarefa de esticar a toalha de mesa, aproveitando a ausência de Gina.

A professora e Zelão haviam sido comunicados do novo momento no relacionamento dos amigos logo na manhã em que a conversa aconteceu.

E preferiram não se envolver muito.

Na realidade, a única coisa que se sentiam capazes de fazer era mostra-se interessados e dispostos a ajudá-los se fosse necessário.

Neste mesmo dia de manhã, Juliana já havia feito a mesma pergunta, que fazia agora à Ferdinando, para a ruiva, e escutado um sonoro, “está tudo muito bem” de sua boca rubra.

Agora, queria saber do amigo, sem que a influência da presença de Gina atrapalhasse a espontaneidade da resposta.

– Sabe Juliana... – Ele parou imediatamente de mexer a toalha. – Eu acho que sim, por incrível que pareça... – Ferdinando voltou a esticar o tecido, e assim que terminou, sentou-se ao lado da professorinha. – Eu estou aproveitando pra pensar no que quero pra nossa vida, e sei que a Gina está conseguindo fazer o mesmo... Tenho a esperança de que a qualquer momento ela vai perceber que o que eu disse pra ela não é loucura alguma.

– Você se refere aos estudos dela, Nando? – Juliana não tinha a intenção, mas foi um tanto quanto irônica na fala.

– Sim Juliana, afinal, foi esse o principal razão disso tudo... Não foi? – Ferdinando sugeriu um questionamento ao final da fala.

Seria uma maneira de saber duas coisas. Afinal, se Juliana em algum momento citasse o beijo de Maia, ele descobriria que Gina havia lhe contado e teria comprovado que esta era a verdadeira razão daquela proposta.

– Pois é Nando, pelo que e saiba é sim a única... – Gina preferiu não falar à ninguém sobre o beijo, seria um segredo compartilhado apenas pelo casal, e a dona da terceira boca, claro. Juliana se sentou ao lado do colega, e resolveu ser franca. – Mas eu não acho que você está utilizando seu ‘tempo’ de maneira correta meu amigo.

– Ara, e porque não Juliana?! – O engenheiro a observou contrariado.

– Porque você está sendo extremamente injusto, e apesar de dizer que está repensando algumas coisas, parece estar convencido de que quem tem que mudar de posição é a Gina... E eu já vou lhe garantindo uma coisa, ela não vai mudar de ideia. – Juliana batia as unhas azuis celeste na mesa ao citar as verdades. - E lhe digo mais, doutor... Eu dou meu apoio total a ela.

Ferdinando observou à amiga, ainda mais contrariado.

– Ora esse Juliana, e eu posso saber o porquê?! – Ele se levantou da cadeira.

Havia sido pego de surpresa. Tanto pela posição que Juliana, categoricamente, informava que a ruiva teria até o fim, quanto pelo apoio, que a demonstrava da mesma maneira.

Zelão, que escutava toda a conversa, enquanto remexia em algumas panelas, não pode deixar de se posicionar.

– Porque é o certo Nando. – O rapaz nem se quer se virou para falar. Disse como se fosse uma resposta claramente óbvia.

De fato, era.

– Como assim Zelão?! Até você?! – A maneira ríspida com que Ferdinando falou fez Zelão se virar.

Ele encarou fundo o olhar chateado e enfezado do amigo engenheiro.

– Até eu doutorzinho?! – Zelão jogou o pano de prato que estava em seu ombro na pia. – Nando, você sempre foi tão consciente das coisas que faz tão justo... Mas tá sendo injusto da pior maneira, e com que menos deveria. A menina Gina tem a vida dela, as vontades dela, assim como você as suas... – Zelão respirou, havia dito tudo rápido demais. - Nando... Eu te conheço e sei que você é tão turrão quanto ela quando coloca uma ideia na cabeça. Porque simplesmente não apoia sua menina, ao invés de ficar sendo egoísta desse jeito?!

Ferdinando ficou em choque.

Zelão era um homem de poucas palavras, era assim desde menino.
Mas de um caráter inabalável. Quando falava, era direto e as palavras vinham puras e concretas como lanças.

Desta vez, várias haviam atingido Ferdinando.

– Noite pra vocês... – Gina chegou ao recinto, enquanto Ferdinando encarava o amigo, assim como a moça de cabelos róseos, ela, por sua vez, estava admirada.

– Boa noite amiga... Você passou o dia estudando no quarto... – Juliana cumprimentou, tentando disfarçar o assunto.

– Noite Gina! – Zelão a seguiu, e voltou a virar-se para as panelas.
Ferdinando continuava estático... Estava se sentindo estranho com as palavras de Zelão. Tinha percebido a chegada da ruiva, mas os dizeres lhe haviam escapado da mente.

– Nando? – Ela chamou suave, tocando por trás o ombro do engenheiro.
Ele despertou do breve transe em que sua consciência o afogava. Virou-se lentamente.

– Boa noite Gina... – Ele a cumprimentou suave, olhando para baixo.

– Tá tudo bem?! – Ela abaixou o olhar, tentando encontrar o dele, sentiu que sua voz não estava das melhores.

– Tá sim, eu só... – O coração de Ferdinando gelou. Ele verificou naquele exato momento que a ruiva não estava com o colar que ele lhe dera.
Perdeu a sanidade por um instante. Ideias nada confortáveis invadiam sua mente.

– Ora essa Gina?! Nós combinamos uma coisa e você faz outra... Como assim?! – O tom dele era completamente atordoado.

Ninguém no recinto entendia a atitude do rapaz.

– Ferdinando você tá maluco?! Que história é essa?! E, além disso, que autoridade você tem de falar nesse tom comigo?! - Gina se enfezou. Estava preocupada com ele e ele sem nem se importar havia sido estúpido por uma razão que ela na compreendia. E mesmo que compreendesse, ele bem sabia que nunca deveria usar aquele tom autoritário com ela.

– Autoridade nenhuma Gina, nenhuma! Pelo jeito eu não tenho mais influência nenhuma na sua vida. Nunca tive, não é?! – Ele estava confundindo muito as coisas.

– Ferdinando você tá mais é besta?! Que crise infantil é essa?! – Gina questionava sem entender e já perdendo a pouca paciência que tinha. Ela estava sendo ríspida.

Juliana e Zelão acharam melhor se retirar. A coisa ficaria séria.
Ferdinando aguardou a retirada dos amigos e resolveu acusar logo.

– Infantil é você Gina, que diz que vai levar de forma madura essa nossa situação e já sai tirando depois de menos de três dias nosso compromisso da sua vida! Onde está seu colar?!

Gina sorriu cinicamente.

– Ferdinando você cala essa sua boca antes de me acusar de um jeito injusto assim! – Gina dizia isso apontando no rosto do engenheiro seu dedo repreensor.

– Ah, injusto, eu Gina?! – Ferdinando disse gesticulando em direção ao colo vazio da ruiva.

– Sim Ferdinando, injusto, porque eu simplesmente tirei o colar pra tomar banho e deixei ele molhar, por isso não coloquei de volta. Passei um produto e estou esperando secar... – Gina bufou impaciente. – Você não muda mesmo, Napoleão!

Ferdinando sentiu a garganta secar.

– Gina, eu achei que você... – Ele tentou iniciar.

– Ferdinando, quem agora tá ACHANDO demais aqui é você. Assim como me disse uma vez. – A voz dela não era nada além de séria. – Você anda sendo incrivelmente injusto... – Ela apoiou uma das mãos na mesa. A discussão a havia cansado.

Ferdinando sabia muito bem do que a ruiva falava.

Mas, por mais que tentasse se convencer a se encaixar simplesmente nos planos dela, seu orgulho, para ele razão, não o permitia desistir do que queria para segui-la.

A verdade era uma só, talvez os dois conseguissem de fato conciliar as coisas, as vidas e objetivos, mas o medo de uma suposta submissão batia de frente com algo que eles tinham de muito forte: o orgulho.

Tentando passar o máximo que conseguia por cima desse sentimento, Ferdinando iniciou uma fala que demonstrava o que realmente sentia.

– Gina... – Ele se aproximou com uma voz que beirava uma súplica. – Desculpa... – Ela pegou a mão que ela apoiava a mesa. – Mas, eu to com medo... - O olhar que antes a encarava se abaixou.

Gina não pôde deixar de sentir-se comovida.

– Medo do que Nando... Você não confia em mim?! – Ele consentiu com a cabeça. – Pois então... Isso só vai ficar assim até você se decidir.
Ferdinando voltou a encará-la.

– EU me decidir, Gina?! Como assim? – O tom dele voltava a ser um tanto ríspido.

– Eu já me decidi Nando... Da minha faculdade eu não abro mão. – Ela foi sucinta e firme. Suspirou ao vê-lo se soltar e virar de costas.

– Então é assim?! Você está me impondo sua decisão?! – Ele se virou de volta.

– Não Nando, te comunicando dela. E você tem todo tempo que precisar pra se decidir. – Ela comprimiu os lábios, permanecendo rígida. A própria fala a fazia lembrar que uma decisão não favorável a seus sentimentos era possível.

Eles se encararam por segundos infinitos.

– Tá certo Gina... – Ele suspirou tão forte quanto ela há pouco.

– Tá certo, Nando... – Ela se virou e começou a se retirar.

– Você não vai jantar? – Ele não entendeu a atitude da ruiva.

– Eu perdi a fome... – Ela parou ao respondê-lo.

– Não Gina, por favor... – Ele se aproximou, pegando-a pelo braço. – A coisa que eu menos quero agora é sua frieza de volta... - Ele a virou para si. – Você não imagina o quanto tudo isso tá sendo difícil pra mim menininha... – As mãos do engenheiro afastaram a mecha rubra teimosa que ele tanto havia aprendido a amar.

– Eu sei sim Nando... Eu sei bem... – A voz dela estava completamente comprometida pelas sensações que o toque e o apelido proporcionavam em seu corpo saudoso.

– Eu não sei se eu consigo mais Gina... – Ele se aproximou perigosamente, encarando-lhe os lábios.

– O tempo que a gente vai ficar assim, só depende de você Nando. – Ela também conseguia observar apenas os lábios rosados que tanto queria.

Ferdinando nem havia escutado muito bem a ultima fala da ruiva.

Precisava senti-la, nem que fosse castamente.

Ele a puxou.
Ela se afastou.

– Não Nando. Isso tudo tem um motivo. – Ela respirou fundo. – Até você se decidir, a gente fica assim, como estamos...

Ferdinando fechou os olhos, aceitando.

Sabia bem que Gina já estava decidida quanto a isso, e outra discussão era o que menos desejava no momento.

– Agora eu vou chamar a Juliana e o Zelão... E nós quatro vamos jantar juntos, como os bons amigos que somos antes de qualquer coisa. – Gina se virou, e voltou a se retirar.

Por mais incrível que possa parecer, o termo ‘amigos’ e o último ato gentil da ruiva fizeram o coração do engenheiro se aliviar.

Ele a observou se retirar, calmamente.

Bem queria ele, que sua mente estivesse em um estado de serenidade ao menos parecido.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado amorinhas, eu não sei o horário, mas o 47 sai hoje!
Com direito à estréia! hahahaha :p
Meeega beijo, s2



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