República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 40
Férias - A resposta


Notas iniciais do capítulo

Menininhas lindas dessa minha vida...
Aqui está o número 40! O/ aaaê ! Vou fazer bolo! :p
Obrigada a cada uma pelo amor, carinho e força de sempre!
Estamos em uma fase de transição, mas logo as coisas voltam a esquentar (em todos os sentidos), prometo! rs (:
Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/537892/chapter/40

O silêncio era total.

A única coisa que se ouvia era o cantar dos pássaros lá fora.

Uma curiosidade torturante invadia os corações dos quatro jovens ali, pois apenas um “sim” da parte de Sr. Pedro, já lhes aliviaria por completo. Tudo se tornaria mais fácil.

– Pedro...?! – Dona Tê questionou, verificando a falta de reação e reposta do marido.

Pedro Falcão piscou algumas vezes, acordando do breve transe no qual havia se deixado cair. Na verdade, estava preso em memórias que a muito não revisitava.

Ele havia realmente se ofendido e chateado demais com a atitude petulante do Coronel em relação às terras. Mas de tudo aquilo, o que mais o magoava, era o pouco valor que Epa parecia ter dado, na ocasião, a amizade tão antiga dos dois.

Mas agora, depois de tanto tempo, ele aparentemente havia reavaliado seus princípios e voltado a valorizá-la, passando até mesmo em cima do grande orgulho.

– Pai... O senhor vai aceitar o convite?! – Gina perguntou suavemente, entendendo o quanto aquilo tudo poderia ser difícil para seu pai.

– Eu... – Pedro deu um longo suspiro. – Eu aceito sim rapaz, pode dizer ao seu pai que eu e minha família ficamos muito agradecidos por essa atitude dele. E que nós vamos sim, nesse tal jantar. – Pedro tentou ao máximo esconder a lágrima de emoção, e felicidade, que lhe escorria.

Ferdinando estava radiante, assim como todos no recinto.
Sorrisos eram trocados.

– Ora essa, eu fico muito feliz com isso! Eu posso lhe dar um abraço, Sr. Pedro?! – Ferdinando não via a hora de ter tal liberdade com aquele que tanto queria se dar bem.

– Diacho, vem logo seu moleque! - Pedro se lembrava bem de, não raras vezes, ter entrado em brincadeiras com a filha e o pequeno menino de olhos azuis, antigamente.

Era um bom rapaz, ele sabia muito bem disso. Ainda mais agora, que sua filha e as atitudes dele mesmo o confirmavam isso.

Gina não conseguia conter o brilho nos olhos ao ver a cena a sua frente.

Eram simplesmente os dois homens que mais amava em sua vida naquele feliz abraço.

Um sentimento de alívio tomou conta de seu coração. Alívio e expectativa, para que logo chegasse o dia do tal jantar. Pois ela já imaginava que o amado faria aquilo, que logo confirmaria.

[...]

Ferdinando e Zelão já haviam se despedido dos donos da casa, após uma amistosa conversa, acompanhada por um café delicioso, oferecido por Dona Tê.

Estavam agora já praticamente fora, apenas despedindo-se das amadas na varanda.

– Ara que você pode voltar menininha, que eu prefiro ficar seu o seu tchau a deixar você ficar aqui fora com esse pijama! – Ferdinando ás vezes era ciumento de mais. E essa fala incomodaria Gina, se ela não estivesse tão feliz.

– Você para com essa ciumeira, Nando, aqui todo mundo me conhece desde pequena... Não me venha com as ideias do pai! – Ela riu em comparar. – E por falar nisso frangotinho... – Ela tornou a voz um cochicho. – Quando é que você vai contar tudo pra ele e me pedir em casamento?... Lá no jantar?

Ferdinando abriu um sorriso orgulhoso. As mentes deles dois eram tão conjuntas quanto os corações.

– Sim menininha, - Ele tirou a mecha teimosa que sempre cobria o rosto dela. Na verdade era apenas uma desculpa. Ele não conseguia ficar tão próximo sem ao menos toca-la por muito tempo. – No domingo, a gente resolve de uma vez tudo isso.

Gina se afastou lentamente, apesar de ter gostado muito do suave toque dele.

– Mas então, até lá, você se assossegue rapaz. –Ela lhe lançou um sorriso encantador.

Ferdinando sorriu de volta, e deu-lhe uma leve piscadela.

– Vamos doutorzinho?! Que eu tenho umas coisas pra fazer na fazenda e como na semana que vem agente já vai embora... – Zelão chamava o amigo, enquanto trocava um apaixonado olhar com a dona de seu coração.

– Tá certo Zelão, vamos sim! – Ferdinando concordou, sabendo que o amigo já havia feito muito por ele.

– Mas eu quero saber o que você fez pro seu pai mudar assim, Nando... Você contou pra ele sobre... – Gina questionou curiosa, gesticulando um ‘a gente’ com os dedos.

Ferdinando gelou com a pergunta. Sabia que Gina não gostava nem um pouco de mentiras. E gostaria muito menos se descobrisse que o pai dele só havia topado tudo aquilo, ao menos de início, por interesse.

Ele pensou por um instante.

– Não menininha, na verdade eu pretendo contar sobre... – Ele gesticulou igual – Para as duas famílias, de uma só vez. No jantar... E no mesmo dia, eu lhe conto o porque do meu pai ter mudado de ideia minha querida, porque agora o Zelão precisa mesmo ir... – Ele fez um biquinho manhoso, tentando convencê-la de deixar o assunto para outro dia. Até lá, ele conseguiria pensar em alguma desculpa.

– Ara, tá certo! – Gina fez um bico ainda pior.

– E no mesmo dia também, eu lhe mordo esse biquinho! – Ferdinando riu ao lançar a provocação, se retirando do local.

E assim, dois amigos se foram, deixando as moças de cabelos róseos e rubros lá, suspirando por eles.

[...]

– Juliana do céu! – Gina dizia rindo feito uma boba, olhando para o celular. – Agora que voltou o sinal eu estou recebendo as quase duzentas mensagens do Ferdinando... – Ela não conseguia acreditar na melancolia com a qual ele expressava sua saudade. Achava fofo, é verdade, mas muito engraçado também.

– Ah minha amiga, não fale assim... Eu também devo ter mandado tudo isso pro Zelão! – Juliana fazia uma carinha de ‘a carapuça serviu’ se jogando na cama improvisada que elas haviam feito no trigal.

– Ara que vocês dois combinam de mais, sabia?! – Gina riu com a brincadeira. – Parece até que você é o Nando mulher!

– Mas é justamente por isso que nunca deu certo! – Juliana também riu, sem perceber muito bem o que havia dito.

Gina a observou sem entender.

“Nunca deu certo?! Já houve alguma tentativa?!” A ruiva não queria admitir, mas um ciúme nada confortável havia lhe tomado os pensamentos.

– Como assim, Juliana?! – A ruiva questionou sem tentar transparecer suas ideias, mas a voz dela já estava um pouco mais seca.

Juliana percebeu que havia dito bobagem. Precisava concertar.

– Não Gina!... É que... Bom... – Ela engoliu seco.

– Bom...?! – Gina não estava nada contente com o jeito como a amiga engasgava ao tentar explicar.

Juliana respirou fundo. Afinal, de fato, nada havia acontecido.

– Ah Gina, há muitos anos, quando eu conheci o Nando, ele pediu pra ficar comigo... Mas nós NUNCA ficamos, fique tranquila! Foi encantamento de momento. Da parte dele! – Quanto mais explicava, mais Juliana se sentia ser traída pela própria língua.

Gina piscou algumas vezes. Só de imaginar a cena seu coração apertava.

– Mas porque você nunca me disse isso, Juliana?! – A ruiva não gostava de se sentir ‘enganada’.

– Ora Gina, e tinha alguma necessidade?! – Juliana queria logo encerrar o assunto, nada além de desnecessário. – E além do mais, como eu lhe disse, nunca houve nada. E você bem sabe que agora, o Nando é, assim como você, um irmão pra mim! E chega desse assunto besta?! - Fez questão de pontuar.

Gina sentiu-se melhor. A palavra irmão a fazia crer ainda mais na amiga.

– Hum, entendi... Juliana, de vocês eu não duvido... Mas posso te dizer uma coisa?! – Gina se colocou sentada, fazendo a amiga acompanhá-la no ato.

– Claro que pode minha amiga... O que foi?! – Juliana viu o semblante de Gina mudar.

– Ara Juliana que eu não consigo engolir aquela uma amiga dele! – Gina soltou transparecendo raiva na voz.

Juliana soltou uma gargalhada sincera.

– Ora essa Gina! Você, com ciúme?! – Juliana não conseguia parar de rir. Achava fofa a reação de Gina ao falar da moça.

– Mas você para de me zoar sua porqueira! – Gina sorriu também, dando um leve tapa na amiga.

– Desculpa amiga, mas você com ciúme é novidade... Demonstrando assim...

– Ah, mas é só pra você Juliana... Mas me fala uma coisa. – Gina encarou a amiga ao questionar. – A Maia é amiga do Nando a mais tempo que você?!

Juliana bem sabia que um inquérito iria começar.

– É Gina... Na verdade o Nando nunca mais me pediu nada e parou com aquela paixonite tonta por que conheceu ela. Aí nós nos tornamos amigos, e ele me contava dela e tudo mais. – Juliana seria sincera.

– E contava o que?! – Gina não fazia cerimônia em continuar.

– Ah Gina, que ela era uma boa amiga, contava que os dois tinham uma amizade colorida... Essas coisas, assim como você me conta, ué.

Gina respirou lentamente. Na verdade não sabia bem se queria ter entrado no assunto.

Juliana percebeu que a amiga não sabia lhe dar muito bem com o sentimento que estava tendo.

– Mas Gina... – Juliana segurou a mão da ruiva. – Eu lhe garanto que os olhos dele não brilhavam nem um milésimo do que brilham, quando ele vem me falar de você. E ele nunca havia pronunciado a palavra amor ao conversar comigo sobre isso... Até te conhecer.

Gina lentamente abriu um sorriso.

– Verdade, Juliana? – Ela queria confirmar a doce informação.

– Eu juro que sim. – Juliana a beijou na testa. Gostava disso, fazer a amiga feliz. – E você trate de mudar de assunto... Ah, já sei! Vamos falar do jantar de domingo! – Juliana começou a se ‘espuletar’, ainda sentada.

Gina gostou da ideia.

E assim a tarde das duas passou, bem como os dias seguintes. Até a tão esperada data.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, é isso amorinhas, espero que tenham gostado!
É com o coração apertadinho que eu lhes digo que amanhã não teremos capítulo... :(
Mas prometo compensá-las na quinta com um imenso! rs
Mega beeeijo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "República" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.