República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 26
Surpresas.


Notas iniciais do capítulo

Menininhas lindas do meu mundo. Aqui está! rs
Espero que gostem! Obrigada por todo o carinho de sempre!
Boa leitura!! s2



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– Não Gina! Você fique aqui e quieta, por favor! – Juliana dizia nervosa, se posicionando em frente à porta do quarto de Gina.

– Juliana!! – Ela gritava ainda atordoada com a “ficha” que havia lhe caído. – Aquele um e agarrou e tá pensando que é assim?! Você sai agora da minha frente que eu vou ensinar uma coisa pra ele! Vou meter a piaba! E se minha espingarda tivesse aqui... Ara Juliana, eu era bem capaz de passar fogo nele! – Ela estava exaltada, exaltada demais.

– Gina, eu não vou deixar você resolver nada de cabeça quente! Se você está me dizendo que o tal beijo foi forçado, eu acredito. Mas não vou deixar você agir de cabeça quente e fazer sabe-se lá o que com o infeliz do Cadu!

Juliana sabia bem a amiga que tinha. Temia que a ruiva partisse para a agressão com o rapaz. “Ele bem que merecia” ela pensava. Mas as coisas não são assim. Ela sabia, e precisava fazer Gina aprender isso.

– Juliana... – Gina tentou insistir mais uma vez, mas estava tão perdida em seus sentimentos e sensações que desistiu de discutir. Deixando-se sentar na cama.

Juliana respirou aliviada. E se sentou, ao lado da amiga.

– Gina, eu entendo você, e até concordo que aquele um mereça uma boa lição! – Ela tomou o queixo, lavado por lágrimas, da amiga nas mãos. – Mas nem tudo nessa vida, se resolve na base da pancada. Aliás, nada se resolve com a violência. – Ela pontuou como a boa educadora que era.

– Ara Juliana, mas ele me beijou a força, eu senti nojo! – Gina limpou ferozmente os lábios com as mãos. – E ainda por cima... – Seu tom começava a passar de agressivo para triste. – O Ferdinando... Ara... – Ela fechou os olhos, deixando mais lágrimas escorrerem pela dor da lembrança.

– Ele viu, não foi Gina?! – Juliana apenas gostaria de confirmar o que já imaginava. – Foi ele que bateu a porta, não é Gina?!- Seu olhar era penalizado, imaginando a triste situação de ambos os amigos.

– Ele viu Juliana! – Gina se jogou para trás. – Ele viu e deve tá achando que eu que quis! – Ela levou a mão direita fechada em punho até os lábios. Sofria em pensar no sofrimento dele.

– Pior Gina... – Juliana argumentou.

– Pior?! – Gina se sentou novamente, não gostou da colocação da amiga. – Como assim Juliana?!

Juliana suspirou com a própria constatação que lhe vinha à mente. Colocou-se de pé, de frente com Gina. Andou duas vezes por um espaço pequeno, de um lado para o outro, buscando um jeito simples de dizer.

– Ara fala Juliana! – Gina precisava entender... “como assim pior?!”.
Juliana olhou para Gina, e com as mãos na cintura, encarando-a.

– Gina, eu tenho certeza que à uma hora dessas o Ferdinando deve estar pensando que você tá apaixonada pelo Cadu!

Gina se sentiu enojada de sequer imaginar a possibilidade de gostar daquele um. Sentiu-se ainda pior com a de Ferdinando imaginar isso... Mas sabia que era totalmente possível, ainda mais depois da cena que ele havia presenciado.

– Mas Juliana... – Ela olhava de um lado para o outro do quarto. – Eu não to coisa nenhuma! Você tá besta?!

– Eu não sou besta coisa nenhuma Gina! – Juliana se defendeu – E o Ferdinando também não é se estiver pensando assim. Ora, pense bem! – Ela voltou a se sentar. – Você estava com ele, e tudo estava indo às mil maravilhas, seu sentimento crescendo e tudo mais. Aí de repente o Cadu chega aqui e pronto! Você deixa e de gostar dele do nada, termina, e ainda beija o seu “amigo”.

– Juliana, ele me pegou a força! – Gina se defendeu elevando o tom.

– Eu seu sua cabeçudinha! – Juliana riu com a falta de interpretação da amiga. Mas logo ficou séria de novo. – Mas o Ferdinando não sabe. E eu tenho certeza de que é isso que ele pensa agora.

Gina olhou para o nada. As palavras da amiga faziam sentido pleno.
– Mas Juliana, não foi por causa do Cadu que eu quis parar de ficar com o Nando... – Gina precisava contar para a amiga, talvez Juliana a entendesse.

– Eu sei, você disse que simplesmente não gostava dele. – Juliana dizia com um tom de ironia.

– Mas não foi por isso também. – Ela suspirou. Juliana a encarou esperando ouvir a verdade que ela sempre suspeitou ser outra. – Eu terminei porque não queria magoar o Ferdinando. – Gina abaixou a cabeça. Não era fácil para ela falar de seus sentimentos ainda, mesmo com Juliana.

– Ora essa Gina, e magoar por que?!- Juliana questionou suave.

– Naquele dia, que a gente terminou, ele tinha vindo aqui no quarto com aquela rosa e aquela caixa de bombons. – Gina olhou para os itens, que mesmo após dias, continuavam intactos em cima da mesa do quarto. Juliana acompanhou o olhar. – Ele veio me confessar amor Juliana. AMOR.

Os olhos de Juliana brilharam com a breve estória.

– Gina, - ela sorriu e pegou as mãos da amiga. – Mas isso foi lindo... Porque você terminou?!

Gina respirou e soltou-se das mãos dela.

–Porque eu senti medo Juliana. – Ela coçou desajeitadamente a cabeça. – Eu lembrei daquilo que você me disse.

– Eu?! – Juliana se sentiu previamente culpada. – Como assim, Gina?!
– Ara, aquela conversa de que se um tiver amando enquanto dois ficam, pode acontecer de magoar... – Ela virou a cabeça, olhando para a janela.

– Eu não queria magoar o Nando... e eu terminei porque eu ainda não sabia que... – Ela cessou a fala.

– Não sabia o que Gina?! – Juliana já sentia uma encubada felicidade pela suspeita que lhe vinha à mente. – Olhe pra mim minha amiga... O que você sabe agora?!

Gina voltou a olhar para Juliana com os olhos marejados. Seu olhar estimulava pena. Era suplicante, confuso.

– Eu acho que eu amo ele, Juliana. – Gina abaixou a cabeça, envergonhada em confessar.

– aaaaaah eu sabia Gina! – Juliana sorriu e abraçou Gina, com uma animação absurda.

Gina, ainda que chorando levemente, não pode deixar de rir com a atitude “exagerada” da amiga que lhe abraçava comemorando.

– É Juliana... –Gina se afastou. Fez um olhar triste. – Pena que eu acho que descobri tarde, num é?!

Juliana não falou nada. Sabia que realmente, seria difícil depois do ocorrido, Ferdinando querer ao menos conversar com Gina. Mas persistência sempre foi uma de suas maiores qualidades.

– É minha amiga, você podia ter demorado menos. – Ela disse em tom de brincadeira. – Mas eu acho que ainda dá tempo de você correr atrás do prejuízo...

Gina a olhou com um misto de surpresa e expectativa.

– Como assim, Juliana?!

[...]

– Nando, é sério, eu acho melhor você parar de beber, e voltar pra casa... – Maia tentava convencer o amigo que agora, além de atordoado, estava claramente “alto”.

– Não Maia, eu vou te contar de novo... – Maia não conseguia deixar de rir com a cena dele falando mole, lhe apontando o dedo como se tivesse alguma razão em sua fala. – Ela vai estar lá... Beijando aquele um. E eu vou fazer o que?!

– Nando eu já entendi o que aconteceu, mas deve ter sido algum mal entendido. Você mesmo me disse que eles pararam e ela te olhou assustada quando que te viu. – Ela sabia que era inútil argumentar com um bêbado, mas era uma boa amiga.

Afinal, beber para estancar dores de amor, é uma coisa normal.

– Não. Não, ela estava gostando. Eu sei. Foi por isso, que ela terminou comigo. Eu sei! – Maia não coseguia deixar de rir com a cena a sua frente. Ele nem sabia direito sobre o que estava falando, mas permanecia irredutível. – Mas eu sei o que vou fazer!

– Ah é?! Pois então me diga doutor, o que pretende fazer?! – Ela dizia entre risos, curiosa.

– Eu vou pedir outra dose! – Ele levantou um dos braços. – Garçom! Mais um, por favor!

Maia levou a mão ao rosto. Ela sabia que precisava levá-lo embora, já era madrugada.

– Tá certo Nando, eu não vou dar uma de chata. Você beba logo sua saideira... Mas depois dessa, nós vamos embora, entendeu?!

Ele balançou descompassadamente a cabeça, confirmando.

Maia pegou o celular do amigo, que estava em cima da mesa, para ver as horas, e sentiu seu coração apertar com a foto que tinha em seu papel de parede. Uma bela ruiva (que ela bem conhecia) em uma praia, ambas banhadas pelo luar.

"Você realmente está amando, meu amigo" Ela pensava penalizada, observando o olhar triste e perdido de Nando.

[...]

Após uma longa conversa com Gina, Juliana se preparava para dormir, quando ouviu alguém bater em sua porta.

Quando abriu, pensando ser Gina , deu de cara com Zelão.

– Juliana, você me desculpe à hora, mas eu ouvi você entrar a pouco e tava tomando coragem. – Ele disse incerto.

– Ora essa Zelão, não tem problemas, pode entrar. Coragem pra...?! –Ela abriu mais a porta.

– Não, eu não acho muito certo entrar no quarto de uma moça a essas horas. – Ele era do tipo conservador. Até demais, Juliana admitia.

– Tá certo. – Ela sorriu. – Pois então diga...

– Juliana, depois de tudo que tem acontecido aqui... – Ele respirou. – Eu tenho pensado bem, e acho que tenho que tentar fazer o que eu quero, antes que fique tarde.

Ela começava a entender, e gostar.

– E o que é que você quer, Zelão?! – Ela era docemente sedutora ao perguntar.

– Eu quero namorar com você, Juliana. – Ele enrubesceu.

Juliana ficou sem ar. Aguardava um pedido de beijo, de ficar... Mas NAMORAR?!

– Namorar, Zelão?! – Ela perguntava com os olhos esbugalhados. Um medo lhe atravessava a mente.

Zelão não gostava da reação. Começava a se arrepender... Ele abaixou a cabeça, e suspirou sofrido.

– Juliana, me desculpa, eu não sei o que me deu...

– Não, não Zelão... É que, eu não sei... – Ela o olhava perdida. Queria aquilo tanto quanto ele, e era isso que lhe assustava.

–Eu fiz tudo rápido demais. Eu sei! Desculpa mesmo... – Ele se virou.
Juliana o segurou pela mão. Tomou coragem, e aceitou corresponder suas vontades.

Zelão voltou-se para ela.

– Não Zelão, eu acho até que demoramos demais. – Ela o puxou para si.

Um beijo plenamente envolvente e apaixonado aconteceu. Ambos se sentiam realizados. Completos. Apaixonados.

[...]

Juliana e Zelão já deviam estar sonhando um com o outro em seus quartos bem como Gina com certo engenheiro, dada à hora que era.
Estava começando a amanhecer.

Maia entrou na república com Ferdinando apoiado em seu ombro. Ele praticamente dormia de pé.

– Nando, não faça barulho! – Ela disse tentando deposita-lo na cama, já em seu quarto.

– Maia, eu preciso falar com ela! – Ele dizia levantando inconscientemente da cama, fazendo Maia o forçar a voltar.

– Você precisa é dormir rapaz! Pode sossegar aí! – Ela disse sorrindo levemente. – Ferdinando eu preciso de uma camiseta sua, você me molhou toda derrubando aquele copo!

Maia e Ferdinando eram amigos há muito tempo, por isso, já tinham grande intimidade um com o outro.

Ferdinando, louco como estava, retirou a camisa que vestia e deu para Maia, rindo da cara da amiga.

Ela riu de volta.

– Engraçadinho! Agora se vire que eu vou me trocar! – Ela disse se afastando da cama.

Ferdinando obedeceu, ainda que não muito dono de si, havia aprendido a enxergar Maia como uma grande amiga, realmente. Ele a respeitava.
Ela retirou a blusa que vestia, e observou que a camiseta do rapaz praticamente lhe cobria o shorts.

– Ficou parecendo o vestido Nando! – Ela se virou, e observou que o mesmo já estava desmaiado, virado para a parede.

Ela retirou silenciosamente os sapatos, para não fazer barulho ao andar, e decidiu que já poderia ir embora. Nando ficaria bem.

Quando Maia abriu a porta, Ferdinando despertou do breve cochilo e a chamou, percebendo que a amiga estava indo embora sem se despedir.

– Boa noite amiga desnaturada – Ele não fazia ideia da hora. – Eu te amo, você mora aqui! – Ele disse batendo a mão desgovernada no peito.

Bêbados. Uma raça a ser estudada.

Maia riu da declaração, mas resolver retribuir antes de fechar a porta.

– Também te amo Nando! – Ela terminou de fechar ainda rindo singelamente da situação.

Neste momento, Gina, que havia levantado da noite mal dormida, descido na cozinha, e pego um copo de água voltava para seu quarto, se deparando com a cena quando chegou ao topo da escada.

Ela simplesmente não conseguia acreditar no que via e ouvia.
O copo caiu de sua mão, fazendo Maia perceber sua presença, e encará-la da mesma forma.

Nenhuma das duas sabia o que dizer.


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Notas finais do capítulo

Menininhas, espero que tenham gostado e acalmado (um pouco) seus coraçõesinhos! rs
Acho que o próximo virá só amanhã.
Beeeeeijos! s2



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