República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 18
O "amigo".


Notas iniciais do capítulo

Menininhas desculpem a demora de hoje! Prometo que não foi intencional! s2
Preparem-se para reviravoltas, hem ?! rsrsrs
Boa leitura amorinhas!



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Gina desceu para a cozinha, ao chegar, percebeu que a sintonia com que Zelão e Juliana colocavam a mesa era incrível.

– Juliana... O Nando já chegou?! – Ela perguntou, ajudando a esticar a toalha na mesa.

– Ué... Ele não está lá em cima Gina?! – Juliana perguntou, sem entender a indagação.

– Ara não! – A ruiva puxou uma cadeira para se sentar. – Ele me mandou uma mensagem e disse que tinha saído... Que eu ficaria feliz com uma surpresa, ou alguma coisa assim... Mas de feliz eu não to nada!

– Ai Gina! E porque não amiga?! – Juliana não entendia a reação da ruiva a uma mensagem tão fofa.

– Por que essa uma é uma jaguatirica Dona Juliana! – Zelão se intrometeu na conversa, arrancando risos de Juliana e uma cara feia de Gina.

– Você não fala besteira Zelão! – Ela olhou para a amiga com cara de choro. – Eu já disse pra ele que não sou fã de surpresas Juliana, ara!

– Nossa mais eu acho uma bobagem você dizer isso depois da que ele lhe fez ontem Gina! – As madeixas rosadas balançaram com o movimento que Juliana fez com a cabeça em negação.

Gina se sentou e pensou nas palavras da amiga... Ela novamente tinha razão.

– Tá certo Juliana, tá certo! – Ela disse bufando, assumindo o erro com certa resistência.

– Olha, eu concordo com a professora... – Zelão novamente se intrometia.

– Como assim concorda Zelão?! - A ruiva tinha um leve tom de desconfiança - Juliana! Você contou pra ele de ontem?!

– Ora Gina! Qual o problema? - Ela ria da falta de jeito da amiga, que já começava a ficar com as bochechas rubras. - Eu só contei às partes que o horário permitia! - Juliana dizia rindo, olhando como cúmplice para Zelão.

– Verdade Gina! - Ele concordou sorrindo ainda mais. - Você fique tranquila!

– Mais vocês dois para de bestagem ara! - Gina disse ríspida e sem jeito, já percebendo se tratar de uma brincadeira.

– Menininha?! - Uma voz conhecida fez Gina sentir um arrepio, juntamente a um gélido ornamento, que Nando delicadamente depositava no pescoço da ruiva, por trás dela.

Nando terminou de lhe depositar a peça, e observou admirado Gina analisar a pequena concha branca que enfeitava o cordão delicadamente dourado.

– Ara Nando... Isso é uma conchinha...uma conchinha lá da praia?! – Ela dizia observando a peça que acabara de ganhar de presente, com os olhos incrivelmente maravilhados.

– É sim menininha. –Ele se ajoelhou ao lado dela, e lhe tirou as mãos do pingente, tomando-as para as suas. – É pra você também começar um cordão de lembranças. E esse vai ser o primeiro pingente, pra que você nunca se esqueça, da noite de ontem.

Gina estava encantada com a surpresa. Ele havia conseguido impressioná-la, mais uma vez.

Ela esboçou um casto sorriso, e beijou-lhe a bochecha da forma mais carinhosa que podia, agradecendo o belo presente.

O casal de amigos na cozinha olhava admirado, a bela cena a frente. Juliana, uma romântica incorrigível, só faltava chorar com o ocorrido. Já Zelão, apesar de ficar feliz em perceber a alegria do amigo, não conseguia parar de pensar em como tudo aquilo ficaria, quando as famílias de ambos descobrissem o romance em Santa Fé.

[...]

– Bom, o almoço tava ótimo, mas agora é a sobremesa! – Ferdinando dizia olhando para Gina, admirando, novamente, como aquele colar havia combinado com ela.

O branco da concha em seu colo combinada perfeitamente com a renda da regata branca que ela vestia. Em geral, cores mais neutras a deixavam ainda mais bela, pois toda a cor que passava a ser evidenciada eram a de seus rubros cabelos e lábios.

–Ora essa... Eu não fiz sobremesa alguma, Nando! – Juliana dizia com a voz de manha, triste por não ter tido a ideia.

– Eu imaginava minha amiga... – Ele disse se levantando – Por isto, quero convidar a todos para irmos tomar um belo sorvete!

– Ah eu quero! – Gina foi a primeira a demonstrar empolgação, colocando-se de pé, ao lado de Ferdinando.

Nando riu da atitude engraçada da moça, realmente tinha vezes, que ela lembrava em muito a pequena meninota que corria com ele pela Vila.

Juliana e Zelão se entreolharam, como que dissessem, “porque não?!” e colocaram-se de pé, acompanhando o feliz casal a sua frente.

[...]

Na sorveteria, o clima era de pura descontração. As risadas eram incessantes entre uma palavra e outra.

Juliana tomava um Milk shake de morango, tão rosado quanto seus cabelos. Zelão tomava um singelo picolé de uva, não era tão apegado a guloseimas. Já Ferdinando e Gina, estavam concentrados em uma competição de quem conseguiria devorar mais rápido uma banana split.
Agora eram duas crianças.

– Gina, eu desisto! – Ferdinando disse se afastando da mesa com as mãos.

Estava indignado. O estomago daquela uma não tinha fim.

– Mas é um frangotinho... – Gina disse sem segurar os risos pela cara de estupefato de Nando. – Olha isso Juliana, nem consegue tomar um sorvetinho sem reclamar!

– Sovetinho pra você, que é um saquinho sem fundo né Gina?! – Juliana disse isso ainda rindo, mas logo parou ao verificar a cara de Ferdinando. – Nando, você está bem?!- Ela perguntou preocupada.

– Ara Nando, deixe de ser tão delicado! – Gina dizia sem saber muito demonstrar sua preocupação com as palavras, mas conseguindo com o gesto de afagar-lhe as bochechas.

– Eu to bem meninas, só não to acostumado a comer tão rápido assim, tanto sorvete. – Ele riu da preocupação carinhosa das duas.

A mesa voltava a se animar entre sorrisos e piadas sobre o desempenho do engenheiro, quando do nada ele parou de sorrir, fazendo Gina, que estava sentada de costas para a entrada, se virar para ver o que ele olhava.

– Cadu! Oi! – Ela se levantou e foi em direção ao amigo, para cumprimentá-lo.

Ferdinando podia jurar que ao ouvi-la proferir aquele nome com tanta felicidade, um buraco profundo havia sido aberto em seu peito.

– Você sumiu na festa aquela noite minha querida, ele dizia apertando levemente o braço da ruiva após um casto (mas extremamente sofrido por Ferdinando) beijo de “olá”.

Ferdinando contou os segundos pelo qual o braço da ruiva foi tocado. Ele sabia que estava com ciúme, e nem estava fazendo questão de esconder, pela cara com que observava uma conversa ‘amistosa demais’ fluir entre os dois.

– Juliana – Ele cochichou para a amiga – Eu não estou bem agora, não mesmo! Nem um pouco! E se aquele um voltar a tocar na Gina eu não vou responder por mim!

– Ora, você se aquiete Ferdinando, porque pelo que eu sei, o Cadu é apenas um amigo de faculdade da Gina! – Ela pegou atrevidamente o queixo do engenheiro, fazendo-o a encarar. – Você nem se atreva em fazer uma besteira.

– Amigo que eu bem vi se aproveitar do momento frágil dela aquela noite! – Ferdinando sabia que precisava se acalmar. Só de lembrar-se daquele um agarrando-a na sala, tentando forçar um beijo na ruiva no dia da festa, seus punhos se fechavam e ele mordia o lábio superior com força.

– Nando, eu te conheço, e sei que não é um grosseiro. Se quiser que Cadu perceba que você e Gina são mais que amigos, faça isso de uma maneira mais... Educada, digamos. – Juliana sempre dava os conselhos certos.

– Como assim Juliana? - Ferdinando finalmente começava a escutar a amiga.

– Ué, aproxime-se deles, e cumprimente o Cadu, como o cavalheiro que é. E depois, sutilmente abrace a Gina pela cintura. Só se ele for um bobo não vai entender. – Ela pontuou clara, voltando-se para o canudo do Milk shake.

Os olhos de Ferdinando brilharam com a ideia. E um pequeno sorriso malicioso tomou-lhe os lábios.

Ele se levantou, alinhou as vestes e caminhou orgulhosamente até os dois, que conversavam sem pausa.

– Olá Cadu... Tudo bem?! – Nando disse esboçando um cínico sorriso.

– Olá Nando, tudo e com você?! – Ele estendeu a mão para o engenheiro, que a apertou com demasiada força. Sua vontade era de quebrar a mão do tal que a pouco havia ousado tocar SUA menininha.

Gina assistia a cena impressionada. “Que bom que o Nando parou com aquelas bobagens” ela inocentemente pensava, esboçando um sorriso pela proximidade dos dois.

– Eu estou ótimo, muito obrigada! – Nando pontuou claramente com um malicioso sorriso, abraçando a ruiva por trás na cintura.

Gina se surpreendeu com o abraço inesperado, mas não pensou ser tão relevante assim, já que haviam passeado de mãos dadas ontem por lugares muito mais públicos que a sorveteria.

Apesar de parecer ridículo, ele estava claramente marcando seu território.

Cadu observou a cena, compreendendo a intenção do engenheiro. Iria jogar seu jogo. Afinal, não seria um simples abraço que o faria desistir do que queria: Gina.

Ainda mais depois da conversa que ele tinha acabado de ter com a ruiva.

Ferdinando observou os olhos verdes do rapaz fitando seus braços em volta da cintura dela. Havia dado certo.

– Bom, então eu vou indo. Só entrei mesmo por que te vi minha linda, e pensei que poderia me ajudar. Obrigada! – Cadu disse isto, descaradamente apertando o queixo da ruiva.

Ferdinando estava perdido ainda no frio que havia lhe percorrido a alma. “Minha linda?! Este um está querendo morrer, só pode! E ainda está tocando novamente nela... Quem ele pensa que é?!” Ele pensava com o rosto claramente atordoado.

Cadu não era bobo, percebeu que estava conseguindo o que queria. Tirar Ferdinando do sério.

– Imagina Cadu, não foi nada. Amanhã então agente se vê! – Ela disse voltando para a mesa, puxando Ferdinando pelas mãos.

– Até amanhã Ferdinando! – Cadu não pôde, mesmo que já distante, deixar de provocá-lo uma última vez.

– Até amanhã?! – Ferdinando disse sem entender a expressão utilizada pelos dois.

Ao sentarem-se novamente na mesa, apesar de não querer demonstrar seu ciúme a Gina, Ferdinando não resistiu em questioná-la.

– Que conversa era aquela de ‘até amanhã’, Gina?! – Ferdinando não percebia o quanto ríspido soava.

Juliana e Zelão se entreolharam já percebendo uma briga se formar.
– Eu já te disse que não te devo explicações da minha vida Nando, ainda mais quando me pergunta assim, de nariz erguido! – Ela deixava claro em sua voz o desagrado. – Mas... Eu vou contar, até mesmo porque preciso da aprovação de vocês todos.

Os três ouvintes se entreolharam curiosos com a fala da moça.

– Então... – Gina começou incerta – O Cadu mora em um apartamento, próximo à faculdade, mas vai começar a fazer algumas reformas, e queria saber se pode ficar esse tempo lá na república. – Ela foi direta, como sempre. – E concordei com a ideia, até mesmo porque o quarto da Dona Margareth agora está vazio, e ele pode até mesmo se mudar para o do Renato na semana que vem, quando ele viajar. – Ela observava a face enigmática de todos. – Mas é claro que não posso decidir isto sozinha. Então, quero saber a posição de vocês.

Juliana e Zelão foram uníssonos, não viam assim, graaandes problemas em ajudar o amigo de Gina. E muito menos gostariam de magoá-la.

– Por mim tudo bem! – Disse Juliana.
– Por mim tudo bem! – Disse Zelão.

Todos passaram então, a observar um terceiro questionado silencioso sentado à mesa, que não expressava outra coisa em seu olhar, a não ser o quanto estava irritado com a tal proposta.


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Notas finais do capítulo

Minhas flores, não sei se o 19 sai ainda hoje, mas estou tentando! rs
Obrigada pelo carinho de sempre! E até amanhã estarei respondendo todos os comentários super fofo que tenho recebido! Agradeço cada um! De coração! s2
Beijoss!



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