Definição de Perfeição escrita por Apenas mais um escritor


Capítulo 17
Você é meu sonho.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Esse capítulo eu fiz só um TIQUINHO maior que os outros por motivos de estar afim e amanhã talvez não role eu postar. Bem, aproveitem.



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Karina vinha a toda, enfurecida, e Pedro já fazia ideia do porquê da menina estar daquele jeito. Sua proximidade com Bianca com certeza incomodara Karina.

– Posso saber que porra é essa, Bianca?! Não se contenta só com o Duca não?! - gritou a lutadora

– K, não é isso que você tá pensando não. - disse a atriz.

– Ah, é o quê?!

– Vem cá, por que isso te incomoda, Esquentadinha? Não é você mesma que disse que só queria amizade? - reclamou Pedro.

– Foi, mas na primeira oportunidade que você tem, cê corre atrás do primeiro rabo de saia que tu vê?

Bianca abriu a boca para poder falar, mas a voz não saiu, ao presenciar Pedro agarrar a cintura de Karina e tascar-lhe um beijo digno de cinema.

– Quero é uma bundinha de shortinho de academia - disse o garoto, sorrindo.

– Pedro, não faz isso comigo, por favor. - disse K, afastando-o.

O garoto olhou para o chão e sentou-se novamente no banco.

– É, cê tem razão. Nem devia estar falando com você.

– Eu falei pra gente ser amigo, não pra se afastar.

– Você pediu distância, seu pai mandou eu ter distância fora que eu me sinto na vala. - o rapaz encarou a menina, olho no olho - Eu não vou aguentar sem você, Esquentadinha. Isso aqui com a Bianca não tem nada a ver com issso. A gente só tava conversando. Por favor, para com essa besteira. Eu preciso… - a voz dele falhou e Karina aproveitou essa oportunidade pra correr, em prantos, pra casa.

Pedro apenas sentiu as lágrimas descerem por seu rosto.

– Ei, não fica assim, Pê. Olha, eu… eu vou ver com ela o que aconteceu … eu não quero vocês assim. Eu sei que ela te ama. - disse Bianca.

– Bia, brigado pela força mas… esquece. Eu me declaro, me esforço e nada. Pra mim já deu, sabe? Quero evitar sofrer mais, entende? - disse o rapaz, levantando-se e voltando para a Ribalta, jogando o resto da casquinha fora.

Bianca percebeu que eles estavam mais distantes do que nunca, mas ela sabia que ainda tinha salvação. Ainda faltava muito tempo para sua aula na Ribalta começar, então a atriz correu atrás da irmã.

Quando alcançou-a em casa, a lutadora logo tentou afastá-lá.

– Bianca, sai daqui que eu não quero papo contigo! - gritou Karina

– K, o que que rolou pra você começar com essa palhaçada de não estar mais afim do Pedro?

– Eu nunca fui afim dele. Agora vê se some.

– Nunca? Então por que os ciúmes do garoto, hein? Para de se enganar. Conversa comigo. Por que você, mesmo gostando dele, tá agindo assim? Eu sei que ele não é o único que tá sofrendo. Mas não entendo por que você se impõe isso.

Algo nas palavras de Bianca fizeram Karina sensibilizar-se e decidiu abrir-se com a irmã.

– Eu não queria que eu e ele ficássemos assim. Eu... eu amo ele, Bi. É só que… é tão difícil, sabe?

– O que é difícil? Desabafa com a irmã, vai. - disse Bia, sentando junto de Karina na cama e fazendo carinho em seus cabelos loiros.

– Você percebeu que meu pai não gostou nem um pouco do Pedro dedicando aquela música pra mim, né?

– E desde quando seu Gael gosta de algo relacionado a namorados? - disse a atriz, rindo.

– Para, cara. Tô falando sério... bem, logo no dia seguinte rolou toda aquela confusão com o Duca, correto?

– Sim, sim.

– Enquanto levavam o Pedro pro hospital, meu pai me abordou. Ele disse que não queria que eu me envolvesse com o Pedro. Disse que o Duca deve ter tido algum motivo pra agredir ele daquela forma e que não queria eu perto de gente errada, ainda mais perto do jeito que eu tava… eu protestei. Disse que isso era injusto, que se fosse com você ele nunca iria fazer uma coisa dessas e que ele não podia fazer isso comigo. - K começava a soluçar enquanto contava a história - Então, ele me deu duas opções. Se eu desistisse do meu sonho de ser lutadora profissional eu poderia até casar com o Pedro que ele iria aceitar ou eu me afastava dele e eu poderia me tornar lutadora de MMA no futuro. A partir daí você já sabe o que eu escolhi.

– Ai, quando meu pai põe algo na cabeça não dá pra mudar. K, não quer dizer que você não pode continuar com o Pedro. Significa que meu pai não precisa saber.

Karina a olhou, confusa. Não conseguia manter a mesma linha de pensamento que a irmã.

– Lembra que eu e o Duca estávamos namorando escondido? Nada te impede de ficar às escondidas com o Pedro.

– E como eu ia explicar o porquê de ter dado um fora nele, Bianca? " Ah, foi mal aí, é que meu pai é um maluco controlador, mas vem cá, bora dar uns pega"?

– Não assim, Karina. Primeiro de tudo, você precisa de um tempo à sós com ele. O ideal é que seja na casa de um dos dois.

– Por quê?

– É melhor que ninguém veja vocês dois juntos, senão podem falar pro meu pai. O melhor é que seja aqui.

– Ah, sim, claro. Pro meu pai não saber sobre nós dois eu vou trazer ele pro lugar onde meu pai mora. Genial você, hein, lesada.

– Calma aí, ô, "Esquentadinha". Do meu pai, cuido eu.

– Até você, Bianca?

A irmã riu. Ela sabia que, apesar de K fingir irritação, ela amava o apelido besta que seu " cunhadinho" lhe deu.

– Tá, e o Pedro? Eu... eu não sei se tô preparada pra me resolver com ele. Muito menos se ele vai aceitar. - disse Karina.

– Olha, ele tá muito magoado, então talvez tenhamos que inventar alguma desculpa pra ele vir aqui, mas ele gosta de você, K. Se você pedir desculpas, é certeza que cês vão se reconciliar.

– Como é que você tem tanta certeza?

Bianca pegou seu celular e colocou um áudio. Ela havia gravado a conversa dela com Pedro. Pelo menos, a parte que ele dizia o que mais gostava em Karina. A lutadora ouviu, pasma, a doce voz do músico enquanto corava e um sorriso começava a se abrir. No final, K virou-se para a irmã e perguntou:

– Ele... ele sabia que você tava gravando?

– Não. Quando eu digo que gosta, não é mentira, sua chata. - disse Bianca, observando o sorriso da irmã abrir-se ainda mais. - E você, o que gosta nele?

– Seria muito clichê se eu desse a mesma resposta? Seria, né? É que, bem, é verdade. Aquele cabelo bagunçado mexe comigo, o jeito que ele olha bem no fundo dos meus olhos. Gosto que mesmo que ele seja todo magrelo eu me sinto protegida perto dele, gosto do jeito que ele me agarra e... - corou, ao dizer a última parte. Percebeu que estava abrindo-se até demais, com sua irmã.

– Nossa, hein. Fica jogando na cara que tem essas coisas e eu não. - disse Bianca, fingindo choro e tendo uma travesseirada na cara como resposta.

– Bi, você quer mesmo me ajudar com isso?

– Quero, K. Somos irmãs, lembra? Quero não só te ajudar por obrigação, mas porque eu te amo e quero te ver feliz.

As duas abraçaram-se. Nunca foram muito com a cara uma da outra, mas elas sabiam que, daquele momento em diante, estavam mais próximas do que nunca.

Pedro sentiu o dia passar num piscar de olhos. Não conseguiu prestar atenção em nenhuma das aulas da Ribalta. Nunca esteve tão abalado. Na hora da saída, pretendia ir direto para casa e se afundar nos lençóis, mas ao chegar na academia, estranhou ter tão pouca gente. Ficou parado, observando, tempo o suficiente para ser abordado por alguém. Felizmente, era Bianca.

– Oi, Bia. E aí, que que cê manda?

– Ah, Pedro, é que eu queria te chamar lá pra casa. Sabe, o show de talentos da Ribalta vai rolar e eu tava pensando em misturar teatro e música pra poder fazer um lance musical maneiro. Depois da gente arranjar tudo nós podemos ver um filme e tentar resolver esse lance da minha irmã. Que que você acha?

– Ah, Bia, sei lá, sabe? A Karina vai estar lá?

– Prometo que não, ok? Ela disse que ia sair com a Fabi e a Pri mais tarde.

– Ah, então beleza. Passo por lá umas 6 horas? Que tal?

– 6 horas tá ótimo. Nos vemos mais tarde.

– Pera, pera, pera. Não vai rolar.

– Ué, por quê?

– Seu pai. Ele mandou eu ter distância de vocês duas.

– Ah, relaxa. Uma certa "Esquentadinha" nocauteou ele e ele tá até agora no hospital. - disse Bianca, rindo e indo embora.

Agora Pedro entendia a academia estar vazia. O garoto foi pra casa, colocou o celular pra despertar 5 horas e tirou um cochilo. Enquanto isso, Karina estava servindo de Barbie para Bianca. A atriz a maquiava, penteava seu cabelo, provava diversos brincos. No final, Karina estava usando roupas de Bianca. Elas eram simples, mas em K, talvez por ter mais corpo que Bia, ficavam com um jeito mais provocativo. Para deixar a irmã feliz, a lutadora permitiu apenas sombra, delineador e blush. Não gostava de coisas em sua boca. Olhou-se no espelho. Era um visual de alguém que ficava em casa, mas tinha certeza que Pedro adoraria. Vestia um short curto branco e um blusa preta larguinha e decotada. Não se sentia muito bem naquelas roupas, mas adorava provocar Pedro.

Gael chegava em casa e encontrou apenas Bianca, na sala, assistindo televisão.

– Ué, cadê a sua irmã? Quero dar uns cascudos nela pelo nocaute. - disse o mestre.

– Ah, a K tá lá no quarto, mas é melhor você não ir lá não, pai.

– Desde quando não posso ir no quarto da minha própria filha?

– Pai, ela tá naqueles dias, sabe?

Gael ficou constrangido. Apesar de já ter passado pela fase de explicar o que menstruação era para as meninas, ele não sentia-sr confortável com o assunto, muito menos em relação a Karina, que nunca demonstrou comportamento feminino para o pai.

– O que que você acha de eu, você, Dandara e João sairmos pra algum lugar e só voltar bem tarde, pra dar um espaço pra K?

– Hm, boa ideia. Ainda quer convidar o João? Desde quando você é amiguinha dele?

– Ah, pai, ele é o filho da Dandara. Fora que sempre achei ele gatinho. Agora vai lá tomar um banho, seu Gael, enquanto ligo pros dois, ok?

O pai ria, se dirigindo ao banheiro. Karina escutara toda a conversa, com a orelha colada na porta e impressionava-se com a habilidade que sua irmã tinha para dobrar o mestre de muay thai. Após fazer a ligação para a madrasta, Bianca entrou a toda no quarto, dando pulinhos de felicidade.

– Consegui, K, consegui!

– É, eu sei que conseguiu. Só espero que vocês cheguem tarde mesmo.

– Eu conversei com a Dandara, contei pra ela a situação e ela disse que vai fazer de tudo pra que seu Gael volte bem tarde.

– Agora é esperar, né?

– É sim.

O tempo passou, vagarosamente. Karina estava uma pilha de ansiedade, principalmente quando, às 5:45, Bianca e os outros saíram, deixando-a sozinha. Às 6 horas, Pedro já estava arrumado e dirigindo-se para a casa de Bianca. Tinha se produzido. Queria causar boa impressão na atriz. Vai que ela o ajudava ainda mais com Karina.

No caminho, o roqueiro mandou uma mensagem para Bianca, avisando que já estava a caminho. Recebeu um "Divirta-se", o que o deixou confuso. Quando chegou, bateu na porta. Ouviu passos apressados até a porta e alguém encostando nela, mas não parecia querer abrí-la. Bateu novamente e se deparou com Karina, linda e com um sorriso enorme aberto no rosto.

– Mas... hã? - disse Pedro, que logo recebeu um puxão para dentro da casa e um beijo da garota, que fechou a porta atrás de suas costas.

– Me perdoa? Eu juro que não queria te machucar. Nem me machucar. Eu vi que o que eu fiz foi um erro, sabe? Esse lance do meu pai a gente resolve no futuro, mas, por enquanto, eu quero me resolver com você. - pediu Karina.

– Esquentadinha, só me explica… por quê? A gente tava tão bem e você me vem com esse papo pra cima de mim. Pode ter sido temporário, mas não quer dizer que a dor é menor. - disse o rapaz, sentando-se no sofá, sendo acompanhado pela loira.

K suspirou e contou para Pedro a chantagem que seu pai a fez passar.

– Foi isso, Pedro. Eu juro que não queria ninguém machucado, mas acabei estragando tudo.

– Se você quer ser lutadora, por que eu tô aqui? Não quero estragar seus sonhos.

– Esse não é meu único. Você é meu sonho. Eu quero os dois. Não vou conseguir viver sem você, Pedro. Eu… te amo… - disse a lutadora, olhando para baixo e praticamente sussurrando as últimas duas palavras.

– Você o quê?

– Eu disse… - Karina levanta o rosto e o encara nos olhos - que te amo, seu mané.

O garoto sorriu e partiu para um beijo. Um beijo voraz, com desejo. Ambos aguardavam aquele beijo. Quando suas bocas tocaram-se, foi como se toda a frustração, todas as lágrimas derramadas, todo o sofrimento que passaram um pelo outro, se apagasse, completamente, a cada beijo deles. Mordidas, língua e puxadas de cabelo também protagonizaram aquela cena onde o casal finalmente reconciliava seu amor.

Quando, finalmente, separaram-se, sorriram um para o outro. Suas bocas estavam quase dormente com a sensação dos lábios um do outro e as línguas cansadas pela batalha que haviam travado.

– Ei, tá afim de assistir um filme? - sugeriu Karina.

– Claro. Você escolhe.

A garota escolheu Karatê Kid. Adorava o filme, principalmente as lições que o senhor Miyagi dava ao Daniel-san mas assim que o colocou, sabia que seria apenas um plano de fundo. Meia hora de filme se passou e Pedro já estava por cima de Karina, atacando a boca da garota.

Naquele momento, não ligavam para o resto do mundo. Queriam aproveitar tudo um do outro. K trancava Pedro em cima dela com as pernas e arranhava suas costas. Enquanto isso, o garoto passava a mão por suas coxas, apertava sua bunda e seus seios e apreciava cada gemido que a garota soltava a cada mordida dele em seu pescoço.

Karina decidiu tomar a iniciativa e subia a camisa do rapaz, até que ambos ouviram a voz de Gael do outro lado da porta e Pedro correu para o quarto de K, com a garota logo atrás, o empurrando. Depois de fechar o roqueiro no quarto, Karina voltou pra sala. Pegou seu celular e percebeu que já passava da meia-noite. Ela e o garoto passaram horas se beijando e nem perceberam o tempo passar. Também notou que Bianca a mandara várias mensagens, tentando avisar que eles estavam chegando.

Quando seu pai abriu a porta, fez a maior cara emburrada que conseguiu, apesar de estar frenética e quase pulando de felicidade. Gael disse algo que ela nem ao menos se deu o trabalho de dar atenção e ela disse:

– Vou pro quarto, tá bom? Tô cansada. - e dirigiu-se apressada até o lugar.

Ao chegar, para sua surpresa, Pedro não estava lá. Percebeu que sua sacada estava aberta e já imaginou como o garoto tinha escapado. Se jogou em sua cama, sorrindo, e percebeu um bilhete em sua mesa. O pegou e leu.

"Outra hora a gente continua, Esquentadinha. Mal posso esperar pra te ver de novo. Te amo."

A garota recostou-se na cama e olhava o teto, rindo o sorriso de mais pura felicidade que existia, aguardando o dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Viu? Ficou só um pouco maior. Sobre o lance de Biduca vs Joanca, eu ainda não fechei, mas, por enquanto, Joanca tá ganhando. Se ainda não comentou o que prefere, diz aí. E esse capítulo deu muito trabalho, então quero muitos comentários cheios de amorzinho, ok? u.u