Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 19
Capítulo 19 - Apóie seu protegido




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– E aonde vamos agora? – Bill perguntou olhando para o relógio no seu pulso que marcavam quase sete e meia.


Estávamos já nos pés da Torre Eiffel, olhando para todas as luzes nela que tentavam afastar um pouco do negrume noturno. Se Paris é linda de dia, imagine de noite, acho que fica mais bela! Ainda mais com todas aquelas luzes de Natal, eu havia me esquecido como aquela data comemorativa estava chegando perto. Todas as árvores estavam enfeitadas com luzes que se refletiam no chão cheio de névoa e molhado por causa do frio.


– Vamos para algum café – eu disse patinando pela calçada escorregadia – Aqui está bastante frio, acho que seria bom tomarmos algo quente.


Tivemos que pegar uma das pontes para atravessar o Rio Sena e irmos para a Champs Elysées, a avenida mais famosa de Paris onde nós poderíamos achar diversos cafés. Eu já me imaginei caminhando por aqui, mas nunca aqui! Era muito mais impressionante do que eu imaginava! Havia diversas lojas e diversas pessoas com sacolas na mão, comprando os presentes de Natal.


– E pensar que tudo isso estava tão perto de mim – Bill disse também maravilhado – Acho que vou passear mais pelos países que eu fizer show. Isso deixaria tudo menos estressante.


– Você devia aproveitar, se eu pudesse ter a grana que você tem, viajaria pelo mundo inteiro para ver essas maravilhas – eu disse finalmente avistando uma Starbucks na Champs Elysées – Vamos ali! Lá é ótimo!


A Starbucks do Champs Elysées era enorme! Era uma construção de dois andares branca, com colunas enfeitando a fachada. Tinha janelas enormes e pretas, com cortinas douradas por dentro. O lugar também estava lotado de pessoas querendo se aquecer ou apenas descansar depois de um dia cansativo de compras.


Bill e eu conseguimos uma mesa no canto, era melhor do que sentar na janela, afinal ainda tínhamos medo de que alguma fã o identificasse. Mas o lugar estava tão cheio que duvido que alguém se preocupe com quem está sentado ao seu lado, então estávamos seguros de certa forma.


– O que vão querer? – disse uma garçonete com cabelo castanho avermelhado indo até a nossa mesa.


– Eu vou querer um Caffè Mocha – eu disse em francês para ela e depois me virando para o Bill, falando em alemão – E você? Vai querer o que?


– Um Cafè Latte – Bill disse tentando falar o mais francês possível para a garçonete entender.


– Vocês são da onde? – ela perguntou, pelo visto, interessada.


– Eu sou da Suécia, além do sueco, minha língua nativa, sei falar alemão e francês. Já o Bill é alemão e ele só sabe falar inglês – eu disse percebendo como ela olhava maravilhada para nós.


– Que incrível! – ela disse anotando nossos pedidos – O nome dele é Bill, e o seu?


– Hedvig – eu disse soletrando meu nome logo em seguida. Era impressão ou o modo que ela disse Bill foi... com certas intenções?


– Vou trazer os seus pedidos – ela disse falando em inglês. Demorei a entender o que ela havia dito, ou melhor, o que ela havia dito para Bill, por que com certeza isso não foi para mim.


Tudo bem, o que aquela francesa metida a garçonete simpática está pensando? Como ela vai dando em cima assim de caras que estão acompanhados de moças? Sei que não sou namorada dele, mas isso é errado! Se eu fosse, nesse momento, estaria socando a cara dela na mesa. Calma, suspire! Ela gostou do Bill, ela gostou de verdade dele sem saber que ele é famoso! Talvez essa seja a saída!


– Ela gostou de você – eu disse tentando fazer com que ele não lesse minha verdadeira expressão que era: “QUEM AQUELA VADIA PENSA QUE É?” – Você devia falar com ela.


– O que? – ele exclamou surpreso – A garçonete?


– É! Ela é bonita, tem um cabelo legal e os olhos dela são de um verde escuro bonito. Sabe falar inglês, além do francês e não sabe nada sobre você além do seu nome. Uma boa oportunidade para mostrar a ela quem você é por dentro de verdade, além do mais, você não está vestindo Dior – eu disse surpreendendo até a mim mesma por estar empenhada em ajudá-lo.


– Não – ele disse rapidamente – Não quero conversar com ela...


– Bill, você nem deu uma chance para você conhecê-la! Talvez não tenha sentido aquele amor a primeira-vista, mas você tem que conhecer pessoas, não pode ficar se afastando delas para sempre.


– Hedvig... – ele só conseguiu dizer meu nome. Eu parei de falar, mas sabia que ele queria tentar e não era pela garota, era por mim. Nós havíamos se beijado fazia pouco tempo, eu ainda o queria da mesma forma que antes, mas nós não podíamos ficar juntos.


– Aqui estão os seus pedidos – a garçonete disse em inglês novamente, tive que quebrar a cabeça para lembrar o que as palavras significavam.


– Charlotte? – eu disse, lendo o nome dela no crachá. Peguei meu Caffè Mocha e fui me levantando – Por que você não conversa um pouco com meu amigo? Acho que vocês se dariam bem.


– O que? – ela exclamou pasmada, ao me ouvir dizer aquilo – Não posso, tenho que trabalhar... E está cheio o lugar.


– Eu converso com seu chefe – eu disse a empurrando para se sentar no meu lugar, enquanto Bill me olhava surpreso – Só conversem um pouco, só isso. Bill é uma pessoa muito legal.


Saí dali o mais rápido possível, bebendo meu café quente. O lugar estava tão cheio que duvido que o chefe dela fosse perceber que umas das garçonetes não estavam trabalhando. Sentei-me em uma das mesas que um casal havia abandonado e fiquei ali sozinha, apenas olhando de longe. Sim, eles estavam conversando, apesar de Bill parecer um pouco tenso.


Tudo bem, eu não estava feliz. Realmente não queria Bill com aquela garota, mas eu realmente precisava que ele achasse alguém legal. Eu só tinha dois dias para organizar tudo aqui na Terra e ver se sou aceita no Céu, por que no terceiro dia eu já terei que ir embora. Era incrível como só tinha se passado cinco dias, parecia que já era um mês que eu estava ao lado de Bill e isso foi realmente incrível. Eu podia me sentir triste, mas já tinha me acostumado com a ideia de ir embora para sempre.


Segundo o relógio na parede, eles ficaram conversando uns vinte minutos até que vi Bill dando tchau para ela e indo ao meu encontro. Meu coração pulou até minha garganta, um lado meu gritava para que ele não gostasse dela, o outro lado torcia para que tudo desse certo.


– Vamos? – ele perguntou para mim – Acho que é bom voltar para o hotel, os outros podem estar preocupados.


– E como foi? – eu disse me levantando e o acompanhando até a saída – Ela é legal? O que achou?


– Bem... ela tem dezoito anos, está trabalhando para conseguir pagar a faculdade de administração. Mora perto da Avenida Félix Faure, mora com sua mãe e mais dois irmãos e nos fins de semanas gosta de praticar tênis. Aprendeu a falar em inglês por correspondência e sempre quis conhecer os Estados Unidos. Acho que foi mais ou menos isso que conversamos.


– E sobre você? – eu disse notando como a temperatura caiu quando finalmente estávamos do lado de fora – O que você falou?


– Bem pouco, ela gosta mesmo de falar e achei que foi melhor assim. Só falei que gosto de música e é a carreira que quero seguir, que estou a passeio em Paris. Também disse que sou vegetariano e que gosto de moda, que crio alguma das minhas próprias roupas e que amo animais.


– Isso já é um começo, acho que vocês podem se dar bem, o que acha? Será que pode dar certo?


– Eu não sei – ele disse suspirando – Mas acho que vale a pena tentar. Talvez eu tenha que dar chance para as pessoas, para eu as conhecê-las.


Eu sorri feliz por ouvi-lo dizer aquilo. Queria que tudo desse certo e que eu não causasse mais confusão. Quem sabe tudo não se ajeite agora? Faltam só dois dias. Só dois dias. Por que me sinto tão tensa?


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