Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 17
Capítulo 17 - Anime seu protegido




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– E então o que planeja fazer agora? – eu perguntei quando apareci no quarto dele e o vi deitado na cama, com os braços atrás da cabeça, apenas encarando o teto.


– Descansar – ele disse secamente.


– Vai tirando o cavalinho da chuva – eu disse com minha voz mandona. Não deixaria ele me deixar para baixo. Eu que faço isso com as pessoas – Coloque a roupa menos Bill que você tem e vamos sair.


– Não vamos sair, Hedvig.


– Sim, vamos. Eu falei que quero conhecer a França e vou mostrá-la a você. Então pare de ser hipócrita, levante-se e vamos sair. AGORA!


– Hipócrita? – ele disse se sentando e me olhando ainda de forma ferida, pelo visto, ele estava com muita raiva de mim – A única pessoa que não está sendo hipócrita aqui, sou eu.


– Tudo bem – eu disse suspirando e engolindo o que ele disse – Eu sou uma hipócrita. A maior hipócrita que já existiu. Agora podemos sair? Por favor?


Bill não disse nada, continuou sentado sem saber o que dizer ou fazer. Sentia-me tão culpada por ter feito aquilo com ele, eu tinha vontade de ir até onde ele estava e beijá-lo novamente. Mas eu não podia, tinha que continuar a ser firme, cruel e impiedosa com ele, não importando se ele for tão pior que eu nisso.


– Tem uma Paris inteira esperando por você lá fora, Bill – eu disse indo até ele e me sentando ao seu lado, tentando manter o máximo de espaço possível para que nada acontecesse – Não estou falando de fãs, estou falando das maravilhas que esse lugar esconde. Eu quero conhecer tudo isso e vou levar você comigo, acho que também merece descobrir se tudo que falam daqui é verdade.


– Você não conhece minhas fãs, Hedvig, elas vão me reconhecer assim que eu por o pé para fora – ele disse deixando aquela voz frívola de lado e usando a gentil de sempre, justamente a que me fazia implorar por mais ar para respirar.


– Então você terá que escolher algo bem diferente para não ser reconhecido, além de que se você estiver acompanhado de uma garota como eu, as chances de acharem que é apenas mais um casalzinho pacato em Paris, é muito grande. Além disso, você é Bill Kaulitz e que eu saiba, você não desiste fácil.


Tudo bem, eu não queria ter falado a última frase. Eu percebi as centelhas queimarem novamente nos seus olhos como se eu estivesse dando passagem para ele não desistir de mim. Então simplesmente sai da cama e fui até a janela, fingir que estava checando o tempo, que parecia estar muito frio.


– Invista em cachecóis, toucas, o que for! Está realmente frio e quanto mais roupa você usar, não vão reconhecer sua magreza. E em hipótese nenhuma use salto, vão te reconhecer na primeira esquina que passarmos.


Quem está acostumado a ver Bill Kaulitz excêntrico e chamativo como sempre é, deve ter ficado igual a mim quando o vi normal. Ele usava calças jeans de uma marca comum, nada caro demais, com tênis também normais e pretos, um casaco grosso de lã que com certeza custava os olhos da cara por que já tinha visto em alguma revista de moda, uma touca preta escondendo seu cabelo e um cachecol. Também estava sem maquiagem e não estava tão chamativo.


Decidimos que a melhor maneira para escapulir do hotel sem ser perseguido pelos milhares de fãs que estavam do lado de fora gritando praticamente o dia inteiro era pelos fundos. Saímos pelos fundos do restaurante, onde serviam o café-da-manhã, almoço e jantar para os hóspedes. A saída dava em uma ruazinha pequena e malcheirosa, onde ficava uma caçamba cheio de lixos e gatos fuçando por ali.


Tudo bem, agora era minha vez de me materializar. Eu ainda me sentia meio estranha por causa de ontem, talvez eu tivesse perdido muita energia. Tentei me lembrar de todas as revistas de roupas que eu tinha, precisava de um look legal para eu andar por aí, nada muito caro como da última vez. Então, em alguns segundos eu estava materializada, vestindo um vestido de algodão listrado, com meia calça, botas marrom escuro até os joelhos, um bolero de algodão marrom e uma touca com pelinhos.


– Acha que está bom? – eu perguntei dando uma olhada em mim mesma.


– Está ótimo – ele disse me fazendo olhar para ele ao ouvir as palavras calorosas dele. Mas Bill percebeu o que estava dizendo e voltou com a voz fria – Então, para onde vamos?


– Vamos andar de barco no Rio Sena, aproveitamos a paisagem e também a “carona”, para chegar até a Torre Eiffel. Então poderemos conhecê-la, o monumento mais bonito da França!


Ele assentiu, colocando as mãos nos bolsos e olhando para o céu meio acinzentado. Não era o melhor dia para passear em Paris, mas pelo menos você estava em Paris! Fiz sinal para ele me seguir e nós caminhamos lado a lado, precisávamos chegar até a Pont-Neuf onde os barcos saíam. Meu coração, de certa forma, estava na boca, estávamos tão perto por causa do frio e eu tinha um pouco de medo das fãs descobrirem ele. Mas ninguém havia nos parado no percurso todo, nem uma garota com a camiseta da banda que passou perto de nós.


– Seu plano deu certo – Bill disse baixinho – Quando você está na companhia de uma pessoa casual e não sozinho, não ligam muito para você.


– Então poderemos sair assim sempre que quiser – eu disse o motivando a conhecer mais os lugares, não a sair comigo – Também fica mais fácil para eu achar a garota certa para você, deve ter alguma francesa aqui que fará você ver brilhos e ouvir um coral de Anjos. Se quiser eu até canto atrás dela.


– Tudo bem – ele disse mordendo seu lábio – Mas não é realmente necessário.


Senti uma pontada em mim. Como assim não era mais necessário? Ele realmente gostava tanto de mim a ponto de não querer achar sua alma gêmea? Tudo bem, ele só deve estar desanimado, logo tudo vai dar certo, vocês vão ver.


Chegamos ao Pont-Neuf, era uma ponte enorme feita de granito, cheia de detalhes como cabeças nas laterais, com colunas e arcos dando um ar de ponte de castelo, como se adiante você poderia ver uma princesa ou um príncipe. Eu sempre gostei muito da França – e não foi por causa do meu professor lindo de francês, ele só me ajudou mais a seguir meu sonho de conhecer o local – eu colecionava miniaturas que vinham em uma revista sobre o lugar e sabia várias curiosidades.


 Havia uma escadinha em uma das pontes que levavam a margem do Rio Sena, ali se podiam ver várias casinhas onde se alugava os barcos. Peguei no pulso de Bill e o puxei para que me seguisse, descemos as escadas com cuidado para não cair e eu fui até um dos homens dos Stands. Perguntei para ele em francês se havia um barco e quanto que era o passeio, dessa vez quem teria que pegar seria o Bill, mas acho que ele não se importaria de apenas gastar dez euros.


– Dez euros em uma viagem de barco? – ele perguntou surpreso – Não é muito barato?


– Sim, não vamos querer chamar atenção em um barco luxuoso, vamos apenas passear. E no caso são vinte euros, por que você vai me levar também – eu disse na maior cara de pau.


Bill pagou o homem e logo um enorme barco veio buscar nós e mais outras famílias que estavam lá para apreciar o passeio. Crianças entraram sorrindo no barco, tentando ficar na janela para poder ver as águas do Rio Sena, casais entravam abraçados, com as maçãs do rosto rosados por causa do vento, ou seria apenas a sensação de se sentir rubro ao ver a pessoa amada? Eu não sabia.


A única coisa que sabia era que a primeira vez, depois de tempos, eu me sentia bem. Não totalmente resolvida, mas pelo menos sentia que tudo podia ficar bem, eu estava realizando um dos meus sonhos, de conhecer a França. Claro que não era da maneira que eu queria, mas já era algo. Quando dei por mim, lágrimas estavam rolando pelo meu rosto, não sabia se eram tristes, felizes ou simplesmente de alivio. Só queria apenas chorar.


Caminhei até uma das janelas do barco e fiquei olhando para a paisagem, para as luzes que já começavam a se acender ao longe, o mundo logo iria se engolido pela escuridão noturna. Senti a superfície gelada do vidro, havia me esquecido de imaginar luvas, minhas mãos estavam descobertas, mas eu as queria assim. Queria sentir os últimos vestígios de como é estar viva.


Então uma mão com luva pousou sobre a minha, olhei para trás e vi Bill, sorrindo para mim. Ele pegou um lenço em seu bolso do jeans e passou no meu rosto, secando as minhas lágrimas, enquanto minha mão no vidro era envolvida pela sua.


– Vai ficar tudo bem – ele disse com uma voz baixa e cálida – Eu prometo a você.


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Notas finais do capítulo

Own own own *____* Ultimo capítulo por hoje, eu iria postar só os outros dois anteriores, mas eles eram tão tristes que eu decidi colocar esse que é mais felizinho Por que precisamos terminar o ano felizes, né? Hoje último dia do ano o/ Então desejo a vocês, leitoras, UM ÓTIMO 2010! Que esse ano que está para vir seja incrivel para vocês e que supere 2009 em todos os sentidos E saibam, que com seus reviews, vocês deixarem o finalzinho do meu ano mais feliz! E desculpe não estar respondendo os reviews pq com 3G nem da mas quando eu voltar de viagem, eu respondo!



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