Segunda-feira pela manhã. O sol ainda estava nascendo e os pássaros começavam a cantarolar no momento em que Uzumaki Kushina acordara o marido Namikaze Minato. Ela já havia trocado de roupa e usava com um avental branco. Ele, por sua vez, estava esparramado na cama tampando o sol, que entrava pela janela, com a mão direita.

– Ohayo, Minato-kun – a ruiva cumprimenta com um sorriso.

Uzumaki Kushina. Ruiva, magra, belas curvas, doce, gentil, louca e completamente apaixonada pelo marido.

Namikaze Minato. Loiro, alto, forte, rápido, sábio, brincalhão e apaixonado pela mulher com a mesma intensidade.

– Ohayo – respondeu ainda sonolento. Ele sentou-se e puxou a mulher para si, fazendo sentar-se em seu colo e roubando um beijo apaixonado da mesma. – Que horas são?

– São 6h05 – ambos se levantaram e nada mais disseram.

Kushina voltou para a cozinha, onde preparava o café da manhã. Minato foi ao banheiro fazer sua higiene pessoal, coisa que não durava mais do que dez minutos. Vestiu uma roupa um pouco mais formal para o trabalho e logo se dirigiu ao cômodo da casa onde se encontrava a mulher.

Adentrando-o, pegou uma xícara que estava em cima da mesa e começou colocou café, leite e um pequeno cubo de açúcar.

– Vai receber alguma visita importante hoje? – perguntou a ruiva quando viu a roupa do marido. Minato normalmente vestia roupas mais casuais para trabalhar, mesmo que a empresa fosse grande. Mas como ele era um homem simples e paternalista, não se importava com isso.

– Vou. – a mulher olhou-o com curiosidade. – O Sarutobi vai fazer uma visita na empresa hoje. – Sarutobi era o prefeito de Konoha. Era um homem velho, simples, generoso e sábio. Ele e Minato se conheciam há tempos e eram bons amigos apesar da diferença de idade.

– Não está na hora de acordar o Naruto? – perguntou ele, mudando de assunto ao olhar o relógio que marcava 6h20 da manhã. Tudo bem, eles moravam a duas quadras da KHS, mas ele conhecia muito bem o filho.

– Ih, é verdade – exclamou a mulher. – NARUTO! – berrou. “Louca” pensou Minato com um sorriso divertido no rosto. Como ela não obteve resposta, berrou mais alto novamente – NARUTO!

– JÁ ACORDEI! – escuta-se do quarto do garoto.

– EU TAMBÉM! – reclamou Menma, filha caçula do casal que estudava no período da tarde.

– DESCULPA FILHA! – esse diálogo-pouco-mais-alto-que-o-normal era normal na casa dos Uzumaki – Então - continuou Kushina – E como vão as coisas lá? – perguntou referindo-se à empresa.

– Conseguimos alcançar a melhor classificação desse mês – animou-se – Nossos lucros aumentaram tanto que nós atingimos o primeiro lugar.

– Mas e os tal Haruno? Não eram os melhores?

– Sim. Ainda continuam muito bem, estão um pouquinho só abaixo de nós. – pausou – Seria muito bom se juntássemos nossas empresas. – pensou alto. – Se virássemos sócios os negócios nunca iriam piorar e ninguém nos alcançaria na classificação. Será que eles aceitariam algo do tipo? – perguntou à mulher.

– Não sei. – terminou de lavar a louça e sentou-se na mesa com Minato. – Você disse que eles são competitivos e coisas desse gênero – falou gesticulando com a mão e franzindo a testa. – Não entendo dessas coisas. – deu de ombros. A conversa se encerrou aí.

Minato levantou-se e beijou a mulher.

– Tenho que ir.

~

Naruto acordara muito bem hoje assim como havia acordado no final de semana. Graças a Kami conseguiria estudar decentemente a partir de agora.

Sua rotina matinal não foi diferente da dos outros dias. Logo estava de uniforme e se dirigindo à cozinha. Ao adentrar o cômodo, encontra a mãe dançando enquanto secava e guardava a louça.

– Ohayo, kaa-san – o loiro estava feliz, mas, mesmo acordando bem, era muito cedo para estar animado na opinião dele.

– Ohayo. – Kushina sorriu – Que cara é essa? – perguntou ao filho. Ela pode perceber que acordara diferente nos últimos dois dias.

– Sei lá, kaa-san – disse brincalhão – Foi você quem fez – levou um pedala Robinho.

– Esse não é jeito de falar com a sua mãe! – a ruiva mostrou a língua e foi devidamente respondida.

Naruto gostava da relação que tinha com os pais. Era bem divertido, mesmo às vezes eles pegando muito no pé dele.

– Eu achei uma nova professora para você – continuou Kushina – Ela é uma amiga minha de um tempo atrás e...

– Não precisa – falou o loiro – Tem uma menina na minha sala que vai me ajudar a estudar. E ela explica muito bem – acrescentou.

– Oh! – ela pareceu surpresa e logo deu um sorriso malicioso – Uma garota?

Naruto sabia que sempre que a mãe pudesse, iria tirar sarro com a cara dele, principalmente quando o assunto era escola e garotas.

– Kaa-san, ela vai me ajudar a estudar – tentou dizer.

– Sei, sei... Enfim, é bom se apressar se não quiser se atrasar para a escola. – Kushina avisou-o ao ver que eram 6h40 da manhã.

Naruto levantou-se, arrumou o material. Pensou em pegar uma blusa, porém estava muito quente para tal ato, então ele apenas despediu-se de sua mãe e saiu de casa, indo em direção à escola.

~

Hinata e Neji desceram do carro e se dispersaram cada um em uma direção. A Hyuuga encontrou as amigas perto da entrada da sala enquanto o primo foi à seu armário, provavelmente separar os livros que usaria naquele dia.

– Ohayo – ela cumprimentou com um sorriso.

– Ohayo – Sakura, Ino e Tenten disseram em uníssono. E ficaram conversando até o sinal tocar.

(...)

– Antes de saírem para o intervalo, vão sortear o nome do parceiro de vocês para fazer o trabalho – Kakashi adorava mandar trabalhos em dupla ou trio. Basicamente, ele trabalhava com o “trabalho em equipe”.

Antes de sair da sala, a pessoa pegava um papel e lia o nome da dupla em voz alta. Hinata ficou com Tenten.

– Que bom que vamos fazer juntas! – falou animada – Acho que nós temos...

– Hina! – Naruto corria em sua direção (como andava ocorrendo desde a semana passada). Ele, como não era nada escandaloso, chamou a atenção de quase todos os que estavam no pátio naquele momento. A Hyuuga corou. – Preciso falar com você! – diminuiu o passo até ficar próximo dela e da Mitsashi.

Tenten fingiu não achar aquela cena no mínimo interessante e deu uma de inocente.

– Vou procurar a Ino e a Sakura. Eu já volto – ela segurava o riso enquanto saia de perto dos dois.

– Então. – Naruto começou – Hoje vai ter treino... Tem como você ficar depois aqui para estudamos na biblioteca? – perguntou esperançoso.

– A-a-ah... – engoliu seco para tentar parar de gaguejar – Acho que tudo-do bem...

– Sério? – sua felicidade era visível.

– A-ahn... Si-sim... – a conversa parou por aí quando Kiba aproximou-se de Hina com um papel da mão.

– Hina? – ele a chama pelas costas, fazendo-a virar.

– Yo, Kiba-san – respondeu com um sorriso que foi muito bem percebido por Naruto.

– Aqui – ele lhe entregou o papel enquanto o loiro apenas observava. – Terá uma feira de adoção na quinta à tarde na praça em frente ao shopping. – Ela olhou o folheto – Se você quiser ir, já está avisado.

– Arigatou, Kiba-san.

~

Ver aquela cena fez Naruto se sentir um tanto quanto excluído e, ao mesmo tempo, sentir um pouquinho de raiva daquele garoto. Ele não sabia dizer o porquê.

– Yo, Naruto – cumprimentou Kiba antes de sair. Naruto o ficou encarando um pouco antes de perceber que um par de olhos perolados o encaravam.

– Então... – tentou voltar à linha de raciocínio – Nos vemos depois da aula? – foi a única coisa que formulou em sua cabeça.

– Cl-claro – Se ele fosse um pouquinho menos desligado, perceberia que ela estava muito corada só por imaginar que passaria a tarde inteira com o amado.

– Eu vou à lanchonete comprar alguma coisa. Quer ir comigo? – aquilo impressionou a Hyuuga. Além de ele ter mudado de assunto radicalmente, ele tinha lhe feito um convite para acompanhá-lo.

– H-hai - concordou.

~

Sakura já tinha rodado a escola inteira em busca daquele Uchiha metido, mas exatamente porque ela precisava encontrá-lo, ele sumira. “Claro! Quando eu quero encontra-lo ele some, mas quando eu quero distância ele vem me provocar!” pensava a rosada enquanto olhava nos arredores da quadra.

Passou os olhos pelos meninos que jogavam futebol. Não tinha nenhum Sasuke lá. Nos bancos e arquibancadas também não. Na lanchonete também não. Porém seus olhos ficaram lá quando notou uma Hyuuga envergonhada ao lado de um loiro desmiolado na fila.

– Hinata? - perguntou-se surpresa, não notando a aproximação de Sasuke.

– E Naruto também. – falou ele, bem próximo de seu ouvido direito, fazendo-a se assustar e um subir um frio na espinha. Ela virou-se para ele rapidamente.

Sakura sabia muito bem o quanto Sasuke gostava de irritá-la e de provocá-la e sabia, que apesar de sua cara de reprovação à cena dos dois, ele também estava querendo provocá-la. Mesmo assim, não pode deixar de rir da cara dele.

– Está rindo do que? – ele aparentemente não esperava aquela reação dela.

– Você foi trocado – e riu ainda mais.

– O que você quer dizer com “trocado”?

– O que você acha que eu quero dizer com trocado? – ironizou – Naruto prefere a companhia de Hinata à sua. – mordeu o lábio inferior para não rir.

– Se fosse isso mesmo, você também teria sido trocada. – tentou revidar.

– A diferença é que eu tenho mais de uma amiga – provocou. Quando ele ia revidar, ela mudou de assunto – Enfim, quando vamos fazer a droga do trabalho de História? – questionou com tédio e visível irritação ao lembrar de que Sasuke é seu parceiro de trabalho.

Ele apenas deu de ombros.

– Muito obrigada pela resposta completa e direta, Uchiha. – ela se arrependeu de ter ido atrás dele. “Vou fazer o trabalho sozinha novamente!” pensou consigo mesma.

– De nada, irritante – Deu um sorriso de canto sem que ela visse. Algo nele adorava vê-la brava.

Ela foi se afastando dele.

– Hoje à tarde está bom para você? – perguntou Sasuke à uma altura de voz em que apenas ela escutasse.

– Tá’, tá’. Depois a gente vê isso. – ele segurou a risada até ela se afastar. Irritá-la era o máximo para ele.

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O sinal bateu. Hinata procurou as amigas enquanto voltava para a sala de aula. O contrário que aconteceu. Elas que a encontraram e a abordaram.

– O que foi isso no lanche? – perguntava Ino empolgada que segurava o braço direito da Hyuuga.

– Acho que você esqueceu-se de nos contar algo, senhorita Hinata. – Tenten disse. Esta segurava o braço esquerdo da garota.

Ela ficou um momento sem conseguir entender, mas logo após percebeu que ambas amigas se referiam a passar o lanche com Uzumaki Naruto.

– Oh! – exclamou meio sem jeito – Ele me pediu ajuda para estudar e falávamos sobre isso agora... – corou um pouco. Mesmo sendo com suas amigas, o assunto “Naruto” era de deixar a menina envergonhada.

– Ahan, sei – brincou a loira.

– Mudando completamente de assunto, alguém viu a Sakura? – a Mitsashi perguntou olhando ao redor.

– Não faço ideia de onde ela possa estar.

Elas continuaram caminhando. Entraram na sala e sentaram-se em seus respectivos lugares enquanto esperava a aula começar.

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Ao término da sexta aula, Naruto dirigiu-se ao ginásio para o treino. Como seria nessa sexta o jogo contra a Spence High School, eles precisavam treinar em dobro.

Foi rapidamente ao banheiro, trocou-se e começou o aquecimento.

Para ocupar a mente enquanto fazia os passes e exercícios que Gai passava, Naruto lembrou-se que teria de estudar nessa tarde.

Era incrível como as coisas poderiam dar certo a partir de agora. Com ele estudando com a “menina de olhos perolados”, como ele gostava de lembrar, o pai não poderia mais tirá-lo dos treinos, pois acreditava que melhoraria as notas a partir de agora. E não o tirando dos treinos, ele participaria das competições e campeonatos como o dessa semana sem precisar se preocupar com nada. Só de imaginar sua vida mais tranquila já o deixava feliz.

Libertou-se de seus devaneios ao notar a Hyuuga subindo as arquibancadas com um copo de suco natural em uma das mãos. Ele nem percebeu que se desligara do treino e parara no meio da quadra com a bola de basquete descansando em suas mãos até Sasuke jogar uma contra a sua cabeça.

– Ai! – reclamou.

– Dobe, vê se acorda, pois nós temos tempo, sabia? – como o Uchiha adorava provocar a todos.

Voltou a prestar atenção no que Gai falava nas próximas duas horas seguidas, mas, é claro, ainda olhava agarota da arquibancada de soslaio de vez em quando, pensando o como ela ajudaria em sua “vida”.

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Hiashi estava em seu escritório quando recebeu a notícia de que a filha mais velha voltaria um pouco mais tarde nessa segunda. Ele não gostava muito de saber que a filha ficaria na escola pela tarde, mas como estaria estudando não viu problema algum.

Ele estava terminando de preencher algumas papeladas semanais. Era uma coisa bem cansativa fazer isso toda segunda-feira, mas ele não tinha opção, ainda mais com os negócios caminhando por um bom caminho.

Tomava seu copo de cappuccino quando seu irmão adentrou a sala sem pedir permissão. Ele o olhava com uma cara séria, o que queria dizer que algo não muito bom tinha acontecido.

Hizashi segurava um jornal em suas mãos.

– Pegue – estendeu-o para o que estava sentado.

Hiashi pegou e o analisou. Não era a manchete principal, obviamente, e nem era tão grande, mas era de extrema importância para ele. Nela dizia: “Pain, responsável pela morte de Hyuuga Hiromi, mulher de Hyuuga Hiashi, sócio atual das empresas Haruno, após pagar uma fiança de alto valor, é libertado do presídio de Kanoha”. Ele não conseguiu terminar de ler.

– Quando? – foi a única pergunta que fez.

– Ontem à noite – respondeu o irmão.

Eles ficaram em silêncio pelos minutos seguintes.

– Vai fazer alguma coisa?

Hiashi tinha certeza que ia. Para ele, esse tal de Pain devia morrer apodrecido na cadeia por matar seu melhor tesouro. O tesouro pelo qual viveu e vive, pelo qual lhe fez feliz um dia e pelo qual seu coração sempre pertencerá.

– Com certeza – foi o que respondeu.

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– Hina! – chamou Naruto entrando na biblioteca da escola gritando. Ele estava com uma bermuda qualquer e a camiseta da escola, usava o mesmo tênis do treino e tinha o cabelo molhado por conta do banho.

– Shhhhhh – “bradaram” outros estudantes que liam próximo ao balcão de entrada.

– Desculpe. – disse dessa vez num tom mais moderado e voltou a se dirigir à mesa da Hyuuga, dessa vez sem correr.

Vendo ele dessa forma vez a menina se perguntar o porquê que ele sempre fora agitado com tudo, já que sempre que ele a encontrava corria em sua direção gritando o seu nome. Mas deixou esses pensamentos de lado quando o menino juntou-se à ela.

– Quer começar por onde? – perguntou corada, mas sem deixar que sua voz falhasse.

– Talvez a área de exatas seja melhor... Sabe, não me dou muito bem com números e letras misturados.

Assim, começaram a estudar.

Apesar de Hinata sentir-se envergonhada com isso, ficou bem ao saber que o amado estava conseguindo entender tudo o que ela lhe explicava, afinal, era a primeira vez em que ela o estava ajudando, e não o contrário.

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“Mamãe,

Eu estou super feliz por estar podendo ajudar o Naruto com os estudos! Ele sempre fala coisas lindas e sábias sobre lealdade e amizade, até mesmo se expressa, mostrando como é sua forma de pensar e isso sempre me fez rever os meus conceitos sobre tudo. Ele sempre está alegre, sorrindo e se divertindo apesar de tudo e isso me encanta. Logo, levando essa linha de pensamento, foi sempre ele que me ajudou, e não o contrário. Mesmo que tenha feito isso sem intenção, ele que fez eu me tornar do jeito que sou hoje. Sou grata à ele por isso, e, agora, mesmo que não consiga recompensar tudo o que ele fez por mim sem saber, vou poder ajudá-lo pela primeira vez.

Sei que o Naruto não me vê do jeito que eu o vejo, mas o simples fato de ter vindo procurar meu auxílio me faz sentir bem.

Não acredito que eu precise relatar mais nada dos acontecimentos de hoje pois nenhum foi tão válido e importante para mim como este.

P.S.: Eu estou pensando no que dar de presente ao meu primo, pois ele fará aniversário em poucos dias, mas estou sem ideias. Sua criatividade faz muita falta nesse momento.

Beijos com muito amor e carinho.

Hinata Hyuuga.”