De acordo com a realidade... escrita por maddiesmt


Capítulo 4
Capitulo 4 - A Guerra


Notas iniciais do capítulo

Obg a tds pelos votos de melhora, pelas orações e apoio!Isso esta sendo essencial nesse momento.
E ..parece q a insônia tem rendido..cada um tem o seu modo de superar um baque forte..o meu ..pelo visto é escrevendo..Espero que gostem do nv cap.



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Gina abriu a porta de sua casa e estranhou o silêncio no recinto. Estava acostumada com as cantorias da amiga professora e com o som das unhas azuis da moça apertando as teclas do computador de forma veloz e decidida quando estava elaborando alguma prova. Resolveu ignorar o silêncio e passar direto para a cozinha, lavar as mãos e pegar um copo de água quando deu de cara com um certo engenheiro agrônomo bloqueando sua passagem para o seu local de destino.

–Mas o que é isso Ferdinando...saia já da minha frente! – o susto de Gina não passou despercebido pelo rapaz.

–Ora essa Gina... eu não sou tão feio assim para você tomar um susto desses...e aliais devo lhe agradecer pelo novo visual que você me proporcionou..- Ferdinando retirou o olhar desafiador dos castanhos e destemidos olhos da moça levando- os para a roupa que o mesmo vestia enquanto passava a ponta dos dedos pela malha manchada da camisa.

–Mas do que que você tá falando? E desde quando você veste as roupas da Juliana?- Gina estava estranhando o comportamento...a confusão estava se instalando em uma parte escondida do seu cérebro.

–Da Juliana? Ora essa mas essa camisa é minha! Ou era até você mancha-la de rosa!- Ferdinando cuspiu a realidade enquanto aproximava o seu rosto da face confusa da moça.

–Mas você tá mais é besta! Por causo de que eu faria isso?! Ahh é sai logo da minha frente e não me amola as paciências!- Gina deu um empurrão que quase fez Nando cair mas ele se manteve firme e apenas deu o espaço necessário que a moça precisava para passar.

Gina continuou em direção geladeira mas não pode evitar um comentário irônico..

–Mas saiba que eu nunca pensei que lhe veria com roupa de mulher doutor Ferdinando..- Gina virou-se com o sorriso debochado

Era hora...o rapaz a olhou intensamente e para a surpresa dela se despiu da camisa manchada ficando apenas com as calças jeans skinny que vestia.

– Pois se gostou tanto...pode ficar senhorita Falcão aliais...acho que lhe devo um presente por ter tentado mudar o meu...como posso dizer... estilo. – a voz de Ferdinando era sedutora enquanto se aproximava predatoriamente de Gina... lento e com os olhos hipnóticos.

Gina havia perdido o ar, o raciocínio, o poder da fala, o poder de julgamento e qualquer outro tipo de consciência que existia dentro dela.

Ela o via se aproximar com a blusa nas mãos e o tórax nu. Conseguia ver cada músculo definido de um corpo surpreendentemente escultural que antes era escondido pela camisa e não deixava de admirar sua pele tão branca. Observava cada veia pulsando e o caminho de ossos misturado com músculos que prendiam o cós da calça e escondiam um mundo tentador além dos botões. Gina instintivamente começou a andar pra trás até sentir a geladeira em suas costas...estava encurralada.

Ferdinando se aproximou ainda mais sem tirar os olhos dela...o clima estava pesado e ambos sentiam dificuldade para respirar...até que Ferdinando se lembrou de sua missão... levou as mãos por cima da geladeira e conseguiu alcançar o pote de geleia de uva. E sem que a ruiva tivesse chances de escape derramou o conteúdo em seus cabelos e blusa.

Gina soltou um grito...uma mistura de surpresa e raiva.

– Mas o que é isso Ferdinando! Você quer morrer?!

–Não minha cara ...só estou lhe retribuindo o presente...sua camisa vai ficar no tom roxo ideal e aliais – Ferdinando passou o dedo na bochecha da moça retirando um pouco da geleia que já grudava na pele e levou a boca..se deliciando com o doce – Você está extremamente saborosa.

Gina não conseguiu mais se controlar...partiu pra cima de Ferdinando jogando tudo o q via pela frente e como num jardim de infância... a guerra de comida havia começado.

Com o passar do tempo a guerra virou brincadeira e os dois riam da situação em que se encontravam.

Gina já estava coberta de geleia, iogurte e marcas de chocolate...já Ferdinando ria com a cara branca de trigo, os cabelos molhados de suco de laranja e o corpo grudento de tanto molho de tomate.

Eles continuaram a guerra até que Ferdinando escorregou em uma poça de leite o que o fez cair por cima da ruiva no chão melecado da cozinha.

Eles riram por alguns instantes até perceberem a proximidade que os envolvia novamente.

O ar que respiravam era o mesmo e lhes parecia faltar. Os corpos estavam literalmente grudados e só agora Ferdinando conseguia ver que sua brincadeira havia saído do planejado. Ele queria irrita-la ao máximo e não rir com ela e sentir essa vontade imensa de beija-la. Os pensamentos de Ferdinando davam voltas enquanto que seus lábios eram atraídos como imã de encontro com os lábios dela.

Gina não sabia o que esta acontecendo...sentiu o corpo estremecer com a sensação da proximidade do engenheiro...não queria admitir mas sentiu que seus corpos se encaixaram perfeitamente depois da queda. O calor que emanava do corpo dele a faziam esquecer do frio proporcionado pela mistura de bebidas jogadas sobre ela. Viu os lábios do engenheiro se aproximarem e sentiu que estava perdida até que a campainha tocou a libertando do transe.

Em um reflexo rápido Gina jogou o moço para o lado e se levantou num pulo correndo em direção a porta e deixando um Ferdinando jogado no chão com olhos arregalados e respiração acelerada.

–Oi Filha! A mãe trouxe um bolo pra você mais a professora Juliana e o doutô Nando...Mas o que é isso? O que aconteceu com você filha! – Dona Tê se assustou quando retirou os olhos do bolo e os fixou na filha toda lambuzada e com a face ainda rosada...

– É que...que... – Gina não sabia o que dizer procurava alguma desculpa razoável pois a verdade a marcaria como uma criança para sempre.

– É que eu e a Gina estávamos tentando fazer um jantar especial para a professora Juliana e acabamos tendo problema com o armário de mantimentos...mas já está tudo nos conformes dona Tê eu mesmo já o consertei ...pena que não vai mais dar tempo de prepararmos o jantar como havíamos planejado...não é Gina? – Ferdinando veio da cozinha um pouco mais decente, vestindo a camisa rosa e o rosto sem o branco do trigo apesar da calça manchada. Ele lançava um olhar que dizia “colabora comigo” e Gina tinha que admitir... aquela era a melhor saída.

– É sim mãe... as coisas caíram tudo na gente...mas a senhora pode ficar despreocupada que eu mais o Ferdinando já consertamos tudo. –Gina tentava ser o mais convincente possível.

–Tá certo então...se precisarem de alguma coisa estaremos lá em casa...juízo em dona Gina. – Dona Tê se despediu colocando o bolo nas mãos da filha e dando um último olhar de desconfiança.

Gina e Ferdinando se olharam e como que num acordo mudo decidiram que não falariam sobre aquilo...resolveram voltar pra cozinha e limpar tudo antes que Juliana chegasse e tivesse um ataque cardíaco com tamanha bagunça.


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