De acordo com a realidade... escrita por maddiesmt


Capítulo 22
Cap 22 - A solução - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Desculpa gente to desde ontem tentando postar e so agora o site voltou ao normal..enfim..dividi o cap 22 em três partes pq ele ficou Gigantesco!hahahah!Espero que gostem..



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Gina desejava que o vento que agora lhe balançavam os cabelos levasse também as lágrimas que se formavam timidamente juntamente com a dor dilacerante que sentia. Observava a paisagem mudar do lado de fora enquanto buscava esquecer a proximidade da tentação que dirigia o carro. As lembranças provocadas pela presença dele não ajudavam em nada.
Recordou a conversa da noite anterior com Juliana e realmente julgou se toda essa confusão ja tinha ido longe demais.

FLASHBACK
As amigas estavam prontas pra dormir mas ambas não conseguiam pregar os olhos.
Gina estava enterrada no sofá e Juliana desabou silenciosamente ao seu lado. Algo no semblante de Juliana misturava tristeza profunda e empolgação.
–Então quer dizer que o Viramundo voltou a trabalhar no Seu Giacomo e voltou com a Milita?
–Foi isso que o pai me disse mas no fundo no fundo eu sempre achei que ele gostava de verdade dela.
–Também to achando disso.
– Eu so não to entendendo o por que que o Seu Giacomo chamou ele de volta assim...do nada.
–Ah na certa o Seu Giacomo percebeu que o Vira não era um pobre coitado que ficava so cantando e que na verdade ele ajudava na movimentação do restaurante.
–Eu so sei que a Milita deve de ta dando graças a Deus.
–Assim como você devia dar graças a Deus de ter um homem como o doutor Ferdinando apaixonado por você. –Juliana sorrateiramente chegou no objetivo daquela conversa mole.
–Mas ele não ta apaixonado coisa nenhuma...aquele um so queria se aproveitar...
–Eu acho que se ele só quisesse se aproveitar minha amiga...ele não estaria no estado que está agora. –Gina não não queria relembrar o motivo de sua dor no peito.
–E como é que ele ta?...não.. não quer saber...isso ai é problema dele...eu é que não vou voltar atrás..
–A é?...você não vai voltar? Então se você não se importa com ele não vai ligar se eu começar a dar em cima dele... – Estratégia feita...isca lançada.
–Mas que estória é essa Juliana? – Gina sentiu o peito arder e a mente se confundir ainda mais em sentimentos e imagens advindas de uma imaginação muito fértil.
–Ora se você não está querendo mais nada com ele eu posso tentar alguma coisa não?
–Mas logo agora que você tem o Zelão é?- Juliana mudou a expressão ao ouvir o nome do rapaz.
–Ah...e eu tenho o Zelão?- A moça de cabelos rosa tinha uma mágoa evidente na voz.
–Não...você não tem o Zelão. –Gina sabia que tinha dito coisa errada mais não pode evitar...ficou irracional ao imaginar a professora com o engenheiro.
–A então eu posso ficar com o Ferdinando...aposto que eu poderia me apaixonar por ele.- Juliana fitou a amiga e enxergou que ela havia mordido a isca... no fundo dos olhos da ruiva havia um misto de ciúmes e medo que a professora reconheceu como vitória.
Um vento gélido adentrou pela janela da sacada fazendo com que as duas corressem para fecha-la. Observaram atentas as nuvens de chuva se aproximarem e denunciarem mais uma vez que o inverno estava chegando.

FIM DO FLASHBACK.

Ferdinando revezava olhares atentos da estrada para a ruiva e memórias da noite passada. Deveria agradecer Catarina pela bela ideia que teve.

FLASHBACK
Ferdinando esperava a porta ser atendida enquanto enxugava o suor nervoso das mãos na calça jeans que usava.
–Douto Nando! Mas que surpresa! Entre... entre... –Dona Tê o convidou pra entrar na curiosidade de saber que grande assunto traria o engenheiro para a sua casa momentos depois de terem se visto no trabalho.
–Eu gostaria de falar melhor com o seu marido dona tê...ele poderia me receber?
–Ah sim claro...vou chama-lo...fique a vontade fio..
Ferdinando se sentou no confortável sofá da casa dos Falcão e aproveitou para mandar uma mensagem para a amiga Juliana...precisava falar sobre seu novo plano que ela...sem dúvidas nenhuma...o ajudaria.
–Oh...amigo Ferdinando...que surpresa boa o doto aqui em casa – Seu Pedro sabia como fazer com que todos o adorassem. O engenheiro sorriu cumprimentou o chefe e ambos voltaram a se sentar...Ferdinando no sofá...seu Pedro na poltrona. O rapaz respirou fundo e começou o assunto mais importante da sua vida até o momento.
–Eu gostaria muito de lhe falar Seu Pedro.
–E sobre a colheita amanhã fio? Pois o amigo pode ficar despreocupado que ninguém mexeu nas coisas que o doutor mandou colocar la nas terras. E eu não tenho dúvidas que será uma colheita das boas!
–E...eu também não tenho dúvidas seu Pedro mas o assunto que eu vim tratar hoje é muito mais delicado.
– Delicado? Mas o que você quer falar fio?
–É sobre a sua filha Gina ...eu quis vir aqui lhe falar primeiro...mais por questão de respeito...o senhor sabe...
–To sabendo filho...to sabendo...Mas o que que o amigo quer falar dela.
–Eu quero falar seu Pedro que ...eu duvido muito que o senhor não esteja sabendo que eu gosto muito da sua filha seu Pedro....e por isso que eu vim aqui falar com o senhor mais abertamente.
–Mas abertamente? Mas quem ta fazendo rodeios é você fio..
–É seu Pedro e que eu quero...eu quero que o senhor saiba e me de permissão por que eu quero namorar com a sua filha. –Nando observou a expressão no rosto do homem não mudar nem por um segundo...parecia que ja esperava o assunto em questão.
–Sabe fio.. a minha fia Gina é uma moça muito especial sabe... e ela ta acostumada até pela educação que eu dei pra ela a não aceitar nada que não achasse certo...por isso e pela hombridade de você ter vindo aqui falar comigo...e que eu do plena permissão pra você falar com ela.
–E eu fico muito agradecido seu Pedro
–Mas tem uma coisa...você vai ter que respeitar a vontade dela...por isso que eu quero que você tenha o máximo de cuidado possível quando for falar com ela e que o negocio termine aqui se ela não quiser nada.
Seu Pedro o olhou com ar de ameaça típica de pai porém voltou a sorrir e dar tapinhas nos ombros de Ferdinando...
–É filho...boa sorte...você vai precisar.
Foram interrompidos por Dona tê que chegou com xicaras de um café fresquinho.
Ao final da conversa com Seu Pedro, Ferdinando ligou para Juliana e marcou de encontra-la no hall do prédio para que Gina não desconfiasse da cumplicidade dos dois.
O engenheiro notou que Juliana ja sabia da estória e tentou explicar sua versão...por fim Juliana entendeu que a confusão tinha apenas vilões e nenhum herói e concordou em ajuda-lo já que o amigo se mostrava arrependido e obstinado.

FIM DO FLASHBACK.

O rapaz trocou brevemente olhares entre a moça e a estrada e tentou começar uma conversa ja que não aguentava o silencio que se instalara no carro desde que deixaram a cidade.
–Como tem passado Gina?
A moça tinha que admitir...sentia falta da voz dele tão próxima. Quase não haviam se falado desde a briga porém ela resolveu que não lhe devia explicações e muito menos uma conversa amigável e resolveu permanecer calada.
–Você vai ficar o caminho todo sem falar nada?
Gina persistia no silêncio...uma hora ele iria parar...
–Vamos Gina por favor...fale comigo. – A voz suplicante dele fez com que ela o fitasse pela primeira vez desde que começaram a viagem.
–Você quer que eu fale alguma coisa?
–Sim
–Eu quero dizer que eu não quero falar com você. Pronto falei alguma coisa.
Ferdinando parou o carro de forma repentina fazendo com que os cintos de segurança trabalhassem para livrar seus corpos da inercia.
–Eu acho que devemos conversar.
–Eu ja disse que não quero falar com você.
–Mas eu quero!
–Pois então fale sozinho.
Gina não aguentaria ficar ali e conversar sobre um assunto que tinha demorado tanto para enterrar e na verdade nem tinha certeza se estava morto quando o sepultou. Retirou o cinto e abriu a porta do carro afim de seguir o caminho a pé.
–Gina...espera! A gente precisa conversar! –O engenheiro seguiu os passos da ruiva até lhe alcançar e segura-la pelo pulso fazendo com que a moça se virasse em sua direção.
–A gente não tem nada pra conversar! – Ela se desvencilhou do rapaz e recomeçou a caminhada dessa vez mais acelerada.
–Não Gina...por favor espera!
–Me deixa em paz! – Ela não aguentava mais...não aguentava brigar...estava cansada e precisava dar um ponto final em tudo. Se virou para encontrar os olhos do rapaz ja vermelhos e cheios de lágrimas
– Você não me contou nada Ferdinando..- a voz dela estava embargada...não queria chorar mas não conseguia evitar a fraqueza na voz. – Eu não creio que acreditei em você...eu ja estava começando a confiar em você de novo!
–Ela não suportaria continuar olhando para as lágrimas que agora caiam no rosto dele sem derramar as suas próprias então resolveu se virar e continuar a andar...
–Vamos Gina...espere...você não pode ir andando para a fazenda. –Ele conseguiu a atenção dela novamente porém o questionamento dela o pegou de surpresa.
–Como você pode esconder aquilo de mim? Uma casa Ferdinando! como você não me contou sobre a oferta do seu pai?
–O que você queria que eu dissesse?
–Você me fez de boba isso sim! Você mentiu pra mim! Mas eu acho que não deveria ficar surpresa ja que é isso o que você faz. Por que é isso que você é! Você é um mentiroso!
–Você esta me julgando? Você vai ficar ai apontando o dedo pra mim e não vai olhar pro fato de que você não conseguia, por um segundo que fosse, me considerar como algo maior do que uma simples amizade colorida...por que você nunca confiou em mim!
– Mas acho que no final era você que não confiava em mim não é mesmo?
–Vai lá Gina me odeie o quanto você quiser...mas fique sabendo de uma coisa...Eu te amo - Ele se aproximou perigosamente dela e sentiu que tanto seus olhos quanto os dela buscavam uma solução para tudo isso. – E por esse motivo fui até a casa do seu pai pedir a permissão dele para namorar a teimosa da filha que ele tem...isso por que eu quero fazer as coisas direito! Eu não quero esconder de ninguém esse amor tão grande que eu tenho por você! Porque você pode até não acreditar Gina mas eu prefiro brigar com você do que namorar com qualquer outra pessoa.
A declaração dele a pegou desprevenida assim como o beijo que veio a seguir. Ela sentiu os braços dele a enlaçarem pela cintura e a trazerem para o calor do seu corpo. Ela não pode evitar de atracar seus braços no pescoço dele como se sua vida dependesse disso. A sensação dos lábios deles acariciando os seus era única e a falta que sentia deles estava exposta na resposta que dava com os seus próprios.
Ferdinando sentiu toda a tensão, mágoa e saudade acumuladas derreterem sobre o calor do beijo que davam. Sentia a língua dela sedenta pela sua, estava preso no gosto doce dela que ele tanto desejava saborear todos os dias. As mãos de ambos buscavam os caminhos que tanto os enlouquecia. Ferdinando subia os dedos por entre as costas dela e Gina segurava firme a nuca dele. Como pode ter passado uma semana inteira sem seus toques? Sem o desejo inerente que sentia em ter o corpo dele tão colado ao seu? O beijo parecia apagar tal qual uma borracha cada erro que haviam cometido e os lembrava que o desnecessário devia ser esquecido.
Se separaram ofegantes e ainda absortos na sensação de plenitude que tinham toda vez que se beijavam.
Ferdinando a olhou nos olhos e não enxergou pistas de outra coisa que não fosse desejo e talvez...amor?
Gina o fitava fixamente sem saber o que fazer...decidiu se desvencilhar do rapaz e voltar em silencio para o carro. As palavras dele ainda bailavam em sua mente e a revelação de que ele tinha pedido autorização ao seu pai e que agora pretendia namorar serio a deixava zonza.
O engenheiro estava perdido mas tinha medo de que a palavra errada estragasse o momento...portanto resolveu seguir para o carro. Ao fechar a porta ele se surpreendeu quando, após uma longa e intensa troca de olhares, sentiu as mãos da ruiva o puxarem para um novo beijo.
Ele não podia acreditar...ela havia tomado a iniciativa...ela o havia beijado e ele sentiu ali que ela estava entregue a única verdade que era o amor que existia entre eles.
Os lábios se movimentavam em uma sincronia perfeita e apesar da posição desconfortável as sensações não eram outras senão prazer e paixão.
Ela não resistiu as mãos que agora ele depositava firmemente nas costas dela e mudou de lugar se posicionando perigosamente no acento do motorista e sentando sobre o colo do engenheiro que perdia o juízo a cada ação feita por ela.
Ferdinando sentia os lábios húmidos dela lhe beijarem o pescoço e percorreu desejosamente as mãos pelas pernas que o abraçavam. O rapaz começou uma serie de beijos por entre o colo e pescoço da ruiva e a ouviu gemer baixinho todas as vezes que fazia um movimento mais ousado. Suas mãos a livraram do casaco azul e quando o casaco voou para a parte de trás do carro Gina deu um breve sorriso de satisfação e agarrou com mais força os cabelos da nuca do engenheiro. Ela sentia cada vez mais o quanto cada ato que fazia era apreciado pelo engenheiro. A pressão sobre sua intimidade havia aumentado e ela não escondia o prazer de provocar tal reação no rapaz.
Eles não se importavam com a buzina que tocava de vez em quando mas quando ouviram um grito do lado de fora foram tomados pela realidade que os abraçava novamente.


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