As Time Goes By escrita por May


Capítulo 4
Thinking of Airship


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu sei não xinguem a minha mãe, obrigada!
Antes de tudo quero dizer que tenho uma razão para ter demorado séculos, então me perdoem.. explico tudo lá em baixo.
Quanto ao titulo a tradução é: " Pensando no dirigível" e você entenderam o porquê.
Terminei o capitulo escutando Never Think do Robert e não, não é por causa da tradução, e sim por causa da melodia e do timbre a da voz, então se alguem quiser escutar a música na parte em negrito, eu super recomendo, mas não é necessário quem não quiser...
Bom nos vemos lá em baixo.



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Mia mal podia assimilar o fato que Dean não estava mais ali, um ano havia se passado, e dia após dia ela tentava manter em pé a esperança de voltar a vê-lo; e caçada após caçada procurava pela irmã; e mês após mês distanciava-se de Ashley.Culpada era pouco perto de como se sentia em relação a ruiva, apesar de tudo que estavam vivendo nenhuma das duas conseguiam superar suas diferenças de um passado ainda não cicatrizado e quase esquecido nas memórias de outros.

Dean mal chegara em sua vida e precocemente fora levado para longe, nunca imaginara que encontraria alguém que seria seu como Dean fora pelo curto tempo que estiveram juntos. Se alguém no universo fora feito para completa-la, Mia tinha certeza, era o Winchester; mas agora depois de tamanho desencontro, apesar de continuar sua busca, suas esperanças já não era tão forte quando fora nos primeiros meses.

Nas estradas escuras e vazias da madrugada, no interior da Virginia, a loira continuava acelerando o carro que cortava a noite como um borrão.

***

Ashley acordou assustada com barulhos agudos na sua janela. Sentou-se, sobressaltada, na cama. Segurou com força a arma que tinha embaixo do travesseiro, antes de sair da cama cuidadosamente. Não tardou a descobrir que o causador daquele barulho era uma velha que crescera próxima a janela.Um pouco mais tranquila, voltou a cama, no lado de fora ventava. Um presságio da tempestade que estava por vir.

A ruiva continuou na cama enquanto olhava a arma em sua mão. Sentiu um aperto no peito ao lembrar que estava só, e que desta vez não fora escolha sua, e as pessoas que amava não estavam a salvo. Desta vez ela não estava querendo ter uma vida normal e agora tinha que tentar salvar a todos. Desta vez Mia não estava contra ela, mas tão pouco conseguiam reconstruir os laços que um dia tiveram.

Levantou-se decidida a encontrar a irmã mais nova no mesmo instante. Cansada das perdas, das pessoas que saíram da sua vida e das que ela escolheu deixar para trás, dos mortos e dos feridos. Das feridas que ela mesma provocara. Desta vez seria diferente, e foi isso que ela prometeu a si mesma.

Pegou o casaco em cima da pequena poltrona do quarto e jogou a mochila por cima do ombro, desceu as escadas rapidamente e pagou a estadia de uma noite inteira. Escutou algum aviso sobre ser bom ela esperar e que uma tempestade estava se aproximando, sorriu agradecida e continuou seu caminho até o Chevy.

Enquanto voava pelas estradas madrugada adentro o rádio tocava If you ever come back como uma triste esperança.

***

Na casa de Bobby, Sam preparava o café da manhã enquanto Dean escutava as chamadas deixadas pelo profeta nos primeiros meses do seu sumiço. O mais velho ainda não perdoara Sam por tê-lo deixado para lá, desistido de buscá-lo, entretanto, como sempre fizera com o irmão, deixou quieto, ele descobriria onde estavam todos e ia arrumar a bagunça que tinha sido feita. Como seu pai lhe ensinara.

O silêncio não era pacifico, de qualquer forma. Nenhum dos dois estava disposto a quebrá-lo.Enquanto as horas passavam de forma arrastadas, o mais novo procurava uma forma de reconstruir a relação entre ele o irmão que estava escancaradamente abalada.

Dean tentou mais uma vez entrar em contato com a loira e, mais uma vez, não obteve sucesso. O mais velho começava a se preocupar se Sam fora o único que escolhera deixá-lo para lá.

***

Katherine levantou preguiçosamente. Alguns raios de sol conseguiam invadir o quatro através da velha janela emperrada e empoeirada, iluminando o quarto minimamente.

A garota observou em volta e deu-se conta que o profeta já deveria ter ido resolver mais um dia de engano com o demônio. Mas só porque ela sabia qual era o plano, não queria dizer que não o achasse arriscado, Crowley estava com certeza apostando alto, em qualquer que fosse seu jogo, e não entendia como ele podia não desconfiar que os dois estivessem o enganando.

Irritada com os pensamentos pessimistas àquela hora da manhã-embora não soubesse qual- levantou-se e seguiu para o chuveiro. Enquanto as gotas de águas relaxam seus músculos um por um deixou sua mente voar até um certo alguém a quilômetros dali. Sam Winchester. Eles não chegaram a ter nada, ou pelo menos, nada como Dean e Mia, ou como Ashley e Castiel, por mais precoce que tivesse sido; mas não era fácil apenas aceitar que ele tinha desistido de achá-la. Ele tinha prometido, não tinha? Prometera com os olhos nos seus olhos, com aquelas duas órbes verdes e brilhantes cheias de sinceridade, ele havia prometido a ela, enquanto Crowley a capturara, como podia então apenas seguir em frente?Ela teria acreditado em qualquer coisa que ele tivesse dito. Acreditou nele naquele instante e ele a abandonou.

De tudo que passava agora, isso era o que mais incomodava, porque ela não devia ter acreditado. E porque, no fundo, sabia que apesar de estarem separadas suas irmã estavam lhe procurando. Não Sam. Não quem ela queria que a procurasse. E Sam não faria isso porque não devia isso a ela, porque tudo que eram era estranhos um para o outro, e essa era verdade.

A pior parte para a morena era que mesmo sentindo tudo isso dentro de si, não conseguia admitir a si mesma que o amava, de forma precoce e inconsciente. Aquilo que as pessoas chamam de amor a primeira vista. Sim, acontecera com ela, contra todas as possibilidades. Kath nunca pensara que ia ser sua ruína.

***

Ashley atravessava a divisa do estado quando avistou um rapaz a beira da estrada. Estava maltrapilho e sujo, mas definitiva tinha uma beleza escondida por trás dos olhos verdes. - A ruiva balançou os cachos se perguntando quando começou a ser tão observadora. – Entretanto realmente havia algo estranho ali, não maligno ou angelical, mas faltava algo. O que o tornava humano, e foi isso que a garota percebeu que a estava chamando atenção nele. Por ser uma sensitiva podia sentir as vibrações, emoções que os outros sentiam, quase podia enxerga-las, mas nada vinha dele, assim como nada vinha de Castiel,- a diferença é que Castiel tinha sua essência, ele era um anjo e ela podia perceber isso de longe- mas nada vinha deste desconhecido, como se não existisse nada além do corpo.

Um tanto incomodada com o fato, mas sensibilizada em deixar o rapaz na estrada resolveu dar carona a ele, e tinha outra coisa que também a deixa mais confortável com a perspectiva de dar carona a um desconhecido: ela tinha uma arma para os engraçadinhos.

Parou devagar e abriu a porta do passageiro.

– Está indo para onde?

Primeiro o rapaz pareceu assustado, e então algo passar por seu rosto, seus olhos pareceram escurecer e parecia ter algo dentro de sua boca que quisesse sair... Ashley podia jurar que sentiu fome vindo dele. A ruiva sentiu medo por alguns instantes antes do rosto do rapaz voltar ao normal.

– Não sei exatamente... Onde estamos? –perguntou aumentando a curiosidade da garota que, inconscientemente, levou a mão para onde a arma estava escondida sob a roupa, quase para confirmar que estava ali.

– Louisiana... –respondeu hesitante.

– E você estaria indo?

– Para o norte. Agora, vai querer a carona ou não? – intimou a ruiva impaciente. Ashley começou a se arrepender de ter parado. O desconhecido pensou por alguns instantes antes de entrar no carro e fechar a porta.

Os dois ficaram alguns instantes se olhando, a garota tinha certeza que algo estava errado ali, ele estava sujo e parecia ter saído de algum filme de ação diretamente de Hollywood, olhos verdes, barba por fazer, semblante simpático e misterioso. Apesar da aparente cordialidade, algo nela apontava perigo. Para ele, à sua frente estava apenas uma garota, muito bonita, nova demais para andar viajando sozinha por aí, indefesa. Ele pensou no que isso significaria se fosse anos atrás, muitos anos atrás e não agora com as memórias frescas de um humano e um anjo em sua mente.

Um arrepio passou pela garota, antes dessa finalmente dar partida no carro em silêncio.

***

Kevin entrou no quarto que dividia com Katherine cheio de novidades: eles em breve estariam livres. Entretanto sua empolgação foi esquecida ao encontrar a morena encolhida contra a cabeceira da cama em prantos.

– Kath? Você está bem? – o profeta sussurrou fechando a porta. Sentiu-se estúpido pela pergunta, afinal ela estava chorando e isso deixava claro que ela não estava bem. Desta vez, porém, não teve como resposta algum comentário ácido que, de vez em quando, saltava da boca da caçadora, ao contrário, encontrou dois braços esticados a sua espera. Abraçou-a com cuidado, preocupado com a atitude da amiga.

–O que está acontecendo? – sussurrou, sem obter resposta.

A garota se segurou ao profeta como a uma ancora o único que ainda a mantinha no mundo real, ainda ao seu lado. E se o perdesse? Ela não queria ter essa resposta, não podia pensar nisto, em perder mais alguém.

– Tenho medo... – sussurrou ela, ainda abraçada a ele. – Todos eles estão tão longe agora...

Kevin não tinha o que dizer; vê-la sofrendo já era o suficiente para fazê-lo o mesmo. Porque apesar da convivência ter sido forçada, ela era como uma irmã, assim como Ashley fora no começo. Tudo que tinham ali era um ao outro, estavam naquela furada juntos e ver a morena indefesa, assumindo seus medos, apenas o fazia querer rever os conceitos no quais estava acreditando piamente, se agarrando a um fio de esperança. Mas sabia que Katherine precisava, agora, que ele fosse para ela o que Ashley tinha sido para ele: segurança, assim arrumou coragem para sussurrar as palavras mais definitivas que ele já tinha dito.

– Vai ficar tudo bem... Eu vou nos tirar daqui.

***

O caminho foi silencioso, Ashley permaneceu as primeiras horas da viagem em alerta, mas depois de ser encarada por ele por muito tempo, ele fechou os olhos e encostou-se na janela do carro de forma que parecia adormecido, a garota não conseguiu manter-se fria vendo o semblante do rapaz, tão suave, daquela forma ele jamais poderia parecer uma ameaça. De alguma forma, ela sentia que podia confiar naquele desconhecido e ainda mais estranho era que ela queria confiar neste pressentimento, porém outro lado seu lhe apontava perigo e ela simplesmente odiava se sentir assim. E enquanto encarava o rapaz lembrou-se novamente do seu anjo, que já não podia mais ver, como ele era suas manias e medos, seu semblante sempre sereno, tranquilo. Da forma como se sentia segura perto dele.

A ruiva queria poder voltar no tempo e ter feito tudo diferente, ter negado ajuda a Dean, e nunca ter passado a localização de Dick a Bobby. Tudo seria tão diferente se naquela noite ela apenas tivesse dito a Bobby o que queria, o que ela planejado, mas por falta de coragem, apenas tinha passado inventado outro motivo para estarem ali.

“ Ashley andava de um lado para o outro imaginando como dar aquela noticia ao amigo. Tinham passado tantos anos juntos, companheiros um do outro, pai e filha. Tinham formado um time. Uma família quando não restava mais quase nada bom na sua vida.

Dizer que se sentia culpada por abandoná-lo era um eufemismo, se sentia mutilada, sentia-se a pior das criaturas, mas depois de tantos anos se escondendo, negando a si mesma, precisava fazer aquilo, superar aquele medo. Era uma caçadora e já não podia mais negar isso como negara ao abandonar sua antiga família. Quantas vezes mesmo ela perdera uma família? Sua mente lhe apontou prontamente que esta seria a quarta vez e todas tinham sido sua culpa, duas lágrimas escaparam apesar do seu esforço.

Desde cedo aquele nó na garganta lhe estrangulava, lhe tirava o ar, o aperto no coração podia ser de saudades ou de medo, ou simplesmente os dois. Mas era a hora de descobrir a verdade. Iria descobrir a verdade.

A garota estava imersa em pensamentos que não notou que Bobby havia chegado até que duas batidas na sua porta lhe chamaram de volta ao mundo real.

Em um surto de coragem, secou as lágrimas, respirou fundo e seguiu a passos firmes até a porta. Toda sua coragem lhe abandonou quando ela viu o senhor a sua frente. Os cabelos ainda mais grisalhos do que eram quando ela conheceu escondidos por debaixo do boné, a camisa xadrez desalinhada como de costume. Ele ostentava um discreto sorriso no rosto, sem que ela soubesse que o motivo era a mesma. Nenhum dos dois ali eram muito bons em demonstrar sentimentos, mas eram uma família, e depois de tanto tempo sem vê-la, Bobby estava realmente feliz em poder ver com seus próprios olhos que ela estava bem. Sua garotinha tinha crescido, nunca deixaria de se surpreender que a garotinha que conhecera se transformara em uma adorável mulher.

–Oi. – sussurrou a garota o abraçando, para ela, ele tinha o mesmo cheiro de sempre, álcool misturado a algum perfume que ela jamais descobrira.

–Oi, posso saber a emergência garota? O carro quebrou de novo?

–Não, não é o carro. – murmurou Ashley, dando passagem para que ele entrasse na casa. Agora que chegou a hora ela simplesmente não conseguia dizer que estava de partida. – E então aceita algo para beber?

–Você sabe que sim, qualquer coisa forte o suficiente. O dia hoje foi longo. - respondeu o senhor se acomodando no sofá. Em instantes ela estava de volta com dois copos na mão.

– É meia noite em algum lugar. – ela reproduziu a fala de sempre o fazendo rir. – Então como tem sido a vida? Já faz algum tempo que não nos vemos.

– Parar variar tenho que ajudar os idiots, você sabe que aqueles dois sempre dão um jeito de se meter em mais frias que o restante dos caçadores. – o tom poderia ser de critica mais os dois sabiam que Bobby amava os dois “idiots” e que não achava nem um pouco sua vida de caçador.

– E você está odiando caçar não é? – ironizou ela. O senhor não se deixou enganar com a tentativa de mudar o assunto, sabia que não tinha sido chamado ali para colocar o papo em dia.

– Querida. – ele começou largando o copo no canto do sofá. Imaginava que a noticia quer viria não seria coisa boa. – Seja o que quer que você queira me dizer, apenas diga. Você sempre pode contar comigo não pôde? E sempre vai poder contar, mas eu não posso te ajudar sem saber o que se passa aí.

– Não é nada... Nada que falha a pena. – ela sussurrou sem ter coragem de dizer a verdade. O velho se sentia um pouco responsável pela garota, e por ela não estar lhe contando tudo, era sua culpa pela reação que teve na ultima conversa dos dois. Resolveu que pediria desculpas por aquilo.

– Ash, eu sei que na nossa ultima conversa eu me exaltei um pouco, mas só estava preocupado com você. A ideia de caçar, você sabe esse tipo de vida, não é algo que as pessoas escolham, simplesmente acontece...

A ruiva escutou o senhor, era verdade, ela tinha resolvido voltar a ser uma caçadora, ou melhor se tornar uma caçadora, e ele não tinha reagido nada bem quando teve a noticia, é claro que como sensitiva ela sabia que ele se preocupava com ela, se ficaria bem, segura. Como podia ir embora e deixar a pessoa que ela considerava como pai? Como perder mais uma família? Ela seria tão egoísta assim? Faria ele sofrer assim como fizera com suas irmãs? Ashley sabia a resposta, por mais que quisesse a verdade, por mais que morresse de medo dela. Não era mais importante que o senhor na sua frente. Então lhe ocorreu o fato de que, ela tinha a desculpa perfeita, não precisava o dizer porque realmente tinha chamado ele ali, apenas dizer parte do que tinha que dizer.

– Não se preocupe Bobby, eu entendo e realmente... não posso ser uma caçadora, eu totalmente enlouqueci. Te chamei aqui porque tenho algo que talvez lhe interesse...”

Ela tinha o enviado para a morte. Tinha mandado diretamente para o inimigo, tinha o matado e assim condenara as irmãs a uma vida de sofrimento. Um fardo que cabia apenas a ela. Sua mãos que dirigiam igualmente podia ter estar sujas de sangue, de todos eles: Bobby, Dean, Cas, seus pais. Mas ela não podia fazer mais nada.

O tempo passa. E enquanto ele passa vai construindo novas histórias. Cada decisão leva a um momento e cada momento tem uma consequência. Ela escolhera não ir para Londres naquela época, sua consequência chegara logo e com demasiado sofrimento, e teria que sobreviver a isso. Agora um novo caminho começava a ser traçado, sem que ela soubesse, no momento que ela dera carona a aquele desconhecido.


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Notas finais do capítulo

Então povo gostaram? SIm, Não???
Quem escutou a musica: A voz dele não seduz????? *-* estou apaixonada por essa música.

Como eui disse eu tenho motivos para a demora, primeiro eu fiquei um tempo sem pc, e tambem tava escrevendo TNM o que acaba sobrecaregando um pouco e nos ultimos três dias que tive de folga eu fiquei doente-ainda estou- o que me impossibilitou de escrever qualquer virgula.
Mas o mais importante fato que impossibilitou a postagem deste capitulo antes é que eu estou prestes a prestar vestibular-daqui a duas semanas- então nao tive tempo mesmo, mas assim que passar eu prometo escrever dois capítulos por semana ok????
Espero que tenham gostado do capitulo.
Kisses and Candies



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