Pov: Percy

Antes e Thalia contar seu “temível plano” – foi assim que ela quis que chamasse -, saiu para chamar Leo, o qual faria parte da história.

– O que vocês acham que eles tramam por traz desse “se conhecerem”? – Perguntou Nico.

– O casamento desses dois ai. – Disse Thalia.

– Mas esta cedo ainda. – Indaguei.

– Pense um pouco Perseu. – Começou Annabeth fazendo cara de nerd. – É um baile imperial com centenas de convidados, se nossos pais anunciarem nosso noivado, já era.

– Desculpa sabidinha! – Annabeth era insuportável.

– Ei pombinhos parem de brigar. – Anunciou Leo com Thalia ao seu lado.

– Eu já contei pra ele sobre o casamento arranjado. – Thalia falou.

Leo se sentou em um pufe perto de mim batendo no meu ombro.

– E eu pensando que só ia ver você se casar aos cinquenta.

– Cale a boca.

– Ui, calma peixinho! – Leo disse brincalhão. Revirei os olhos e pedi pra Thalia prosseguir.

– Então é o seguinte: Como todos nós desconfiamos que esse baile é o anuncio do noivado de Percy e Annabeth, e como somos totalmente contra isso, pensei em fazer desse baile chato uma coisa inesquecível.

– Mude para a nossa língua Lia! Ninguém é fluente em psicóticalia. – Disse Jason.

– Haha maninho. Que tal sabotarmos o baile?

– Para que? – Perguntei.

– Para impedir o noivado e qualquer coisa a mais que eles estejam tramando. – Explicou ela.

– E como iremos fazer isso? – Perguntou Nico.

– É para isso que eu vim! – Gritou Leo.

– Oba, Chapolin Colorado. - Falei em deboche.

– Engraçado amigão. Vocês terão que aceitar as propostas de Zeus e na hora H eu irei armar um sequestro falso.

– Continuo me perguntando pra que. – Comentou Nico.

– Para deixar tudo mais divertido ora! – Gritou Thalia. – O que você acha Annabeth?

– Desde que não seja um sequestro de verdade, por mim tudo bem! Vai ser divertido.

– Com certeza. – Ri com ironia.

Começamos repensar o plano enquanto esperávamos Leo nos dar nosso papel.

Pov: Annabeth

Após a reunião fui com as meninas comprar o vestido imperial. Rodávamos todas as lojas procurando alguma que vendesse esse tipo de vestido, e eu continuava pensando, “eu realmente quero viver assim”? Eu continuaria fugindo da minha mãe, me culpando pela morte do meu pai?

Piper parecia animada com essa parte de comprar o vestido, fomos em diversas lojas a fantasia e nada achávamos, Thalia que parecia pouco animada, deu a ideia de irmos nas partes mais antigas do bairro procurar. Assim fomos.

Depois de uma hora rodando de carro, chegamos a um lugar que nunca tinha ouvido falar, aliais, nem sabia que existia casas em um bairro como SoHo. O asfalto de pedras coladas uma ao lado da outra dava aquele sentimento de vila, as casas pequenas, com canteiros nas janelas tornava tudo maravilhoso, ali era tudo rustico mas ao mesmo tempo sofisticado. Entramos em uma loja chamada Beauregard para ver o que achávamos. Uma moça linda, de cabelos negros, pele clara e um sorriso encantador por volta dos dezenove anos nos atendeu se apresentando como Silena. Ela nos explicou os diversos modelos de vestidos que víamos, ajudou-nos a vestir o espartilho e usar a gaiola. Piper se apaixonou por um vestido vermelho com diversas flores como estampa. Thalia apenas pegou o primeiro vestido azul que viu. Eu ainda não tinha achado o vestido perfeito, o que me fez perguntar se eu realmente teria coragem de me levantar da cama no grande dia.

– Annabeth, venha olhar esse aqui. – Chamou-me Silena.

O vestido não era de uma cor extravagante nem chamativo, e eu o amei por isso, era um verde claro com detalhes mais escuros e alguns babados, resolvi levar aquele.

Piper experimentou mais alguns enquanto Thalia dormia no sofá e eu tentava aprender a colocar a gaiola sozinha, céus não consigo respirar embaixo de tanto pano.

Quando finalmente saímos da loja, colocamos as sacolas volumosas dentro do carro e resolvemos dar um passeio no nosso novo achadinho. Se eu fosse presidenta de Nova Iorque, pediria que existisse mais ruas e bairros assim, a vila com chafariz e crianças brincando pelas ruas, sem medo de serem atropeladas traziam de volta a cor que faltava da tão preta e nebulosa cidade de Nova Iorque, onde o céu nem azul era mais.

– Annabeth, olha! – Piper apontou em direção a uma barraquinha de pães caseiros quentes que faziam minha barriga roncar.

Aquele lugar era tão incrível! Ao fundo se via um pouco de verde que ainda existia em Massachusetts além do Central Park. Fomos até lá e nos deparamos com um pequeno jardim. Um mini bosque cheio de vida. Gostaria de ter ficado lá o resto da minha vida, esquecendo meus problemas e meus sentimentos, que aliais nem sei onde estavam agora.

Will me mandou mensagem pelo resto da tarde, todas nós recebemos mensagens de pessoas perguntando onde estávamos, eu e as meninas agora deitadas no lençol no verde vivo da grama, olhando para o por sol, nos desligamos do mundo real.

*

Cheguei em casa por volta das sete da noite e fui tomar um banho, mostrei o vestido para minha mãe que aprovou, e parece que aquilo foi primeira coisa que nós concordávamos a dias. Eu estava mal, alguma coisa dentro de mim não estava certo, amanhã eu precisaria voltar a biblioteca e ficar trancada por mais de uma hora com ele, meu noivo, ironia do destino não? Percy não amava ninguém, e isso me fazia imaginar, será que ele me amaria se eu fosse sua esposa, ou se eu chegaria aos vinte com um bebe no colo e um marido que pegava todas por ai, me deixando cuidando de crianças sexta à noite em casa enquanto farreava? Esse com certeza não era o tipo de vida que eu deixaria levar.

Olhei para o visor do celular, dez chamadas perdidas. Todas de Will, cara chato. Amanhã eu terminaria com ele, mesmo não sabendo o exato “porque” da história.

Porque o maldito Perseu Jackson não saia da minha cabeça?

Pov: Percy

Annabeth não aparece para o treino das líderes então fiquei preocupado com o que pode ter acontecido. Na segunda aula, Drew venho toda melosa pra cima de mim, me perguntando quando eu a pediria em namoro oficial. Eu gostava de Drew, ela era gostosa, bonita, e tinha uma cintura perfeita para agarrar, mas não era o tipo de garota que valia a pena. Leo parecia mais feliz ultimamente, e quando digo feliz é feliz. No meio da segunda aula – que era Álgebra três – ele me jogou um papelzinho:

Oq vc acha que ta acontecendo pro pai de Drew vender o restaurante/hotel?

Pensei um pouco. Realmente era estranho o pai de Drew vender o hotel daquela maneira, culinária era a sua paixão, e pelo que eu sei, ele era o tipo “chefe cinco estrelas” de SoHo.

Sei la cara, vai ver ele quer se aposentar.

Depois de dois minutos Leo atacou o papel de novo.

Vendendo o hotel? Akilo é herança de família mano :o

– O que você está conversando com o Leo, amor? – Drew tentou olhar o bilhete mas eu tirei-o da sua visão.

– Sobre o jogo final contra o time da California.

– Ah sim amore, eu soube que eles estão fortes esse ano. – Como se ela entendesse de futebol. – Calypso me disse.

– Mas ouvi dizer que você brigou com ela ontem mesmo.

– Ah bobagem, não acredite em tudo que ouve por ai.

Olhei para Leo que apenas me olhou como se dissesse: Serio garota?

A professora – bruxa como a chamo – venho andando em direção ao papel em minha mão, quando que se por presente do futuro, o sinal bateu bem no momento que ela arrancou-o da minha mão.

– Você se livrou dessa Sr. Jackson. – Disse ela me devolvendo o papel.

Sai da sala com Drew no meu pé, esperando eu ir almoçar com ela. Sentei na mesa com o pessoal observando Annabeth do outro lado do refeitório – muito bem – com as meninas e Rachel em especial.

Quando bateu o sinal da última aula, fui direto a biblioteca encarar o meu castigo. Encontrei a senhorita Chase com um pau-de-arara na mão então ergui a sobrancelha assustado.

– Você não vai me bater com isso ai, não né? – Perguntei.

– Infelizmente não. Eu achei isso aqui em uma das prateleiras, o que um instrumento de tortura desses está fazendo aqui eu não sei.

– Estranho.

Os minutos se passaram sem trocarmos uma só palavra a mais, Annabeth fazia o seu trabalho colocando os livros nas estantes enquanto eu varria o chão e catava os pertences perdidos.

Ela pareceu receber várias ligações durante o castigo, contudo ignorou todas. Me perguntei quem será que era, quando eu estava prestes a fazer essa pergunta, Annabeth me respondeu.

– É o Will. – Disse ela suspirando. – Eu sei que você ia fazer essa pergunta jajá, e por que ele está ligando tanto? Terminei com ele hoje.

– Sério? Por que? – Tentei perguntar pouco curioso.

– Ele era muito grudento, não fazia o meu tipo.

– E qual seria o seu tipo? – Perguntei me aproximando.

– O seu tipo que não é. – Ela me empurrou para longe.

– Você não resiste. – Falei rindo.

Fiz biquinho após rir e ela revirou os olhos.

– Você é muito monótono Percy, e muito clichê.

– Como assim?

Agora Annabeth estava me acusando com palavras que eu nem sabia o significado?

– Quer dizer que você é muito chato e previsível.

– Não entendi.

– Quero dizer, você acha mesmo que eu não sabia que você ia tentar me agarrar em um desses nossos castigos?

– Você é muito julgativa.

– Essa palavra não existe, Percy.

– Muito nerd também.

– Ah vai te cata. – Annabeth pareceu fingir brava e saiu trotando para o andar de cima.

Tentei não prestar atenção na sua bunda. Eu sou um galinha mesmo.

Eu precisava sair daquele lugar, eu precisava continuar os treinos, se eu não treinasse, como venceria o Nacional com o time? Jason havia ficado como capitão do time, e disse que ia fazer Will Solace sofrer muito durante os treinos.

Na hora que eu ia dar uma escapadinha escondida de Annabeth, seu celular vibrou. Ela pareceu não ouvir então olhei o visor: Luke Castellan. Não resisti e abri a mensagem.

Oi Annie! Ainda lembra de mim? Espero q sim! Fiquei arrasado qnd me contaram que vc tinha ido embora, mas eu tenho uma novidade pra vc, nosso time os Barons vai jogar contra um time ai de Nova York, podemos nos encontrar quando isso acontecer, o que acha? XOXO estou com saudades.

XOXO, sério? E quem era esse tal de Luke, quando levantei minha cabeça para colocar o celular no lugar vi uma Annabeth brava de braços cruzados me olhando torto. Agora eu estava morto.