Desci até a cozinha, ela era pequena, trinta metros quadrados, branca, com uma pequena pia, um fogão de quatro bocas, uma geladeira, um micro-ondas, piso de mármore bege, uma janela com cortinas claras e uma mesa com quatro cadeiras brancas.

Nada com que a antiga Lucy Fellys fosse acostuma quando mais jovem.

Quando cheguei, Tia Callida e Jonathan encaravam um ao outro furiosamente.

– ...O QUE? – Jonathan gritou, furioso – O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA PARA TER UMA IDEIA DESSA?

– JUIZO – Tia Callida respondeu grosseiramente – AO CONTRARIO DE JORDAN, HELENA, VOCÊ E DE SUA IRMÃ, EU O TENHO!

– NÃO FALE DOS MEUS PAIS! – Ele gritou novamente dessa vez mais sério – VOCÊ NÃO SABE NADA.

– MULEQUE! – Tia Callida esbravejou. Sua face retorcida de raiva.

Decidi que agora era hora de interromper a discussão. Caminhei até eles calmamente.

– O que esta acontecendo aqui? – Perguntei da maneira mais calma possível, colocando a mão no ombro de meu irmão e encarando a Tia – Qual é o motivo da discussão?

– É algo que eu quero falar com vocês agora – Tia Callida pareceu se acalmar. Ela suspirou – Sentem-se. Vamos tomar café primeiro.

– Me pergunto por que acordar seis horas da manhã... – Eu disse, duvidosa.

– Já vais saber. – Falou Tia Callida. Misteriosamente.

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Depois de tomar café e lavar a louça, Tia Callida nos chamou até a sala.

– Sentem-se – Ela disse, seca – Não teimem.

E assim, eu e Jonathan sentamos no sofá.

– Quero lhes informar que vocês dois, por terem sido expulsos de quatro escolas, se envolverem em brigas milhares de vezes – Ela pausou, dando um sorriso de escárnio – Vão hoje para um lugar legal.

A ultima frase de Tia Callida fez os pelos de meu corpo se irisarem, enviando um choque elétrico. Percebi Jonathan fazer uma carranca pelo canto do olho.

– E... – Comecei, indecisa se queria ou não saber – Onde é que nós vamos?

Ela riu.

– É óbvio, né? – Tia Callida disse entre grotescos risos – Vocês vão para o reformatório Badkids em uma hora. Arrumem as malas.