– Preparem-se – Falou o professor, calmamente – Ao meu sinal – E olhou o relógio – três, dois, um. Comecem!

Marcos deu um passo adiante, mas Jonathan foi mais rápido, atingindo-o com uma rasteira e esquivando-se, antes que o loiro pudesse fazer qualquer coisa, já estava no chão.

Jonathan precisava ficar por cima dele por cinco segundos, para assim a luta estar acabada, mas Marcos levanta-se surpreendentemente rápido e da dois passos para traz e ficou encarando Jonathan.

– Parece estar com pressa? – Marcos sorrio de lado, sínico.

– Desculpe – Jonathan escolheu os ombros, sarcasmo mostrava-se através de sua voz, seus olhos azuis estavam como a noite, misteriosos, mas eu conhecia-o suficiente para saber que na verdade ele estava deleitando-se com aquilo – Força do hábito, sabe como é que é.

Marcos gargalhou alto, e não pude segurar um sorriso de canto do lábio. Jonathan virou-se para mim retribuiu o sorriso. O loiro pareceu perceber e arqueou as sobrancelhas curiosamente.

– Bora – Jonathan abriu um sorriso avassalador de sarcasmo e esticou seus braços. – Falta de prática me deixa atrofiado.

Marcos riu como se fossem velhos amigos e deu dois passos para frente, ficando cara a cara com Jonathan.

Meu moreno de olhos azuis deu uma peitada no loiro, que revidou com um soco, mas que errou o alvo, já que era no rosto de meu maninho, e meu irmãozinho sempre defendia muito bem seu rostinho, esquivando-se muito rapidinho.

Até rimou.

Mas foi ai que a coisa ficou séria. Jonathan odeia quando tentam atacar seu rosto, e deu um chute na lateral da coluna de Marcos, que para minha surpresa aguentou muito bem, e veio com um soco forte e pesado no peito de Jonathan.

Meu irmão não podia se dar ao luxo de demonstrar suas grandes habilidades, mas segurou o braço com sua assombrosa força humana , o que deixou Marcos atônito.

O moreno torceu o braço de Marcos, que acabou caindo, abaixando-se mais e mais, enquanto Jonathan torcia seu braço. Uma careta demonstrou-se no rosto de belo loiro.

– Nada pessoal, cara – Jonathan falou, soltando o braço de Marcos. Que pegou seu pulso e estalou, fazendo uma cara de alívio.

– Isso dói, mano – Falou marcos avaliando estragos – Mas foi maneiro.

Jonathan sorrio orgulhoso. HUMPH, Agora é que ele ira ficar se achando o mês inteiro para mim. Não é mole aguentar esse narcisista irritante.

– O vencedor é Jonathan Fellys – Bradou o professor para a sala toda. O que me assustou foi ele falar o sobrenome, aff, já era minha brincadeirinha.

Vi algumas pessoas da sala ficarem encarando estáticas meu irmão, já era de se esperar que tivessem um comportamento estranho ao saber sobre o tal acidente que apareceu muito nos jornais e tal, mas surpreendentemente não vi pena no rosto de ninguém, e sim um sinal de dúvida, e reconhecimento.

– Fellys – Falou uma voz feminina da sala, era uma garota de cabelos roxos enrolados, curtos, rosto delicado e olhos âmbar, vestia-se com um simples vestido preto de pequenas mangas e que ia até os joelhos, junto com um pequeno salto roxo tão escuro que chegava a cor preta – Eu reconheço seu sobrenome, só não me lembro de quando... Acho que já faz muito tempo.

– Minha família é bastante conhecida – Jonathan sorri disfarçando maravilhosamente bem – É super normal alguém reconhecer ou achar familiar.

– Quando eu lembrar eu falo – A menina sorriu docemente, e assentiu. – Sou Levy Mirley, é um prazer conhecê-lo Sr. Fellys. – Jonathan sorrio com o jeito dela, eu conhecia-o o suficiente para saber o quanto ele achava graça das reverencias formais. Levy virou-se para o homem loiro de olhos verdes escuros que estava de braços cruzados, encarando-os – Prossiga com a aula professor.

Richard sorrio de canto, como se orgulhoso e limpou a garganta.

– Ok, pessoal. – Ele virou-se para o quadro e escreveu abaixo dos nomes de Jonathan e Marcos. Ficando:

MARCOS X JONATHAN

Vencedor: JONATHAN

Logo o professor pegou novamente a caixinha preta e tirou dois nomes.

– Acho que vocês já sabem as regras e não preciso mais lembrá-los – Ele releu os nomes das folhinhas e guardou no bolso – Vamos ver...

O professor virou-se, pegou o giz, fez uma linha separando os nomes da luta anterior, como uma divisa entre as lutas e do lado escreveu no quadro.

RYAN X RENAN

Ryan e Renan se encararam sorridentes. O de cabelos azuis deu um soco brincalhão no ombro do amigo loiro e ambos foram para o meio da sala.

– Sem ressentimentos – Falou Renan ironicamente – Mas quem vai vencer sou eu.

– Vem marica – Zombou o de cabelos azuis espetados para todos os lados – Sem ressentimentos.

Eles caíram na gargalhada.

O professor limpou a garganta. Acho que é o esporte dele, sempre faz isso. Ri com o pensamento.

– Quando eu falar já – O professor olhou o relógio – Três, dois, um... Se soquem – Ryan e Renan impulsionaram-se para frente como se fossem se jogar um no outro, mas viraram pedra, encarando o professor interrogativamente, que se matava de rir, egocêntrico. Richard gargalhava auto, e não resisti rir também, claro, tampando a boca fingindo estar pensativa disfarçadamente. O professor pareceu perceber, já que eu era a única rindo com ele, além do meu irmão que se controlava para não ter uma crise de risos. Os alunos em volta encaravam o professor com caretas pasmas. Mas Richard acalmou o riso e deu um sorriso de canto – Certo. Já.

Ryan e Renan impulsionaram-se novamente um contra o outro...