Aways be here for you - FINALIZADA escrita por allurye


Capítulo 29
Capítulo - 30 Start Of Something Good


Notas iniciais do capítulo

Hello it's me
E é ao som de Adele que aviso que sofrência acabou!!! Acabou essa minha novela mexicana, hoje e último capítulo que será longo pra cacildes, mas não reclamem porque é o último… OU quase isso;)
Espero que gostem e boa leitura, pessoas!



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Bonnie

Like a small boat on the ocean

Sending big waves into motion

Like how a single word
Can make a heart open
I might only have one match
But I can make an explosion

 

Por um momento ou dois, peguei-me sentindo inveja de Matt Donavan, em breve ele sairia em uma viagem ao redor do mundo em companhia de seu melhor amigo em busca de outros como Tyler.

E porque estava com tanta inveja dele?

Porque mesmo não tendo nenhum risco mortal que pudesse acabar a nova era de paz e sossego que rondava a cidade… O clima não poderia estar pior.

Com Caroline sofrendo pelos cantos por ter rompido com Stefan por causa de Elena. Mesmo tendo certeza que Stefan Salvatore era perdidamente apaixonado e fiel a ela, ela não quis dar-me ouvidos. Continuava com ideia fixa que ele ainda amava Elena e por isso resolveu ignorá-lo e quanto por acaso abria uma exceção apenas discutiam e discutiam.

Ela gostaria de fazer algo para ajudá-la, mas quando Caroline Forbes colocava algo em sua cabeça dificilmente ela mudaria de ideia. É mesmo estando miserável sem ele, não conseguiu passar por cima do orgulho e de suas inseguranças…. E bem quem era ela para julgar.

Não muito depois Elena contou-me detalhes sobre o que fez. No início estava tímida e receosa, envergonhada por ter agido daquele modo, mas sua culpa se dissolvia facilmente quando por acaso esbarrava em Caroline e notava seu estado de espírito miserável.

Ela justificava tudo como sendo em nome do amor. Acreditava piamente que ainda amava Stefan é que o sentimento era recíproco e enquanto ela declarava seu amor ao Stefan, tudo que conseguia pensar era no irmão dele.

Tinha começado a ficar irritante o número de vezes em que ele surgia em meus pensamentos. A lembrança quente e inquietante de seus beijos que começavam a assombrar seus sonhos. Estava quase procurando algum feitiço para apagar esse erro por completo do meu cérebro. Porque se tinha certeza sobre algo no meio de toda aquela confusão era que, desde que dei abertura para que Damon entrasse em em minha vida, mesmo que por um segundo. Meu mundo virou de ponta cabeça. Ele mostrou um lado diferente dele, um lado que provavelmente apenas Elena e Stefan conhecia. E de repente ela acabou presa, dívida entre o ódio e o desejo.

Desejo de não apenas ter suas mãos sobre seu corpo novamente, nem mesmo sentir seus lábios sobre dela, ela se pegou pensando em como seria conhecer mais deste Damon que ela julgou não existir. Se pegou pensando em dar uma oportunidade para o que quer que seja esse sentimento desconhecido e confuso que começava a crescer dentro dela sempre que certo olhos azuis surgiam em seus pensamentos.

Ela estava pensando nisso, enquanto mantinha as mão em seu casaco observando seu melhor amigo terminar de colocar as malas no porta-malas, prestes a partir para novo recomeço. Deixando aquela cidade que um dia foi seu lar, deixando todo passado para trás. Ela se pegou mais uma vez o invejando. Matt fechou o porta-malas e se aproximou delas sorrindo

— Tem certeza que precisa mesmo ir hoje?

— Tenho, eu já demorei demais.

— Afinal pra onde você vai? — inquiriu Elena lhe dando outro abraço

— Peru.

— Peru?

— É eu sei, mas Tyler me pediu uma ajudinha por lá. Só espero não ficar muito tempo.

— Eu já estou imaginando você voltando com dreadlock no cabelo — Matt riu me puxando para um abraço apertado. Sabia que ele voltaria, depois de um ano ou mais, mesmo assim não conseguia evitar de me sentir um tanto triste por não tê-lo por perto

— Ei, nada de choro! Eu vou voltar logo e quem sabe com uma linda peruana de companheira – Elena fez uma careta em resposta — Agora eu tenho que ir, se cuidem. É nada de enfrentar supervilões, bruxos maléficos, e namorar irmãos sem que eu esteja presente.

Elena e eu nós entreolhamos sem graça e Matt coçou a nuca constrangido.

— Então… Adeus meninas

— Eu prefiro que seja um até logo – disse Elena apertando a mão dele, que assentiu antes de entrar em seu carro, respirou fundo olhando para Grill antes de dar partida em seu carro e partir.

Eu e Elena ficamos parada vendo o carro dele sumir  lentamente de nossas vistas. Elena suspirou colando as mãos no bolso de sua blusa

— Vou sentir falta dele – ela murmurou cabisbaixa.

— Eu também.

Elena resolveu ficar no Grill mais um pouco. Enquanto eu fui caminhando até a casa da Caroline, mesmo com a noite fria e garoando. Me dei conta de não fazer isso há algum tempo, andar pela cidade. Porque tentava evitar isso o máximo possível para não me lembrar de tudo que se passou. Que naquela mesma praça meu pai tinha sido assassinado por Silas e que não pude fazer nada para o impedir. Me sentei em um dos bancos, quando minhas pernas doeram.

Fique distraída revivendo aquela cena dolorosa, quando senti aquela sensação novamente, olhei para os lados, mas não vi nada. Fechei os olhos tentando afastar aquela sensação ruim quando abri os olhos novamente, ele quase parou de susto porque ao meu lado se encontrava ele.  Damon estava sentado ao meu lado com sorriso de contentamento pelo meu estado.

— Olá Bonnie – levei a mão no peito tentando recuperar-me do susto – Te assustei?

— Não, claro que não. Eu só estou quase tento um ataque de felicidade por te ver mesmo.

— Eu já imaginava que causava esse efeito em você – se gabou sorrindo, ele se voltou pra praça olhando na mesma direção que eu. Fiz menção de me levantar e ele segurou meu braço, respirei fundo antes de desvincilhar e me levantar rapidamente sem olhar pra trás, mas ele me seguiu.

— Pretende me ignorar até quando?

— Não sei, quitão um século ou dois? – ele agarrou meu braço, resolvi parar antes que o mesmo se atravesse a fazer algo mais

— O que você quer Damon? – inquiri impaciente. Mantive meus olhos nos dele, cruzei os braços em frente ao corpo, numa tentativa de me defender dele, deixando claro que não queria proximidade entre nós. Mas ele não precisava agarrar-me para me fazer tremer e perder a noção do tempo e espaço. Seus olhos já faziam isso por si só, mergulhei em seus olhos naqueles segundos que mais pareciam ser horas. Ele sorriu largamente, como se conseguisse ler meus pensamentos.

— Você sabe o que eu quero – ele estendeu a mão e acariciou meu rosto. Tive que usar todo meu autocontrole, orgulho e ódio para conseguir me manter firme, para não estremecer com contado suave de suas mão acariciando meu rosto. Com seu rosto tão próximo do meu.

Respirei fundo e quebrei o contato com seu olhos virando o rosto. Ele suspirou alto parecendo frustrado. Mas ele parecia não si dar por vencido, não deixou que me afastasse dele agarrou-me pelos braços me forçando a continuar presa no feitiço de seus olhos. E mais uma vez usei o orgulho, as lembranças de tudo que ele me fez no passado para conseguir me afastar dele.

— O que você acha que quer Damon? – o empurrei com força – Acha mesmo que um simples beijo me faria cair aos seus pés? Que eu iria por um segundo que seja, esquecer quem você é de verdade e tudo que você fez? Eu não sou a Elena! É bom que fique claro aqui, não vou ceder e ser seu capricho, ou plano b pra esquecer a sua obsessão doentia com Elena, me deixa fora dessa!

Me virei apertando a bolsa, minhas mãos tremiam. Meu coração tamborilava tanto que eu pensei que ele pararia por esforço. Respire fundo tentando manter a concentração, quando ele se colocou em minha frente com seus olhos azuis faiscando de raiva. Quando ia pra direita ele também ia, ia pra esquerda ele também ia, me bloqueando. Mas dessa vez sem nenhuma mensura de sorriso em seu rosto.

— Sai da frente! – gritei

— E se eu não sair Bennett, o que vai fazer? Porque eu sou mais rápido, sou mas forte que você. E realmente odiaria ter que fazer você parar por mal – ameaçou com sorriso forçado

— Então vai… me pare! – ele franziu a testa confuso– Anda me obrigue a ficar a força. Não é isso que você faz, obriga as pessoas a fazer o que você quer? Não foi sempre assim, você não sempre me forçou a fazer algo quando queria algo de mim? Não é sempre sim que consegue as coisas… Então faça Damon, me obrigue!

— Sim é exatamente isso…. Não é assim que você quer, então assim que vai ser – fechei os olhos. Sentindo seu rosto próximo do meu, sentindo sua respiração dançando contra meus lábios e por um segundo ou dois entreabri a boca, e prendi a respiração. Com meu coração batendo descompassado, com todo meu corpo trêmulo em antecipação… Esperando pelo momento que ele unisse seus lábios aos meus…

Mas isso não aconteceu.

Quando abri os olhos não o encontrei em lugar algum e naquele momento, não sabia se ficava feliz ou frustrada por ele ter desaparecido feito mágica.

— Bonnie

— Elena…

— Está tudo bem? – perguntou preocupada olhando para lados. Assenti com cabeça ainda olhando para os lados – Está procurando alguém?

— Não, ninguém. Vamos embora agora por favor.

Ela concordou com cabeça. E corri até alcançá-la, mesmo querendo correr para casa não pude evitar um último olhar para trás, me perguntando a onde ele estaria. Respirei fundo apertando  a alça de minha bolsa, forçando um sorriso quando Elena perguntou-me mais uma vez se estava realmente bem. Entrei em seu carro e coloquei o cinto, encostei a cabeça na janela ainda sentindo meu coração tamborilando e quando fechei os olhos seus olhos azuis continuavam a me assombrar. Suspirei alto repetindo para mim mesma que eu era mais forte que isso, mais forte do que aquele desejo estúpido.



Stefan

I've been standing here my whole life

Everything I seen twice

Now it's time I realize

It's spinnin' back around now

On this road I'm crawlin'

Save me 'cause I'm fallin'

Now I can't seen to breathe right

'Cause I keep runnin', runnin', runnin', runnin'

Runnin' from my heart



Liguei para ela mais uma vez. Mesmo sabendo que era inútil, depois dela ter me expulsado de sua casa, sem ao menos me escultar. No calor do momento, tomado pela raiva por sua desconfiança disse coisas que não devia, deixei meu ciúme falar mas alto.

Irritado por suas acusações, acabei por fazer o mesmo que ela a acusando-a de estar em dúvida por que sentia algo por Enzo. Caroline se trancou no quarto como uma criança, ameacei de entrar mas ela não abrira. George me aconselhou a ir embora, dar tempo a ela. Mas eu não queria mais dar tempo, não queria mais ser paciente.

Sai de sua casa furioso comigo mesmo por perder a paciência com ela, tê-la feito chorar ainda mais. Da calçada em frente sua casa, inclinei a cabeça e olhei para janela entreaberta de seu quarto. Ela estava ali, apertando a cortina com olhos marejados olhando para mim e fechou assim que nossos olhos se esbarram.

Apertei o punho e xinguei o universo, que mais uma vez me sacaneava. Céus, eu amava Caroline, mas como ela conseguia ser tão teimosa. Ela ainda era amiga de dois ex namorados e eu tinha simplesmente que aceitar o fato que eles foram e sempre seriam parte de sua estória. Já ela não podia aceitar o mesmo, era inadmissível pra ela me ver com Elena.

Naquela maldita semana, de brigas e mais brigas entre mim e Caroline ela simplesmente parou de me anteder, me ignorava por completo. Quando disse que iria embora de Mystic Falls, ela riu descaradamente na minha cara.…

Como se você fosse conseguir ficar longe da Elena – ela zombou

Deus o que há com você?– manei a cabeça cansado – Quer saber chega! Eu não vou mais me explicar, eu não tive a menor culpa em tudo isso. Não tinha a mínima ideia que Elena tentaria me beijar.

Claro que não tinha, você e puro inocente…

Chega! Eu não vou ficar aqui ouvindo acusações. Eu tenho que aturar seus ex namorados o tempo inteiro, Tyler Matt e sua possível nova paqueira o Enzo alias e ele quem você mais ouve não é – Caroline mordeu os lábios com raiva

Vai embora Stefan – ela gritou furiosa abrindo a porta

Sim, eu vou Caroline… Mas quando eu passar por aquela porta, eu não volto mais. Eu vou embora dessa cidade esta ouvindo?

Seus olhos azuis se arregalaram em surpresa e por um momento pensei que ela me pediria para ficar. Esqueceria tudo, até mesmo sua desconfiança e tomaria em meus braços de uma vez, mas ela desviou os olhos para baixo respirando fundo e ergueu a cabeça olhando para mim com olhos marejados

Então adeus Stefan – fiquei estático por um momento, ela se virou chorando – Anda, vai! Não disse que iria embora. O que esta te prendendo aqui ainda, vai.

E isso que realmente quer? Que eu vá embora? – ela assentiu veemente – Vai esquecer tudo que passamos… Que sentimos por insegurança?

Não é insegurança nenhuma Stefan – ela fungou e enxugou o rosto com as costas das mão – E justamente e contrário… E amor-próprio. Eu tenho que me amar o suficiente para não aceitar ser seu bote salva vidas. Eu não mereço isso!

Você não é nada disso pra mim Caroline. Eu te amo, mas do que amei….

Não! Não repita mais isso Stefan… Não diga que me ama agora…. Porque eu posso não dizer o mesmo… Não depois de tudo.

Caroline…

Vai embora… Por favor – ela implorou abraçando a si mesma.

Sai batendo a porta, no começo furioso, mas a medida que me afastava de sua casa e imagem dela chorando abraçando a si mesma surgia novamente a raiva se desfazia. Meu coração parecia que tinha sido atropelado por um rolo compressor, quando a lembrança de seus olhos azuis marejados se repetiam em minha cabeça.

Eu que um dia prometi a ela, que protegeria de tudo e todos, fui que causei aquela dor, que causei suas lágrimas. Tinha me esquecido de que por trás da mulher forte e exuberante que ela se transformou ainda se escondia a garota insegura que sempre pensou não ser a única. Esqueci-me de qual frágil ela podia ser, quebrei sua confiança da pior maneira possível. Ignorando seus avisos sobre as reais intenções de Elena e como sempre correndo para ajudá-la.

Ele queria poder voltar no tempo e nunca ter indo ao encontro de Elena. Nunca ter dado motivo para causar lágrimas que não de felicidade nela. Queria poder correr até ela e abraçá-la… Mas ela não permitiria isso.

Fui até o Grill e permaneci naquele bar por horas, fitando um copo vazio que logo era preenchido por mais álcool. Ele esperou que a bebida sanasse a dor e culpa. Ele desejou sentir-se entorpecido como seu irmão. Esperou que depois de vários copos, o som cortante do choro de Caroline desaparecesse, mas ele apenas soava ainda mais alto em seus ouvidos

— Stefan? – escutei alguém chamando por mim, desviei meus olhos do copo e me deparei com pessoa que menos queria ver na face da terra. Não me dei o trabalho de responder, peguei meu copo indo me sentar em outra mesa, mas ela me seguiu e segurou meu braço – Stefan por favor fala comigo

— Falar o que Elena? Não tenho nada pra dizer, eu não quero…. Olhar pra você…. Você destruiu tudo! Então me faça ao menos o favor de desaparecer, me deixa em paz.

— Não – ela teimou – Me conta o que aconteceu, você não está bem…

Olhei para ela que apertava meu braço com olhar preocupado e não pode conter uma risada de escarnio com seu cinismo. Ela franziu a testa confusa e soltou meu braço, voltei para bar e entornei outro copo.

— Stefan por favor… Fala comigo – implorou – Me deixa de ajudar…

— Ajudar? – ri – Você quer me ajudar?

— Mas é claro que sim!

— Não acha que me ajudou o suficiente? – ela franziu a testa novamente – Como você consegue? Como consegue destruir minha vida e com tanta facilidade vir com essa cara lavada me perguntar o que ouve?

— Stefan… nunca foi minha intenção machucar você.

— Nunca é! Você nunca tem intenção de machucar ninguém. Você não teve a intenção de acabar com meu noivado quando se declarou e me beijou na droga daquela ponte. Você nunca tem a intenção de destruir, mas é apenas isso que consegue Elena.

— Stefan, por favor, não fala assim – ela soluçou – Eu nunca quis te fazer sofrer… Eu apenas confessei o que sentia porque não conseguia mais guardar isso dentro de mim.. Eu precisava dizer a verdade, que te amo.

— Você não me ama Elena. Você não amou meu irmão, você parece ter se tornado incapaz de saber o que e amar alguém. Você não estava satisfeita em apenas destruir meu irmão, você tinha que ser egoísta mais uma vez e acabar com a única coisa boa na minha vida…. E agora que conseguiu. Tenho que te parabenizar por isso. Graças a você Caroline me odeia, não confia mais em mim. Graças a você eu não tenho mais o porquê ficar nessa cidade maldita!

— O que disse… Você vai embora?

— Sim, eu vou! E mais uma vez devo isso a você.

— Não Stefan, você não pode ir emborra – ela agarrou meu rosto se desmanchando em lágrimas segurei suas mão e tirei do meu rosto sem delicadeza alguma.

— Me deixa em paz! Esqueci de mim e do meu irmão, nós deixe em paz Elena! – gritei

Seus olhos se estreitaram com meu grito. Agora o bar inteiro prestava atenção em nos. Respirei fundo indo embora dali com Elena mais uma vez me seguindo.

— Espera, por favor – ela gritou parei impaciente – Eu sinto muito mesmo pelo que te fiz…

— Não começa Elena

— Eu sinto por ter sido… Tão egoísta e não enxergado o quanto… você… Ama Caroline. Foi minha culpa tudo isso, então por favor não vá embora, fique!

— Não. Eu não posso continuar aqui, fazendo-a sofrer ainda mais… Conviver com ela me odiando – manei cabeça tentando conter as lágrimas - Eu nunca deveria ter voltado para essa cidade… Nunca.

A deixei ali parada se desmanchando em lágrimas e não me importei com isso. Ela fez menção de me seguir, mas não o fez, o que fui grato. Corri para floresta querendo caçar algo. Sanar aquela sede que só fazia aumentar, estava lutando comigo mesmo para me manter longe de lugares cheios. Porque queria algo mais forte do que sangue de coelhos para sanar minha dor. Corri para o mais longe possível, tentando criar coragem para partir de uma vez. Porque agora, não havia nada que me prendia aquela cidade amaldiçoada que um dia pensei ser meu lar.



Damon

Seems like I'm always on my own,

Seems like I'm never coming home,

Seems like I'm always on my own...

all the stars and boulevards ain't close enough for you

A minha vontade era de calar à boca dela como bem queria, ou melhor como eu pretendia, mas recuei. Quando enxerguei a repulsa que ela sentia por mim. O ódio faiscando em seus olhos verdes me empurraram para longe dela.

“Me obrigue.” Sua voz cheia de desprezo ressoava em sua cabeça. Ele desejou poder voltar lá e fazer diferente, não queria obrigá-la a fazer nada, mas ele como sempre só metia os pés pelas mãos. Ele estava tão acostumado a lidar com Elena. Brigas acaloradas que ele sempre iniciava por fazer besteira serem caladas com beijo. Esse era o meio que ele conseguia para não fazer o que odiava… Lidar. Ele preferia o caminho mais fácil.

Ele queria se apossar dos lábios pecaminosos de Bonnie e sanar o desejo ardente que o consumia desde que seus lábios se encontraram pela primeira vez. Ele suspirou se lembrando do que Caroline lhe disse. Que Bonnie não tinha nada de parecido com Elena… Ela o conhecia, conseguia enxergar através de seu glamour, conseguia entender as intenções por detrás dos seus olhos sem esforço.

Ele nunca se apaixonaria por alguém como ele, ela era ainda mais inalcançável do que a versão doce e altruísta de Elena. Diferente de seu ex amor, ela não escondia seus sentimentos e intenções com uma marcara como ele de certo fazia. Ele jamais conseguiria fazê-la esquece-se de todos seus erros com beijos… Bonnie não era assim. E quando mais ele pensava em seu erro, mas vontade de bater sua cabeça contra parede ele tinha.

Fui para cozinha direto, precisando urgentemente de sangue para sanar o misto de ódio e frustração que se apossava de mim. Mas para meu azar encontrei o frigobar vazio.

E não demorei a descobrir quem foi o ladrão. Meu irmãozinho se encontrava sentado no chão com as bolsas de sangue restantes vazias ao seu lado. Estava prestes a xingá-lo por ter tão acabado com todas, mas seu estado deplorável me impediu. Ele estava exarcado dos pés a cabeça, com camisa e boca machada de sangue.

Ele não pareceu ter consciência da minha chegada, estava ocupado demais fitando o anel de noivado. Ele fez menção de jogar o anel longe, mas acabou apertando o guardando no bolso em seguida. Depois de um tempo e fechou os olhos se encostando a cabeça parede.

— Cara, bebeu todo sangue? – reclamei olhando a bolsas no chão, querendo quebrar o silêncio perturbador, tentando irritá-lo para obter alguma reação dele que agora mais parecia um zumbi

— Era isso… ou pescoço de alguém – retrucou com rispidez

— E por que não foi? Teria melhorando seu humor – ele suspirou exausto

— Porque matar alguém pra aliviar a minha dor ou raiva não ajudaria em nada Damon. E ninguém tem nada a ver com meus problemas – revirei os olhos em resposta, parecia que as palavras tinham saído da boca dela. Podia até mesmo ver aquele olhar de censura, dizendo um “Eu sabia que você nunca mudaria”

— Que seja – dei ombros – Se quer continuar ai jogado no chão, porque a Barbie te chutou o problema e seu! Eu vou atrás de meu jantar.

— Você nunca vai mudar não é? – ele inclinou a cabeça me olhando com incredulidade, neguei com cabeça – Pois… espero realmente que esteja errado, que mude. Porque eu não estarei mais aqui pra te ajudar a limpar a bagunça Damon, eu cansei.

Fiquei parado com mão na maçaneta. Ele se levantou e caminhou para escada.

— Do que está falando?

— Estou falando que eu vou embora.

— Só porque a Barbie te deu um fora? – inquiri incrédulo – Bebe que isso passa Stefan. Para de fazer tanto drama – ele se virou sorrindo, um sorriso triste e desanimado.

— Eu o que eu faço de melhor irmão, não é isso que pensa? Sei que vai sentir saudades minhas. Mesmo que seja para atazanar minha vida, ou roubar minhas namoradas – ele sorriu com amargura – Em breve não me tera por perto para te entediar com meus dramas.

Ele me deu as costas ostentando o sorriso mais triste e cansado que já vi. Não conseguir dizer nada para rebatê-lo, ou implicar com sua dor de cotovelo pois naquele momento a certeza que desta vez ele partiria para sempre me bateu como um martelo. Fiquei ali parado olhando para escada sem conseguir esboçar reação alguma. Meu irmão iria embora. E em outra época eu não ligaria. Porque era um egoísta apaixonado que se veria aliviado em não disputar o amor de Elena… Mas agora, quando estávamos reconstruindo, mesmo que a passos lentos nossa antiga amizade… Ele iria embora. A única pessoa no mundo que me aturava, meu último parente… Meu irmão, estava indo embora.



Elena
All I know is that I should
Cause she will love you more then I could
She who dares to stand where i stood
And I wont be far from where you are if ever you should call
You meant more to me then any one I've ever loved at all
But you taught me how to trust myself
And so I say to you, this is what i have to do.



Fiquei dentro do carro por um longo tempo apertando o volante enquanto chorava. Me lembrando do tom frio e do olhar vazio que Stefan me lançou. Tentei ignorar que ele me rejeitou na ponte, entrei em mundo colorido novamente e fiquei feliz quando soube por Bonnie que Caroline terminou com ele. Então esperei por ele…. Esperei que ele surgisse pela porta e se declarasse e que dissesse que nunca me esqueceu, que sempre me amaria.

Mas este dia nunca chegou.

Ele não correu para meus braços quando terminou com Caroline. E dia após dia, meu mundo colorido se desfazia como um castelo de areia.

Damon tinha razão, eu não o merecia. Fui egoísta mais uma vez, não pensei que ele poderia amar alguém além de mim. Fui levada por meu egocentrismo e só enxerguei meu desejo em ser amparada por ele, em fazer parte daquelas visões reais. Não suportei vê-lo feliz, sorrindo para outra que não eu. Mesmo estando com Damon, sempre pensei que ele estaria ali ao lado, esperando por mim.

Era egoísta, era cruel… Mas o mero pensamento que um dia ele deixaria de me amar era insuportável. Mas não podia mentir para si mesma e dizer, que não previa que aconteceria. Sempre soube que havia uma fagulha entre seu primeiro amor e sua melhor amiga. Ela sabia que algo começou a nascer no dia em que ele a salvou.

Ela esteve ao lado deles, vendo de camarote um sentimento crescendo entre ambos. Ela notou qual fácil ele sorria quando estava com ela. E como ele sempre corria para ela, quando tudo desabava. Como ele sempre a tirava para dançar, sem que ela precisasse implorar. E quando ela desligou sua humanidade e os viu dançando, rindo  tão descontraído com sua melhor amiga. Tudo que conseguia pensar, era que estava acontecendo.

Ele estava começando a esquecer dela, estava começando a cair no amor com sua melhor amiga.

Ela fingia não ver o olhar de admiração e adoração crescendo lentamente nós olhos dele, quando ela surgia feito um anjo em armadura brilhante o confortando sempre que ela o machucava. Ela mais uma vez foi tão egoísta e narcista que preferiu ignorar que Caroline pudesse roubar o coração de Stefan. Porque para ela a ideia era tão absurda que ela mal percebeu que ela já o tinha há muito tempo e por culpa dela!

Foi Matt que a fez entender isso de uma vez por todas. Quando liguei para ele, logo depois que Stefan saiu destruído do Grill. Me dizendo tudo aquilo que eu já sabia mas negava pra mim mesma.

Eu tinha feito escolhas e tinha que apreender a lidar com isso. Exatamente a frase que Stefan havia me dito. Que escolhi mais uma vez pensar em mim mesma ao invés dele e sua felicidade que claramente não pertencia mais a ela. Ele suspirou no outro lado da linha antes de desligar e pedir que, fizesse o certo dessa vez. Que lidasse com meu erro de frente:

Você sabe o que fazer… Seja a Elena que conheci a vida inteira, aquela que eu e Stefan nós apaixonamos, faça o certo dessa vez Elena”

Entrei em silêncio, sem ânimo algum para subir até meu quarto. Fui até a cozinha atrás de sangue e me assustei quando encontrei Alaric sentado no escuro com copo de leite nas mãos.

— Alaric, me assustou.

— Me desculpe, estou com insônia – me sentei ao seu lado olhando pra o chão, com voz de Matt ressoando minha cabeça. Alaric suspirou antes de tomar outro gole de leite. – Encontrou com ele não é?

— Sim encontrei – fiz uma pausa tentando não chorar – Ele vai embora Alaric e por minha causa. Eu estraguei tudo, até mesmo a chance de ser sua amiga, era melhor do que nada não é? – ele assentiu e pousou o braço em meu ombro me puxando para ele. Chorei com cabeça repousada seu peito, enquanto ele afagava meus cabelos

— Elena, vai ficar tudo bem.

— Não, não vai Alaric. Eu nunca pensei que o Damon tivesse razão…

— Razão sobre o que?

— Sobre mim, sobre tudo. Eu sou como ele Alaric, egoísta. Nunca me decidi realmente, nunca soube qual dois eu amava mais…. porque…. Eu queria os dois. Eu sou pior do Katherine, ela, pelo menos, sabia quem realmente amava. Ela escolheu Stefan, ela lutou por ele Alaric.

Ele se levantou indo até mim erguendo meu queixo

— Você não e nada como ela Elena. Você apenas cometeu erros como qualquer um, mas o que vai diferenciar vocês duas e maneira como lida com cada escolha…

— Eu não sei o que fazer para concertar tudo. Eu não sei como fazê-lo não me odiar. Eu o perdi para sempre… Não só ele como ela também – lamentei entre lágrimas, ele sorriu beijando minha testa

— Você sabe o que fazer Elena, sabe como resolver tudo isso. Se você o amou um dia, ou ama. Sabe bem o que tem de fazer. Sabe como concertar tudo. – ele deu-me outro beijo na testa e colocou o copo na pia dando-me um sorriso encorajador antes de subir. Fiquei sentada no escuro, tomando coragem para como disse Matt, fazer o certo ao menos uma vez.


Bonnie

 

Elena me deixou em casa, mas antes me contou sobre o encontro dela e Stefan. Ela tentou não chorar, mas pude ver algumas lágrimas rolarem por seu rosto. Enquanto ela se culpava e dizia que por causa dela, Stefan iria embora… O que eu menos queria aconteceu, eu pensei nele, alias tudo o que eu fiz durante o percusso foi isso. Pensar nele.

Pensar em como ele reagiria quando o irmão o deixasse. Porque eu tinha certeza, que ele acreditava que Stefan nunca o deixaria, que mesmo depois das brigas ele estaria ali.. E agora que ele estava sem Elena, seria mais difícil ainda deixar o irmão ir.

Elena me deixou na casa de Caroline. George abriu a porta como sempre sorridente e me disse o que já sabia. Stefan e Caroline tinha brigado novamente. Entrei em seu quarto e a encontrei em sua cama chorando alto abraçada ao travesseiro. Apenas me deitei ao seu lado apertando sua mão. Sem saber se deveria contar a ela ou não. Assim como ela, permaneci deitada ao seu lado, escutando-a chorar como ela fez pacientemente comigo quando terminei com Jeremy. Era de cortar o coração seus soluços. Foi olhando para seu sofrimento que empurrei mais a ainda o que sentia por Damon para fundo. Não queria ter que sofrer como ela, padecer de amor por alguém que sempre estaria ligada a outra. Foi quando meu celular tocou me despertando da realidade. Inclinei a cabeça para lado e Caroline parecia ter finalmente adormecido.

Busquei o celular no bolso de minha calça jeans e atendi automaticamente, pensando ser Matt me avisando que tinha chegado bem. Mas emudeci quando escutei a voz do outro lado

— Oi Matt, já chegou?

Não é Matt Bonnie — fiquei em silêncio escutando sua respiração – Não desliga.... E importante.

— O que aconteceu?

Meu irmão… Ele vai embora.

— Eu sei, eu sinto muito… Por você.

Sente por mim? Eu não ligo!— retrucou rispidamente.

— Claro que liga, porque estaria me ligando se não ligasse?
Ele suspirou derrotado, mas podia jurar que ele sorria. Me levantei me afastando para que Caroline não ouvisse

— O que disse a ele?

Nada.

— Nada? Ele diz que vai embora e você nem ao menos…

E vida dele, ele faz o que quiser.

— Você não muda mesmo não é? Vai acabar sozinho Damon.

Pois eu tenho uma novidade pra você, eu já estou. Alias há muito tempo.

— Não, não esta. Você tinha seu irmão, por um tempo o Enzo, Alaric e Elena. Você não esteve sozinho sempre Damon. Mas prefere ficar sozinho, essa é diferença.

Vai me analisar agora?

— Não. Você não me escutaria.

Eu não sei porquê liguei pra você…

— Pois eu sei, está com medo de ficar sozinho. Medo que ele vá mesmo embora. Que não tenha mesmo mais ninguém, nem mesmo que seja para brigar.

Eu ainda terem você pra brigar, estou tranquilo em relação a isso. Agora conte a ela Bonnie!

— Eu não sei se eu devo, ela está muito mal.

Ótimo, a culpa e mesmo dela! Agora conte. Ou eu mesmo conto a Barbie o que o surto neurótico dela fez — ele respondeu quase gritando.

— Eu conto Damon, mas tem que se preparar caso de errado. Caso ele vá embora.

Já disse que não ligo, ele pode ir se quiser. Mas ela tem quem saber…

— Para sofrer também, se sentir culpada. Ficar péssima e sozinha como você.

Sim Bonnie— ele gritou. Pude escutar a dor e agonia em sua voz, mesmo sem estar ao lado dele. Podia imaginar a dor em seus olhos azuis – E exatamente para isso, ela tem que sofrer como ele. Pode dizer agora que sou monstro vingativo, insensível que sou o último cara do mundo…

— Damon.... Vai ficar tudo bem.

Ele vai embora Bonnie — repetiu ele lentamente, como se estivesse repetindo essa frase para convencer a si mesmo.

— Eu sei Damon… E eu sinto muito mesmo.

Não sei porque sente tanto… Eu vou finalmente ficar sozinho. A última pessoa que me aturava, vai embora… Até ele desistiu de mim.

— Ele nunca desistiria de você. E não se lamente tanto… Você ainda tem…. O Alaric e Enzo.

Eles não são

— Ele – completei – Eu sei.

O silêncio reinou nos próximos minutos, sem dizer mais nada ele desligou. Fiquei parada com celular no ouvido, lembrando da angustia em sua voz e me amaldiçoando por sentir tanta pena, tanta vontade de retribuir o consolo que ele me deu quando precisei. Quando me virei me deparei com Caroline sentada com os olhos vermelhos arregalados e boca escancarada. Me amaldiçoei por não ter saído do quarto

— Ele vai mesmo embora? – assenti com pesar indo em direção a ela que chorou compulsivamente no meu colo. Tentei convencê-la a ir atrás dele, mas ela estava irredutível, apenas chorou ainda mais depois disso.

 

Stefan

Hey brother, there's an endless road to rediscover

Hey sister, know the water's sweet

But blood is thicker

Oh, if the sky comes falling down, for you

There's nothing in this world I wouldn't do

 

Arrumei minhas coisas e joguei em minha bolsa de qualquer jeito. Deixei cair uma camisa no chão, ela estava sem alguns botoes e me lembrei do motivo. Caroline rasgando minha camisa e me jogando contra sua cama.

Joguei a camisa na mala, tentando afastar aquela lembrança quando abri a gaveta me deparei com seu presente dos dias namorados. Aquele “agiário” nas palavras dela. Sentei em minha cama e respirei fundo antes de abri-lo, quando o fiz a dor em peito se intensificou. A saudade me esmagando por completo revendo aquelas fotos.

Não queria pensar, nem me lembrar. Mas era impossível. Sabia que mesmo indo embora eu não a esqueceria, mas a ideia de ficar na mesma cidade que ela, com ela me odiando era impossível.

Covarde ou imaturo, sinceramente eu não sabia bem qual dois estava sendo mais. Só o que sabia era que não conseguia permanecer ali, precisava fugir daquela cidade cheia de lembranças. Daquele quarto que já tinha seu cheiro.

Pensei em deixar aquele diário ali, mas não consegui.. Era um presente dela. Um pedaço dela ali, naquelas lantejoulas vermelhas e fotos em formato de coração. Aquele álbum de foto, era tudo que teria dela além do anel de noivado que parecia pesar uma tonelada em meu bolso.

O coloquei na mala e a fechei, dei um último olhar naquele quarto. Não apenas me lembrando de Caroline, mas também de Elena, me lembrando de tudo que aconteceu naqueles cinco anos.

Quando desci as escadas Damon estava bebendo. Por um momento me lembrei de todas as brigas por Elena e de sair da cidade para salvá-lo e voltar e perder minha namorada pra ele. Mas quando desci e me aproximei dele e fiquei ao seu lado, tudo que conseguia me lembrar era daquele noite bebendo, reclamando sobre a nossa falta de sorte ou dos planos de irmos a Las Vegas juntos.

— Não vai oferecer? – ele se virou olhando a bolsa em meu obro, que larguei no chão – E falta de educação beber uísque e não oferecer ao irmão – ele forçou um sorriso torto e me serviu.

— O que quer agora, um brinde? – ele pigarreou – A sua nova vida longe de mim… Que aposto, será plenamente entediante.

— Isso com certeza, sem você para roubar minhas namoradas, nem corpos de pessoas inocentes por ai para que eu ajude a esconder – zombei brindando com ele.

— Não pode negar que foi divertido? – arquei a sobrancelha em descrença – Pelo menos alguns momentos – ele se corrigiu

— É... Talvez alguns – entornei o copo olhando em volta

— Vai mesmo ir embora dessa vez? – assenti – Para onde vai?

— Não sei, talvez Portland.

— Qual é sua obsessão por esse lugar afinal? Com Vegas, Tijuana esperando por um vampiro imortal… Você me escolhe Portland?

— Sim, eu sempre quis morar lá. Não me pergunte por que.

— Vai contar a ela?

— Não sei, acho que ela não liga, já que me mandou embora.

Mergulhamos mais uma vez no silêncio, me perguntei se ele estaria agora aliviado ou triste com minha partida.

— O que vai fazer agora Damon?

— Por quê, está pensando em me levar junto maninho? Eu sinto muito, mas vou ter que recusar – acabei rindo

— Até poderia mas se entediara comigo facilmente. Eu estou me referindo a tudo Damon, quando eu for embora… E você ficar.

— Não se ache tanto Stefan, não vou explodir a cidade ou matar alguns moradores por você. Não vale a pena.

— Pode me visitar quando eu…

— Chega de blá, blá, blá Stefan. Se tem que ir vá logo! O que está esperando, lágrimas e beijo de despedida?

— Não... Eu estou esperando um abraço do meu irmão.

Damon suspirou pesadamente e não se moveu, desviou os olhos para chão e então o abracei. Ele permaneceu parado por um longo tempo, mas depois deu-me um tapinha nas costas. Me afastei e ele olhou pra o chão tentando disfarçar e emoção.

— Se cuida Damon, faça por merecer a garota dessa vez.

— Não faço ideia de que garota está falando – ele revirou os olhos com sorriso torto se voltando para garrafa em sua mão. Permaneci olhando-o por mais alguns segundos relembrando tudo o que passamos e constando que finalmente não havia mais ódio entre nós. Peguei a mala e jogando por cima do ombro e desta vez não olhei pra trás. Mas antes que cruzasse a porta pude ouvir Damon dizer em voz baixa algo agridoce… Uma frase que odiei escutar por um longo tempo, mas que sentiria imensa saudade agora.

Adeus irmão.

 

Elena


Cause you can't jump the track

We're like cars on a cable and life's

Like an hourglass glued to the table

No one can find the rewind button girl

So cradle your head in your hands

And breathe, just breathe, whoa breathe just breathe

Demorei muito até conseguir descer do carro. E demorei mais ainda antes de reunir coragem para bater à porta. Como ninguém veio atender eu pensei em dar meia volta dali, mas Liz atendeu e sorriu quando me viu.

— Elena…

— Oi Liz, a Care esta? – ela assentiu me convidando a entrar.

Ela me disse que ela estava trancada no quarto, não tinha saído por nada. Respirei fundo tomando coragem e então bati à porta que estava aberta. Quando entrei no quarto a encontrei deitada na cama olhando para o teto com rosto molhando pelas lágrimas. E pela primeira vez senti culpa em ter feito que fiz com ela. Em nenhum momento pensei em Caroline, em seus sentimentos por Stefan que mesmo não querendo admitir eram reais e verdadeiros, mas verdadeiros e sinceros que os meus jamais foram.

— O que faz aqui Elena? Veio tripudiar em cima de mim – ela disse, sem se mover ou olhar para mim.

— Não Caroline, eu nunca faria isso com você – ela virou o rosto em minha direção e maneou a cabeça rindo

— E por que não? Eu “roubei” seu namorado, não somos mais amigas. Eu invejo tudo o que seu, inclusive ele – disse com ironia.

— Você não roubou meu namorado, eu o perdi. Eu não dei valor a tudo eu que tinha, mas você deu... esteve ao lado dele… Sempre.

— Okay – ela revirou os olhos se sentando – O que veio fazer aqui, qual e jogada da vez?

A maneira com que ela disse isso me magoou um pouco. Ela olhou-me como se fosse alguma manipuladora, traiçoeira… Como Katherine.

— Eu vim me desculpar pelo que eu fiz. Eu não deveria ter me declarado, ter tentado beijá-lo quando ele estava com você.

— Não se desculpe Elena – retrucou sarcasticamente – Eu sou a culpada! Me apaixonei pelo seu ex, sua alma gêmea. Eu que errei… Sabia que sempre seria você – ela sorriu com amargura – Era assim com Matt e foi assim com Stefan. Eu que fui estúpida pensando que justo com ele seria diferente que… Eu seria finalmente a única.

— E você é – ela virou a cabeça em minha direção me olhando com descrença, me sentei ao seu lado fazendo-a levantar quase de imediato – Eu sei que é difícil acreditar em mim agora, mas eu estou dizendo a verdade. Eu sinto muito pelo que fiz. Minha intenção era mesmo reconquistá-lo, eu não pensei em nada nem em ninguém pra variar. Eu fui tão egoísta que ignorei a felicidade dele… Que infelizmente não está mais em minhas mãos. Ele não me ama Caroline, me deixou claro isso. E mesmo que não tivesse dito, eu sabia.

— Elena por que não vai embora? Não quero ouvir mais nada que…

— Eu vou embora, prometo! Assim que terminar o que vim dizer – ela suspirou parecendo exausta– Eu sempre soube que corria o risco que ele se apaixonasse por você – ela olhou para mim com sobrancelha arqueada e sorrisinho descrente, estava prestes a abrir a boca para rebater mais continuei – Ele sempre foi diferente quando esteve com você, sempre foi mais leve. Quando estávamos juntos, sempre era tão difícil… Nós tínhamos que lutar tanto para estarmos em paz. Eu sempre tinha que me esforçar tanto para alcançá-lo e mesmo fazendo de tudo ele ainda mentia pra mim, ele não conseguia ser totalmente sincero… Eu acho que nós nunca fomos cem por cento verdadeiros um com outro como vocês são. Você conseguia fazê-lo rir e… Até dançar sem precisar obrigá-lo usando cartão namorada.

Ela deu sorriso tímido se voltando para janela, olhando para gotas de chuva que batiam contra seu vidro. Fiquei calada, sentindo o peso das minhas próprias palavras.

— Por que está aqui Elena? Porque está me dizendo tudo isso agora? - ela se virou para mim – Por que não vai atrás dele, ele está livre agora. Este é momento para reconquistá-lo…. Eu não ficarei no caminho.

— Porque ele não vai ser feliz comigo – admiti – Eu cheguei a conclusão que não posso fazer ninguém feliz ou amar ninguém agora. E o mais importante é… Eu não sou mais a mulher que ele ama – me levantei indo até ela, toquei seu ombro, mas ela permaneceu encarando a janela – Não comenta o mesmo erro que eu, não faça isso com vocês. Não desista dele, ele te ama de verdade

— Por que está dizendo tudo isso? – inquiriu com voz embargada

— Porque você, Bonnie, Alaric, Jeremy e Matt são a única família que me restou. Porque faria o mesmo por mim Caroline. Porque a minha melhor amiga… Eu quero que seja feliz.

Caroline começou a chorar então eu abracei a me juntei a ela no choro. Quando nos afastamos acabei sorrindo ela também

— Agora vá atrás dele!

Ela sorriu, mas  não correu como eu esperava. Ela se sentou na cama com olhar perdido e as lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Eu não posso, ele já foi. Deixou uma mensagem ontem dizendo que me esperava perto da cripta dos pais dele, até meio dia. - ela voltou a chorar – Ele foi embora Elena, acabou.

Me sentei ao seu lado, ela deitou-se sobre meu colo chorando. Acaricie seus cabelos chorando como ela, mas em silêncio.

— Obrigada por vir até aqui e me dizer tudo isso Elena…. Eu sentia sua falta.

— Eu também Caroline – confessei – Mesmo brigando e competindo sempre, pelas menores coisas como bonecas e vestidos – ela riu – Eu também senti sua falta. Agora levanta e para de chorar – ordenei. Ela se sentou enxugando o rosto, peguei suas mão e apertei.

— Vai atrás dele, quem sabe ele não tenha ido ainda – ela tentou rebater mas me levantei puxando-a da cama – Vai Caroline, você a pessoa mas positiva que eu conheço, não vai mudar justo agora vai?

Caroline relutou mais logo saiu correndo pela porta. Sorri olhando ir embora. Mas desabei em seguida me dando conta de tudo que tinha perdido. Liz entrou no quarto e tentei fingir que estava bem, mas ela me puxou para seus braços.

— Eu estou bem Liz – menti com voz embargada

— Não, não esta. Mas vai ficar, vai doer. Você vai chorar muitas e muitas noites ainda. Até se dar conta que já não doí tanto, até se dar conta que fez o certo por quem amava.

Chorei em seus braços olhando para porta imaginado quando aquilo aconteceria, quando deixaria de doer.

 

Damon


I'll get it if you need it

I'll search if you don't see it

You're thirsty, I'll be rain

You get hurt, I'll take your pain

I know you don't believe it

But I said it and I still mean it

When you heard what I told you

When you get worried I'll be your soldier



Fiquei em casa sentado em meu sofá relembrando o dia em que voltei. Eu odiava admitir, mas senti falta de Stefan perambulando pela casa, escutando seus velhos discos, ou de Alaric lendo um livro na sala de até de madrugada. Enzo se juntou a mim olhando pra o nada.

— Então acabamos como eu imaginei – franzi a testa olhando pra ele – Juntos.

— Acho que a carência está mudando você Enzo. Eu sinto muito… Mas ainda não estou tão desesperado, não mudei de time – ele riu

— No fim, seu melhor amigo se foi, sua garota se foi e agora seu irmão. Somos nos dois contra o mundo.

— Que meigo! Por acaso essa é a hora  hora que a gente se beija na sua imaginação doentia?

— Desculpe amigo, mas ainda prefiro as loiras – ele retrucou se levantando – O que vamos fazer agora? – dei ombros em resposta.

— Não sei, mas tenho uma ideia.

Fomos até o Grill, não consegui evitar a lembrança de ver Stefan sentado em uma das mesas, com seu olhar melancólico, ou com uma das loiras da vida dele jogando sinuca. Alaric apertou meu ombro me cumprimentando e se sentou ao meu lado pedindo bebida

— Quem diria que terminaríamos assim, bebendo sozinhos em um bar.

— De novo com esse papo. – Alaric afirmou veemente

— Sim de novo. Eu nunca imaginei que de todas as pessoas do mundo eu terminaria logo com vocês dois – Enzo riu assentindo com cabeça

— Eu até que imaginava – Enzo respondeu olhando pra o fundo do copo

— Isso todo mundo sabe – Alaric retrucou sério – Quem afastaria você do seu grande amor.

— Amor?

— Sim o Damon – Fiz uma careta em resposta, mas Alaric e Enzo riram.

Ficamos em silêncio. Cada um com seu copo como principal atração. Rimos de coisas sem sentido, relembrando o passado e constando nossa falta de sorte no quesito amor. Sorri olhando para meus dois amigos solteirões e amargos.

Nunca me imaginei assim. Sozinho, apenas com dois amigos bêbados de companhia. Sempre pensei que terminaria com ele, meu irmão. Mesmo quando estava com Elena, sabia que um dia acabaria e só sobraríamos nos dois.

— Está sentindo muito a falta dele não é? – perguntou Alaric apertando meu ombro olhando-me com pesar

— Não, até achei que ele foi tarde – menti

— Ele vai voltar… um dia – Alaric afirmou – Ele pode detestar essa cidade, mas ainda é o lar dele – Dei ombros em resposta.

— Chega de lamentos, vamos sair e arrumar mulheres – Enzo exclamou se levantando flertando com uma garota do outro lado do bar – Mas já avisando que a loira ali e minha.

— Eu estou fora dessa – Alaric respondeu suspirando

— Pretende bancar o viúvo pra sempre?

— Na verdade sim, pretendo. Duvido que eu encontre alguém de novo… Alguém como Jenna – lamentou ele suspirando.

— Ah… Como sentir saudade do meu irmãozinho chato e melancólico tendo você como melhor amigo.

— Ei, eu pensei que eu fosse seu melhor amigo? – Enzo protestou e Alaric riu

— Não fica magoado Lorenzo, pode ficar pra você. Ele todinho seu!

— Que todo dele o quê? Eu não sou de ninguém.

— Então brindemos a isso – Alaric estendeu o copo – Um brinde a solidão.

— Solidão não, solteirice é mais divertido – corrigiu Enzo erguendo o copo. Brindamos e entornamos seguida

— Os três bêbados largados da cidade – Prendi a respiração quando escutei aquela voz. Quando me virei lá estava ela. Linda e tentadora em short jeans curto e blusa de renda, usando poucas roupas para aquela época em questão. E quem era eu para reclamar do seu calor repentino. Bonnie abriu o mais lindo sorriso se sentando ao nosso lado, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, revelando boa parte de seu pescoço. Meus olhos se fixaram nela e respirei fundo sendo inebriado por seu perfume de lavanda – O porquê do brinde?

— A solidão Bonnie – Alaric responde sorrindo – Agora seremos três solteirões, vagando por ai – Bonnie riu

— Hummm isso é deprimente - ela riu - Posso brindar também – ela perguntou ainda sorrindo. Por algum motivo desconhecido seus olhos se esbaram nos meus. Pensei que assim como dá outra vez eles faiscariam de ódio, mas me enganei. Havia um brilho neles, mas não era nada parecido com ódio. Sorri para ela que corou mas não desviou os olhos dos meus. Enzo se levantou pegando outro copo estendendo ela, que sorriu agradecendo.

— Vai ficar sozinha se quiser, baby – Enzo sorriu, ela revirou os olhos em resposta o que me deixou feliz, admito.

Meus olhos ficaram presos ao dela. Brindamos novamente a nova fase de paz, que ela e Alaric pediram que durasse por muito tempo. Enquanto eu e Enzo descordamos querendo um pouco de emoção naquela cidade entediante. Permanecemos naquele bar escutando Alaric e Enzo alternarei entre rirem e discutirem como dois bêbados que eram. Enquanto Bonnie se encontrava na porta, rindo deles e de repente escutando-a rir. Desejei poder vê-la assim sempre. Desejei que fosse sempre eu a provoca-lhe riso, que fosse eu a roubar-lhe o folego todas as noites. Naquele momento com meus olhos mergulhados nos dela. Lembrei-me de brindar com um Stefan feliz e sorridente… Naquela época, ele entendeu antes de mim o que aquela morena baixinha e irritante viria a significar para mim. Talvez fosse apenas atração, talvez fosse uma paixão passageira que em breve passaria… Mas ali escutando o doce som de seu riso, desejei vivê-lo com todas as minhas forças. Sorri olhando para meu copo, desejando que Stefan encostrasse a mesma sorte que eu.

Depois de um tempo Bonnie se levantou ainda sorridente, dizendo que precisava ir. Fiquei sentado na mesa olhando a se afastar. Enzo e Alaric se entreolharam e riram de mim

— É Enzo – Alaric apertou o ombro de Enzo tropeçando nos próprios pés – Parece que alguém não vai cumpri nosso juramento.

— Do que estão falando? – voltei minha atenção pra eles

— Da sua mais nova paixão, eu bem desconfiei quando ela dispensou meu beijo por você – disse Enzo fazendo uma careta de descontentamento. Acabei rindo maneando a cabeça

— Eu, apaixonado por aquela baixinha marenta?– ri negando com cabeça – Nunca mais vou sofrer desse mal, principalmente… Por ela.

Enzo e Alaric se entreolharam sérios.

— Claro – disseram em uníssono e explodirão em gargalhadas em seguida.

Quando me levantei pra ir embora escutei os dois apostarei quando tempo demoraria para Bonnie me dar o fora novamente. Corri até ela que estava do outro lado em frente a uma loja comprando algo. Me aproximei devagar e assombrei sua nuca fazendo a se arrepiar de imediato, ela revirou os olhos irritada

— Não tem nada melhor pra fazer não? – ela inquiriu sem me olhar. Estava segurando um pingente prateado de estrela de cinco pontas

— Na verdade não. Irritar você vai ser minha distração daqui pra frente.

— Sabe que eu também sou muito boa nisso né, de ignorar sua existência?

— Eu sei! Sua língua me explicou muito bem essa parte – ela revirou os olhos, mas não conseguiu evitar de corar com lembrança. Ela foi até o caixa e pagou, quando a moça estendeu o pingente peguei em seu lugar. Ela fechou a cara para mim e tentou pegar o pingente, mas o suspendi a cima de sua cabeça. Ela gruiu irritada tentando pegá-lo, mas pela baixa altura, que nunca foi tão providencial, ela não conseguiu.

— Devolve vai – ela pediu calma, erguendo a mão pra mim.

— Acredita mesmo nessas coisas? - olhei para pingente com descrença

— Sim acredito. Afasta o mal, coisas ruins e indesejadas – explicou – Quem sabe quando eu usá-la você desapareça.

— Como se você quisesse isso Bennett— apertei seu queixo ela fechou a cara

— Pois e tudo que eu mais quero, Salvatore — ela ralhou, e para minha surpresa sorriu provocativamente e vontade de agarrá-la cresceu instantaneamente  – Agora me devolve!

Acabei rindo com seu esforço inútil de pegá-lo de mim, ela tentava alcançar minhas mão que estava no alto, quase bulando, seu rosto bem próximo ao meu. Em pulo, quase que seus lábios se esbarram com meus. Ela arregalou os olhos com boca entreaberta e respiração entre cortada. Ela desviou os olhos dos meus para meus lábios por microssegundo e escutei seu coração acelerar no mesmo instante. Sorri descaradamente quando notei, ela revirou os olhos e saiu irritada da loja

— Ei – agarrei seu braço – Não vai querer de volta?

— Pode jogar fora, não quero mais.

— Que bonitinha, parece ter cinco anos sabia? – afastei o cabelo de seu rosto, notando seu corpo estremecer em resposta ao meu toque. Soltei seu braço e ela pareceu surpresa com isso. Abri o pingente ela quase se afastou com meu movimento

— Relaxa Bonnie, eu não vou te agarrar de novo, se quiser meu beijo, vai ter que implorar.

Ela riu maneando a cabeça

— Segura cabelo – pedi e ela o fez mesmo relutante e desconfiada se virou de costa eu coloquei o pingente em seu pescoço, tocando o máximo que podia em sua nuca e deslizando a mãos em seu pescoço. Ela se virou apertando o pingente sorrindo – Viu, eu não te ataquei.

— E eu deveria agradecer por isso? – ela retrucou sorrindo

— Depende, não era isso que queria? – me aproximei de seu rosto com centímetros apenas separando meus lábios dos seus quando pensei que ela deixaria, porque seus olhos estavam fixos em meus lábios. Encostei meus lábios nos dela, ela virou o rosto me fazendo beijar seu bochecha. Ela riu em resposta

— E todo aquele papo que eu teria que implorar por um beijo seu? - disse ela apertando o pingente andando de costas ainda me olhando com aquele sorrisinho presunçoso.

— Continua de pé, não te beijei porque eu não quis.

— Sei?! – ela parou de andar e ficou seria – Damon, quero que escute bem e preste bastante atenção no que vou dizer agora.

— Fala.

— Damon… – ela se aproximou de mim, erguendo o queixo, olhando-me intensamente – Eu e você... Nuca vai rolar Damon – acabei rindo disso ela arqueou a sobrancelha

— E quem disse que eu quero que role algo? – provoquei – Eu também não quero nada com você.

— Eu muito menos – ela retrucou irritada quando ela se virou indo embora a puxei com força e selei meus lábios nos dela que relutantes tentavam me afastar, mas logo suas mãos estavam alisando minha nuca, apertando meu ombro e correspondendo com mesma intensidade. Me afastei dela a pulso sorrindo satisfeito por deixa-la descomposta e confusa.

— Isso foi só uma amostra grátis do que está perdendo Bennett! É o próximo só quando você implorar.

— Nunca!

Afirmou com raiva, me afastei dela sorrindo. Achando-a incrivelmente mais bonita e sexy irritada daquele jeito. Ela grunhiu com um misto de irritação e frustração indo apressada para o carro. Fique alguns minutos olhando o seu carro sumir de vista sorrindo. Lembrei-me de Stefan e seu conselho, virei a cabeça novamente na direção em que ela partiu e sorri sentindo mais falta do que admitira de tê-lo por perto para zombar de mim por ter caindo aos pés dela. Voltei para o Grill e encontrei Enzo e Alaric me esperando do lado de fora rindo. Revirei os olhos com zombaria e me juntei a eles, andando sem destino pela cidade.


Caroline

With every small disaster

I'll let the waters still

Take me away to some place real

'Cause they say home is where the heart is set in stone

It's where you go when you're alone

It's where you go to rest your bones

It's not just where you lay your head

It's not just where you make your bed

As long as we're together, does it matter where we go?

Home, home



Corri  para cripta o máximo que pude, mas me desesperei quando constatei que ele não estava. Tinha ido embora, não tinha esperado por mim. Chorei compulsivamente e quando fechei os olhos podia me lembrar nitidamente dele ali sentado ao meu lado, ainda desmemoriado segurando minha mão com força dizendo que sempre estaria ali por mim e que sempre ficaria ao meu lado. Mas não era verdade, ele tinha ido embora.

Não conseguia se quer me levantar e ir embora dali. Parecia que toda minha força tinha se esvaído de mim por inteiro. Chorei por tanto tempo que o dia começou a escurecer. Fechei os olhos respirando fundo tentando reunir força pra me levantar e voltar para casa.

Quando senti uma mão sobre minha. Prendi a respiração por um segundo antes de voltar a chorar ainda mas pensando ser minha imaginação. Mas ao abrir os olhos ele estava mesmo ali, pisquei os olhos algumas vezes tentando descobrir se era uma alucinação ou era mesmo real.

— Stefan… - ele sorriu apertando minha mão, pensei que minha primeira reação ao revelo seria me jogar sem seus braços e beijá-lo. Mas fiquei paralisada. Ele enxugou uma lágrima do meu rosto ainda sorrindo. Me levantei bruscamente o assustando e recuei até a parede

— Pensei que tinha ido embora – enxuguei o rosto tentando não olhá-lo nos olhos, ele suspirou e se levantou ficando a minha frente.

— Eu fui, dirigi alguns quilômetros. Depois de ficar aqui te esperando.

— Por que voltou?

— Porque eu não conseguiria ir embora antes de me despedir de você – ele tocou meu rosto, fechei os olhos com toque apertei sua mão antes de tirá-la do meu rosto

— Então… Adeus Stefan. Desejo realmente que seja… Muito feliz.

— E isso que tem pra me dizer Caroline? – perguntou ele entristecido com cabeça baixa. Assenti e ele maneou a cabeça com sorriso triste – Você vai mesmo me deixar ir?

— Eu não posso te impedir de ir Stefan. Se tem que ir então e melhor ir – retruquei me virando pra não encará-lo

— Por que tem que ser tão teimosa – ele inquiriu sorrindo

— Eu teimosa? – neguei a cabeça – Eu estou agindo certo Stefan. Nós somos… Amigos. Eu desejo que seja feliz – respondi saindo para fora. Uma garoa fina caia naquele momento. Senti as gotas frias caindo sobre mim. Senti vontade de sentar-me ali mesmo no chão e ali ficar. Deixar a garoa fina lavar minha dor. Ele correu até mim e apertei o passo para conseguir fugir dele, mas ele foi mais rápido, agarrou meu braço me forçando a olhá-lo

— Olha pra mim – ele pediu se aproximando do meu rosto – Me responde apenas uma pergunta, eu vou embora  pra sempre e te deixo em paz.

Ergui a cabeça e mergulhei nos verdes de seus olhos me perdendo neles. Revivendo não apenas os momentos de nosso romance como os de nossa amizade. Lembrei de calor de seus braços envolta de mim enquanto perdida e assustada me perguntava como seria minha vida depois de morrer e não conseguir dizer não a ele.

— Pergunta.

— Você me ama?

Demorei a responder abri e fechei a boca mais nada saia. Ele fechou os olhos com força antes de abri-los novamente e inclinar-se até mim beijando demoradamente minha testa. Ele forçou o sorriso mais triste que já testemunhei dele, antes de beijar-me suavemente nos lábios. Podia ver que tinha lágrimas surgindo em seus olhos, mas era difícil realmente saber já que estávamos ensopados pela chuva

— Eu te amo Caroline – ele sussurrou com braços em volta da minha cintura, afagando meus cabelos. Ele se desprendeu dos meus braços. — Eu sei que prometi que nunca te deixaria – ele segurou meu queixo – Prometi que nada de ruim aconteceria a você… E não pude cumprir essa promessa – ele lamentou, apertando-me mais ainda contra ele, agarrei sua camisa chorando aninhada a ele – Eu sinto muito por te fazer sofrer, por fazer duvidar do meu amor por você. Sei que não acreditar em mim agora… Mas você é melhor coisa que já me aconteceu…. E eu sinto muito ter que quebrar mais uma vez minha promessa

— Porque não consegue ficar na mesma cidade que eu – completei me desprendendo dele

— Não, não consigo. Pelo menos não agora, mas eu virei correndo se um dia precisar porque eu sempre serei seu amigo Caroline... Não importa o que aconteça. Mas como eu já disse, não posso ficar agora. Não depois de tudo que aconteceu entre nos. Eu quero ir pra bem longe…

— E me esquecer – completei, ele negou com cabeça indo até mim mas recuei – Então por favor Stefan, vá logo embora.

— Por que veio até aqui Caroline? Você veio me encontrar não veio?

— Eu queria pensar... só isso – menti, ele suspirou passando as mãos nos cabelos ensopados. Ele me lançou um último olhar triste e saiu quase correndo pela floresta.

— Eu te amo Caroline Forbes e sempre irei…

— Vai – murmurei segurando as lágrimas. Ele abaixou a cabeça e se aproximou de mim puxando minha mão, depositando ali meu anel – Eu não o quero…

— Ele é seu. Este anel e seu, ele pertence a você Caroline… E eu não o quero de volta.

E assim ele partiu sem olhar para trás. A garoa tornou-se chuva e permaneci ali no meio da floresta apertando o anel em minhas mãos, sentindo meu coração se partindo em milhões de pedacinhos que jamais seria capaz de colá-los sem ele. Corri o máximo que podia, corri gritando por ele que graças aos céus ainda estava em frente ao seu carro segurando a maçaneta.

— Stefan....

Ele se virou lentamente com os olhos brilhando de esperança. Sem dizer mais nada sorri apertando mais ainda o anel em minha mãos antes de correr até ele sem pensar mais em nada e o beijei com urgência. Naquele beijo tentei dizer tudo que não consegui minutos atrás, dizer-lhe o quanto eu o amava. E ali embaixo de uma chuva fria, colada em seu corpo. Com suas mãos agarrando minha cintura e nuca. Deixei todas as dúvidas, incertas e inseguranças serem sepultadas por seus lábios nos meus.

Depois de longos minutos provando seus lábios, matando a sede que sentia de prová-los. Nós afastamos relutantes, encostei minha testa junto a dele sem conseguir deixar de sorrir.

— Eu também te amo Stefan – sussurrei contra seus lábios. Ele abriu o mais belo sorriso, enlaçou minha cintura e me suspendeu no ar me girando e quando parou beijou-me novamente antes de se afastar sério.

— Eu sei – sussurrou – Mas quase me enganou minutos antes.

— Me desculpa… Eu não consegui… dizer nada...– ele me silenciou com beijo

— Não seria você se não surtasse e me manda-se embora – ele respondeu rindo lhe fiz careta escondendo meu rosto em seu peito. Nos encostamos em seu carro nos beijando sem nos importar com nada, ele colocou o anel de volta em meu dedo

— Dessa vez tem que prometer que não vai tirar, ou jogá-lo longe na nossa próxima briga? – assenti colocando meus braços em volta de seu pescoço

— Quem disse que vamos ter outra briga? – o encarei ele ficou sério por um tempo, acabei rindo e ele também. Ele abriu o carro me guiando para dentro – Você ainda vai embora? - inquiri franzindo a testa em confusão sentindo meu coração doer com visão dele partindo para longe de mim

— Não – ele sorriu – Nos vamos.

— O que? - inquiri sorrindo

— Por acaso se lembra daquele dia na sua cama, onde dormimos fazendo planos para onde iriamos quando toda aquela loucura acabasse? – sorri assentindo com a cabeça – Eu vou te mostrar cada canto desse planeta Caroline.

— Você ficou louco!

— Fiquei – ele afirmou com cabeça me puxando para ele e beijando a ponta de meu nariz – Louco por você

— Stefan… Não posso simplesmente sair numa viagem sem destino certo! Estámos no meio do ano letivo e ainda por cima não falei nada para minha mãe… ela surtaria – divaguei e ele riu

— A senhorita não tem escolha – comunicou-me

— Ah é?

— E!

— Posso saber por quê?

— Por dois motivos – disse ele fazendo dois com dedos – Primeiro, porque você me ama – ele sorriu novamente – E não conseguira viver sem mim

— Convencido – bati em seu ombro ele agarrou minha mão puxando-me para ele, circundando os braços em volta de mim – E segundo... Porque perdeu aposta.

— Eu perdi?

— Sim perdeu, não conseguiu ficar três meses solteira – ele riu – Eu tentei de avisar que não conseguiria

— Eu teria conseguido sim, se não fosse um certo garoto convencido e persistente…

— E apaixonado – ele bicou-me nos lábios – O que importa e que perdeu… E eu ganhei! E senhorita disse que podia escolher o prêmio é o meu prêmio e este. Sai daqui e ir para bem longe – ele tomou meu rosto entre mãos olhando profundamente em meus olhos – Te mostrar cada cantinho do mundo… E então, vai pagar sua aposta?

— É – dei ombros – O que posso fazer, não sou uma má perdedora – ele riu, abrindo a porta do carro. E entrando logo em seguida dando-me outro beijo. Ele ligou o carro enquanto eu ligava o som procurando uma estação descente – É para onde estamos indo agora? - perguntei apoiando o queixo em seu ombro

— Hummm... Eu pensei em Veneza – sorri, encostando a cabeça em seu ombro – E linda essa época do ano.

Ele beijo minha testa e deu partida no carro. Pelo retrovisor do carro Mystic Falls ia ficando para trás e com elas todas as dúvidas e medos. Olhei para ele que mantinha seus olhos na estrada cantarolando a música que ele dizia ter sido feita para nos dois.

With every small disaster

I'll let the waters still

Take me away to some place real

'Cause they say home is where your heart is set in stone

 

Sorri admirando sua voz rouca enquanto ele cantarolava para mim. Olhei para trás mais uma vez e não me importei com medo do que viria a seguir. Naquele momento tudo que importava era estar com ele. E agora sabia que ele sempre ficaria ao meu lado… No fim das contas ele estava mesmo no meu destino.

Fim...


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Notas finais do capítulo

Então gente..... finalmente terminou :(.... Mentira! Não comemorei ainda, porque vai ter epilogo ;)
Prometo que pelo menos lá, não vai ter trama savvy. Obrigada mais uma vez, quem aguentou até aqui e leu. Obrigado mesmos aqueles que só acompanharam e aqueles que comentaram e me apoiaram, mesmo quanto tive meus surtos de bipolaridade e deletei as fics. Muitíssimo obrigado, principalmente a Mandy, Gabi, Babi e Lanninha Salvatore que sempre me acompanha e me apoia, obrigado por terem me acompanhado até aqui pessoas !!!
Xoxo e até o próximo capítulo ;)