Latch - Perina escrita por Camila jb


Capítulo 9
Cap. 9


Notas iniciais do capítulo

Heyy. Queria saber oq vcs acham de Flashback. E e isso.
Bjss e obrigada a tds



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530953/chapter/9

– Ja falei que vou. - repetiu, enquanto, procurava seu tênis dentro do armário.

– So uma pergunta: por que tu vai sair com ele?

– Negócios.

– Como assim negócios? Karina, você nem trabalha com ele.

– Trabalho com você, que é bem pior.

– Não me compare com ele.

– Não é uma comparação.

– Me fala qual o motivo do interesse repentino no Cobra?

– Não tem interesse, e você ta me cansando. Eu já falei: vou sair com ele.

– Eu não deixo.

– Qual é, Pedro? Ciúme!? - mudou o tom e riu apos formular a palavra.

– E se for? -

– Não tem motivo. Primeiro: a gente só namora na cabeça do meu pai. Segundo: eu só vou sair com ele pra falar de trabalho. - ela falou, surpreendida.

– Eu sei, mas você não deve se envolver com ele. - Karina se virou de frente pra ele e o encarou.

– Por quê?

Pedro queria responder todas as burradas de Cobra, mas não fez. Seu acordo com ele era importante.

– Por que ele não é o cara certo pra você.

– E quem é? Você!? Faz me rir, Pedro. - ela andou pelo quarto após colocar seu tênis e foi em direção a porta.

– Você não vai. - se meteu na sua frente, proibindo sua saída.

– Pedro, eu estou de bom humor, então se você sair da minha frente, eu nem vou te bater.

– Pode bater. Eu não vou sair daqui.

– Sai da frente, moleque. - ela empurrou seu ombro, mas ele se manteve firme.

– Ja falei que você não vai.

– A gente nem namora, não entendo por que disso. - ela cruzou os braços.

– Eu já falei, eu não acho ele o cara certo pra você.

– Eu já sou bem grandinha pra saber quem será ou não o cara certo.

– Sera!?

– Pedro... Eu não to indo lá pra me declarar pra ele, eu to indo por causa de trabalho... Se você quer saber, foi meu pai que pediu.

– O Gael?

– Não, idiota. Meu outro pai: o Johnny Depp. - riu e continuou: - Parece que você passou na fila da lerdeza umas dez vezes, no mínimo.

– E você na da ignorância umas vinte vezes, no mínimo. - observou o sorriso irônico da advogada. - Se foi o Gael, então, pode ir. - saiu da frente e observou a esquentada sair, reclamando.

Mal sabia Pedro que aquela era uma das mentiras de Karina. A advogada saiu do apartamento e desceu as escadas, com pressa desnecessária, e assim que chegou a portaria pode ver o táxi que ela havia chamado. Entrou no táxi e falou o endereço para o taxista, que não parou de falar ate chegar ao restaurante.

Saiu do táxi e adentrou o restaurante que mais parecia um Bistrô. Avistou Cobra e caminhou ate a mesa que ele estava sentando.

– Karina! - falou com um sorriso irônico, que fez com que a advogada revirasse seus olhos e se sentasse na cadeira sem cumprimenta-lo.

– Fala.

– Assim!? Não, vamos pedir um champagne.

– Suco.

– Um champagne. Deixa de ser careta.

– Amanhã a gente trabalha.

– Ta. Um suco. Feliz!?

– Sim. - Karina o observou pedir o suco e perguntou: - Podemos falar ou vai querer contar as novidades, mulherzinha? - sorria com sua ironia e logo riu, após, perceber a cara de Cobra.

– Vamos falar. Quer falar sobre o que?

– Deixa de ser babaca, moleque. - se sentiu estranha o chamando do apelido que dera para Pedro, mas fingiu não se sentir angustia por ter chamado de "moleque."

"Moleque e o apelido do Pedro.", pensou, mas logo se desvencilhou daqueles pensamentos.

– Ja sei. Que tal se a gente falasse sobre seu falso namoro? - Cobra riu.

– Que falso namoro!? Eu namoro, mas meu namoro é bem real. - falou com tanto cinismo que Cobra acho que fosse verdade, mas ele sabia que era falso.

– Não mente. Eu sei que é falso.

– Quem falou? - desistiu e encarou o garoto a sua frente.

– Eu não sou idiota igual o Gael e a Bianca. Eu te conheço, Karina.

A advogada se lembrou das vezes em que Cobra a ajudara, assim que seu namorado falecera.

– Esquece aqueles momentos. Eu estava mal.

– Eu sei, mas a gente se uniu, Karina.

– Eu agradeço a ajuda.

– Agora e diferente.

– Você não vai contar pro meu pai, né?

– Não, mas só se você me fizer um favor.

– Fala logo.

– Me ajudar com a ruiva.

– Tenho cara de cupido? - riu.

– Karina!

– Ah na boa: vai no google e pesquisa uma macumba de amor. Vai que da certo... - caiu na gargalhada, atraindo olhares feios de clientes.

– Fala baixo, maluca.

– Qual é, Cobra? Serio mesmo?

– Serio.

– E o que eu faria? Esqueceu que eu tenho namorado?

– Porra. Verdade.

– Melhor esquecer e pedir pra outra pessoa.

– Ta, eu peço pra outra pessoa, mas a gente pode passear e conversar.

– Sabe que eu tava com saudade de sair com você?

– Então não me odeia? - o garçom colocou os sucos na mesa e saiu.

– Nunca te odiei, mas eu me irrito com as merdas que saem da tua boca. - ele riu.

Mas a verdade era que Karina sempre fora grata a ele tê-la tirada da fossa e tê-la ajudado a sair da cama e encarar o mundo. Nunca se lembra como conhecera Cobra, mas sua gratidão era enorme por ele.

– Vamos? - a loira perguntou e Cobra assentiu em resposta

Saíram do restaurante após Cobra pagar, e apesar de suas provocações, eles sabiam que faziam falta um para o outro. Caminharam sem rumo ate chegar na praça em frente a praia.

– Cobra, por que você me ajudou?

– Sei lá.

– Não mente.

– Ah Karina... Ta, o Pedro pediu.

– O Pedro!?

Cobra sempre se lembrava daquele dia, o dia em que perdeu a corrida, mas ganhou Karina como amiga...

Pedro se encostou na parede do pequeno bar, enquanto, esperava a corrida dos carros. Após a morte de Lírio, Pedro sempre ficava rondando as rachas de carro, como se seu amigo ainda estivesse ali, mas não estava. Pedro fechou os olhos e se praguejou por querer chorar, mas as lágrimas eram insistentes, apenas abaixou a cabeça e as conteve. Mas ele sabia que Karina estava bem pior, ate tentara ajudar, mas toda vez que tentava falar com ela, a loira não o escutava.

Assim, que se sentiu melhor, Pedro viu os participantes da corrida: Cobra e Livia. Saboreou o nome da participante, se lembrando de já ter ficado com ela. "Claro, a morena gostosa da corrida." A cena da pegação se projetou em sua mente, e fez um lembrete que com certeza não iria esquecer: Pegar a Livia hoje. Riu, mas afastou seus pensamentos maliciosos, se focando na corrida que iria se iniciar. Assim, que os carros deram a partida, as pessoas ao redor iam a loucura, mas a torcida era clara: a morena gostosa.

A corrida terminou, mas quem venceu foi Livia, que agradecia a torcida e mandava beijos para Pedro. Mas Pedro estava se importando com Cobra, era óbvio que Cobra perdia feio pra Livia, em todos os sentidos, porem Pedro sabia como era se sentir derrotado. Então, foi em direção ao bar em que Cobra enchia a cara.

– Eai, campeão?

– Campeão? Não, quem ganhou foi ela. - riu

– Para de beber. Quer saber? Tu foi bem melhor que ela.

– Percebi. - Cobra tomou um gole da cerveja. - Quê tu quer aqui?

– Te ajudar.

– Me ajudar? Errou de pessoa. - falou. - Ninguem me ajuda.

– Mas eu vou.

– Vai se arrepender.

– Não vou. Agora vem, porque estou trocando uma noite de pegação pra ajudar um bêbado.

Cobra riu e se levantou com a ajuda de Pedro. O amigo de Karina foi com Cobra ate seu apartamento e o deixou dormir la. (...)

– A Bela Adormecida acordou.

– Fala baixo, porra. - Cobra murmurou e se sentou.

– Ta bem?

– To. Por que tu me ajudou?

– Eu sei como e se sentir perdido. E sei que uma companhia ajuda.

E como eu vou te ajudar?

– Não precisa.

– Precisa. Me diz.

– Sei la. Eu não quero nada.

– Nem uma ajuda com uma gatinha?

"Karina. Ele pode ajudar ela. Claro.", a ideia genial, pelo menos ele achava.

– Karina...

– Quer pegar?

– Não. Ajudar.
....

Karina balançou o cabelo de Cobra pra chamar atenção.

– Desculpa. - ele falou.

– E então? Por que ele pediu pra você me ajudar?

– Eu participava de racha de carro e ele as vezes ia lá assistir, e ele me pediu uma ajuda.

– E você aceitou?

– Devia uma pra ele.

– Ele é um imbecil.

– Ele não é um imbecil.

– Vai defender?

– Vou, e sabe por que? - ele não esperou sua resposta: - Porque ele fez isso pra te ajudar. Deixa de ser idiota. Ele te ama, e nem sei que tipo de amor e esse, mas ele te ama e quer te ajudar.

– Mas eu não amo ele. - ela não havia mentido. De fato, nunca amara ele e a única coisa que sentia por ele era afeto. Mas, afeto já é uma grande coisa, né?

– Ele te ajudou... Você deveria parar de brigar com ele e tentar ajudar ele.

– Ele não tem problema.

– Ele tem, mas não conta.

– E você sabe quais são?

– Não. - mentiu. Um dos acordos de Pedro e Cobra era saber a verdade um do outro, e claro, ajudar Karina, apesar de nunca terem sidos amigos, Pedro sempre desabafava com Cobra, já que achava que com João não conseguiria pois o filho de Dandara já tem problema demais.

– Eu quero ir pra casa. Preciso conversar com Pedro.

– Vem eu te levo.

Os dois caminharam ate o carro e em silêncio Cobra seguia para o apartamento de Pedro.

Perdida. Era assim que Karina se sentia. Não como se sentiu com a morte de Lírio, mas saber que Pedro foi capaz de pedir para alguém ajuda-la... Como ela foi capaz de duvidar que ele queria ajuda-la?

Cobra estacionou em frente ao prédio de Pedro e se despediu de Karina. A advogada formulou as palavras, mas assim que tocou a campainha, ela esqueceu tudo, assim que Pedro abriu a porta.

– Eai? - Pedro perguntou.

– Por que você pediu pro Cobra me ajudar? - ela perguntou e observou a expressão de Pedro.

– Ele te contou? Filho da puta.

– Eu que pedi.

– Não defende aquele imbecil.

– Ciúme de novo!?

– Não.

– Esquece. Por que? Por que pediu pro Cobra me ajudar?

– Você não queria me escutar e eu queria te ajudar... Sei la.

– Eu nunca pensei que fosse dizer isso em sã consciência, mas... Obrigada, muito obrigada.

Ela o abraçou e ele inalou seu aroma o quanto pode. Forte, mas ao mesmo tempo adocicado. Realmente, seu perfume era como ela: forte, mas ao mesmo tempo adocicado. "Camaleão.", ele pensou. Claro. Camaleões mudam de cor e ela de sentimento. Ela era como um cameleão, que muda de sentimento.

– Desculpa. - ela pediu, assim que o soltou e olhou em seus olhos. - Desculpa por te culpar.

– Eu precisava ouvir isso.

– Devem ter colocado cachaça no meu suco, mas... Você é, realmente, apegante.

– E você apaixonante.

O encarou. Não, ele não podia ter dito aquilo. Aquela era a hora que ela dava um tapa nele e o mandava parar de ser louco. Mas, ela não fez o que faria, apenas se deixou se contagiar pelo momento.

Suas mãos foram parar em sua nunca, e as dele em sua cintura, em uma sincronia perfeita, eles encaixaram suas bocas. Pedro envolveu sua língua na sua, em uma batalha indiscutível pra saber quem queria mais que aquele beijo não tivesse fim. O beijo dele era como o oxigênio para Karina. E o beijo dela para Pedro era como a agua para animais marinhos.

"Talvez o moleque e a esquentada tivessem um futuro."

You, you enchant me, even when you're not around
If there are boundaries, I will try to knock them down
I'm latching on babe, now I know what I have found

I feel we're close enough
I want to lock in your love
I think we're close

Você, você me encanta, mesmo quando você não está por perto

Se houver limites, eu tentarei derrubá-los

Estou trancando sobre você baby, agora eu sei o que eu encontrei

Eu sinto que estamos perto o suficiente

Eu quero trancar em seu amor

Acho que estamos perto o suficiente




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!