No dia seguinte Oliver conversou com os pais sobre Felicity. Estavam no escritório e ele começou:

– Pai, Mãe...vocês sabem que eu e a Felicity estamos juntos. Não é oficial ainda, apesar de termos ido juntos ao baile. Por algum tempo eu me mantive afastado pela segurança dela, mas agora que tudo se resolveu eu decidi pedi-la em casamento.

Moira foi até ele e o abraçou.

– Fico muito feliz meu filho. Já a consideramos da família...gosto muito dela...

– Que bom, mãe...Pai?

– Eu acho que você não poderia ter escolhido alguém melhor....

Sorrindo, Oliver continuou:

– Outra coisa, como eu pedi desligamento do meu cargo no ministério poderei me dedicar mais aos negócios e as propriedades da família...gostaria que o senhor me auxiliasse e me desse orientações de como poderei ajudá-lo.

– Meu coração fica mais tranquilo com isso, acho que formaremos uma boa dupla!

Os três comemoraram juntos os novos rumos que Oliver estava escolhendo para sua vida. A família estava reunida e completa novamente.

Depois da conversa com os pais Oliver foi até a relojoaria que atendia a família Queen há anos. Queria escolher algo realmente especial para dar a mulher que amava, algo que representaria o amor dos dois...

Tinha que ser único, ela merecia!

O dono da relojoaria o atendeu pessoalmente.

– Sr. Brook, preciso de algo único, especial...

– Certo..vamos ver o que tenho aqui.

Ele lhe mostrou vários modelos, mas nenhum lhe chamou a atenção. De repente ele viu num dos mostruários o anel perfeito.

Um anel fino de prata, com uma pedra de diamante em formato de coração adornado por uma fileira de pequenas pedras. O coração tinha um brilho encantador e que lhe lembrava o brilho dos olhos dela.

Era perfeito! Seria aquele...

O sábado amanheceu ensolarado. Era como se o universo conspirasse a favor dele. Seria o dia perfeito...seus planos estavam dando certo...

Felicity passou no jardim para ver Sarah, que estava tomando café da manhã...apenas uma xícara de chá e algumas torradas.

– Enjoos?

– Sim – passando a mão na barriga – o pequenino não quer se deixar esquecer!!

As duas tomaram café juntas e foram interrompidas pelo mordomo.

– Srta. Felicity...

– Sim?

– O Sr. Queen está aqui para vê-la...

Sorrindo ela pede que o mordomo o traga até o jardim.

Ele estava lindo...como sempre...

Ele aproximou-se de Sarah e lhe deu um beijo na cabeça.

– Bom dia! Como você e o meu afilhado estão??

– Afilhado??? Então vou ter um menino?

– Claro...e vou levá-lo para caçar e cavalgar!!

Rindo Sarah respondeu:

– Certo...vamos ver...estamos bem Oliver...

Ele sorriu e olhou para Felicity que ainda tinha um sorriso no rosto.

– E você? Como está nessa manhã? - ele lhe deu um beijo casto nos lábios que fez aumentar o sorriso dela.

– Muito bem! O dia está lindo!

– Está mesmo...por falar em dia lindo...você me acompanha num passeio pelo parque?

Feliz, ela concordou.

– Vou buscar meu chapéu...

Ele estava nervoso, na verdade o passeio era uma desculpa para ficarem a sós.

No dia anterior ele havia encontrado um lugar mais retirado no parque onde pudesse ter mais privacidade, sem quebrar nenhuma regra social.

Era uma área de grama depois do lago. Naquele lugar iria abrir seu coração para ela, desnudar sua alma e colocar sua felicidade em suas mãos.

Quando chegaram ao parque ele a ajudou a descer da carruagem e retirou desta uma cesta.

Felicity estava curiosa e ansiosa...ela percebia a tensão em Oliver...

Foram caminhando e conversando. Eles se afastavam da área mais movimentada do caminho...ela percebeu que aquele não era o caminho que faziam habitualmente.

Quando alcançaram o local escolhido ele parou. O local era rodeado de árvores e pequenos arbustos floridos. A grama verde era um convite para descalçar os sapatos.

Oliver tirou da cesta uma toalha e a estendeu, colocou a cesta do lado e lhe ofereceu um refresco, que ela aceitou. Ele sentou-se na toalha e fez sinal para que ela sentasse do seu lado.

Assim que ela o fez ele a puxou para um beijo apaixonado, exigente.

– Huummm....estava com saudades dos seu lábios...

– Fico feliz....pois eu também estava dos seus – e por sua vez o beijou.

Um tempo depois Oliver tinha a cabeça no colo dela e ela lhe acariciava seu rosto com a ponta dos dedos, com os olhos fechados ele aproveitava a sensação...

De repente ele muniu-se de coragem e levantou-se...

– Felicity....

– Huuum...

– Lembra quando conversamos na biblioteca e eu te falei que eu precisava que você me entendesse com o que eu poderia te falar naquele momento?

– Sim...foi no dia anterior ao baile...Você me pediu perdão...

Ele fez um aceno com a cabeça...

– Sim e mesmo sem te falar muita coisa você me perdoou...

– Perdoei...

Oliver suspirou e começou a falar:

– Aquele dia no porto, quando partimos para a guerra, é muito nítido na minha memória. Eu era jovem e tolo...acreditava que poderia mudar o mundo. Todos nós acreditávamos...

Ela o ouvia com atenção.

– Quando o apito do navio tocou eu senti o peso da responsabilidade...percebi que poderia não voltar...e te olhei e vi o Barry despedir-se de você. Me dei conta que não havia ninguém assim na minha vida...nenhuma mulher para quem voltar ou que rezasse por mim...

Ele tinha o olhar distante...

– Por isso...

– Sim...foi um impulso, tolo, talvez. Mas quando você me olhou com lágrimas nos olhos e disse que sim, que rezaria por mim...eu tive certeza que o faria. Naquele momento algo dentro de mim se aqueceu. Seu sorriso, seu olhar ficaram gravados em mim mesmo sabendo que você estava fora do meu alcance...

Ele virou-se de costas e ela levantou aproximando-se dele, colocando sua mão na dele.

– Quando soube do seu noivo pensei muito se deveria escrever ou não para você...não sabia como receberia uma carta minha...

– Eu a guardo até hoje...junto com o lenço que você me deu no porto.

Essa revelação o animou.

– O que eu quero que você saiba é que você foi minha salvação...durante todo aquele tempo de horror, nos piores momentos – ela percebeu a sombra no olhar dele – quando acordei no hospital, sozinho...e...bom...era sempre a tua lembrança que me mantinha lúcido, que me mantinha vivo..era por causa da lembrança do teu sorriso – ele passou o dedo nos lábios dela e secou uma lágrima solitária que corria por seu rosto, ela estava muito emocionada – e a esperança de vê-lo novamente que lutei para continuar e superar toda a atrocidade da guerra...

Ela não continha mais as lágrimas, mas tinha um sorriso nos lábios...o coração disparado...olhava para ele e via toda a emoção nos seus bonitos olhos...

– Quando voltei, a primeira coisa que fiz foi saber de você...e minha felicidade foi enorme ao saber que você não havia se casado...mas logo depois te coloquei em perigo...e...

Ela o calou com um dedo e acariciou seu rosto...uma brisa leve soprou...ela secou as lágrimas daquele rosto tão amado...ele a beijou com doçura....

– Você me salvou da guerra...você me trouxe de volta...eu preciso de você na minha vida...Felicity, eu amo você!

Ela ouviu aquelas palavras e seu coração deu um salto, sentiu o calor das mãos dele em seu rosto e o gosto doce de seus lábios...

– Eu também amo você, Oliver....com toda a minha alma e todo meu coração!

Os dois se beijaram com a emoção do amor revelado...com a certeza de serem correspondidos e de que a felicidade estava ao seu alcance.

Ele se afastou e tirou o anel do bolso, com toda a alegria que sentia estampada em seu rosto, ele ajoelhou-se na sua frente...

– Felicity me faça o homem mais feliz e completo do mundo e aceite casar-se comigo?

Ela colocou as duas mãos no rosto, olhou para o anel e depois para o homem que amava e se jogou nos braços dele:

– Sim! Sim! Sim! Meu Deus, como eu amo você!!!

Ele colocou o anel no seu dedo e o beijou. Ela olhou a pedra em forma de coração e sorriu.

Oliver a pegou no colo e a girou alegre!

– Você aceitou!! – E a beijou por todo o rosto.

– Não havia como negar....meu coração já era seu no primeiro olhar!