Moira, Thea e Robert Queen chegaram a Londres no mesmo dia do encontro de Oliver com Blood.

Apesar de estar feliz por tê-los por perto e por seu pai estar bem de saúde novamente, ele estava apreensivo, inquieto...

A noite fizeram um jantar para um pequeno grupo de amigos, entre eles Sarah, Ray, John e Felicity.

Thea não largava de Felicity. Na primeira vez que as duas tinham se visto já tinham se entendido e agora a mais nova estava ansiosa para saber tudo sobre os bailes e as últimas novidades de Londres.

Felicity tentava parecer interessada no que a irmã de Oliver falava, mas na verdade estava preocupada com ele.

Oliver estava distante, pouco ficou do seu lado e pouco conversaram.

Ainda bem que Sarah estava na conversa e salvava a situação.

Por um breve momento Felicity se perguntou se o distanciamento era por que ele não queria mostrar a família que eles tinham algo ou se era somente por estar pensando no encontro de logo mais.

Depois do jantar as mulheres permaneceram na sala e os homens foram para o escritório. Pouco tempo depois Oliver e John saíram para encontrar-se com Blood.

Felicity estava perto da porta da sala e viu quando os dois passaram. Ela o chamou:

– Oliver!

Ele fechou os olhos e voltou-se para ela, esperou ela se aproximar. Quando estavam próximos ela pegou numa de suas mãos e pediu:

– Tome cuidado, por favor! – Ele viu a preocupação nos seus olhos.

– Tomarei! – e lhe deu um beijo na testa antes de sair para juntar-se a John que o aguardava.

Ela o olhou partir e fez uma prece para que ele voltasse para ela.

No caminho John questionou o amigo:

– Você não vai ser idiota a ponto de afastá-la de novo, não é?

Oliver olhou para John e respondeu meio irritado:

– Eu nunca deveria ter me aproximado. Já vai ser difícil manter minha família longe daquele louco – suspirando e com o rosto tenso ele continuou – ela já correu riscos demais e não vou suportar se ela se ferir. Você sabe que ele não vai parar, mesmo se conseguirmos todas as provas ainda precisaremos encontrá-lo.

– Estamos juntos nessa, amigo! Protegeremos todos, só precisamos estar juntos e eles também.

Chegaram ao cais e este estava mais sombrio do que o costume. Uma fina chuva caía e tudo parecia suspenso.

Oliver estava cada vez mais tenso. Em minutos ele poderia ter em mãos tudo o que ele precisava para punir o homem que causou muitas mortes e muita destruição...em sua vida e nas vidas de outras pessoas.

Avistaram Blood sentando numa mesa perto do balcão. Ele acenou com a cabeça em cumprimento e aguardou.

– Você trouxe o que nos prometeu? – Oliver questionou.

– Sim! Mas quero minhas garantias...você trouxe a passagem?

Oliver tirou do bolso do pesado casaco que usava um papel e lhe mostrou. Era uma passagem em um navio que partia para as colônias no dia seguinte.

– Os documentos, Blood.

Ele entregou a Oliver um maço de documentos, alguns já amarelados. Oliver os entregou para John analisá-los enquanto ficava de olho no homem a sua frente.

– Onde ele está Sebastian?

– Na verdade eu não sei....ele sempre me encontrava em minha casa ou em outro local qualquer. Geralmente recebia cartas, que estão ai nesse maço de documentos, ou seus capangas vinham me visitar.

– Bom, parece que está tudo aqui. Temos o suficiente para condená-lo por muitos anos. – John falou e nesse momento ele se permitiu um pequeno sorriso.

Oliver achou melhor não comemorar tão cedo, ele sentia uma tensão no ar. Observou o lugar e percebeu vários olhares dirigidos a eles.

– Você trouxe mais alguém junto com você Blood?

– Não...porque?

– Então temos companhia.... – ele entregou a passagem como combinado – vamos nos levantar e sair, mas estejam preparados.

Eles tinham ido armados, claro...mas não esperam o ataque que veio logo depois que levantaram.

Tiros soaram em sua direção. Oliver jogou-se atrás do balcão, John no chão...pegaram suas armas e revidaram os tiros.

Alguns dos clientes do bar, pegos de surpresa começaram um alvoroço. A maioria deles nem estava em condições de lutar, mas o fez mesmo assim. O caos reinou e Oliver, John e um atordoado Blood conseguiram sair em direção a rua.

– Todos bem? – Oliver perguntou.

John sinalizou seu braço, tinha sido atingido de raspão na altura do ombro direito...nada grave.

Blood estava ofegante, mas bem.

– Me tirem daqui e eu lhe digo um dos locais onde podem procurar por Slade.

– Ora, ora! Meu fiel – e o som dessa palavra foi totalmente irônico – amigo! – os três olharam atônitos para um arrogante Slade Wilson que se aproximava rodeado de capangas – e claro, meus mais chegados amigos de longa data!

– Acabou Slade! Temos provas contundentes contra você! Melhor se entregar! – Oliver gritou enquanto observava e pensava numa melhor maneira de sair dali.

Estava em desvantagem numérica e ali naquele lugar não havia meios de conseguir ajuda.

Slade deu uma risada.

– Oliver, você realmente não acredita que depois de tudo eu vou me entregar? Eu não acabei o que vim fazer aqui na Inglaterra....quando o fizer você vai saber e depois partirei para sempre!

Oliver sabia ao que ele se referia, com raiva ele exclamou:

– Você não vai conseguir o que quer! – ele tentou avançar em direção ao inimigo, mas no mesmo instante seus capangas apontaram suas armas para ele.

– Vou sim, a começar por você....Blood... – e virou para o ex comparsa e lhe deu um tiro certeiro na cabeça. Blood desabou no chão com os olhos abertos numa expressão de choque.

Nesse momento a confusão do bar veio para fora e novos tiros foram disparados. Slade ordenou que seus capangas atirassem e o caos novamente se instalou, Oliver e John se defenderam dos tiros e tiveram que se proteger atrás de tonéis de água.

Oliver foi atrás de Slade, lhe acertou um soco no rosto e este revidou. Por um momento Oliver achou que ele conseguiria capturar o rival, mas este obteve ajuda de um de seus capangas que atacou Oliver pelas costas. Ao se defender, distraiu-se de Slade e este fugiu.

John veio em seu socorro e os dois conseguiram sair das docas.

Foram direto para casa de Ray que iria ficar aguardando por eles.

Feclicity andava de um lado para o outro, no escritório da casa dos Lance.

– Se você continuar assim vai furar meu tapete, prima.

Ela parou.

– Eles estão demorando...será que aconteceu algo?

– Se acalme – Ray falou – eles já passaram por coisas bem piores e voltaram inteiros.

Nesse momento eles ouvem o som de passos e viram John e Oliver entrar pela porta.

Felicity ficou num canto, apoiada numa poltrona. Suas pernas estavam fracas de alívio por vê-lo sã e salvo.

Enquanto eles contavam o que havia acontecido e mostravam os documentos para Ray, Oliver não dirigiu sequer um olhar para ela.

Ela estava um pouco magoada, achou que ele viria até ela e a beijaria...ou pelo menos lhe dirigisse a palavra...mas nada.

Sarah percebeu, os outros também, mas não falaram nada.

Felicity saiu da sala e foi para seu quarto.

Oliver percebeu assim que ela saiu. Seu peito apertou e ele xingou-se mentalmente. Tinha magoado a única pessoa que havia jurado não magoar. Idiota!

No quarto ela olhava para a rua, para a escuridão da noite. Não sabia quando tempo havia passado. Decidiu deitar-se e quando encostou a cabeça no travesseiro as lágrimas, que estava segurando, desceram por seu rosto. Ela chorou, sentida, até dormir.

Oliver não se perdoava. O que deu na sua cabeça? Tudo o que mais queria quando chegou à casa era segurá-la nos braços e afundar seu rosto no seu pescoço para sentir que tudo estava bem.

Ele não se perdoava por ter deixado Slade escapar e acabou descontando seu desgosto na pessoa que menos merecia.