The way back to you - EM HIATUS INDETERMINADO escrita por allurye


Capítulo 14
Chapter XIV — Guilt slams the door


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente eu de novo. Programei pra postar hoje, o capítulo já estava pronto, porque esperar uma semana ou quinze dias não é mesmo. Espero que gostem do capitulo de hoje, ele muito importante para futuro da fic, espero que gostem tanto quanto eu ao escreve-lo.
Boa leitura!!!



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Caroline

 

 

 

Depois de uma tarde estranha na casa de Emma, com direito a voltas em sua motocicleta e flertes intermináveis da parte dela enquanto assistíamos a seu filme predileto, que era o massacre da serra elétrica. Estávamos sentadas no breu de sua sala, abarrotada de pufes estranhos e pôsteres desgastados de bandas velhas. O som estridente do meu celular me salvou de ter o braço cumprido de Emma envolta do meu ombro, como uma garotinha de treze anos em sua primeira sessão de amasso durante filme idiota de terror.

Voltei para sofá desconfortável de Emma colocando minhas pernas em sua mesinha de centro, me tocando que não tinha me lembrado dele desde volta da persona non grata em minha vida. O que teria acontecido com ele, para de repente sumir? Justo ele que dizia estar apaixonado por mim, okay não era bem uma paixão e sim uma obsessão doentia como diria Jeremy. E agora não sabia se me sentia aliviada, ou triste por ele ter sumido da fase da terra.

Emma se levantou desligando a televisão e me lembrou que estava na hora de voltar para Dirty. Ela me emprestou um vestido curto, com fendas pequenas na laterais e um corte nas costas em formato de caveira. Em outra época eu torceria o nariz e diria “De jeito nenhum!”, mas a grande verdade sobre a nova eu, era que não me importava. Tomei um banho rápido em seu minúsculo banheiro. Arrumei-me com suas maquiagens pesadas e pulseiras pretas com pequenas caveirinhas. Enrolei meu cabelo o máximo que podia, e quanto sai ela me esperava com sua camisa preta gasta do The Cure. Sua jaqueta preta por cima, com braços cruzados batendo o pé no chão impaciente. Ela assobiou olhando-me de cima a baixo.

Ignorei suas cantadas e vesti seu capacete agarrei sua cintura e em alta velocidade fomos para Dirty. Sentindo o vento gelado contra meu rosto, me soltei dela devagar e abri os braços curtindo aquela sensação de liberdade. Ela sorriu e acelerou mais um pouco. Quando finalmente chegamos ao nosso destino, Dirty já estava abarrotado de gente, agradeci mentalmente por Emma ter me dado dia de folga. Jeremy apareceu não muito depois, desviando das pessoas erguendo uma garrafa consigo. Com a mesma expressão de tédio crônico, ele se colocou ao meu lado em silêncio. Mesmo antes de ele abrir a boca soube que tinha algo errado.

— Brigou com a Cody, não é? — ele suspirou pesadamente passando a mão no pescoço dolorido — O que aconteceu?

— Nada realmente — ele frisou o nada fitando o chão

— Você ainda pensa muito na Bonnie né? — ele nada respondeu, então fiquei em silêncio. Ele pareceu grato por isso, depois de longo tempo vendo outras pessoas dançarei ou se agarrei no salão, respirei fundo reunindo a coragem que me faltava.

— Você deveria voltar para casa Jeremy — ele maneou a cabeça e abriu a boca para protestar, mas continuei — Eu sinto sua falta.

Ele se calou e voltou a fitar o nada com uma expressão chateada.

— Eu sei que não somos parentes, que não me considera nada sua, mas você é o irmão que eu nunca tive. O irmão que eu desejava ter e talvez tivesse se meu pai não fosse gay — bati meu ombro no dele e ele finalmente riu revirando os olhos

— Não seja dramática, você e uma espécie muito chata de… Irmã que eu não gostaria de ter — retrucou-o rindo. Fiz beicinho ofendida, mas só o fez rir mais — Você fez mais por mim do que minha irmã fez — confessou ele.

— Elena estava passando por...

— Por favor, não a defenda. Esta parecendo o Alaric com necessidade chata de defender toda e qualquer ação egoísta dela — ele revirou olhos dramaticamente. Mesmo emocionada com sua declaração, optei por rir temendo que se ficasse sentimental demais iria afastá-lo.

— Eu sei, mas ela realmente sofreu Jeremy, mas diferente de nós dois, Matt e… Bonnie, ela não soube lidar com nada disso.

— Isso não e desculpa para o que ela se tornou. Ela nem ao menos ligou, Care! Ela não deu a mínima pra mim, tudo que ela quer e pensa e nele… naquele desgraçado!

— Ei — apertei seu ombro — Eu não gosto dele tanto quanto você… Ele me fez muito mal, coisas que eu nunca serei capaz de esquecer realmente Jer… Mas não se pode viver assim, com tanto rancor e mágoa.

— Ele me matou uma vez Caroline, ele fez mal a todos, mas todos esquecem isso, todos ficaram felizes por sua volta e enquanto  ela…

— Ela diria o mesmo que eu. Por mais difícil que seja fazer isso, você tem que deixá-la ir… Deixar o passado pra trás. E primeiro passo disso e, pelo menos, tentar deixar o rancor pra trás

— Está me pedindo para conviver com ele, que eu o perdoe? — inquiriu incrédulo

— Estou pedindo que deixe isso pra trás, esqueça Damon, Elena e Alaric. Se concentre em quem te ama e se importa com você. Se concentre na Cody, dê uma oportunidade pra ela, pra si mesmo. Deixei o ódio sobre o porquê o idiota do Damon voltou. Se concentre em você no seu futuro. Volte para casa Jeremy — pedi, ele suspirou pesadamente

— Eu preciso pensar — ele respondeu saindo apressado, tentei alcançá-lo, mas Emma me impediu

— Deixe o garoto, ele precisa pensar

Relutante e frustrada aceitei o conselho de Emma que me ofereceu uma garrafa e logo terminei com ela, o que era uma má ideia, já que eu ainda não tinha me alimentado tão bem aquele dia. Eu deveria dar meia volta e ir para casa, mas calei todo meu bom senso e mania por controle, indo para pista de dança.

Dançando ao ritmo das batidas, me deixando levar apenas por ela, calando qualquer pensamento inútil que me desviasse do meu objetivo de hoje. Que era basicamente me divertir sem ligar para nada, esquecer e me libertar dele, esquecer Stefan pelo menos por uma noite.

Damon

Estava deitado na cama fitando o teto, tentando de todas as maneiras não enlouquecer. Depois de perambular pelas ruas sem direção certa, apenas tentando achá-la.

Bonnie tinha sumido, talvez tenha decidido voltar para nosso antigo lar infernal. Coisa que eu achava difícil, de alguma forma estranha eu sabia que ela ainda estava perto, que ate mesmo podia me ouvir. E isso estava irritando-me ainda mais, mesmo chegando ao ponto de chamá-la incessantemente e pedir desculpas em voz alta em frente ao quarto de seu antigo namorado, ou perder a noção do tempo olhando para sua fotografia que Caroline mantinha guardada no fundo de sua gaveta. Concentrando-me o máximo que podia, para lembrar como tinha voltado, lembrar para onde seguir caso ela realmente tivesse conseguido voltar.

Eu me odiei por me submeter aquilo. Submeter-me a pensar nela por tanto tempo. Por mais que tentasse negar, tinha me habituado a ela, sua companhia. Mesmo que apenas em silêncio, deitados olhando para o céu. Ele tinha se acostumado a abrir os olhos e encontrá-la com os olhos fechados parecendo dormir profundamente, na verdade ela vivia meditando do outro lado, quando por acaso saia do transe e abria a boca para falar, quase sempre eram bobagens. Sempre refletindo sobre nossa atual situação, sempre sendo positiva dizendo:

“Não pode ser apenas isso, há algo lá fora… Algum lugar melhor que… Isso! E esta a nossa espera…” ela olhou para mim e se corrigiu “Ou melhor, está a minha a minha espera”

Ele riu amargamente lembrando-se dos momentos em que a provocava sempre discordando de tudo que ela dizia, ela sendo a personificação da esperança, enquanto ele representava a derrota.

Ele suspirou sentindo vontade de bater a cabeça contra a parede. Tão confuso e perdido, porque tempos atrás tudo que ele queria era isso. Voltar para casa para Elena, para Stefan. Na verdade ele queria apenas ela e Bonnie sabia disso. Por isso ela sempre maneava cabeça enquanto me lançava aquele olhar de decepção. E mesmo odiando-a um pouco mais por isso, por ela ter a coragem de tocar em sua ferida, de dizer-lhe na cara que ele era um péssimo irmão, nem a metade do irmão que Stefan merecia.

E mesmo ele nunca admitindo isso a ela, tinha algo de reconfortante e virar-se para lado, abrir os olhos e encontrar com os olhos esverdeados dela. Fitar seus cílios curvilíneos batendo suavemente, 22 vezes por minutos, suspirando olhando ao redor, com os olhos brilhando sempre pensando ver algo novo, algo que alimentava sua esperança de um paraíso a nossa espera. Ele se pegou lembrando-se do seu tic de mordicar o lábio, colocar a mecha de seu cabelo atrás da orelha.

Ele ficou chocado quando constatou que sentia a falta dela. A saudade inesperada bateu nele como um martelo.

Ele justificou aquilo como costume, ele tinha se acostumado com ela, como quem se acostuma a uma gripe chata, ou chuva imprevista num dia ensolarado. Ele tentou de todas as maneiras não pensar que o som de sua voz e ate mesmo seu revirar dramático de olhos, o acalmaria, o faria rir mesmo que contra a vontade.

Ele chamou por ela de novo e de novo. Mesmo que não se desse conta disso, ele chamava por ela, ele culpou o feitiço, maldição que os prendiam, que os queriam juntos…. E mais uma vez quando ela não voltou, culpa e raiva se abateu sobre ele, possuiu seu corpo, sua alma, ele jogou o porta-retratos velho na parede, vidro se partindo em pedaços.

Ele sentiu olhos sobre, ele, mas a batida rítmica do coração denunciou que não era ela, ele caiu ainda mais amargurado do que já estava.

Quando se virou, Litlle Gilbert o fitava curioso, ele se abaixou e pegou o porta-retratos. Um olhar de tristeza, enquanto fitava a antiga foto de sua namorada e mesmo que ele tenta-se bloquear uma onda de raiva e culpa esmagando-o mais ainda.

Ele se preparou para uma nova discussão, ele ansiava por isso, ele queria apenas uma desculpa para machucá-lo, torcer seu pescoço ou bater sua cabeça grande contra a parede, ele só precisava de um motivo, mas Jeremy o surpreendeu. Sentando-se na cama de Caroline fitando a foto, depois de um longo tempo, ele suspirou e ainda olhando a foto ele perguntou:

— Ela está bem? A última vez que a viu, ela estava bem? — a pergunta repentina deixou-me sem palavras. Minha boca subitamente mais seca do que antes, ele abaixou a cabeça fitando os próprios pés e quando ergueu a cabeça encontrando com seus olhos, quando estava prestes a dizer a verdade ele escutou a voz dela nitidamente

— Minta para ele Damon — Bonnie pediu, olhei para lados, mas não a encontrei — Minta pra ele, e única coisa que te peço Damon, por favor.

Ele soltou o ar que nem se lembrava de ter guardado, quando piscou os olhos e a encontrou ao pé da cama, olhando entristecida para Jeremy. Ele lutou contra vontade de gritar boas verdades para ela, mas quando ela finalmente se voltou para ele, ele se perdeu em seus olhos, ele mergulhou em uma profunda agonia, tristeza e raiva. Ele assentiu levemente com cabeça para Bonnie, que forçou um sorriso de agradecimento parecendo lutar para não chorar.

— Ela estava bem Jeremy — ele mentiu — Ela estava feliz, tinha... Aceitado sua nova condição… Ela encontrou a paz. Ela sempre me dizia que tinha algo de bom a nossa espera — olhei para ela que sorriu de lado — Ela sempre foi otimista, mesmo sentindo saudade de casa de todos… De você. Acho que foi por ela que não enlouqueci, porque ela acreditava em algo maior, paraíso, céu, plano seja lá o que isso seja. Ela acreditava nisso e então um dia… Ela encontrou, ela estava em paz.

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Jeremy, ele logo enxugou o rosto com as costas das mão, olhando para o quarto envolta, de repente para minha surpresa Bonnie tentou tocá-lo e quando não conseguiu, ela se afastou olhando para mãos chorando, ela abraçou a si mesma fitando a parede, quando estava prestes a dar um passo em sua direção. Jeremy se voltou na mesma direção que ela estava, fechou os olhos e disse quase inaudivelmente:

— Eu te amo Bonnie, sempre vou te amar… Eu sinto sua falta — disse ele fitando o chão com lágrimas transbordando em seus olhos.

Me sentia estranho com milhares de sensações me invadindo de uma só vez. A tristeza desapareceu dando lugar a sentimento que ele julgava nunca ter sentido antes, paz. Ele entendeu que era Bonnie que estava sentindo tudo aquilo.

Ele mordeu a bochecha sentindo-se um intruso naquele quarto, sentindo-se desconfortável por presenciar aquela despedida... Ele não admitiria isso para ela ou a ninguém, mas ele sentiu um gosto amargo surgindo em sua boca. Inveja o corroendo por dentro, inveja de Jeremy por ser capaz de fazê-la sentir-se daquela forma. Inveja do feliz casal que conseguia ser tão altruísta um pelo outro, aquela ligação e linha invisível entre eles, não era fruto de feitiço ou maldição, muito menos era culpa de vínculo de sangue. Jeremy e Bonnie se amaram de uma maneira que ele não entendia e isso o irritava. Preenchia seu coração de inveja, de ressentimento com universo, que nunca lhe deu oportunidade de construir aquilo com alguém… Nem mesmo com Elena.

Bonnie soluçou alto se voltando para ele que sorria com os olhos fechados. Bonnie sorriu em seguida, um sorriso que ele nunca presenciou um sorriso que ela guardava para Jeremy, para todos os outros que não ele. Ela fechou os olhos como ele, e senti um medo terrível que ela por acaso desaparecesse novamente, ou que Jeremy fosse seu assunto inacabado, temi que uma luz celestial surgisse levando-a para tão “paraíso” que ela dizia merecer.

Mas aconteceu o contrário, ela se concentrou na janela entre aberta, demorou alguns segundos, mas a janela se abriu batendo contra a parede. O vento que adentrou o quarto balançou as cortinas. Quando me voltei para Jeremy ele ria sentindo o vento sobre ele, ela riu ainda mais ainda chorando. Ele se levantou olhando para janela, como se o vento fosse o adeus de Bonnie. O que de fato era Bonnie estava se despedindo de seu primeiro amor.

Demorou alguns minutos para seu sorriso cessar, ele respirou fundo e abriu os olhos. Os olhos dela nunca deixando os dele. Jeremy se aproximou de mim e não soube o que dizer o como reagir quando ele estendeu a mão para mim, Bonnie me lançou um olhar de surpresa, mas sorriu com gesto nobre de seu namoradinho. Estendi a mão aceitando a dele, que apertou levemente sério, mas logo um sorriso sincero se formou em seus lábios.

— Seja bem-vindo de volta Damon — disse ele ainda sorrindo — Eu nunca disse isso a você… Porque bem, eu achava que você não merecia isso, que merecia estar no inferno.

Bonnie sorriu concordando revirei os olhos para ambos, ela deu-me língua, mas logo seus olhos voltaram para ele que sem jeito soltou minha mão coçando a nunca.

— Sua sinceridade e refrescante Litlle Gilbert — retrucou ironicamente, ele sorriu maneando a cabeça

— Eu sinto muito, mas era o que eu pensava. Eu te odiei primeiro por tentar me matar e tumultuar nossas vidas, pelo que fez a Caroline – abri a boca para xingá-lo, mas Bonnie me censurou com os olhos

— E posso saber por que mudou de ideia assim tão de repente? Pensei que estivesse planejando uma estaca no meu peito para vingar-se…

— Sim, na verdade eu estava. Mas não o fiz, por Elena, por Stefan e Alaric. Mas a verdade é que não fiz, por ela, porque nada a traria de volta. E ela sempre acreditou que todos podem mudar e merecem uma segunda chance — respondeu ele serio fitando a janela.

Uma lágrima teimosa escorreu pelo rosto de Bonnie, ela logo a enxugou com sorriso no rosto. Jeremy enfim suspirou e me deu as costas e saiu fechando a porta atrás de si. Bonnie se voltou para mim com os olhos ainda úmidos, ela andou até mim se colocando do meu lado. Ela bateu seu ombro contra o meu, quando me neguei a cumprimentá-la ou olhá-la

— Ei, não vai falar comigo? — continuei fingindo que ela não estava lá, quase a mandei correr atrás de seu namoradinho irritante, mas ela revirou os olhos — Tudo bem, se quer que eu vá embora, eu vou!

Ela caminhou lentamente até a porta e fiz o meu melhor para continuar ignorando-a, então quando pensei que ela faria sua mágica e desapareceria, ela riu

— Só te peço uma coisa Damon – ela sussurrou ainda de costas — Não fique feito louco chamando por mim, feito cachorrinho abandonado, me deu dor de cabeça

— Eu não chamei por você – quebrei o silêncio indignado ela se virou apontando o dedo para mim

— Chamou sim… “Bonnie, Bonnie, onde você está?” ou “Me perdoe, eu fui um imbecil” — ela gargalhou bati em sua mão tentando afastá-la, mas ela continuava rindo apontando para mim

— Cala boca, eu não fiz nada disso, alias estava comemorando não ter que ver essa sua cara nunca mais

— Que feio Damon, mentindo para si mesmo? — ela se concentrou olhando-me intensamente, me calei quando mergulhei em seus olhos. Ela sorriu largamente antes de apertar minha bochecha — Você sentiu muito a minha falta! Você foi pego, admita para si mesmo que a vida sem mim e um tédio.

Acabei rindo pegando suas mãos segurando seu pulso sacudi ela com força, ela estava prestes a me xingar, quando fiz algo que me arrependeria, algo que levaria horas do meu dia, refletindo aquele impulso idiota. Eu a puxei para mim, ela arregalou os olhos, então beijei sua testa demoradamente. Ela ficou paralisada, com os olhos arregalados, meus lábios ainda em sua testa. E aos poucos ela foi relaxando seus olhos se fechando lentamente. Abracei Bonnie, ela apoiou sua cabeça em meu ombro, coloquei meus braços envolta dela, com cuidado temendo atravessá-la, mas isso não aconteceu. Respirei aliviado em tê-la ali, senti-la contra mim. Ela riu um pouco, antes de erguer a cabeça apoiando o queixo em meu peito

— Obrigada Damon

— Pelo quê?

— Pelo Jeremy, por não ter sido um idiota e ter dito a ele…

— Por ter mentido pra ele — a corrigi, ela suspirou e deu ombros

— Quem disse que verdade e libertadora, nunca escutou o poder que uma bela mentira pode fazer.

— Bonnie Bennett, achando que mentir e legal? Eu vive pra ver esse dia — apertei seu nariz, ela riu me dando um tapa, mas não afrouxei sua cintura mantendo-a em meus braços, ela voltou a apoiar a cabeça em meu peito — Eu sou uma má influência pra você

— Ah isso com toda certeza — afirmou ela rindo. Eu ri junto com ela, apreciando a sensação de fazê-la rir, mas, ao mesmo tempo, aquela afirmação dela me causou medo, olhei para ela que sorria de olhos fechados abraçada a mim, me perguntei se eu faria mal a ela, se ela acabaria como eu. Restando nada mais, que egoísmo, ódio. Balancei a cabeça afastando aquele pensamento, deixando que o som do seu riso calasse todas as dúvidas e toda maldita culpa que me assombrava a mente.

Stefan

Caroline não voltou para casa aquele dia. E tudo que eu queria fazer era me estapear pela minha estupidez, por deixar Elena me usar para se consolar, mesmo a contragosto não fiz o que tinha que fazer. Ele tinha que ter afastado ela, gritar para que ela crescesse de uma vez, percebe que o mundo era muito maior do que Damon e Elena.

Por culpa dela Caroline estaria me odiando um pouco mais, si é que isso era possível. Depois de procurá-la em todos os lugares que ela costumava ir, chegando até a ficar uma hora na travessia da cidade, olhando a maldita placa de Mystic Falls, com a lembrança nítida de nosso primeiro beijo se repetindo constantemente. Com cada parte do meu ser, gritando como fui imbecil de não puxá-la para mim e beijá-la ate me fundir a ela. Liguei para Alaric, que me indicou a casa de sua amiga, mas como não sabia onde era ele me aconselhou a procurá-la na boate novamente já que Emma morava na rua de trás de lá.

Corri pela cidade, procurando-a novamente, foi quando decidi voltar para o bar em que ela trabalhava. Procurei-a no balcão, ou atrás do palco, mas nem sinal dela, foi quando meus olhos se voltaram para pista de dança. Foi quando a encontrei no meio da pista, dançando uma música barulhenta. Com vestido preto que abraçou todas as curvas de seu corpo, ela deslizava as mãos pelo corpo sensualmente, com os olhos fechados e sorrindo, ela girou pelo salão. Estava hipnotizado, sem consegui reagir sentindo meu corpo reagir àquela visão do paraíso a poucos passos de mim. Queria agarrá-la sentir seu corpo contra meu, beijar toda sua pele exposta, sentir a textura de seus cabelos, sentir seu perfume, beijá-la por inteiro cada pedacinho dela.

Estava prestes a fazer isso, quando ela se virou para o outro lado sorrindo, ela colocou os braços envolta do pescoço de um cara, que apertou sua cintura, eles dançaram colados, lambendo os lábios ele se aproximou dela. Ela virou o rosto quando ele tentou beijá-la, mas ela não empurrou. Cerrei os punhos e respirei fundo. Tentando conter a raiva o ciúme, o impulso de arrancar a cabeça daquele idiota. Ela sorria alegremente, deixando que ele a toca-se que tentasse seduzi-la dizendo coisas como “você é muito gostosa” ela apenas sorria, balançando a cabeça. Quando a música mudou, ela se desprendeu dele, indo a minha direção, mas ela não me viu. Foi direto para o bar pedindo um drinque para grandalhão que lhe deu logo em seguida.

— Pelo visto sua noite está sendo muito divertida

— Stefan? — ela se virou em minha direção com os olhos arregalados, assustada.

Mas logo seus olhos se estreitaram, ela se voltou para mim estendendo um pequeno copo com que julguei ser tequila num copo colorido. Com a testa franzida em confusão olhando-a sorrir para mim, esperando ansiosa para que eu bebesse o drinque. Bebi ainda desconfiado, ela sorriu mais ainda.

— Pois é Stefan, eu decidi que quero me divertir hoje, amanhã e depois de amanhã.

— Eu percebi — retruquei sarcasticamente, ela franziu a testa e depois cruzou os braços, se aproximando de mim, com queixo erguido. Não recuei me aproximei ainda mais, sentindo sua respiração contra meus lábios

— Sim, na verdade eu nunca me divertir tanto Stefan, alias você deveria tentar isso.

— Tentar o que? Dançar com alguma garota que eu nem sei o nome, agarrá-la, seduzi-la e dispensá-la para aumentar meu ego?

— O que disse?

— O que você ouviu — tomou seu rosto nas mãos, roçando meus lábios nos dela, ela estremeceu de imediato, me aproveitei disso beijando seu rosto, agarrando sua cintura, beijando a maça de seu rosto me desviando para seu ouvido, plantando um beijo atrás de sua orelha, descendo até seu pescoço — Eu deveria fazer como você, me divertir não é mesmo.

Ela me empurrou com força bati a costas com força no balcão

— E exatamente isso Stefan, alias porque estou perdendo meu tempo falando com você? — ela me lançou um olhar frio, antes de subir em cima do balcão. Ela começou a dançar em cima dele, dançando sensualmente recebendo uma chuva assobios e elogios. Sua amiga Emma arregalou os olhos, mas por fim a encorajou

— Caroline desse daí, agora! — ordenei, sentindo meu sangue ferver. Ela sorriu mais ainda e se voltou para seus admiradores

— Não, eu não vou! Estou me divertindo Stefan, eu não estou fazendo nada de errado. Vocês querem-me ver dançar? — ela perguntou sorrindo maliciosamente para sua amiga, que sorriu sinistramente. Um sorriso de pura satisfação, que se espelhou no de Caroline.

Todos gritaram que sim com exceção de uma dúzia de garotas que a xingavam baixinho, beliscando os seus respectivos namorados. Caroline deslizou as mãos pelos seios descendo até cintura, segurando a baia de seu vestido descendo e descendo. Ela levantou lentamente, balançando a cabeça, passando as mãos pelas coxas subindo devagar novamente.

Ela virou de costas e virou a cabeça para lado, olhando diretamente para mim, enquanto descia o zíper lateral de seu vestido. Um dos caras estendeu a mão para tocá-la e sem pensar o empurrei, ele bateu em outro cara que retrucou com um soco contra mim, que abaixei a tempo, acertando outro rapaz e de repente a boate tinha virado uma bagunça. Caroline arregalou os olhos e gritou que eles parassem, seu amigo grandalhão saltou pelo balcão chamando o segurança.

Aproveitei sua distração e agarrei colocando-a por cima do meu ombro, ela se debatia e praguejava, mas não me importei. A levei para dentro de pequeno quarto nos fundo da boate, depois de encontrar um casal aos beijos no banheiro. Tranquei a porta, antes de colocá-la no chão, ela socou meu peito com força me empurrando contra parede, sem paciência agarrei seus pulsos e inverti as posições prensando-a contra aporta.

— Eu te odeio seu idiota, imbecil! — ela esbravejou tentando soltar-se de mim — Você não tem direito nenhum de voltar agora e tentar me dizer o que faze…

— Caroline, por favor, me escuta. Me desculpe, perdi o controle te vendo dançar daquele jeito… Essa não é você!

— Não sou eu? E quem você pensa que eu sou? Você não me conhece mais, não sabe nada sobre mim seu imbecil. Você se quer notou que eu tinha me apaixonado por você! — ela gritou me empurrando, deixei a ir, mas quando ela abriu a porta a fechei de novo

— Por quê?

— Por que o que? Tira essa mão dai antes que a quebre! — ameaçou ela.

— Por que você se apaixonou por mim?

— Que tipo de pergunta e essa? — ela maneou a cabeça incrédula — Tira à mão Stefan, me deixa sair agora!

— Eu não posso! Não antes de saber o por quê?

— Você quer saber o por quê? — assenti veemente — Porque pensei que você valesse à pena. Porque quando eu morri e acordei como vampira, com meu mundo e tudo que eu conhecia feito aos pedaços, você me salvou. Porque quando Elena te trocou pelo Damon eu não conseguia entender como alguém era capaz de deixar de amá-lo… Porque eu pensei que eu tinha você… Eu pensei que você valia à pena! — ela gritou.

— Caroline eu… Eu… Sinto muito por…

— Não sentir de volta?

— Eu não disse isso, eu não tinha ideia, eu não entendia e ou enxergava nada aquela época… — Ela riu com escárnio me lançando um olhar indignado

— Não enxergava? Você me dispensou assim que me conheceu Stefan, você si quer se deu o trabalho de me conhecer, você escolheu Elena. Como todos escolhem.

— Eu era um idiota aquela época Caroline. Você tem que entender, nós éramos pessoas diferentes aquela época. Eu não fazia ideia que…

— Que Elena iria trocá-lo por seu irmão? — perguntou ironicamente com olhos brilhando de raiva

— Não, eu não tinha ideia que era você! Que era você a mulher dos meus sonhos. Eu não fazia ideia que você era tudo que eu desejava e sonhava ter.

— Cala boca! — ela tentou abrir a porta, mas a puxei segurando seu rosto. Forçando a me encarar

— Caroline eu te amo — ela se calou, fechou a boca e me encarou com os olhos arregalados, sua testa franzida em confusão — E eu sinto muito, sinto muito por não ter dito isso aquele dia há três anos. Sinto muito ter sido imbecil e deixado você. Mas é que quando você me beijou, eu me senti vivo de novo, eu me senti em paz em casa... E eu não podia sentir aquilo, ser feliz quando eu causei a morte do meu irmão. Eu fui embora porque eu não merecia você, eu não mereço…

Caroline uniu seus lábios aos meus. Gemi quando senti o gosto dos seus lábios nos meus novamente. Agarrei sua cintura trazendo-a mais para mim, enquanto com a outra mão enredava os dedos em seus cabelos, ela se afastou por um momento e procurei nos olhos dela algum resquício de duvida ou arrependimento mas tudo que encontrei foi certeza e desejo refletidos em seus olhos azuis. Mergulhei neles como quem mergulha no oceano, não temendo me afogar neles porque eu queria me perder nela. Seus lábios eram minha casa e nada mais tinha importância só ela e apenas ela.


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Notas finais do capítulo

TNC....
Xoxo