De tarde, eu, Nico, Harry, Percy e Rony sentamos nas escadas que levam para o segundo andar. Ficamos comendo besteiras, conversando, fazendo palhaçadas.

– Então o cara pegou o copo e... – Percy estava tentando contar uma piada mas não conseguia parar e rir.

– E o que Percy? – mas o menino nem ouvia, estava gargalhando tão alto que todos que estavam no primeiro andar ouviriam.

– Eu não consigo...

– GENTE! GENTE! SÃO VOCÊS! – Neville estava correndo em nossa direção. – CORRAM, CORRAM!

– Calma Neville, o que houve? – perguntou Rony.

– RÁPIDO! ELES ESTÃO ATACANDO!

– Eles quem? – perguntou Harry.

– OS... COMENSAIS, MCGONAGALL DISSE PARA VOCÊS IREM PARA A TORRE DE ASTRONOMIA AGORA! DUMBLEDORE ESPERA VOCÊS LÁ... VÃO, RÁPIDO.

Saímos de lá o mais rápido que pudemos, os comensais estavam atacando Hogwarts! Mas como eles entraram aqui?

– Calma, espera, se nós vamos fugir preciso pegar uma coisa! – eu disse.

– Hermione nós estamos sem tempo se você não percebeu! – disse Percy.

– É rápido, por favor!

Eles me seguiram, não vimos nenhum comensal nos corredores, onde eles estavam?

Fomos para o salão comunal da Grifinória e entramos lá correndo, subi as escadas enquanto Harry dizia para as pessoas que estavam no salão correrem.

Vim pegar aqui minha varinha que não estava comigo e eu nunca fugiria sem varinha, e uma bolsinha que tem feitiço de extensão, á dia venho empacotando o essencial.

– VAMOS! – desci as escadas e partimos em direção da torre de astronomia, que era no sétimo andar.

Harry parou no meio do caminho para lá.

– Isso não é certo! Nós vamos fugir e deixar os outros morrerem...

– Harry, eles só querem você...

– Então sou eu que eles vão ter, Nico! Eu não vou deixar...

– Desculpa por isso, Harry. – ele me olhou confuso e lancei a maldição Imperius nele. Sim, era imperdoável, mas no momento era necessário.

**

Chegamos nas escadas que subiam para a torre mas Percy fez um sinal para pararmos, tinha mais gente lá.

Nós cinco nos encodemos em um compartimento que ao lado da escada, que dava pra ver quem estava lá me cima. Draco Malfoy estava lá com a varinha apontada para Dumbledore.

Draco estava em lágrimas e tremendo muito. O que estava acontecendo ali?

– Você não entende, eu tenho que fazer isso... Eu tenho que te matar, ou ele me mata.

Então era essa a missão da qual Draco tinha falado, matar Dumbledore. É claro, sem Dumbledore, Voldemort não tinha obstáculos para chegar em Harry e Percy.

Tínhamos que impedir isso. Só então eu ouço passos subindo as escadas.

– Muito bem Draco. – disse uma mulher, que logo reconheci, Bellatrix Lestrange. – Agora, mate.

Nós poderíamos atacar, mas eles eram comensais e nós apenas estudantes.

– O menino é um fracote igual ao pai! – disse um outro comensal.

– Não fraqueje Draco! – disse Bellatrix.

– Não. – disse uma terceira voz, e Severo Snape surgiu e apontou sua varinha para Dumbledore.

– Severo, por favor... – pediu Dumbledore.

– Avada Kedavra. – as palavras de Snape saíram frias e seu rosto não mostrava nem um pingo de piedade.

Só o que pude ver foi Dumbledore caindo no chão, o homem que sempre admirei, morreu na minha frente.

Eu estava em choque, mas não ousei dizer e nem fazer nada.

Draco estava mais apavorado do que todos, provavelmente, o menino estava tremendo tanto que sua varinha caiu no chão.

– Draco, onde está Percy Jackson e Harry Potter nesse momento? – perguntou Bellatrix.

– No s-salão p-provavelmente. – o loiro disse. No salão? Draco estava mentindo, ninguém estava no salão essa hora.

– E o menino Nico? – perguntou Bellatrix.

– T-também está lá. – disse Draco.

Os comensais e Draco saíram em direção ao salão principal. E eu digo Comensais e Draco, porque Draco não tinha um coração de comensal, ele nos salvou.

Olhei para meus amigos, ninguém disse nada.

– Precisamos sair daqui. – eu disse.

– Como? – perguntou Rony que estava de cabeça baixa.

– E-eu posso viajar nas sombras. – disse Nico.

– Como funciona isso? – Percy perguntou.

– É tipo aparatar, mas de um jeito diferente.

– Consegue fazer isso aqui? - perguntei.

– Sim. – Nico estendeu a mão. – No três vocês peguem minha mão. Um... dois... TRÊS!

Encostei a mão na de Nico e tudo ficou preto, totalmente preto. Logo depois o preto foi adquirindo uma cor verde, com cinza e em um piscar de olhos eu estava em uma floresta com meus amigos caídos do meu lado.

– Onde estamos? – perguntei e levantei.

– Não faço a mínima ideia. – disse Nico. – Mas provavelmente bem longe de Hogwarts.

Os outros se levantaram e olharam em volta.

– O que fazemos agora, senhorita Granger? – perguntou Harry, ué. Então lembrei que ele ainda estava sobre o efeito da maldição Imperius.

Apontei a varinha para ele e lancei o ‘’finite’’ que serve para desfazer qualquer outro feitiço.

– Que droga Hermione, precisava fazer isso? – perguntou Harry. Ele obviamente estava um pouco bravo comigo, mas foi pelo bem dele.

– Foi para seu bem, Harry...

– É Hermione, foi sim, mas agora Dumbledore está morto e nós não fizemos nada.

– Acho que o máximo que podemos fazer agora é achar algum lugar para dormir. – disse Rony.

Peguei minha bolsinha e conjurei uma barraca.

– Como? – perguntou Percy.

– Feitiço de extensão. – toquei a barraca na direção de Percy. – podem montar. Vou fazer feitiços de proteção.

**

Enquanto eu fazia os feitiços de proteção, descobri que havia um lago ali perto, e foi pra lá que eu fui na manhã seguinte, enquanto todos ainda estavam dormindo. A barraca era grande graças á magia e havia 2 beliches, enquanto um de nós dormia no chão ou na cadeira.

Era uma manhã bem fria, me sentei em uma pedra e fiquei admirando o lago. Onde nós estávamos? Na América? Bem, parecia a América, talvez estivéssemos nos Estados Unidos.

Será que as pessoas estão bem em Hogwarts? Será que alguém se machucou ou pior, morreu?

– O que está fazendo aqui tão cedo? – perguntou alguém atrás de mim, me virei e vi Nico.

– Ah, só...pensando. – Nico se sentou do meu lado, era bom ter ele ali, saber que ele não foi pego pelos comensais era reconfortante.

– Acho que a senhorita deveria parar de pensar e ir dormir mais um pouco. – ele disse.

– Talvez.

Ficamos alguns minutos em silêncio. Vi que Nico estava olhando para seu braço, ele estava olhando para a marca.

– Isso não importa Nico. – eu disse. – O que importa é o que você tem no coração, você é uma pessoa boa, isso é só uma marca, não significa nada para você.

– Quer saber o que eu tenho no coração?

– O que? – perguntei.

– Você. – ele sorriu e eu também. Nico me beijou de surpresa duas vezes, mas agora foi minha vez de fazer isso. Senti aqueles lábios doces nos meus pela terceira vez.

– Eu queria saber...- começou Nico.

– O que? – Nico pegou minhas mãos.

– Se a senhorita Hermione Granger gostaria de ser minha namorada?

Arregalei os olhos.

– Claro! Sim, sim, sim! – soltei uma risada e abracei Nico.

– Vamos contar para os outros! – disse Nico. Ele se levantou. – EU TENHO UMA NAMORADA!

– E EU UM NAMORADO! – gritei.

Ele pegou minha mão e nós seguimos em direção á barraca.

Nico era quem eu amava, ele era fofo, amigo e principalmente era companheiro.

Uma vez, uma certa filha de Afrodite e Zeus disse que a morte não era problema para ela.

Mas agora eu entendo isso, eu tenho Nico. E se eu morrer nessa guerra, a morte não será problema para mim.