Acordei mais feliz do que nunca, como na noite anterior eu só troquei de roupa, não tirei maquiagem nem desfiz o cabelo, fui tomar banho e segui para o salão principal.

Como hoje era domingo havia poucos alunos no salão principal. Vi Rony e Percy conversando, mas Harry não estava lá.

– Harry está dormindo? – perguntei sentando-me na mesa. Eu queria contar para Harry tudo que aconteceu na noite do baile.

– Ah, oi Mione. Não, ele tem uma daquelas aulas ou encontros com o Dumbledore. – disse Rony.

– Ah é. E como foi a noite de vocês ontem?

– Ontem tomei coragem e pedi para namorar com Lilá. – disse Rony com um sorriso bobo no rosto.

– Isso é legal Rony! Parabéns. – eu disse, eu sempre torci para Rony achar alguém que ele gostasse. – E você Percy?

– Eu e Luna? Somos amigos, por enquanto.

Vi Nico entrando no salão com Draco Malfoy, ele me lançou um sorriso e foi se sentar na mesa da Sonserina.

– Vocês não tinham brigado ou sei lá o que? – perguntou Rony.

Eu precisava contar para Rony e Harry sobre Nico, sobre eu gostar dele, até agora as únicas pessoas que sabiam eram Percy e Gina, e claro, Draco, mas ele não é meu amigo.

– Olha Rony, eu gosto do Nico.

– Eu sei, vocês eram amigos, devia gostar dele para ser amiga dele...

– Não, não, não. Eu gosto dele de outra forma também, entendeu?

Os olhos de Rony se arregalaram.

– Que horror! Ele é um sonserino! – Rony disse e olhou para Percy. – Você já sabia disso?

– Sim, e não aprovo, mas a vida é dela. Sinceramente, Mione, o que você viu nele?

Revirei os olhos.

– Por que você nunca me contou antes?

– Porque você nunca perguntou!

– Harry sabe?

– Não, ainda, mas pretendo contar.

– Credo, Mione, pensei que você tinha gostos refinados. – disse o ruivo.

– Que você gosta dele a gente já sabe, agora isso não justifica o sorriso, vocês não estavam brigados? – perguntou Percy.

– Sim, estávamos, mas ontem a gente se acertou.

– Você não está namorando com aquele canalha né? – perguntou Percy.

– Não, somos amigos. E eu preciso contar algumas coisas que descobri ontem...

– Fale! – disse Rony.

– Malfoy e Nico são comensais...

– Disso eu já sabia... – interrompeu Rony.

– Como?

– Harry me contou...

– Quem contou para Harry?

– O Percy...

– Posso continuar?

– Vai em frente.

– Como eu ia dizendo, os dois são comensais, mas não por que querem, eles foram obrigados por Voldemort.

– Quem te contou isso? Nico? – perguntou Percy.

– Não, Malfoy.

– Confraternizando com o inimigo? – perguntou Rony.

– Longa história. Resumindo, Nico me pediu desculpas no baile e eu não aceitei, e eu sai do salão e Malfoy veio atrás e falou tudo isso, então depois eu desculpei Nico e nós voltamos a ser amigos.

– Amigos, sei.

Ignorei a observação de Percy.

– E tem mais. Malfoy disse que Voldemort quer matar Harry, como vocês já sabem, e quer matar também...

– Eu? – perguntou Percy.

– É. – eu disse. Isso me chateava, eu não queria ver 2 dos meus melhores amigos morrerem, e é isso que vai fazer eu lutar até o fim com eles.

– E eu nem fiz nada para ele!

– Você existe, e é poderoso, isso já é o bastante para te querer morto. – disse Rony.

– Não sou poderoso. Ok, eu sei controlar a água e lutar mas...

– Você sabe fazer tudo isso, e ainda por cima é um bruxo. – eu disse, é verdade, Percy era perigoso, um semideus poderoso e um bruxo poderoso.

– Isso não me preocupa agora. Eu estou preocupado mesmo com o que Annabeth está tramando.

– Como assim?

– Ela não veio falar comigo desde que chegamos aqui. Acho que ela está tramando alguma coisa contra Luna.

– Quer que eu fale com ela? Ela me disse que não quer mais me matar.

– Seria bom.

Procurei Annabeth na mesa da Corvinal e segui até lá. A loira estava sentada lendo um jornal.

– Ããn, oi Annabeth, posso falar com você?

– Ah, claro, sente-se.

Ok, isso foi amigável.

– É que Percy está preocupado, ele acha que... você pode querer fazer alguma coisa contra Luna.

– O que? Não. – ela soltou uma risada. – Eu já sai dessa irmãzinha. Realmente, Percy nunca vai querer alguma coisa comigo se eu for muito possessiva. Eu estava louca de amor por ele, mas agora estou bem.

– Quer dizer que não gosta mais dele?

– Gosto sim, mas eu não seria capaz de fazer algo contra Luna, eu não sou má e Luna é adorável.

– Vou falar isso para ele então. Tenha um bom dia Annabeth.

– Igualmente!

Ela sorriu e eu sai de lá, acho que tenho minha irmã de volta.

**

– Sério? Estranho... – disse Percy depois de eu contar o que Annabeth disse. Rony tinha saído para encontrar Harry.

– Acho que está na hora de você ir falar com ela...

– É, mas não agora. – disse Percy olhando para meu lado, segui o olhar de Percy encontrei Nico parado do lado da mesa.

– Oi Hermione, oi Percy.

Somente eu disse oi. Nico sentou entre eu e Percy.

– Percy Jackson, eu gostaria de me desculpar e ser seu amigo de novo, como no terceiro ano.

– Que? Sério?

– Sério, acredite, não sou um canalha.

– Desculpas aceitas, cara. Mas segure as rédeas daquele Malfoy.

– Ah, não se preocupe. Aliás, Malfoy quer falar com vocês, mas ele quer falar com Rony e Harry também.

– Acho que ele não precisa esperar. – eu disse, porque Harry e Rony estavam vindo em nossa direção.

Se fosse em outra situação, Harry já teria soltado um insulto á Nico por ele estar ali com a gente, mas então deduzi que Rony já teria contado tudo para ele.

– Ah, olá Harry e Rony. – Nico se levantou e estendeu a mão. – Minhas desculpas, por qualquer coisa.

Harry e Rony se olharam meio confusos, mas aceitaram as desculpas e apertaram a mão de Nico.

Nico fez um sinal para a mesa da Sonserina e Malfoy veio até a nossa mesa.

– Olá, pessoas! – cumprimentou o loiro e ninguém disse nada. Ele foi até Rony.

– Desculpa por te chamar de cenoura, desculpa por zombar da sua família, da sua casa. A verdade é que sua família é muito mais unida que a minha, e eu invejava isso.

–Eu hein... Está todo mundo louco hoje. Desculpas aceitas. – Rony e Malfoy apertaram as mãos.

Então Malfoy foi até Percy.

– Desculpa por te chamar de idiota, zombar de você por ser um semideus, a verdade é que deve ser muito maneiro. Enfim, desculpa Percy Jackson.

Percy só assentiu e eles apertaram as mãos.

Então Malfoy veio até mim.

– Você já sabe que eu não sou totalmente mau. Mas eu não deixaria de me desculpar com a pessoa que eu mais zombava né? Desculpa Hermione Granger por te chamar de rata da biblioteca, desculpa por ter zoado seus dentes no primeiro ano, e principalmente, desculpa por te chamar de sangue-ruim todos esses anos, a verdade é que o sangue não importa, todos somos bruxos igualmente.

Uau, esse era mesmo Draco Malfoy?

– Quem é você e o que fez com Draco Malfoy? Desculpas aceitas. E eu me desculpo com você por te chamar de fuinha, doninha, etc.

Nós apertamos as mãos.

Então Malfoy foi até Harry.

– Desculpa por te chamar de cicatriz, por zombar de você desde o primeiro ano. A verdade é que eu sempre senti inveja, porque todos te amavam, você era sempre o beneficiado, e eu não aceitava isso.

– Desculpas aceitas, e me desculpe qualquer coisa também, eu nunca tive a intenção de ser idolatrado.

Então Malfoy apertou a mão da última pessoa que ele precisava pedir desculpa.

Na minha mente só havia uma pergunta: Malfoy mudou?