Traiçoeiro escrita por Roses


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Olá amores da minha vida, como passaram a semana? Cá estou com um capítulo novo para vocês e espero que gostem dele.

Boa leitura.



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–Como eu devo falar com eles? – Belle me puxou, antes que chegássemos à porta. – De forma mais lenta para que eles me entendam? – sua voz se arrastou como se ela estivesse falando com uma criança.

–Belle, eles são piratas. Não burros.

Vi suas bochechas aderirem um tom rosado e me senti mal pela forma rude que lhe respondi.

–Apenas aja normalmente, Belle. Eles são pessoas normais.

Ela assentiu.

–Tudo bem. Só estou nervosa. Pode abrir. – ela falou para o criado que prontamente nos abriu a porta.

–Bom dia senhores. – os cumprimentei com o tom de voz mais animado que consegui ao entrar na sala de jantar e encontrar os três já à mesa. – Quero lhes apresentar minha amiga. – indiquei Belle que estava ao meu lado, mal conseguindo ficar parada.

–Ah, a amiga da camisola, não? – Killian indagou. – Será que não teria outra para dar a Emma?

–Killian Jones – apontei para ele, que sorriu com a boca cheia de comida. – Este é Landon Baptiste e Baelfire Gold. Esta é Belle French.

–É um prazer conhecê-los. – ela fez uma reverência.

–Não é preciso toda essa formalidade conosco, menina. Muito obrigado por nos deixar ficar aqui. – Landon falou.

Belle sorriu para ele, sem graça.

–Qualquer coisa para Emma e seus amigos. – ela franziu a testa e fixou seus olhos em Jones. –Como ficou sabendo da camisola, senhor?

–Killian apenas, nada de senhor. – Jones atalhou.

–Ele não aceita que está velho. – Bae revirou os olhos.

–Emma fez uma descrição adorável da camisola que deu para ela um dia desses. – contou. O encarei para que ficasse quieto. – Fiquei curioso, Swan.

–Por acaso ele está falando daquela camisola que eu mandei para você usar em sua noite de núpcias? – Belle instigou se sentando ao meu lado. – Quando eu achei que ia se casar com Graham?

–Você não especificou que era para minha noite de núpcias. Sem falar que seria um desperdício não usá-la, já que ainda não irei me casar. – cantarolei.

Ela me olhou com as sobrancelhas arqueadas e então deu de ombros.

–Emma me disse que são piratas. Como é?

–Uma vida miserável. – Bae começou. – Dias e mais dias se perguntando quando irá morrer. Dias e dias de tédio enquanto se limpa o convés do navio. Doenças, falta de comida... Tempestades, monstros marinhos. Um capitão abusivo. – acrescentou com a voz dramática.

Lancei-lhe um olhar de advertência, o que trouxe um sorriso zombeteiro ao seu rosto.

–Monstros? – Belle instigou os olhos arregalados.

–Ele está exagerando. Não é de tudo ruim, ouso dizer que é melhor que trabalhar para a marinha ou para navios mercantes.

–Sem dúvida. – Landon concordou. – Mas estamos falando de viver no mar, uma hora a comida acaba, tudo na verdade. É inevitável.

–E se o capitão é tão abusivo assim, talvez devesse sair da tripulação. Ou quem sabe eu comece a ser esse tipo de capitão?

–É sua obrigação me aceitar em sua tripulação, Jones e me tratar bem, papai. – rebateu.

Fechei os olhos, rezando para que os dois não começassem com mais uma briguinha.

–Os dois têm constantes desentendimentos. – Landon explicou para Belle, que olhava de Killian para Bae.

–Bae é filho da antiga senhora de Killian. – murmurei para ela.

Belle se virou rapidamente para mim, fincando suas unhas em meu braço, comprimindo os lábios. Eu sabia que ela estava louca para me passar um sermão, mas pareceu conter-se.

–É um prazer tê-los em minha residência e espero que possamos nos tornar amigos nesse tempo que permanecerem aqui. – falou educadamente. – Emma me falou muito bem dos três e de como são ótimas pessoas.

–Tenho certeza que seremos amigos. – Landon concordou.

Então a sala de jantar caiu em um completo silêncio enquanto comíamos. Belle parecia engolir a comida, lançando olhares de esguelha de Killian para mim, por eu estar servindo seu prato, como se fosse um absurdo eu fazer aquilo.

–O senhor não tem uma mão! – Belle exclamou de repente quando Jones apoiou seu braço esquerdo na mesa.

Olhei para ela, mortificada.

Killian abaixou o braço, parecendo sem graça.

–Belle... – sussurrei para ela.

–Ah, mil desculpas. Eu não quis ser rude, nem deixá-lo desconfortável, senhor. Fiquei apenas surpresa, por favor...

–Está tudo bem, Srta. French. Não será a primeira e nem a última a ficar horrorizada pela falta dela. – respondeu com rispidez.

Olhei para Jones, porém ele se recusou a me encarar.

Eu detestava ver aquela expressão em seu rosto.

Não tinha sido bem assim que havia imaginado nosso primeiro encontro.

–Estou satisfeita. Devemos voltar para a biblioteca, Emma. – Belle me chamou, parecendo desconfortável, quase como se quisesse chorar.

Killian ainda mantinha seus olhos no prato.

Coloquei-me de pé e dei a volta na mesa.

–Nos vemos mais tarde. – o abracei por trás, depositando um beijo em sua bochecha sem me preocupar com os olhares dos três.

Jones finalmente me fitou, apertando minha mão que continuava em volta de seu pescoço.

–Ficará comigo a noite? – murmurou.

–Até que durma, sim. Tenho que ir. – o soltei, alisando o vestido que havia criado rugas, indo para o lado de Belle

–Antes que vá, Emma. – Landon me chamou. – Gostaria de pedir desculpas pelo meu comportamento de ontem e por tê-la, deixado sozinha. Isso pesou em minha consciência depois que Killian me contou que um médico veio vê-la.

–Está tudo bem, Landon. Já conversei com Killian sobre isso. Você deveria ter me dito que estavam na America do Sul.

–É... Eu deveria.

–Vamos? – Belle pegou em minha mão. – Deveriam dar uma volta pela propriedade, nessa época do ano a vista é deslumbrante. Pedirei que preparem o faetonte para vocês.

–Obrigado Srta. French. – Landon a agradeceu com um sorriso educado no rosto.

Belle me puxou o caminho todo, praticamente correndo até estarmos seguras dentro da biblioteca.

–Isso foi terrível. Eles devem me odiar. – ela se escorou na porta.

–Não devem, não. Mas foi grosseria o comentário sobre Killian.

–Pardon... Apenas fiquei... Como ele...?

–Jones usa um gancho no lugar. – contei, me sentando.

–Foi ele que fez isso em seu rosto? Eu não ia comentar nada sobre essa cicatriz, mas é praticamente impossível ignorar.

Respirei fundo, irritada.

–Não. Killian nunca usou seu gancho para me machucar. Isso daqui eu ganhei na ilha da névoa. – afaguei a linha lisa em minha bochecha. – Agora se poder pegar um livro e transcrever tudo o que achar relacionados a cisnes, eu agradeceria.

Belle bufou, mas se ajeitou na cadeira, se escondendo atrás do livro.

Durante as horas que se seguiram os únicos sons foram de páginas sendo viradas, pena rabiscando o papel, e a criada que entrava sempre para me dar os elixires.

Fizemos uma pausa na hora do almoço, que respondi algumas perguntas de Belle sobre minha rotina no navio e para uma narrativa da noite que fomos atacados pela tempestade. Contei da vez que os ajudei a pilhar, e da morte de Anthony.

French ouviu tudo com atenção, parecendo achar interessante cada mínimo detalhe da vida que estava levando. Contei para ela de como gostava da certa liberdade que havia adquirido no Jolly Roger, o qual ela arqueou a sobrancelha de forma maliciosa.

Terminado o almoço, nos deitamos no tapete da biblioteca, encarando o teto, sendo atingidas pela preguiça.

Concordamos que não seria nem um pouco ruim se, tirássemos uma soneca, antes de voltar para os livros. Aninhei-me a Belle, abraçando-a e sendo confortada por seu perfume conhecido, que de alguma forma afastou os pesadelos com a ilha que me invadiam quando decidia tirar um cochilo.

Uma hora mais tarde, fomos despertadas pela criada, que me deu uma bronca por estar deitada no chão, fazendo-me engolir um negocio amargo. Voltei para o meu lugar, agarrando o livro, retornando a leitura.

No fim do dia tínhamos alguns nomes novos adicionados à lista e outras versões de contos que já havíamos encontrado.

Olhei desanimada para a minha pilha de livros e a de Belle, imaginando que teria que passar o próximo mês inteiro, lendo até conseguir terminar e comparar as lendas.

–Jantar? – indagou se espreguiçando.

–Por favor. – atalhei seguindo-a para fora da biblioteca.

–Talvez um pouco de música depois.

Sorri, enlaçando meu braço ao seu.

–Eu adoraria. Sinto falta de música. As do navio são sempre muito animadas. – diminui o passo, pensando se colocava para fora ou não. – Sabe o que eu estava pensando? – perguntei.

–Não. Não faço à mínima ideia do que se esta passando nessa cabecinha loura.

–Você sabe se tem alguma aberta ópera na cidade próxima daqui?

Belle parou me encarando.

–Achei que estivesse proibida de sair.

–Bem... Sim, mas estava pensando em ir quando tiver permissão. Eu gostaria de convidar Killian para ir comigo. – soltei de uma vez, comprimindo os lábios. – Ele também está mal, então teremos que esperar ambos melhorarmos. Quero levá-lo a ópera.

–Emma... – ela parecia embasbacada.

–E ao café que vende gelado. Claro que eu não tomaria, mas quero que Jones experimente.

–Você está... Emma Swan você o está cortejando? – questionou começando a rir.

Senti meu rosto esquentar.

–Não! Não é nada disso. Apenas quero mostrar para ele um pouco do meu mundo. Que tem os seus prazeres apesar de todas as regras.

–Mon Dieu. – Belle recomeçou a andar. – Vou tentar me informar quanto à ópera. Mas só terá permissão para ir após o medico liberar.

–Merci. E não comente nada. – pedi.

–Não irei. – me garantiu com a voz baixa quando entramos na sala de jantar.

Para o meu enorme alivio o jantar foi melhor que o café da manhã. Todos estavam mais falantes e mais inclinados a se tornarem amigos. Belle e Landon se deram incrivelmente bem, enquanto ele lhe contava histórias, e Killian sentado ao seu lado, ficava interrompendo-o, contando sua própria versão da mesma, mas de forma mais fantasiosa e de certa forma engraçada. Percebi que Jones estava se esforçando para deixar Belle à vontade, e minha amiga parecia extremamente grata com isso.

Eu gostava da forma que as risadas e conversas preenchiam o ambiente, como crianças brincando livremente, sem que ninguém as repreendessem. Belle segurava a barriga, sem ar, sempre que ouvia uma piada vinda de Bae.

Quando terminamos de comer, seguimos para sala de música. Sentei-me ao piano, junto com Belle e começamos a escolher a música, uma calma, para combinar com a noite.

Eu estava me sentindo feliz, tanto que não conseguia para de sorrir ao correr meus dedos sobre as teclas do piano-forte junto com Belle, rindo quando errávamos a nota, até entrarmos em sincronia.

O som doce vindo do instrumento levou-me de volta onde pertencia e naquele momento eu podia jurar que tudo ainda era a mesma coisa. Que aqueles três homens nos fazendo companhia eram senhores distintos, e que aquela poderia muito bem ser uma reunião de nossos pais.

Eles estariam na sala de jantar, outros no salão principal e nós havíamos escolhido a sala de música para passar o tempo.

Com os olhos fechados enquanto eu era embalada pela música, era fácil imaginar que éramos todos da mesma sociedade. Talvez a reunião fosse, em homenagem à volta de seus amigos, oficiais da marinha.

Éramos iguais.

Tudo seria tão mais fácil se fossemos.

–Qual das belas damas irá me dar o prazer de uma dança? – Bae indagou colocando-se de pé.

Olhei para minha amiga.

–Vá. Eu toco para vocês dançarem.

–Uma música lenta, por favor. – pedi, ficando em posição, de frente para Bae. – Talvez os dois cavalheiros possam dançar comigo depois? – encarei Landon e Killian.

–Eu não danço. – Jones respondeu. – Não sei dançar, mas divirta-se com Landon e Bae.

Dei de ombros, sendo conduzida por Baelfire, quando Belle começou a tocar, ficando surpresa ao constatar que ainda me lembrava de cada passo de dança. Às vezes sentia falta de dançar algo recatado como as danças da sociedade. Os homens tentaram me ensinar alguns passos que eles conheciam, mas achei aquele estilo pouco adequado.

Fiz uma mesura para Bae quando a música terminou e Landon se levantou, tirando Belle para dançar, que aceitou a mão dele rapidamente.

–Faria esse favor, Emma? – Landon questionou.

–É claro, com todo prazer. – tomei meu lugar novamente ao instrumento e olhei para Jones, indicando que fosse se sentar ao meu lado. – Acho que tenho que ensiná-lo a dançar, senhor. – sussurrei começando deslizar meus dedos sobre as teclas, errando uma nota que meu mindinho esquerdo deveria ter tocado.

–Prefiro muito mais observá-la, senhorita. Seu rosto de acende de alegria é bonito de se ver.

–Isso porque estou feliz que estão todos se dando bem.

Killian observou Landon e Belle rodopiarem pela sala, dando risadas.

–Nunca vi Landon assim. – comentou. – De risos com uma mulher, nem tinha conhecimento que sabia dançar. Ele é sempre todo sério.

–Eles se deram bem. Obrigada por não ter ficado chateado com Belle.

Jones fez um som de descaso, voltando a prestar atenção em meus dedos.

–Sei que ela não fez por mal e outra já estou, acostumado com essas reações. Queria meu gancho de volta.

Olhei de relance para ele.

–Vou providenciar um. – prometi.

Killian passou seu braço por minha cintura, se colando mais a mim, fazendo com que tudo se agitasse ao sentir sua mão me apertando levemente.

–Não vejo a hora de subirmos. – murmurou.

–É mesmo? – tentei não demonstrar nada.

–Sim. Passei o dia inteiro sem beijá-la, esse é o mais novo recorde de tempo que aguentei ficar sem desde que começou a permitir que eu a beije.

Sabia que meu rosto havia adquirido um tom escarlate, ao mesmo tempo, que meus lábios se esticaram em um sorriso.

–Quanto aos seus pesadelos, senhor? É para isso que lhe faço companhia, não para que me beije.

–Tenho um segredo para lhe contar. – sussurrou em meu ouvido, seu hálito tocando minha pele com carinho.

–Qual? – virei a pagina, concentrada na partitura a minha frente.

–Não os tenho há algumas semanas.

A música morreu por um instante, tamanha a minha surpresa.

–Perdão. – pedi, voltando a me concentrar no piano. – Por que não me disse antes, Jones?

Ele balançou a cabeça.

–Você não estava falando comigo, então aconteceu tudo aquilo... E eu gosto da sua companhia durante a noite.

–Você fala como se fosse algo grandioso eu lhe fazer companhia.

–É para mim, Swan. – respondeu quando eu toquei a nota final.

–Estou cansada. – Belle falou. – Merci, Landon... Se me dão licença, já irei me recolher. Tive uma noite muito agradável com vocês.

–Igualmente, Belle. Tenha uma boa noite. – Landon segurou em sua mão, lhe dando um beijo.

Belle agradeceu com um aceno de cabeça.

–Onde está o outro? Baelfire? – indagou procurando pela sala.

–Certamente foi atrás da criada que está interessado. Não se preocupe, ele não irá ficar ofendido por não ter lhe dado boa noite. – falei, colocando o pano macio que protegia as teclas, fechando o piano.

–Neste caso... – ela deu de ombros, saindo da sala.

–Irei dormir também. – Landon informou. – Vocês dois devem estar querendo matar a saudade um do outro.

–Landon! – exclamei acanhada, fazendo os dois rirem. – Você contou para ele? – perguntei séria para Jones, que me olhou de forma inocente.

–Não sabia que era segredo, Swan. E é algo muito bom para guardar só para nós dois. Vá se arrumar para dormir. – ele beijou minha bochecha.

–Tenham uma boa noite. – desejei, tentando não ficar emburrada.

Ao entrar no quarto, encontrei Belle parada na porta que conectava o meu com o dela.

–E agora? – questionou tirando os grampos do cabelo.

–Agora o que? Precisa de ajuda?

–Por favor. – aceitou se virando de costas. Apressei-me em ir desabotoar seu vestido. – E agora, quero saber se irá dormir aqui ou com ele.

–Eu não durmo com ele, Belle. Eu cuido o sono dele, é diferente. E isso até eu ter certeza que está dormindo profundamente.

–Gostei dele, Emma. De verdade. Apenas tome cuidado com esse seu coraçãozinho, está certo? Não irei aconselhá-la a parar de fazer o que está fazendo. Se lhe agrada beijá-lo, tudo bem. Deus sabe como eu entendo essa luta interna. Sou francesa e histórias como essa são as que eu mais vejo...

–Belle... Eu sei até onde eu devo ir. – a cortei, antes que a conversa ficasse embaraçosa.

–Ótimo, então não ultrapasse. Os beijos podem ser escondidos, uma virgindade perdida não. Desde que fique nos beijos, está tudo bem. – reforçou.

Dei-lhe um abraço, pousando meu queixo em seu ombro.

–Obrigada por se preocupar comigo.

Ela assentiu, indo para o seu quarto e fechando a porta.

Sentei-me à penteadeira, começando a tirar os grampos do cabelo e separando os fios com os dedos, massageando o couro cabeludo que me agradecia por ter tirado aquela pressão que aguentou o dia inteiro.

Escovei os cabelos devagar, antes de tirar o vestido, alcançando com toda paciência os pequeninos botões e desamarrando o espartilho. Deixei-os embolados no chão, colocando a camisola e jogando o roupão por cima, seguindo para a porta.

Olhei para o corredor, para me certificar que estava vazio e fui para o quarto de Jones. Acreditava que ele já deveria estar ali.

Dei duas batidinhas de leve na porta que se abriu rapidamente.

–Achei que não viria. – resmungou.

–Desculpe-me, estava me preparando para dormir. O processo é demorado... O que foi?

–Nada, apenas gosto de você assim... Confortável. Você parece muito restrita com aquele vestido.

–Eu me sinto restrita. – concordei.

–Senti falta de conversar com você. – confessou.

–Pode conversar comigo agora.

Jones andou até a cama, fazendo uma careta de dor, enquanto se deitava.

–Você bebeu hoje?

–Não, você me disse para não beber.

–E você obedeceu? – indaguei surpresa.

Killian deu de ombros.

–Acredito que saiba o que é melhor para mim. E desde que escolheu me salvar ao invés de ter sua resposta, posso fazer o sacrifício. – respondeu simplesmente. – Como foi seu dia?

–Parado. Passei o dia todo lendo... Encontrei algumas coisas interessantes, mas nada que tenha a ver comigo... Eu acho.

Ele pegou minha mão e ficou brincando com meus dedos.

–Algo que possa me contar?

Olhei para nossas mãos.

–Não ainda. Quando Belle e eu terminarmos todos os livros, talvez eu te conte minha descoberta.

–Sei que você deve ser alguma coisa boa. – Killian olhou para mim. – Não ficarei surpreso se descender das fadas, como Isolda.

Ri lisonjeada.

–Não sabia que tocava piano, Swan.

–Eu já havia lhe contado.

–Não sabia que era tão boa. – acrescentou.

–Não é como se tivesse um piano no Jolly Roger.

–Talvez eu devesse providenciar.

–Talvez sim. – concordei.

Ficamos em silêncio por longos minutos, Jones apertando minha mão, sem me encarar.

Algo estava o incomodando.

–O que foi querido? – quis saber, abaixando o rosto para poder ver seus olhos. Ele permaneceu em silêncio. – Killian? Jones, se você não falar comigo, não sei como ajudá-lo. Vamos, coloque para fora o que está lhe perturbando. – me sentei ao seu lado na cama.

Inclinei o pescoço, até forçá-lo a me olhar. Quando percebi aqueles olhos azuis tristes, meu coração apertou.

Beijei de leve seus lábios e ele levantou o rosto, recusando.

–Killian...

–Eu quero segurá-la com minhas duas mãos, Swan. É frustrante querer tocá-la e só ter uma mão.

–Isso que está lhe perturbando? Quem disse que eu quero sua outra mão?

–Vai dizer que tem uma queda por aleijados? – indagou com cinismo.

–Talvez eu tenha. Ou talvez eu não me incomode com a falta de sua mão e está na hora de você parar de se incomodar também. Nunca o olhei de maneira diferente, Killian e também nunca o vi deixar de fazer as coisas por não tê-la. Eu gosto de você, da pessoa que você é, Jones. É difícil de ver isso? É difícil para você ver como me sinto bem ao seu lado mesmo com todos seus comentários maliciosos que me deixam sem graça? Eu acho seu gancho seu charme maior. – confessei rapidamente. – De verdade. Eu gosto e lhe garanto que não devo ser a única. Se você tivesse a mão esquerda talvez eu não fosse, me sentir atraída por você. Mais um homem comum, com as duas mãos e nada para dar um ar de "perigoso destruidor de pobres corações de damas indefesas."

Jones me fitou seus olhos brilhando tanto, que eu poderia colocá-los no céu como duas estrelas, e riu levando minha mão aos seus lábios.

– Você não é nada indefesa, Emma.

–Ei! – lhe bati no braço de leve, me fingindo de horrorizada.

–Não mais, pelo menos... Eu sou grato por você ter entrado em minha vida. – falou. – Nunca esqueça Swan.

Senti o meu sorriso abrindo e meu coração se enchendo de todos os sentimentos bons existentes na Terra, feliz de ouvir aquelas palavras.

–Se está esperando que eu diga o mesmo, bom ficar na cama para não se cansar. – brinquei e lhe dei um abraço. – Obrigada, Killian.

Sua barba arranhou minha pele e senti a ponta fria de seu nariz deslizando por meu pescoço, para então beijos começarem a ser distribuídos.

Minha respiração ficou lenta, e parecia diminuir cada vez que sentia seus lábios de encontro com a pele sensível.

–Isso é bom. – murmurei me afastando. – Mas não estou aqui para que fique me beijando, senhor.

–Eu sou seu amante. É meu dever beijá-la e satisfazê-la. Ainda mais depois do que disse agora para mim.

–Você não é meu amante, Jones.

–Talvez eu queira ser. Talvez eu queira conhecê-la tão bem quanto qualquer outro homem.

Fechei os olhos, sentindo minha pulsação acelerar, enquanto cada pedaço meu parecia ser inebriado por suas palavras murmuradas de maneira rouca e sedutora.

Como apenas sua voz causava aquela reação em meu corpo?

Senti sua mão descendo por minha espinha, apertando meu quadril, para então passar para a minha barriga.

Uma trilha de fogo que queimava lentamente através do tecido da camisola que usava.

–Talvez você queira que eu a conheça como nenhum outro homem.

–Não. Não coloque palavras em minha boca, Jones. – consegui dizer, me livrando de seu toque antes que fosse além. – Eu lhe dei liberdade para me beijar, não me tocar dessa forma. E irei dormir se não se comportar. – sentei-me no chão, ao lado da cama. - Imagino que não conseguiria escapar se tivesse as duas mãos. - comentei com sarcasmo.

Killian sorriu.

–Certamente que não.

–Você continua um homem sedutor, Killian e sabe disso. Não entendo por que ainda se incomoda tanto pelo fato de não ter uma mão. Aposto que mulheres brigam para tê-lo.

–E aqui está você me dispensando. - falou com falsa reprovação.

–Eu não sou igual elas. - respondi.

–Sei disso. Por isso gosto e respeito você. Por me ver além da imagem que eu mostro. Você foi à única mulher que eu estive depois que perdi Milah que me olhou de verdade. Preocupou-se em tentar me ajudar.

–As outras apenas lhe davam o que você ia atrás. - concluí.

Jones ficou sério.

–E mesmo eu sendo um "homem sedutor" como diz as mulheres ficam um pouco temerosas pelo gancho. Você sempre ficou a vontade.

–Para mim seu gancho sempre foi sua mão, Killian. Nunca vi como outra coisa... Posso lhe perguntar uma coisa?

Ele me escrutinou, como se tentasse encontrar a pergunta ali, em meu rosto.

–Se vir se deitar comigo, pode.

–Isso não vale.

–Esse é meu preço.

–Nem queria perguntar mesmo.

Jones revirou os olhos, descendo da cama e se sentado ao meu lado.

–O que quer saber?

–Sobre sua mãe. Seu começo de vida.

–Depois estaremos trocando alianças?- questionou com ironia.

–O fato de eu querer saber sobre sua vida não quer dizer que irei forçá-lo a se casar comigo, Jones. Amigos sabem tudo um sobre o outro.

–Ela é uma mulher, bondosa e muito, muito bonita mesmo. Lembro-me de olhá-la trançando os cabelos negros pela manhã, antes de sair para trabalhar. Ela é criada. Aos domingos íamos a igreja, e então ela me deixava na escola dominical para ir trabalhar. Minha mãe sabia que eu estaria mais seguro na igrejinha do que em casa.

–Como é o cheiro dela? - indaguei.

–O cheiro? - questionou incrédulo. - Não lembro Swan, faz muitos anos. Era algo como canela e eucalipto. Seu cheiro era discreto.

–Você tem irmãos?

Ele aquiesceu.

–Um irmão mais velho, Liam.

–Vocês são filhos de pais diferentes? Ou ele os abandonou quando você nasceu?

Jones ficou em silêncio, olhando para frente, perdido em algum lugar dentro de sua mente.

Vi o momento que seus olhos se tornaram vermelhos e encheram de lágrimas.

Toquei em seu braço, me arrependendo de ter perguntado sobre seu pai.

–Volte para cama, querido. Vamos falar sobre coisas felizes. - disse da forma mais suave que consegui.

Killian piscou e aceitou minha mão para se colocar de pé. Cobri-o, me odiando por fazê-lo se sentir tão vulnerável.

–Sabe que conheci Landon quando ainda estava na marinha? – ele começou a voz distante.

–Não. Ele era também da marinha?

Jones negou com a cabeça, brincando com o babado de minha camisola.

–Ele trabalhava em um navio mercante, junto com o filho. Eu já contei dele para você, lembra-se? – questionou me olhando. Assenti, me ajeitando ao seu lado. – Sempre nos esbarrávamos nas tavernas da vida, e eu gostava de me sentar com eles. Abandonava meus companheiros e passava a noite bebendo com os dois. O filho de Landon era alguns anos, mais novo que eu dois ou três, não me recordo direito. Era um bom garoto. Eu me sentava com eles, porque gostava de ver a interação dos dois, como eram amigos, porque nunca tive isso, como eles.

–Killian não precisamos falar sobre isso se for lhe causar dor. Apenas esqueça que eu perguntei.

–Landon amava o filho, acredito que ainda ame e me sentar com eles era como se eu pudesse pegar um pouco daquele companheirismo e amor para mim. Não vou mentir Swan, eu sentia inveja do pequeno Charles por ter um pai como Landon. – ele riu envergonhado. – Então um dia eu entrei na taverna e o encontrei sentado sozinho, já fazia quase dois anos que não o via. Tinha acabado de ser promovido a tenente, estava trabalhando no que hoje você conhece como o Jolly Roger, estava contente com o que conseguira.

–Foi quando você descobriu que Landon havia perdido o filho?

–Sim. Mas ele não perdeu só o filho, Swan, daquele modo... – Killian respirou fundo. – Desumano. Quando me sentei à mesa com ele, não reconheci o homem a minha frente. Era uma sombra do que eu havia conhecido. Ele me contou tudo, Landon viu fazerem aquilo com seu filho sem poder impedir, muito pelo contrário, levava as punições também quando tentava. Quando ancorou, foi em encontro a sua mulher... Alguns meses depois ele a perdeu também. Ela morreu de tristeza.

–Ah meu Deus. Landon a amava?

–Mais que tudo na vida. Ela e seu filho eram as coisas que ele mais sentia orgulho. Fiz o que estava ao meu alcance, o convidei para se juntar a minha tripulação...

–Você o ajudou, Killian.

–Mas nunca mais vi o Landon que eu conheci no Landon que você conhece. – atalhou desanimado.

Dei um beijo em sua têmpora, deitando sua cabeça em meu ombro.

–Você fez seu melhor. Isso deve significar o mundo para Landon, sabe? Ter você ali, para ampará-lo quando estava sozinho. Agora entendo por que ele o chama de filho, mas não entendo por que você não gosta.

–Eu me sinto culpado. Como se estivesse roubando o lugar do pequeno Charles. – confessou. – Como eu disse, sentia um pouco de inveja dele... Agora quanto a mim, eu sou um bastardo. – disse.

–Não diga tal coisa, Jones. Claro que não...

–Sim, eu sou um bastardo, Emma. Liam e eu, somos filhos de pais diferentes. - Jones falou. Sentei-me escorada na cabeceira e ele se mexeu, deitando a cabeça em minha barriga. - Mas fui criado como filho do pai de Liam. - contou. - Nunca entendi por que ele me odiava, por que não me tratava como meu irmão. Mesmo que eu me esforçasse para ser o filho perfeito, sempre havia alguma coisa que ele achava defeito e me punia. Foi quando descobri que... - senti algo quente caindo e o abracei, não querendo que chorasse. - Eu sou um filho bastardo, Swan. Minha mãe se envolveu com um dos visitantes de seus patrões. Um conde... Eu aconteci naquela única noite, foi o que ela me disse. Minha mãe contou que realmente achava que ele a amava, ela se deixou levar. Que ele prometera levá-la embora, que nunca mais teria que esvaziar urinóis... Um dia foi trabalhar e o conde havia partido, a deixado com uma criança. Seu marido ficou fulo, ela disse que ele a obrigou a... – Killian se retraiu, se encolhendo como se colocar aquilo para fora fosse algo para sentir vergonha.

–Tirá-lo. - completei com um sussurro fraco, piscando para não chorar também.

Doía imaginar como seria se a mãe dele tivesse feito o que seu marido havia pedido. Abortado Killian, não lhe dando uma chance. Imaginei como ele deveria ser um bebezinho miudinho com os olhos azuis escuros, clareando com o tempo, até chegarem a aquele azul que, lembrava-me o mar em um dia calmo.

–Sim, ela se recusou. Ele me deu seu nome, mas sempre deixou claro que sentia repulsa apenas de me olhar. Lembro-me que se eu fizesse algo que o irritava ele me prendia em um armário de mantimentos, onde guardávamos os sacos de grãos, que tínhamos do lado de fora da casa. Se eu chorava, ia para lá ficar de castigo e ele dizia que homens de verdade não choravam. Isso acontecia sempre. Aquele homem sempre achava um motivo para me castigar. Desde algo que Liam fazia de errado, até algo que eu deixava cair sem querer. Eu passava horas, sozinho no escuro, e ele só me deixava sair depois que parava de chorar ou quando se lembrava. Quando isso acontecia, ele me batia, se eu chorasse, voltava para o castigo.

–Ah meu amor. - murmurei, o beijando na bochecha. – E seu irmão?

–Liam me ajudava quando podia. Às vezes me tirava do armário quando ele saía de casa, outras vezes entrava na frente quando nosso pai ia me bater. Ou então me levantava do chão quando eu não tinha mais forças. Eu sinto falta de Liam e da minha mãe, me arrependo de não ter mantido contato. Ter deixado que eles acreditassem que eu morri.

–Nós podemos ir atrás deles. Nós dois, adoraria conhecê-los, querido.

Jones fungou, balançando a cabeça em uma negativa. Uma das minhas mãos alisava suas costas com cuidado, enquanto a outra estava perdia em seus cabelos.

–Descobri a verdade quando eles estavam tendo uma discussão e aquele homem cuspiu o quanto ele sentia nojo do bastardo que criava. Minha mãe se sentou comigo e me contou tudo. Ela me deu o nome e eu fui atrás dele, fantasiando que quando chegasse lá ele iria me abraçar e chamar-me de filho. Eu era novo ainda, uma criança praticamente. Imagino que já saiba o que aconteceu.

–Sim, eu sei.

O conde deve ter rido e chamado o de mentiroso. Provavelmente ofendera sua mãe e então havia o expulsado de sua grande e imponente residência, sem nem olhar duas vezes.

–Nunca mais voltei para casa. Entrei para a marinha, adotei o sobrenome Jones do meu pai biológico e desde então estou no mar. Foi uma forma que eu achei de desafiá-lo, ele não quis ser meu pai, mas pelo menos seu nome eu peguei. Não que tenha ganhado alguma coisa com isso... Eu não deveria ter lhe contado Emma. Eu sou tão ferrado, que nem sei. – murmurou contra minha barriga, sem me encarar, a voz parecia presa.

–Quantos anos você tinha?

–Por volta dos catorze, mas já sabia cuidar de mim. Sempre soube, Swan.

Escorreguei até estar deitada, apertando-o contra meu peito para protegê-lo de toda dor que ainda carregava.

–Pode chorar agora, querido. Ninguém aqui irá castigá-lo. Você nunca mais será castigado por chorar ou por coisa alguma. Agora você é dono de sua própria vida e pode fazer o que quiser. Chorar não é sinal de fraqueza, Jones. Muito pelo contrário.

E foi o que ele fez, mesmo que eu tenha percebido certa hesitação no começo. Jones me apertou e senti suas lágrimas molhando minha camisola. Eu nunca o vira tão quebrado como naquele instante. Nunca o vira tão frágil como uma criança.

Era como se aquele menino que era preso no armário estivesse de volta no corpo do homem que estava em meus braços.

O menino que apenas queria ser amado pelo pai.

Eu o apertava cada vez mais forte, o nariz enfiado em seus cabelos macios, pensando que eu odiava aqueles dois homens que haviam o quebrado daquela forma.

–Me perdoe Swan. - ele me soltou a voz um pouco falha. - Você tem que parar de me incentivar a falar dessas coisas.

–Não peça perdão, Killian. Faz mal guardar algo tão pesado só para si. Você me tem para que divida o peso de seus fantasmas. Suas lembranças mais tristes e dolorosas. Dê-as para mim também, para que eu possa ajudá-lo. Não deve carregá-los sozinhos por tanto tempo.

–Eu não a mereço, fada. – Jones me abraçou novamente. –Não a mereço por um único momento.

–Os odeio por terem lhe causado dor, Killian.

–Já faz muito tempo, amor.

–Mas você ainda se sente machucado com isso. Vou ajudá-lo a curar essa ferida, Jones. Prometo.

–Acredito em você. – ele me olhou. – Sempre acabamos tendo essas conversas. Às vezes preferiria que você simplesmente me deixasse fazer meu trabalho de amante. - brincou, tentando deixar o clima mais leve.

Limpei seu rosto marcado pelas lágrimas.

–Mas se deixasse, eu seria como as outras. - retruquei. - E já lhe disse que não somos amantes. Agora durma antes que eu o deixe.

Killian me abraçou, se aninhando em meus braços.

–Eu nunca vou permitir que, me deixe Swan. - murmurou. - Nunca. Acredite ou não, você é minha.

Não respondi nada, segurando a respiração por um momento ao ouvir aquilo. Por fim, dei um, tapinha de leve em sua cabeça, indicando que fosse dormir. Seus dedos ficaram tamborilando em minhas costas, até que o ritmo foi diminuindo, parando por completo, sua respiração abafada, e uniforme esquentavam minha pele.

O desgrudei de mim com o maior cuidado que pude para que ele não acordasse, por mais que eu estivesse tentada a continuar ali, sendo abraçada por Killian daquela forma, como se eu fosse seu mundo e escapei pela porta, correndo para o meu quarto.

A porta que conectava meu quarto com o de Belle, continuava fechada.

Escondi-me debaixo das cobertas, cansada, mas ao mesmo tempo desperta, pensando na história de Killian, em como isso explicava seu medo de ser pai e talvez acabar como o homem que o criou e o que lhe deu as costas.

Remexi-me na cama, escondendo a cabeça com a coberta, louca para invadir o quarto de Belle e dividir com ela toda a conversa da noite. Principalmente sua última frase, que ficava ecoando bem lá no fundo de minha mente.

“Acredite ou não, você é minha”.

Sim, Killian. Mesmo não querendo, de certa forma, eu sou sua.


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Notas finais do capítulo

Foi isso meus amados, espero que tenham gostado e venham dizer o que acharam.

E acho que nunca disse isso antes, mas vocês são incríveis. Sério de verdade, muito obrigada pelos comentários tão animadores, e queridos. Sempre fico com um sorriso bobo no rosto ao ler suas reações e de como estão gostando da história. Pode parecer exagero, mas para uma pessoa como eu(que constantemente vive cheia de problemas e negatividade ao redor), significa o mundo.

Quero deixar também uma pequena nota: Belle mencionou um tal de faetonte e acredito que seja interessante colocar o que é se caso não sabem: Faetonte é um tipo de carruagem de quatro rodas e que geralmente costuma ser aberta, e era muito usada pelos nobres.

Acho que é isso, obrigada por lerem.

Até mais!

Beijos.