Traiçoeiro escrita por Roses


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Capítulo um pouco longo e espero que tenha saído bom e que vocês gostem (dedos cruzados)

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530268/chapter/11

Não havia percebido o quanto estava exausta até conseguir me acomodar naquele pequeno pedaço. E nem como meu corpo se aliviou ao sentir o mínimo de conforto.

Apaguei instantaneamente.

Quando me deitei para descansar não imaginei que conseguiria. Tanto por eu estar na cabine de Killian, quanto por ainda estar pensando na profecia. Contudo consegui ter muitas horas de sono em total escuridão.

Nenhum sonho para me assombrar.

Isso era uma prova de que eu realmente estava cansada.

Acordei atordoada estranhando por uns instantes onde eu me encontrava. Tinha a sensação que tinha dormido por dias, com o corpo dolorido de uma forma agradável. Ainda estava lenta com meus movimentos, esperando despertar cada parte do meu corpo por completo.

Me sentei engolindo a baba e passando a mão na bochecha para limpar a que havia escorrido. Dentro da cabine estava cinzento, o que me fez perguntar que horas deveria ser.

Passei os olhos calmamente, ainda esperando o estupor do sono passar, quando um corpo na cama me chamou a atenção.

Killian Jones!

Permaneci sentada imóvel com medo de acordá-lo com o mínimo barulho. O que aconteceu com o “não a perturbarei”?

De fato, ele não havia me perturbado, para falar a verdade dormi tão bem que poderiam ter dado uma festa ali que não iria acordar. Mesmo assim, pelo menos para mim que não estava acostumada a ter um homem adormecido no mesmo espaço que eu, era perturbador.

O que me fez questionar se Gancho havia dormido tão bem quanto ele queria que todos acreditassem.

Finalmente decidi que era hora de me levantar e tentar sair sem fazer barulho. Killian era, muitas vezes, insuportável comigo, porém ao mesmo tempo tinha seu jeito de demonstrar preocupação. Merecia poder descansar .

Entretanto minha intenção de sair rapidamente caiu por terra, ou água, quando passei perto da cama e parei, o observando ressonar calmamente. Estava deitado de bruços, o rosto meio escondido no travesseiro. O gancho que usava na mão esquerda estava no criado mudo.

Eu estava fascinada de um jeito nada bom por aquele homem.

Forcei minhas pernas a se moverem silenciosamente, mas ao invés de me dirigir para a porta, como era a minha intenção, voltei para o pequeno sofá, onde me deitei novamente e fiquei brincando com o pingente do meu colar.

Depois de um tempo cansada de ficar deitada, me coloquei de pé e andei até a mesinha. Puxei a cadeira com cuidado para não fazer barulho, peguei um papel e comecei a escrever uma carta para Graham. Não que eu fosse enviar... ou talvez eu enviasse.

Não tinha certeza ainda, tudo o que sabia era que precisava conversar com meu melhor amigo, mesmo que eu nunca obtivesse respostas.

Meu caro Humbert...

Começo essa carta com um pedido de desculpas... Desculpas não, peço que me perdoe por ter sumido desse jeito. Aconteceram certas coisas, que não posso lhe confiar por meio desta carta, que me fizeram tomar essa atitude. Espero poder lhe contar tudo em um futuro próximo.

Mas não estou a lhe escrever para lamentar da minha escolha, pois imagino que você esteja louco e provavelmente vai enlouquecer mais um pouco quando ler que estou a bordo de um navio pirata... Já posso imaginar sua vontade de envolver suas mãos em meu pescoço e me estrangular. Acredite, eu sei...”

Um movimento me chamou a atenção e levantei a cabeça rapidamente, deixando a pena pairando a caminho do papel.

Killian estava resmungando algo, enquanto se mexia parecendo estar desconfortável. Fiquei o observando por uns momentos, até que ele voltou a dormir tranquilamente.

Gancho tendo parado de se mexer, voltei a atenção para a carta que estava redigindo. Não queria dar tantas informações para Graham, do jeito que ele é esperto era bem capaz de localizar o navio e me arrastar a força de volta para casa e então me prender em um quarto sem janelas, apenas com uma porta que apenas ele teria a chave.

–Swan?- a voz baixa e falha de Killian me chamou.

–Sim, estou aqui.- respondi imediatamente, guardando a pena e a tinta.- Precisa de algo, Killian?- perguntei prestativa, enquanto dobrava o papel e o guardava no bolso da calça.

Ele negou com a cabeça, sem me olhar.

–Dormiu bem?- indaguei me levantando e me colocando ao lado da mesa, mais próxima a ele.

Novamente ele apenas balançou a cabeça em um sim.

–Quer que eu saia?

–Não, Swan. Quero que fique quieta por um momento, eu ainda estou acordando.- resmungou mal humorado passando a mão no rosto.

Assenti com a cabeça, me virando para arrumar a mesinha, que já estava arrumada.

A cabine ficou em completo silêncio por longos minutos que eu não sabia onde colocar minhas mãos ou o que fazer a não ser ficar trocando o peso do corpo de um pé para o outro.

–Faz tempo que esta acordada?- perguntou por fim, a voz já mais desperta.

Me virei novamente para ele.

–Um tempo. E sim, dormi muito bem obrigada.- falei .- Já respondi para evitar a pergunta, se caso ela viesse.- expliquei rapidamente quando ele arqueou a sobrancelha para mim.

Killian esboçou um leve sorriso.

–O que estava fazendo?- questionou, finalmente levantando a cabeça para me olhar.

–Eu...ahn...- enfiei a mão no bolso, puxando o papel.- Estava escrevendo para Graham. Sinto falta de conversar com ele. Sem falar que ele deve estar louco atrás de mim, o que me preocupa, porque ainda deveria estar em repouso para se recuperar e... Me desculpe.- pedi ao perceber que ele não se importava com aquilo que estava dizendo. Apertei a carta nas mãos.- Não conseguiu dormir bem durante a noite?

–Se tiver algo que eu possa fazer, me fale...- começou dizendo, enquanto calçava as botas.- Porque Graham não pode te ajudar, é inútil escrever para ele. E eu não consigo dormir a noite.- respondeu tão baixo, que nem chegou a ser um sussurro.

–Tem medo do escuro, capitão?- zombei.

Ele me levantou aqueles olhos azuis e imediatamente me senti mal por ter dito aquilo. Eles estavam anuviados e pareciam desbotados.

–Talvez eu tenha, Swan- foi tudo o que me disse, enquanto pegava o gancho e o encaixava no suporte.- Talvez eu tenha.- balbuciou para si mesmo.- Todos temos medo de algo realmente bobo.- riu constrangido se levantando e ficando de costas para mim.

–Me desculpe, Killian... Você tem razão. Pelo menos sobre a parte de que todos temos medos bobos. Já que está desperto, irei subir ao convés.- avisei me dirigindo para a porta.

–Peça para Smee dispor algumas garrafas vazias pelo convés superior. Estarei lá em um minuto.- pediu tirando uns papeis da gaveta e o os observando com uma dor no olhar.

Eu esperava nunca ter aquela dor que Killian tentava a todo custo esconder, pensei, enquanto deixava a cabine indo em direção ao convés.

–Sr. Smee.- o chamei meio sem jeito. O homem baixinho e de gorro vermelho me encarou, depois olhou para os lados, por fim apontou para o próprio peito. Revirei os olhos me aproximando.- Sim, sim. O senhor. Por acaso existe outro Sr.Smee à bordo?- indaguei impaciente.

Smee abandonou rapidamente o serviço que estava fazendo, limpou as mãos na calça, fazendo uma reverência desajeitada.

–Desculpe-me, senhorita Swan.- pediu torcendo o gorro nas mãos.- Acontece que não estou acostumado a ser chamado de forma tão educada e nobre como “senhor”.- explicou.

Franzi o cenho me aproximando, os braços cruzados sobre o peito.

–E do que costumam chamar o senhor?- questionei curiosa.

Smee desviou o olhar para os próprios pés.

–De nomes grosseiros demais para ouvidos de uma dama ouvir. Mas no que posso lhe ser útil senhorita?

–Pois bem, senhor Smee.- comecei dando ênfase no senhor e lhe oferecendo um sorriso.- Capitão Gancho pediu para que o senhor disponha garrafas vazias no convés superior.

O homem pareceu confuso, enquanto voltava a enfiar o gorro na cabeça ensebada.

–Capitão Gancho?

–Ora, por favor!- exclamei exasperada.- Killian não precisa saber que demos um apelido para ele, precisa? Pois bem, esse será o apelido secreto dele. O que acha? E se caso ele descobrir pode dizer que fui eu quem começou a chamá-lo assim.

–Acho um apelido muito apropriado.- concordou meio inseguro.- Com sua licença senhorita.

Comecei a zanzar pelo navio a procura de Landon, já que o "vou em um minuto" de Killian na verdade não era um minuto. Por fim o encontrei na vigia no mastro, e decidi tentar subir, coisa que fiz com dificuldade, com muitos tombos,praguejamentos baixos, suspiros de frustrações e olhares zangados para os homens que riam das minhas tentativas, até que finalmente consegui desabar ao seu lado arfando e soltando gemidos de dor.

–Emma!- ele pareceu surpreso me ajudando a sentar.- Como chegou aqui?

Consegui olhar de forma cética para ele e apontei para a corda pendurada.

–Sou observadora. Porém fui apoiando os pés no mastro para me auxiliar, não tenho tanta força nos braços para subir como vocês.- disse soltando uma lufada de ar.- Nem sei como consegui subir desse jeito ainda.- confessei baixinho, apertando meus braços doloridos pela força.- Afinal, você não conseguiu ouvir minhas tentativas, não?

–Não, não estava prestando atenção aos sons.- Landon me deu um sorriso caloroso.-Você tem determinação, Emma. E isso pode ser um perigo.- falou em tom reprovador.- Muitas vezes determinação leva a imprudência.

–Tanto faz.- respondi com um aceno de descaso.- Levei uns tombos, mas odeio não conseguir fazer algo, minha sorte que hoje estou bem descansada.- sorri aceitando o cantil que ele me estendeu.

Levei o cantil, contudo parei abruptamente antes de colocá-lo na boca, olhando desconfiada.

–Tem rum aqui, não tem?

Landon sorriu como quem se desculpa.

–Senhorita, o rum dura mais que a água. A água que temos a bordo já esta ficando com gosto de velha, já o rum quanto mais velho, melhor. Pode beber que prometo não contar ao Killian.

–Fica para a próxima.- deslizei o cantil até ele, soltando uma risada.- Quanto tempo você está aqui?

–Algumas horas... as vezes é bom ficar longe...

–Não.- o interrompi.- Digo, a quanto tempo você está a bordo do Jolly Roger?

–Ah.- Landon cerrou um pouco os olhos, coçando o queixo.- Alguns anos... Na verdade desde o começo, quando Killian tomou esse navio. Na época ele não era tão mórbido assim e não tinha o lápis de olho.- ele fez uma careta e riu.- Ele sempre foi muito engenhoso, mesmo tão jovem.

–Quantos anos ele tem?- perguntei curiosa.

–Eu não vou dizer... Mesmo porque nem eu sei. Isso não importa, o que importa é que ele é um bom capitão.

Senti meu rosto se contorcendo com a resposta, não era bem a que eu esperava.

–Vamos treinar hoje?- perguntei mudando de assunto.

Landon assentiu com a cabeça.

–Quero ver se ensino o básico com a espada e ver se achamos uma para você. Então treinaremos mais um pouco de defesa pessoal.

–Obrigada. Por estar sendo gentil comigo.- falei com sinceridade. Landon não tinha nenhuma obrigação comigo, ele simplesmente estava fazendo aquilo porque queria e se preocupava comigo mesmo depois de tudo.

Se eu parasse para pensar, todos ali eram bons comigo, com exceção de Ramirez que estava preso, esperando para ser largado em alguma ilha deserta.

Ainda não sabia por onde começar procurar minha mãe. Eu deveria ter pensando no plano todo, antes de me enfiar ali, contudo Killian comentou alguma coisa de atracarmos em uma cidade dentro de um mês para vender as mercadorias roubadas. Iria perguntar em tavernas, estalagens e lojas se alguém havia visto minha mãe, já que agora eu estava com a pintura em mãos novamente. Alguém teria que me dar algo positivo como resposta em algum lugar.

–Swan!- o grito de Killian me tirou dos meus pensamento. Suspirei e me coloquei de pé no vigia.

–Sim?- respondi em um tom de voz elevada, mas sem chegar a ser um grito. Ele girou me procurando, até que me avistou no vigia.

Killian abriu a boca e então seu rosto se transformou em uma careta confusa.

–Como diabos você chegou aí?- questionou me olhando.

–Pela corda.- respondi dando de ombros.- E não, não foi fácil. Levei uns tombos, ganhei alguns cortes nas palmas das mãos, contudo não desisti até estar aqui encima. Sou uma pessoa determinada.- falei, me virando e dando uma piscadela para Landon .

–Muito bem, senhorita determinação, desça. Tenho algo para você.

Comprimi os lábios e fui para a saída da vigia, mas quando olhei para baixo, simplesmente travei. Não sabia como descer.

Me virei apavorada para Landon, pronta para pedir ajuda, quando vi o sorrisinho maldito de escárnio naquele rosto de Killian. Aquilo cutucou meu orgulho de uma forma que, não importava como, eu iria descer sem pedir ajuda.

Estiquei o braço e agarrei a corda. Meu coração estava quase saindo correndo do meu peito, desconfio que ele teria feito isso se tivesse pernas, mesmo assim fechei as duas mãos ao redor da corda e fechei os olhos. A pior parte seria saltar.

Podia sentir os olhos de todos em mim, assistindo a cena, provavelmente apostando se eu iria quebrar alguma parte do corpo.

–Emma.- Landon me chamou.

–Shh, estou me concentrando.- pedi em um sussurro.

Então, prendi o ar e forcei meu corpo para fora da vigia. Sufoquei o grito que ameaçou sair quando eu não senti nada abaixo dos meus pés, nenhum apoio. Abri um olho para observar a situação.

Estava agarrada a corda, porém estava começando a escorregar. Engoli em seco e lentamente inclinei o corpo um pouco para trás, ate sentir meu pé tocando o mastro.

Subir daquela forma era mais fácil que descer, já que várias vezes meu pé escorregava e eu sentia como se estivesse desabando. Por fim, quando calculei que faltava pouco para alcançar o convés, me atrevi a deslizar minhas mãos pela corda.

Não posso dizer o alivio que senti quando meus pés tocaram o convés. Larguei a corda rapidamente,ao mesmo tempo que eu senti meus pulmões se enchendo de ar.

Passei a palma das mãos na roupa, para limpar o suor. Elas ardiam por conta dos pequenos cortes, entretanto não deixei me afetar. Limpei o suor da testa com a costa da mão e andei até Killian, que me esperava com os braços cruzados, segurando o riso.

–Muito bem, Emma. Desempenho incrível, mas devo admitir que por um momento achei que começaria a chorar por ajuda.

Sorri ironicamente para ele.

–O senhor me chamou?- indaguei achando melhor não rebater a provocação. Já me sentia bem o suficiente por ter feito aquilo sozinha, sem ajuda de ninguém.

–Smee.- Killian chamou sem tirar os olhos de mim. O homem baixinho apareceu segurando uma caixa de madeira.- Sugiro a vocês homens, que se escondam. Não quero ter nenhuma perda por conta da falta de pontaria da senhorita Swan.- zombou Killian abrindo a caixa.- Escolha.- ordenou.

Fiquei encarando as duas pistolas. Quando ele disse que gostaria de me ensinar a atirar não imaginava que seria no mesmo dia.

–Mas já? Eu... eu achei que iria aprender outras técnicas antes.

–Ora, Emma. Eu sou um homem que gosta de ver resultados, como eu me propus a lhe ensinar a atirar, quero resultados o mais rápido possível. Escolha.

Ainda atordoada peguei a primeira que minha mão tocou, sem me preocupar.

–Muito bem. Se tiver dúvidas, mas dúvidas de verdade, pergunte. Caso contrário só escute e observe, tudo bem?- perguntou me olhando. Assenti com a cabeça.- Ótimo, antes de ensiná-la a atirar quero mostrar como recarregar a arma.

Killian usou um barril com a boca virada para baixo como mesa. Ele me fez desmontar, limpar a arma e me ensinou onde colocava a pólvora. Ele fazia tudo com uma agilidade que eu tinha certa dificuldade para acompanhá-lo.

–Não existe uma maneira mais rápida de recarregar? Digo... Cada vez que dar um tiro tem que colocar pólvora, então colocar uma bala, usar esse metalzinho para empurrá-la para o fundo e então fazer tudo de novo?

Gancho umedeceu o lábio inferior com a língua e deixou sua pistola no barril.

–Temos a escopeta, ela consegue dar dois tiros e a pistola canhão, tem espaço para três balas.- me explicou, parando atrás de mim.- Eu irei treinar você com essas outras, talvez com o mosquete também, se bem que esse último é de pouco utilidade por ser muito longo.- Killian deslizou sua mão pelo meu braço, até pegar minha mão.

Senti o ar parando na garganta e meu rosto pegando fogo por conta dessa proximidade.

–É...er...- comecei, na expectativa de pedir para ele se afastar que eu estava começando a ficar constrangida. Como percebi que não seria capaz de dizer nada, tentei me esquivar.

–Não se preocupe, amor.- Gancho murmurou no meu ouvido, a barba roçando meu pescoço de leve e ele apertando ainda mais meus dedos.- Só quero mostrar qual posição você deve ficar. Abra as pernas.- pediu

Arregalei os olhos, tendo certeza que estava mais vermelha que uma pimenta. Me virei horrorizada para Killian, meu nariz quase batendo no dele.

–Não desse jeito.- falou e então arqueou a sobrancelha,acompanhada de um sorriso malicioso.- Mas...

–Killian!- exclamei baixinho.- Por favor, pare. Está me deixando constrangida. Não há necessidade de tamanha proximidade.

–Você quer mesmo que eu pare? Pois acredito que seu corpo está até que gostando de minha proximidade.- sussurrou com tanta intensidade, me encarando nos olhos.

Engoli em seco algumas vezes antes de conseguir articular algo.

–Meu corpo está apavorado, essa proximidade é tudo o que ele foi treinado para temer.- consegui dizer.

Killian soltou um risinho pelo nariz e deu um passo para traz.

–Assim está melhor?

Fiz algo entre um sim e um não com a cabeça.

–Muito bem, voltando, abra as pernas em paralelo ao seu quadril.- senti o gancho pousado na minha cintura.- Essa posição serve para dar equilíbrio.Vai usá-la tanto para atirar quanto for lutar com uma espada. Foque no seu alvo.- sua voz era tão baixa e intensa que eu estava tendo dificuldades para prestar atenção no que dizia. Killian levantou meu braço direito que estava segurando a pistola.- Não estique tanto o braço, Swan, e relaxe. Você está muito tensa.- observou com humor.

–Talvez se você não me apertasse tanto.- consegui responder nervosa.- Eu não estaria tão tensa! Já pensou nisso?

–Já- ele confessou, senti o sorriso dele abrindo.- Acontece que adoro te ver tensa.

–Não sei onde estava com a cabeça quando aceitei sua ajuda com isso.- minha voz ficou ridiculamente aguda mas não me importei. Me soltei de seu aperto, perturbada por ter demorado tanto para tomar essa atitude.- Esqueça, Jones. Fico apenas com as aulas que Landon está me dando.

Deixei a pistola encima do barril e comecei a sair de perto dele, minha respiração estava saindo com muita dificuldade.

Mas claro que, Killian não poderia ser um cavalheiro e me deixar sair, ele segurou meu pulso e me fez olhá-lo.

–Me desculpe.- pediu, inclinando a cabeça.- As vezes esqueço que você é... diferente.- explicou, comprimindo os lábios.- Irei ficar do seu lado, apenas dizendo o que fazer, sim?

O olhei desconfiada.

–Não vai mais me apertar?

–Não, a não ser que você queira ser apertada.

Sorri com escárnio para ele.

–Coisa que nunca vai acontecer.- afirmei.

–Nunca diga nunca, lhe garanto que um dia você vai querer. E então?

–Então o que?- perguntei.- Ah, ah. Claro, se você não se aproximar tanto, eu fico.- concordei, soltando meu pulso delicadamente de sua mão.

Peguei novamente a pistola.

–Veja bem. Pedi para Smee espalhar essas garrafas, elas serão seus alvos. Quando puxar o gatilho, uma faísca vai surgir e então sair fumaça, não se apavore que não fez nada errado, certo?

Concordei apenas uma vez, escolhendo meu alvo.

–Pernas em paralelo. Mantenha o foco duas vezes, para atirar apenas uma, não saia disparando as cegas. Não estique tanto o braço, deixe seu cotovelo um pouco dobrado. Isso. Quando se sentir preparada atire, ao atirar o impulso vai jogar seu braço para trás,e provavelmente você junto até pegar a pratica.

Respirei fundo e ergui o braço, tentei conter o tremor em minha mão em vão. Coloquei toda a minha concentração no alvo, senti o ar saindo lentamente pelos meus lábios.

Apertei o gatilho. No momento que senti meu dedo o pressionando, meu braço foi jogado para trás, me fazendo dar um passo por conta do impacto.

Senti meus ombros caírem ao olhar a garrafa intacta. Abri os lábios em um claro sinal de frustração, porém a deixei de lado e coloquei outra bala dentro da pistola.

Fiquei na posição e mais uma vez ergui o braço, dessa vez minha mão não tremia tanto, estava determinada a conseguir atirar na garrafa. Killian me observava em silêncio, enquanto apertava o gatilho mais uma vez e era jogada um passo para trás por conta do impacto.

Novamente eu havia errado.

Não dei tempo para Killian dizer nada, carreguei a arma mais uma vez e depois de novo. Em todas as minhas tentativas eu acertava qualquer lugar menos a garrafa.

–O que estou fazendo de errado?- perguntei por fim, já irritada de não conseguir atingir nenhuma vez.

–Não está se concentrando o bastante. Você está tão preocupada em acertar que não esta se focando o suficiente. Veja.- ele empunhou a pistola e atirou, acertando a garrafa bem no meio, fazendo estilhaços voarem para todo lado.- Isso é ter foco, eu visualizei meu alvo e rapidamente imaginei o acertando, não fiquei pensando “será que eu vou acertar”? Se você colocar uma “será” em qualquer de suas ações, tenha certeza que nunca vai acertar em nada. Esse “será” mostra que não tem confiança suficiente em você. Permita-me lhe ajudar.

Killian se aproximou, deixando o braço erguido, em uma clara sugestão que eu me encaixasse ali.

–Não tem como você me ajudar sem a necessidade de contato?

–Ora, por favor, Emma! Venha aqui.- ordenou.

Como Killian percebeu que eu não iria me mexer, ele pegou minha mão, se mantendo ao meu lado.

–Viu só?- não resisti a fazer o comentário.- Demos um jeito sem envolver toda aquela proximidade.

–Fique quieta, Swan e se concentre. Vamos atirar juntos.

Balancei a cabeça em um sim, mordendo a parte interior de meu lábio. Killian guiou meu braço na direção do novo alvo. Apertou um pouco mais minha mão, me fazendo segurar a pistola com mais força.

–Aperto muito fraco, sempre segure com força.- aconselhou.- Se concentre. No três vamos apertar o gatilho, tudo bem?- perguntou me olhando.

–Sim.- sussurrei sem desviar os olhos da garrafa.

–Um... dois... três.

Killian pressionou meu dedo para baixo e senti o impulso me jogando para trás como das outras vezes.

–Ah!- exclamei ao ver a garrafa quebrada.

–Muito bem.

–Eu não fiz nada. Você acertou.

–Quem estava segurando a arma era você. Era seu foco, eu apenas auxiliei. Tente sozinha.

Fiz um som estranho com a garganta e me posicionei. Killian recarregou a arma e entregou em minha mão.

Contei mentalmente até três e apertei o gatilho.

Assim como as outras vezes que atirei, fechei meus olhos quando ouvi o estampido e fui jogada para trás.

E então... escutei Killian rindo. Uma risada diferente, como se não estivesse acreditando.

Abri meus olhos confusa e não resisti a começar a rir também.

Eu havia acertado a garrafa!

–Eu acertei?- saiu mais como uma pergunta, tamanha era a minha descrença de que havia realmente feito aquilo com aquela garrafa.- Eu acertei! Killian, eu acertei!- me virei para ele tão animada que chegava a saltitar. Isso o fez rir ainda mais.

–Ótimo trabalho, Swan.- ele elogiou, começando a guardar as coisas.

–Por que já está guardando? Eu queria treinar um pouco mais.

–E eu a deixaria treinar um pouco mais, acontece que pólvora e balas acabam e não sei quando acharemos um navio para saquear tão já.- explicou.- Mas tenho o suficiente guardado para treinarmos um pouco a cada dia.

–Entendi. Então amanhã...- guardei a arma na caixinha de madeira junto com a outra.- Obrigada, vou procurar Landon agora.

Fiz uma reverência para Killian e o deixei sozinho, mal conseguindo conter o sorriso em meu rosto por ter acertado o alvo sozinha.

Pelo menos eu esperava que esse fosse o motivo.

[...]

–Emma!- Landon chamou minha atenção pela centésima vez em menos de uma hora.- O que eu falei sobre os pés?

Segurei a vontade de revirar os olhos, me contentando apenas em dar uma leve bufada enquanto apoiava a ponta da espada no chão.

–Para deslizar os pés, mas eu comecei praticamente agora.- argumentei.- até meu cérebro guardar que eu tenho que deslizar e não levantar os pés vai demorar um pouco.

–O seu agora é na verdade uma semana.- Killian gritou as minhas costas.

Landon coçou a sobrancelha esquerda.

–Não falei que tem que ter paciência para ensiná-la alguma coisa?- pude ouvir Killian falando divertido para alguém.

–Ignore-o, Emma.- Landon advertiu.- Ele só está tentando provocá-la, você está indo razoavelmente bem.

–Você está mentindo.- o acusei. Não que eu estivesse brava, ficava até um pouco contente em ele mentir para me incentivar.

–Bem... sim.- ele pareceu sem graça.- Mas também não está péssima, é tudo questão de prática. Vamos de novo.

Empunhei a espada, e respirei fundo. Eu deveria conseguir fazer aquilo, afinal Landon já estava uma semana me ensinando e eu não conseguia me defender ou mover meus pés corretamente. Poderia culpar o peso da espada, contudo eu escolhi uma leve que eu era capaz de erguer.

Apesar da espada ser leve, eu não era rápida e tinha medo de machucá-lo sem querer, assim Landon sempre encerrava a luta brevemente com um golpe que poderia me matar, caso fosse uma briga de verdade.

–Não adianta, Landon.- Killian se aproximou tirando a espada da mão dele.- Ela não vai conseguir lutar com você, porque ela gosta de você. Para a senhorita Swan aprender alguma coisa tem que ser com alguém que ela não tenha em tão alta conta.

–E claro que essa pessoa é você.- comentei com ironia.

–Claramente, amor.- falou me lançando uma piscadela.

–Tudo bem, vamos lá.- disse com uma determinação que não sabia se existia de verdade.

–Primeiro de tudo, sempre mantenha a espada em mãos se você não é experiente, Swan. Caso contrário,posso muito bem matá-la enquanto está com ela apoiada tranquilamente no chão.

Empunhei a espada com as duas mãos, mantendo minha mão direita na parte que Landon chamou de guarda- mão e a esquerda no pomo. Killian também já estava em posição, parecendo achar tudo muito engraçado.

–Vamos deixar isso um pouco mais interessante, Swan?- indagou provocativo.- Se eu ganhar posso pedir algo de você.

–E o que você iria querer?- perguntei no mesmo tom que ele usou, arqueando uma sobrancelha.

Killian sorriu largamente, imitando minha sobrancelha arqueada.

–Posso pensar em algumas coisas bem interessantes.

–Emma, não caia na conversa dele.- Landon aconselhou, enquanto lançava um olhar reprovador para Gancho.

Eu sabia muito bem que não deveria, mesmo assim me ouvi dizendo:

–Vamos lá, Killian.

Ele pareceu surpreso com minha resposta, mas logo se recuperou e deu o primeiro golpe. Consegui bloqueá-lo.

–Sabe? Me sinto um pouco mal por estar lutando com um inválido- comentei com um falso tom culpado na voz, enquanto me esquivava dele.

–Inválido?- perguntou incrédulo, ficando de costas para mim.- Vou te mostrar quem é o inválido, Swan.- falou em um tom ofendido.

Aproveitei esse momento de distração e o chutei bem na barriga quando se virou, o fazendo perder o equilíbrio.

Não consegui segurar a risada de prazer que escapou pelos maus lábios quando Gancho me olhou em choque, mal podendo acreditar que eu havia feito aquilo.

–Uma das regras é que na hora da luta vale tudo: provocações, areia nos olhos ou qualquer movimento que o enfraqueça.- expliquei exultante.

–Você ainda não ganhou a luta, Swan. – respondeu se levantando e me atacando.

Consegui esquivar, contudo levantei o pé e Killian aproveitou para me acertar, fazendo um corte em seu braço.

–Sempre mantenha o máximo da sola de seu pé no chão, assim sempre vai ter mais equilíbrio - Killian me lembrou, enquanto eu me colocava de pé rapidamente, mantendo a espada a minha frente, para proteger o tronco e a cabeça.

Killian atacou novamente e dessa vez consegui escapar para o lado contrário, aproveitando para acertar a sua nuca. Pude ver um filete de sangue surgindo rapidamente.

–Me desculpe.

–Não se desculpe ainda, Swan.

Eu já estava ficando cansada, mais me esquivava do que realmente defendia e quando conseguia me defender era pura sorte.

Ficava tentando adivinhar qual seria o próximo passo de Killian, como ele parecia sempre adivinhar os meus, porém tinha que me lembrar do que Landon me explicara e forçar meu corpo a responder os comandos.

–Killian, nunca tive a oportunidade de lhe perguntar qual sua idade.

–Isso interessa por que...?- quis saber se defendendo de um golpe que havia desferido.

–Apenas curiosidade.- respondi desinteressada.- Acontece que o senhor já está tão castigado. Imagino que já deva ser praticamente um ancião.

–Tsc Tsc, Swan. Inválido e agora ancião? Alguém está realmente precisando lhe ensinar boas maneira.

–Mil perdões, meus pais sempre me ensinaram a respeitar os mais velhos.

Killian me olhou incrivelmente irritado com meu último comentário. Consegui ouvir as risadas dos homens que assistiam aquela vergonhosa luta. Percebi então que Killian estava até que facilitando para mim, já que ele era um ótimo lutador.

Gancho veio novamente em minha direção, derrubei um barril que estava em meu lado em sua direção, aproveitei os segundos que ele precisou para desviar e corri para o lado oposto.

Porém senti meu corpo desequilibrando e no momento seguinte eu já estava no chão, presa embaixo de Killian, com seu gancho em meu pescoço.

–Nunca arrisque um ataque com floreios. Sempre mantenha o foco. Você teria ganho se tivesse observado. Poderia ter me atacado facilmente se tivesse ido para o lado que me esquivei.- Killian fez observações, aproximando o rosto cada vez mais.

–Saia de cima de mim, por favor.- pedi, fazendo minha voz sair neutra, como se não estivesse tão incomodada com a posição que nos encontrava.

–Acredito que gosto bastante dessa posição.- comentou pensativo.- Acho que agora eu posso pedir algo do meu interesse, não?- indagou, saindo de cima de mim e estendendo a mão.

–Não.- respondi aceitando sua ajuda. – O máximo que possa ser de seu interesse e que eu irei fazer é limpar esse corte que fiz em sua nuca.

Killian fez uma cara de descontentamento e por fim deu de ombros.

–Isso é melhor que nada. Venha.- passou por mim fazendo um gesto com o gancho,indicando que era para segui-lo.

–Sinto muito pelo corte.- falei assim que entrei na cabine, deixando minha espada encima da mesa.- Eu na verdade tentei acertar o lado que não tem corte, mas não fui ágil o suficiente.

–Você foi bem, não precisa pedir desculpas por atacar. Estamos quites agora.- ele apontou para o corte que fez em meu braço.- Precisa apenas trabalhar seu foco, Swan, porque Landon e eu percebemos que você aprende e sabe o que fazer, mas não se concentra para colocar em prática.

Me aproximei dele, apoiando um joelho na cama para poder olhar o machucado.

–Você sabe que isso não me incomoda, não sabe?

–Mas incomoda a mim. Imagino que possa infeccionar e então você pode acabar doente e estamos no meio do mar. Provavelmente você morreria e se você morrer não sei se poderei continuar aqui. Landon é meu amigo,mas não pensaria duas vezes em me deixar em casa.

Killian soltou uma risadinha leve.

–Vai arder um pouco.- avisei assim que abri a garrafa de rum, despejando sobre o machucado. Killian estremeceu.- Desculpe.

Gancho fez um gesto com a cabeça, indicando que eu continuasse.

Peguei um lenço limpo que Killian me entregou e pressionei no lugar, até ter certeza que não sairia mais nem um pouco de sangue, então virei a garrafa de rum no pano e passei no corte até estar limpo.

–Pronto. Acho que ficou bom, não sei fazer curativos ou qualquer outra coisa.- comentei, me sentindo um pouco mal comigo mesma por não saber coisas importantes. Se alguém dependesse de mim para salvar a vida provavelmente iria morrer,porque não sabia fazer nada.

–Obrigado. Aqui, me deixe ver seu braço.

Olhei para o corte, tentando decidir se o corte foi sério ou não. Ele doía, mas não era nada que eu não suportasse.

–Não tem necessidade, eu consigo.- falei indo me sentar na cadeira, levando comigo a garrafa de rum.

–Eu insisto.- Killian tomou a garrafa de minha mão. Acabei esticando o braço para ele, que despejou o liquido.

Mordi o lábio para evitar o arquejo de dor.

–Sabe que está errado quando diz que não gosto do senhor.- disse olhando-o limpar meu machucado.

–Mas também não morre de amores por mim.- observou.- Você prefere a companhia de Landon.

–Isso é verdade.- concordei.- Porque Landon não fica fazendo comentários maliciosos que só sou capaz de entender apenas alguns minutos depois.

–Não são comentários maliciosos.- murmurou despejando rum novamente em meu braço.- São flertes.- ele passou o polegar, secando meu braço e o levando a boca.

–Killian!- exclamei pasma.- Isso foi nojento, tem noção de... de... Você não pode fazer isso!

–O que eu não posso é desperdiçar mais nenhuma gota de rum.- Killian ergueu a garrafa como se fizesse um brinde e levou a boca, indo se sentar em sua cama.

Peguei minha espada que havia deixado encima da mesa e comecei a limpá-la com um pedaço da antiga camisa de Graham. Uma das coisas muito importantes para os piratas era sempre manter suas armas limpas para que elas durassem mais.

Aparentemente eram as únicas coisas que eles se importavam em manter limpo.

Meu olhar caiu sobre um desenho que estava meio escondido no meio dos papeis. Inclinei a cabeça para observar melhor e por fim acabei o pegando.

Aquela deveria ser a antiga companheira de Killian. O que deveria ter acontecido com ela? Morreu ou o abandonou?

–Ela é muito bonita.- comentei erguendo a folha.

Killian observou o desenho em minha mão e assentiu com a cabeça.

–Ela era sim.- concordou em um sussurro.

Killian então fechou a cara e rapidamente eu entendi a deixa para que eu me retirasse de sua cabine.

Eu poderia dizer que se ele precisasse poderia conversar comigo, que conversar ajuda a aliviar e todas aquelas coisas que as pessoas dizem para que você se sinta querido por elas, quando na verdade estão pensando o que irão comer no jantar e nem escutam o que está dizendo.

Por esse motivo e porque nem eu contava tudo. Eu já estava ficando louca naquele navio, sem banhos, sem comida, sem roupa quente ou uma cama confortável. E o pior de tudo, já não sabendo quem eu era. Uma hora, adorava a sensação de liberdade que me atingia, de saber que não precisava me importar com regras, já em outras eu sentia falta das regras, de meu pai insistindo para que me casasse, as debutantes com medos de ficarem solteironas. Mas eu adorava não ter que ser sensível o tempo todo, poder usar o sarcasmo, poder rir de certas coisas que a sociedade impunha. Eu podia ser eu mesma.

E tinha Killian, ele me afetava de um jeito que eu não conseguia entender o que se passava dentro de mim. Eu sentia raiva, medo, desconfiança, ao mesmo tempo que gostava de poder ter uma conversa onde ficávamos nos provocando, e geralmente voltava para a raiva quando ele dizia algo de duplo sentido, acabando com qualquer sentimento de empatia.

Como eu poderia dizer que ele poderia conversar comigo? E se a sua história fosse trágica? Acabaria sentindo vergonha de tudo aquilo que estava sentindo, que não se passava de sentimentos bobo de uma mulher criada para ter pensamentos fúteis.

Eu não conseguia confiar nele, portando não poderia pedir que ele confiasse em mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Meu Deus nem falo para vocês como eu sofri com esse capítulo, se ainda fosse necessário usar papel para escrever meu quarto estaria até o teto, de tanto que eu escrevia e não gostava, apagava e começava tudo de novo. Justo porque eu queria que esse capítulo saísse bom.

Bem... eu o revisei, porém sempre passam erros e peço desculpas.

Então... tenho algum leitor sortudo que pode ir ($$$) na Ever After?

Espero que tenham gostado do capítulo.

Beijos.