Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 20
Mais uma queda


Notas iniciais do capítulo

Okay pessoal, dessa vez eu realmente deixo vocês me baterem sério kkkkkk demorei demais, e isso não se faz. O capítulo começou bem, mas não gostei muito do final. Mas de qualquer maneira, espero que gostem e boa leitura!



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Capítulo 20 - Mais uma queda

Alexia não ficou surpresa. Não de verdade.

Quer dizer, é claro que é horrível quando resolvem invadir o local onde você está simplesmente de boa consigo mesma. Mas a sua vida ultimamente estava tão agitada, que ela não se surpreendia com mais nada. Tudo é possível naquele local, e agora ela só quer ir embora para a sua casa, viver uma vida normal, num mundo normal, com pessoas normais.

Mas não adianta desejar isso, afinal Alexia escutava as plantas e os insetos, ela nunca seria normal, isso tudo porque uma doida varrida de um cabeção resolveu ir se meter num mundo do qual ela não pertence e trazer todo esse sofrimento.

A garota na verdade estava bem abalada devido aos últimos acontecimentos e as descobertas. Todos mentiram para ela o tempo todo. Seus pais escondendo dela o fato de ter uma irmã gêmea, seus poderes, o fato de não ser humana e Morfeu dizendo sobre ela ir embora logo depois que resgatasse a espada.

Todos, todos ali, sem exceção mentiram para ela, brincaram com ela como se ela fosse um boneco de pano, um fantoche. Ela não iria embora. E agora, seus pais estavam ali, o que dificultaria ainda mais a sua fuga. E o pior aparentemente ela teria que lutar com um ser estranho para libertar a sua irmã dos domínios da Vermelha.

Alexia, Alyssa e Morfeu saíram da sala correndo, acompanhados do guarda que foi avisá-los, mais alguns armados que haviam chegado para protege-los. Com tudo isso acontecendo, é de se esperar que eles desconfiassem que o ataque fosse da Vermelha, querendo pegar a espada de volta.

Porém, não foi bem assim.

Ao abrirem a porta, se depararam com criaturinhas com menos de dois metros, bem estranhas e um pouco asquerosas. Elas usavam roupas que se assemelhavam a roupas de bonecos para crianças. Mas seus corpos lembravam ogros, com narizes grandes em formato de batata com bastante pelo, um olho maior que o outro, bocas deformadas com poucos dentes, e os que tinham eram desconcertados e enormes.

Carregavam consigo armas bem características. Garfos e colheres gigantes, escudos feitos da tampa de bules de chá tamanho família e capacetes feito das tampas de saleiros e açucareiros. Mas nada disso era mais assustador do que o modo que eles falavam.

— Pepre picisamos pipir pepembo pora polo pigo. Pipirmã podo pipis pajá pepen pocontrou po peque peprocu parava — Eles conversavam entre si com essa língua maluca, e pareciam se entender muito bem.

Alexia demorou alguns minutos para entender o que raios eles estavam dizendo, parecia uma espécie de língua do “P” bem louca, onde separavam as sílabas das palavras e colocando P em tudo. Traduzindo mais um menos, a frase deveria dizer algo como “Precisamos ir embora logo. Irmã dois já encontrou o que procurava”.

Mas para a garota, aquilo não fazia sentido algum, afinal nunca tinha visto aquelas criaturinhas na vida, e nunca havia ouvido falar sobre essa tal de Irmã um. Mas pela simples expressão de horror que Alyssa, sua mãe emanava, ela já sabia de quem se tratava.

— O que são eles, mamãe? — Alexia sussurrou contra sua mãe — Quem é a irmã dois e o que estão fazendo aqui no castelo?

— Não podemos falar sobre isso agora Alexia, é arriscado, precisamos nos livrar deles antes! — Dizia ela já ficando desesperada, começando então a caminhar com passos largos pelo local. Alexia não tinha certeza, mas parecia que sua mãe estava procurando pelo seu pai, que havia sumido dali junto com a Rainha Branca.

Morfeu seguia o caminho extremamente quieto e até calmo, como se não estivesse devendo nada para ninguém ou algo do tipo. Mas logo as criaturinhas notaram a presença dos nossos queridos personagens e partiram contra eles em luta.

Alexia não pensou duas vezes em sacar o seu chicote e ir lutar. Não parecia ser tão difícil.... Parecia? Afinal, apesar de estarem armados, graças ao tamanho, eles não eram lá tão intimidadores. Ela só estava um pouco preocupada com Jared. Onde ele estava? Estava com o seu pai? Será que estavam seguros juntos a rainha?

A primeira criaturinha veio em sua direção, mas ao invés de ataca-la na barriga, ou em qualquer outra parte do corpo, ela levou o seu garfo gigante até o pé dela. Foi um movimento supresa, e Alexia não foi rápida o suficiente para desviar totalmente.

Ela tenta puxar o pé para a esquerda, mas ainda assim uma parte do garfo pega em seu pé, perfurando-o. Ela soltou um grito estridente de dor, sentindo suas pernas falharem, quase caindo no chão. Sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, mas logo em seguida mudando de cor enquanto seu cabelo começava a flutuar, sentindo a raiva tomar conta de seu corpo.

Em seguida, em um movimento rápido, na velocidade do som, que o chicote proporcionava, ela envolve o pescoço da criatura com as diversas ligas do chicote, com as pontas afiadas fincando no pescoço, fazendo um sangue verde e gosmento jorrar.

Ela via a criatura se debater, tirar o garfo de seu pé, deixando a arma cair e levando as mãos até o pescoço tentando se soltar desesperadamente, mas a raiva e a loucura haviam tomado conta de Alexia completamente. Seus olhos brilhavam em fúria, enquanto via a besta ir parando de se debater aos poucos, e a cor do rosto mudar de verde para roxo.

A criatura cai no chão ao agora morta, com o seu último suspiro de vida e a luz de seus olhos sendo deixadas aos poucos. Alexia deixa o chicote afrouxar aos pouquinhos, respirando fundo enquanto deixava algumas lágrimas escorrerem. Foi a primeira vez que ela havia matado alguém a sangue frio e sem nenhuma piedade como aquela vez.

Olhou envolta, Morfeu e sua mãe também lutavam. Morfeu era excepcional e acabava com várias daquelas criaturas com facilidade. Sua mãe também lutava bem, deve ter sido uma lutadora maravilhosa quando mais nova, mas mostrava que havia perdido a prática.

Após acabarem com todas as criaturas daquele salão, o chão estava sujo de sangue verde e gosmento. Eles não mataram todos, claro. Tinha a ajuda de todos os guardas ali presentes. Se estivessem sozinhos, a situação estaria bem pior do que possa imaginar.

— Vamos.... Nós temos que ir logo! — Dizia Alyssa ofegante, correndo até as escadas, com um semblante preocupado. Alexia queria realmente entender o que ela tanto temia, o que todo mundo sabia menos ela, para variar. Quais segredos aquele lugar ainda escondia? Ela havia lido os livros sobre Alice várias e várias vezes, haviam muitas criaturas que não havia conhecido ainda, mas nenhum deles pareciam ser do mal.

Alexia começou a subir as escadas com certa dificuldade, já que seu pé sangrava e doía bastante, quando é surpreendida pelos braços de Morfeu envolta de sua cintura, tirando o peso de seu corpo sobre o seu pé, auxiliando.

Logicamente, a garota não gostou. Estava irritada, porque Morfeu havia mentido para ela. Mentido para ela por muito tempo, e para a sua mãe, quando ela esteve aqui. Ela detestava que mentissem para ela, principalmente com assuntos tão importantes como os que ele havia mentido. Mas sabia que precisava de ajuda para se locomover melhor, ou o ferimento só iria piorar. Agora, ela teria que atacar usando apenas o arco.

Eles subiam em direção a uma das torres do castelo, era fácil saber por onde as criaturas haviam passado, tinha um rastro de gosma, sangue verde e sangue vermelho, o que indica que eles estavam com algum humano junto.

Os degraus acabaram e eles se depararam com um enorme corredor com um tapete branco como a neve, todo manchado, chegava a dar dó. Mas eles não podiam se preocupar com isso, então seguiram andando.... Bom, pelo menos Alexia e Morfeu seguiram andando. Alyssa já foi correndo para a porta que estava entreaberta, como se esperasse pelo pior.

Demoraram segundos para chegar até a porta, mas a sensação era de que duraram anos. Quando finalmente chegaram lá, Alexia não sabia para que olhar.

Tinha uma mulher estranha, usando um vestido vermelho, um rosto pálido e com uma maquiagem borrada. Tinha dentes semelhantes ao de vampiros e seu cabelo estava todo desgrenhado. Mas isso estava longe de ser a coisa mais esquisita na mulher. O abdômen tinha um formato estranho, lembrava uma aranha.

Mas Aléxia só confirmou que era uma mulher aranha mesmo quando viu suas pernas. Não eram duas, eram oito pernas de aranha, brancas e peludas.

Do outro lado tinha... bem... o seu pai, em cima da quina do parapeito da varanda. A queda dali era extremamente dolorosa. Ele até poderia descer, se não tivesse milhares e milhares daquelas criaturinhas estranhas, segurando garfos e colheres gigantes em sua direção, tentando derrubá-lo.

Alexia escutou o grito estridente de sua mãe.

— Parem, parem já com isso! — Dizia ela correndo até Jeb, pensando em socorrê-lo. Porém as criaturinhas se viravam contra ela, brandindo suas armas, mandando-a se afastar. Em seguida, ela mudou de rumo, com os olhos de outra cor e brilhando de fúria, seguindo até a mulher aranha.

— O que está fazendo aqui, Irmã Dois? — Ralhou ela.

— Ora, achou mesmo que eu ia me esquecer de vocês? — Dizia ela rindo — Eu posso até ter perdido a batalha quando você era jovem e venceu a Vermelha uma vez, porém não perdi a guerra. Eu esperei muito tempo, mas foi perfeito, pois você não esperava em me encontrar, e assim, eu poderia dar o meu golpe final.

Alexia a essa altura não entendia nada. Quem era a Irmã Dois? O que ela havia feito contra a sua mãe e o que ela queria naquele momento? O seu pai? A rainha Branca? Sei lá, qualquer coisa? Porque aquilo não fazia sentido nenhum.

A garota cerrava os punhos e o maxilar, tentando se desvencilhar de Morfeu, para ir ajudar a mãe, ou quem sabe lutar com aquelas criaturas e tirar o seu pai dali. Mas ele não a soltava, sussurrando em seu ouvido que isso não era assunto dela. Mas era o seu pai que estava quase caindo para uma imensidão sem fim!

Alyssa e Irmã Dois discutiam, à primeira vista sem se enfrentarem corporalmente, mas Alexia viu uma das criaturinhas se esgueirar pelos cantos, carregando um garfo em direção a sua mãe cautelosamente, esperando para apunhala-la pelas costas. Se Alexia não podia lutar, ela tinha que ajudar de alguma maneira.

— Mamãe, cuidado! — Gritou Alexia nos braços de Morfeu. Alyssa mais do que depressa se virou e chutou a cara da criatura que foi ao chão. Irmã Dois se aproveitou desse movimento, e pegou Alyssa pelos braços e berrou.

— Agora! — Vociferou segurando Alyssa que lutava para se libertar, quando as criaturas começaram a brandir suas armas novamente contra o seu pai. Alexia já tentava se soltar tanto quanto a sua mãe, quando um dos seres espetou a barriga de seu pai com um garfo, não o suficiente para perfurar, e sim, fazer algo muito pior.

Jeb se desequilibrou ali onde estava, e olhou de relance para Alexia e depois para Alyssa como se tudo passasse em câmera lenta. Em seus olhos, era possível ler a seguinte mensagem “Eu amo vocês”, antes de cair, para a imensidão sem fim.

— Nãããããããããooooo!!!!!!!!!!! — Gritou Alexia mais do que imediatamente, sentindo seus olhos se tomarem pelas lágrimas.

Seu pai se fora.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu prometo que no próximo capítulo eu explico melhor o que aconteceu e prometo tentar postar mais rápido dessa vez, afinal, estou de férias e a fic está chegando ao fim.



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