Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 17
A Rainha Marfim


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal ^^ esse capítulo ficou bem leve, sem muitos acontecimentos. Isso porque nossos personagens não são de ferro, certo?
Muita coisa está por vir e desvendaremos muitos segredos em breve. Nada é o que parece.
Espero que gostem e boa leitura!



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Capítulo 17 - A rainha Marfim

Quando Alexia abriu seus olhos passou a se sentir enjoada.

Não sabia se havia sido pelo esforço da batalha ou alguma outra coisa. Sua cabeça latejava horrores.

Mas logo notou que não era nenhuma dessas coisas. Sentia seu corpo balançar para frente e para trás, como se estivesse cavalgando. Mas não conseguia entender o que via.

Sentia o vento balançar seus cabelos enquanto recuperava o foco e sua visão. Estava realmente cavalgando, mas muito rápido, ao ponto de todas as árvores da floresta parecerem um borrão.

A garota olhou para os lados, piscando algumas vezes, quando viu Jared ao seu lado.

— Bom dia, bela Adormecida — Ele abriu um pequeno sorriso, afagando seu cabelo — Se segure bem.

Alexia olhou para baixo e viu vários... pelos. Parecia um tapete felpudo. Mas o cheiro não era muito agradável.

A garota levou a mão até o pelo e se segurou, enquanto se sentava, sem se tocar que precisava descobrir no que estava montada.

A garota olhou para baixo e viu grandes patas com garras enormes. Em seguida se deu conta do que estava acontecendo, e arregalou os olhos.

— Não me diga que... — Ela ia dizendo.

— Sim! — Jared gargalhou animado — Nós conseguimos! Depois de colocar as mãos na espada, o Capturandam nos mostrou lealdade. Os guardas da Vermelha tentaram derruba-lo, mas ele é muito grande. Montamos nele e partimos.

Alexia assentiu com a cabeça e olhou para o seu braço. Estava molhado e pegajoso.

— O que é isso? Onde está o Chapeleiro? A espada está com você? — Dizia ela enchendo-o de perguntas.

— Opa, respira! — Ele sorriu — O nosso amigão aqui lambeu seu braço e pude notar as manchas pretas começarem a diminuir aos poucos. O Chapeleiro voltou para a sua mesa de chá, procurando por aliados. Disse que precisaríamos. E a espada está comigo. Duvido que a fera estivesse nos carregando, do contrário.

Alexia respirou fundo analisando cada palavra em sua cabeça. O fato do Chapeleiro ter sumido era realmente muito estranho.

— Posso ver a espada? Não pude fazer isso muito bem.... Estávamos meio ocupados, sabe? — Alexia abriu um pequeno sorriso.

Jared assentiu com a cabeça e pegou a espada, entregando-a com cuidado para a garota.

Alexia pegou a espada. Era enorme, e para ela que era pequena o efeito era ainda maior.

A espada era fina, e apenas a energia que ela exalava já era cortante. Chegava a ser assustador. O sol reluzia em sua lâmina. O punho era feito de couro vermelho, com pedrinhas encrustadas ali mesmo.

Apesar de ser uma espada, ela era leve como uma pena, o que impressionou Alexia ainda mais. Geralmente elas eram pesadas, como diziam nos livros. Tão pesadas como grandes pás de jardinagem que a sua mãe usava, enquanto conversava com as flores.

— Ela é admirável — Alexia deixou escapar com um sorriso bobo no rosto.

— Tem razão — Jared sorriu enquanto olhava a garota com a mesma admiração que ela olhava para a espada.

A garota estava tão entretida com a espada que nem notava o que tinha logo ali a frente. O castelo da Branca.

— Alexia! Olhe! — Dizia Jared apontando para a enorme muralha, boquiaberto.

A garota tirou os olhos da espada e olhou para frente.

Logo a frente conseguia ver um castelo branco com altas torres e uma muralha. Tudo branco como marfim. Um branco tão puro reluzente.... Nada de amarelado. A garota se perguntava como era possível.

As torres mostravam bandeiras brancas e pretas, assim como todas as janelas mostravam um brilho de velas.

O jardim do local também parecia extenso, com grandes árvores floridas com algo que parecia flor de sakura.

— Quanta diferença! — Dizia Alexia boquiaberta. Jared assentiu com a cabeça.

De fato, a sensação que aquele enorme castelo passava era bem melhor que a do castelo tenebroso da Vermelha. É como se ela tivesse prazer e intenção de assustar e fazer com que as pessoas a temam.

O Capturandam cavalgava feliz em direção ao castelo. Por mais que tenha sido agressivo de início, ele tinha motivos para isso. Agora que a espada aparentemente estava voltando para o seu dono, ele estava tranquilo.

Conforme se aproximavam do castelo, nossos valentes aventureiros puderam notar os grandes portões do castelo serem abertos. Lá dentro, até chegar nas grandes portas do castelo havia um longo caminho de pedras acinzentadas, quase brancas, cobertas por pétalas das árvores floridas.

As portas foram abertas, seguidas dos portões e de lá saiam algumas pessoas.

Morfeu, várias fadinhas, rábido Branco e logo depois uma figura altiva.

Alexia teve certeza na hora em que a viu.

Era a Branca. A rainha Marfim.

O local logo ia se enchendo de guardas. No castelo da Vermelha víamos cartas com buracos de corações. Sempre vermelhos e ensanguentados.

Já os guardas da Branca pareciam anjos. Quer dizer, tirando as cabeças. Eram peças de Xadrez.

Cavalos, torres, bispos, peões...

Só não havia a Rainha. Isso porque ela era linda demais e não tinha cabeça de peça.

O Capturandam foi diminuindo sua velocidade até que parou exatamente nas portas grandes de madeira envernizada do castelo. Mais do que depressa, alguns dos guardas pegaram algo que parecia uma pequena escada com degraus brancos e colocaram ali, para descerem da fera.

— Ah, estou tão feliz que tenham conseguido! — A Branca dizia sorrindo enquanto juntava as suas mãos em frente ao seu peito, entrelaçando seus dedos.

A mulher era estonteante. Isso não podíamos negar.

Seus cabelos eram negros e pesados como a noite. Caiam em pequenos cachos como cascata até a altura de seus seios. Seus olhos grandes e calorosos também tinham um tom negro como carvão, mas brilhantes como um céu estrelado.

Sua pele era tão branca quanto o próprio castelo, assim como seu sorriso, que era calmo e cativante. Não teria como se estressar em sua presença. Os lábios eram rosados, o que dava um tom de naturalidade.

Seu vestido era prateado. Tomara que caia e extremamente colado a sua cintura marcando também seus seios. A saia já descia volumosa com uma espécie de Tule.

— É, foi um tanto.... Complicado — Dizia Alexia mordendo o lábio inferior. Tudo o que pensava agora era em voltar para casa. Agora que toda a agitação havia ido embora, percebeu o quanto sentia falta de tudo.

Tinha terminado sua missão. Tudo o que queria agora era voltar para casa.

— Vamos queridos, entrem.... Imagino o quanto devem estar cansados — Dizia ela com um olhar piedoso.

Alexia não tinha condições de negar. Estava cansada e faminta. Até pensou em comer as tortas que havia roubado. Mas só de se lembrar de como a Vermelha era repugnante, seu estômago se embrulhava.

A Branca foi adentrando em seu castelo seguida de Morfeu e Rábido Branco. Morfeu não tirava os olhos da garota, com um misto de admiração e interesse. E Alexia não sabia se ficava feliz ou assustada.

O interior do castelo da Branca era bem diferente do da Vermelha. Se assemelhava aos templos gregos, com pilastras e pilares feitos de gesso e enfeitados com rosas que cresciam envolvendo-as.

O chão era feio de mármore branco e era perfeitamente lustroso e polido. Todos conseguiam ver seu próprio reflexo. Alguns tapetes cinzentos e prateados tomavam conta do local enquanto cortinas também prateadas enfeitavam as janelas, que davam para o jardim com árvores floridas.

O silêncio predominava no local e tudo o que se podia ouvir era o barulho do salto da Rainha ecoando pelo local.

Outra porta fora aberta. Era a sala do trono.

O trono era todo feito de mármore e brilhantes. Porém almofadas prateadas e gordas foram colocadas, provavelmente para proporcionar conforto a quem se sentasse.

Mas o mais impressionante era o que se encontrava no meio do salão.

Uma armadura prateada, encrustadas de rubis e outras pedras. Parecia ser leve e fina. Os braços estavam levantados e as palmas das mãos voltadas para cima, como se segurasse algo.

— Esta era a última parte que me faltava — A Branca deu um sorriso aliviado de orgulho enquanto se aproximava de Alexia, apontando para a espada — Posso?

A garota mais do que imediatamente entregou a espada para a rainha. A mulher observava a espada e caminhou até a armadura com cautela, colocando-a nas mãos logo em seguida.

— A Vermelha me roubou porque sabia que uma espada tão nobre e pura colocaria fim em qualquer mal. Ela tem uma arma muito poderosa e a única coisa que pode vencê-la, é essa espada. Com medo que a tirassem do poder, que desde o princípio fora dela, entrou em meus aposentos e a roubou.

Alexia engoliu em seco. Esta história ela sabia de cor.

— Tempos sombrios se aproximam, mas vocês nos trouxeram a capacidade de supera-los — Disse ela sorrindo, voltando-se para Alexia e Jared — Serei extremamente grata a vocês.

Alexia não sabia se agradecia. Estava tão atordoada que não tinha noção nem do que acontecia a sua volta.

Foi então que Morfeu pigarreou.

— Branca.... O que acha de partirmos para o jantar? — Disse ele sorrindo.

— Não teremos animais vivos desta vez, teremos? — Disse Alexia entrando em pânico.

— Não, não se preocupe querida.... Essa ideia mirabolante é apenas de Morfeu — Disse a rainha olhando para ele severamente e em seguida piscou para Alexia.

A Rainha então sem mais delongas, começou a caminhar novamente e todos a seguiram. Outras portas se abriram, essas estavam nas laterais.

O salão era enorme. Tinha uma mesa tão grande quanto a da Vermelha. Mas o local era iluminado, claro e arejado. Sem guardas para dar um ar de autoridade. A mesa já estava feita.

Pratos, milhares tipos de talheres e taças. Alexia se perguntava como iria conseguir usar tudo aquilo.

Mas o mais incrível eram todas as coisas para se comer.

Bolos de todos os tipos. Até mesmo mundanos. Canela, chocolate, coco... Pãezinhos frescos confeitados com açúcar e canela, recheados com doce de leite e brigadeiro.

Tortas de morango e limão, além de rosquinhas açucaradas e chá.

Alexia respirou fundo, deixando o cheiro maravilhoso entrar. Estava com fome mesmo. As coisas não pareciam ser tão boas no castelo da Vermelha. Morfeu olhava tudo com uma espécie de tédio. Talvez a comida não lhe agradasse ou então achasse mais divertido matar um pato.

Todos foram até a mesa, mas ninguém ousava se servir até a Branca ordenar.

Isso era o mais engraçado. Ela não era cruel. Mas mesmo assim todos obedeciam-na sem hesitar. Isso prova que não é preciso crueldade para liderar um povo.

Alexia então pegou um pedaço de torta de morango e rosquinhas com açúcar de confeiteiro. Estava tudo delicioso. A rainha banhava seus bolos num potinho de mel, o que tinha uma cara extremamente boa.

Porém Alexia foi se lembrando de coisas que ainda não tinha resposta. E que também não entendia.

Por que ela havia conseguido abrir a caixa com uma marca estranha no seu braço?

Por que o Chapeleiro fora buscar reforços?

Por que aquele sonho sobre as gêmeas?

E quando poderia ir embora?

Era de fato muita coisa. E Alexia estava exausta.

O jantar passou voando. Morfeu e Jared tentavam disputar pela atenção da garota, porém tudo o que ela queria era uma boa noite de sono.

E foi o que conseguiu.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?Comentem!



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