Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 15
A Vermelha


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal ^^ estou feliz, sinto que não demorei taaaaaanto dessa vez kkkkkk espero que gostem e boa leitura!



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Capítulo 15 - A Vermelha

— Mas o que raios você está dizendo? — Dizia Jared mal-humorado olhando para Alexia.

— Isso não é bom. Isso não é nada bom... — Dizia o Chapeleiro andando de um lado para o outro.

— Quer parar de me deixar tonto e dizer o está acontecendo?! — Dizia ele cada vez mais irritado — Não consegue ver que ela está cada vez pior?

— Ela foi ferida pelo Capturandam... — Dizia ele apontando insistentemente para o ferimento.

— Isso eu posso ver, mas o quão grave é?

— A ferida causada por um Capturandam não é fácil de se curar. Apenas ele pode fazer isso.

Alexia escutava a conversa, apesar de sua cabeça girar um pouco. Estava melhorando aos poucos. Mas estava assustada.

— Acho que ele não deve estar contente com a gente — Disse ela baixinho — Essa ferida é a prova. É bem provável que ele me ataque novamente.

— Ta mas... O que vai acontecer se não a tratarmos? — Dizia Jared procurando outra solução.

— O braço dela putrefará aos poucos, tomando conta de seu corpo — Dizia o Chapeleiro mais baixo dessa vez, torcendo para que a garota não escutasse. Era assustador. Mas ela escutava muito bem.

— Ah, mas que droga — Ela rangeu os dentes.

— Mas então... O que faremos agora? Tem que ter algum jeito, não?

— Tem sim... O Capturandam é o guardião da Espada Vorpal. Ele ataca as pessoas que tem a intenção de chegar até elas. Ele fica sempre do lado da batalha onde a pertencem. Se conseguirmos pega-la, ele nos servirá e poderá curar Alexia.

— Agora temos dois bons motivos para achar a espada... — Dizia Alexia reprimindo um gemido se sentando — O que estamos esperando? Não levará muito tempo até que a Vermelha descubra que estamos aqui.

— Opa, espera aí um pouquinho, mocinha — Dizia Jared segurando-a. — Não sabemos se você está em condições de lutar.

— Mas se eu não lutar minhas condições pioram! — Disse Alexia como se isso fosse óbvio. E de fato era. Em seguida, ela se levantou e bateu em suas roupas, para tirar o pó e a sujeira — Não temos outra escolha. Vamos logo, não quero perder meu braço.

Então Jared um tanto relutante se levantou e começou a seguir Alexia. Depois de andar um ou dois metros (na altura deles não era tão pouco assim) ela parou e olhou para o Chapeleiro com um sorriso bobo.

— Ahn... Então.... Você já esteve aqui? Porque eu definitivamente não conheço nada.

— Estou tão perdido quanto você. Mas se quer um conselho, temos que arranjar um jeito de ficar aqui sem sermos descobertos.

— O que sugere? — Perguntou Jared.

— Para Alexia será fácil. Ela pode pegar o lugar de uma das criadas da cozinha. Eu poderia aparecer vendendo chapéus, basta fabricar alguns e enrola-la. Agora quanto a você.... Talvez possa cuidar dos cavalos.

Alexia assentia a cabeça enquanto escutava o plano.

— Você, é um gênio! Como faremos isso?

— Encontramos trabalhadores que se assemelham ao que queremos, apagamos eles e pegamos suas vestes. Alexia, peço apenas que tome cuidado com o seu cabelo e a marca de nascença na maldição. Podem te denunciar, cabelos dourados são raros e características que sempre assemelham a Alice.

— Muito bem.... As cozinheiras devem esconder o cabelo para não cair fios na comida, certo?

— Oh, sim! Fazem de tudo para não irritar a Vermelha, mas ela sempre acha algum defeito. Acho que nosso plano está formado. Tentem achar a espada logo, não podemos perder tempo. Não com o ferimento no braço de Alexia. Nosso ponto de encontro pode ser aqui, no jardim. Se nos encontrarmos, precisamos de um sinal para fazer que precisamos nos encontrar. Qual sugerem?

— Eu não sei, bem... coçar a nuca? — Sugeriu Jared.

— Perfeito. Agora, vamos à procura de nossas vítimas — O Chapeleiro abriu um enorme sorriso um tanto assustador e começou a caminhar. Alexia e Jared foram logo atrás. Ele era um líder maravilhoso.

O castelo era muito bizarro.

As paredes eram grandes e o teto ficava bem no alto. E todas elas eram decoradas com papéis de paredes vermelho, preto e dourado com vários corações. Muitos candelabros em formado de corações, velas vermelhas e pretas iluminando o caminho, além de vários lustres vermelhos.

Também podíamos ver grandes vasos de rosas vermelhas. O chão tinha um tapete vermelho e preto que lembrava muito o estilo persa.

Haviam as vidraças que eram separadas por coisas vermelhas e davam para o jardim, de onde eles haviam acabado de sair.

— Não é melhor voltarmos para o tamanho original? — Dizia Jared.

— Não.... Fica mais difícil de se esconder. Até conseguir seu disfarce, continuaremos assim por segurança.

Jared teve vontade de retrucar. Mas sabia que o Chapeleiro estava certo. Então eles continuaram correndo.

O castelo em si já era enorme. Quando se está do tamanho de um esquilo, fica ainda pior. Parecia que não iriam encontrar nada.

— Que castelo é este que não tem guardas? — Alexia franziu o cenho. Talvez a Vermelha confiasse demais em sua sorte.

— Estão todos procurando pela sua cabeça lá fora — Dizia o Chapeleiro ainda correndo pelos corredores.

Agora foi a vez de Alexia se calar. Então os três seguiram em silêncio quando escutam vozes se aproximando.

— Se escondam, rápido! — Dizia o Chapeleiro como se aquilo não fosse óbvio. Alexia correu até uma das cortinas e se escondeu ali. Jared se jogou no chão em uma cambalhota e se escondeu embaixo de um criado mudo onde ficavam os candelabros. Sempre muito dramático. O Chalepeiro se escondeu atrás de um dos candelabros.

— Aquela menina tem nos dado mais trabalho do que pensamos — Dizia um guarda passando. Ele vestia uma armadura vermelha. Ao seu lado estava um homem com uma armadura negra e altiva. Seus ombros eram bem largos. Seu olho direito estava pintado com um coração grande, que ia até metade de sua bochecha. Seus cabelos eram longos, na altura dos ombros e extremamente lisos. Ele carregava um escudo.

— Tem razão. Nem o Capturandam conseguiu segura-la dessa vez. Ela tem descoberto suas habilidades mais rápido do que pensamos. É perigosa — Dizia o da armadura preta.

— Sim, meu senhor. O que faremos agora? — Dizia o guarda.

— Iremos atrás dela novamente, é claro — Dizia ele carregando seu capacete — Não podemos descansar até isso terminar. Mas não se preocupe. Ela não chegará tão longe. Não deixaremos que leve a espada vorpal.

— Eu ouvi dizer que ela foi ferida pelo Capturandam.

O cavaleiro negro gargalhou com gosto. Não era algo muito agradável de se ouvir. Parecia que a noticia o deixava de bom humor.

— Então ela não irá muito longe agora. A encontraremos em breve, estou sentindo isso! — Dizia ele apertando o passo. Parecia que sua confiança havia sido renovada.

Os dois passaram sem se dar conta de que estavam sendo ouvidos. Talvez porque quando seu orgulho está exalando por demais, acreditamos que olhar para baixo é inútil. Nada do que vem de baixo poderia atingi-los.

Depois de se certificarem que os homens haviam partido, Alexia, Jared e o Chapeleiro saíram de seus esconderijos devagar.

— Ele tocou na cobra e não a viu — Sorria Jared.

— Estão de fato muito confiantes. Não fazem ideia de que Alexia está aqui. Duvidam de nossa capacidade, estamos bem embaixo do nariz deles e eles ainda acham que estamos lá fora. Isso nos dá vantagem. Mas sejam cautelosos. Temos que ir agora. Se já pudemos ver guardas e o maldito Valete...

— Valete? — Jared franziu o cenho.

— É, garoto — Dizia o Chapeleiro perdendo sua paciência por ter sido interrompido — Ele tem o cargo mais alto deste castelo. É o braço direito da Vermelha. Agora, continuando. Os nossos alvos devem estar próximos. Aprecem-se.

Eles voltaram a andar pelo castelo quando Alexia ouviu barulho de panelas. Abriu um enorme sorriso. Seu destino estava próximo.

— Escuto passos, escondam-se — Dizia o Chapeleiro olhando para Alexia como se quem dissesse “Sua vez se aproxima. Fique esperta”

Uma criada saia da cozinha com uma bandeja com uma xícara de chá e algumas torradas. Agora era a hora. Alexia segurou seu chicote, procurou pelo bolo que a faria crescer. Em seguida, pegou um pequeno pedaço dele e colocou na boca, saindo de seu esconderijo. Conforme foi crescendo suas roupas foram se rasgando e a garota ficou nua. Jogou tudo dentro da bolsa rapidamente e seguiu a empregada em passos leves para não ser notada.

Era de fato desconfortável andar pelo castelo nua. E se um dos guardas a encontrassem daquele modo? Não só a olhariam com luxúria, quando descobririam em ela era. Não se admiraria se fosse estuprada e morta logo depois.

Felizmente encontrou uma porta que estava fechada, onde havia uma placa escrito “Acesso apenas para funcionários”.

A garota então cerrou o maxilar, correu até a menina e colocou a mão em sua boca. A garota, surpresa deixou a bandeja cair e Alexia praguejou mentalmente.

— Não grite se quiser viver — Alexia rosnou no ouvido da garota e começou a arrasta-la até a porta.

A garota bateu as costas na porta abrindo-a e em seguida jogou a menina dentro do local. Em seguida entrou, pegou seu chicote e atacou a garota. Não a machucou. Apenas bateu com o punho em sua nuca, fazendo-a desacordar.

Em seguida Alexia suspirou. Odiava aquilo. Engoliu em seco e pegou as roupas da garota. Um vestido vermelho com um avental de renda preto. Os saltos eram da mesma cor. A touca também era preta. Vestiu-se rapidamente, calçou os sapatos e deixou a bolsa ali. Era perto da cozinha caso precisasse dela.

Porém escutou um barulho. E se virou para trás.

Lá tinha um outro guarda, funcionário que olhava para ela com um sorriso travesso. Mais um que a viu nua para entrar para a coleção.

Ele foi se aproximando devagar e Alexia estalou seu chicote. E então ele atacou.

A garota reprimiu um grunhido ao senti-lo prensa-la na parede. Mordeu o lábio inferior e revirou os olhos, atacando sua perna esquerda. O chicote se enrolou em sua perna e as lâminas na ponta fincaram em sua carne.

Por mais incrível que pareça, ele não gritou. Talvez estivesse mesmo motivado a ver seu novo brinquedinho. Tentava beijar Alexia enquanto ela desviava o rosto, fazendo caretas quando viu ali de seu lado um vaso de planta.

Sem pensar duas vezes, esticou a mão até a planta e aos poucos ela começou a responder aos seus comandos. Ela agarrou a outra perna do guarda e o puxou. Antes que gritasse, algo que parecia tentáculos tampou sua boca, abafando o grito.

Aos poucos, ele era envolvido como uma múmia e Alexia encarava-o com nojo, enquanto respirava ofegante.

Em seguida arrumou bem seu cabelo dentro da touca. Em seguida enrolou o chicote e conseguiu escondê-lo em sua perna, embaixo do vestido e saiu. Havia sido rápida e prática. Estava orgulhosa de si mesma.

Olhou para a bandeja caída no chão. Se abaixou para pegar os cacos. Olhou para onde estava escondida e o Chapeleiro junto a Jared já haviam partido. Estava sozinha. Respirou fundo quando escutou passos novamente e viu o guarda que estava do lado de Valete se aproximar.

— Que barulho foi esse? — Dizia ele desconfiado se aproximando.

— Oh eu... Sou uma desastrada. Deixei cair. Terei que preparar novamente para a Rainha — Dizia Alexia juntando os cacos e se levantou.

— Pois então se apresse. Sabe que a Rainha não gosta de atrasos. Vai acabar perdendo a cabeça — Dizia ele sem muita paciência.

Alexia não teve que o ouvir duas vezes. Assentiu com a cabeça e voltou para a cozinha assustada.

Lá estavam muitas mulheres trabalhando feito loucas vestidas assim como ela. Mas o que mais assustava na cozinha eram os ingredientes.

Dedos grandes e magros ensanguentados, cogumelos estranhos, líquidos que fediam mal, moedas, olhos, pelos... Era um paladar realmente muito... diferente.

A garota engoliu em seco tentando afastar a vontade de vomitar e caminhou pelo local. Uma das criadas se virou para ela. Ela era assustadora.

Gorda e enorme, com uma pinta que mais parecia um câncer em sua teste e nariz de porco.

— Ora, o que está fazendo aqui, pombinha? Mandei levar o chá e as torradas a rainha!

— M-me desculpe — Alexia engolia em seco mostrando a bandeja — Acabei tendo um acidente.

— Ah que ótimo — Dizia a mulher pegando um bule — Por sorte ainda sobrou. Ande logo, prepare outras torradas! Eu preciso apressar as tortas ou todas ficaremos sem cabeça!

A garota assentiu com a cabeça e pegou as torradas. Estavam quentes. Em seguida pegou uma geleia que tinha ali e manteiga. Separou algumas torradas, passando a geleia e outras a manteiga, que derretia devagar.

A mulher colocou mais chá na xícara e colocou na bandeja.

— Prontinho, agora vá logo! Cuidado para não derrubar nada desta vez.

Alexia assentiu com a cabeça e saiu de lá apressada. Não sabia onde ficavam os aposentos da rainha, o que poderia encrenca-la perfeitamente. Então apenas pegou o rumo que a criada havia tomado antes de desacorda-la e colocou tudo nas mãos da sorte.

Caminhou por alguns minutos até que escutou uma voz irritante e estridente. Tinha autoridade carregada ali e então teve certeza de quem era. Respirou fundo e seguiu o som.

A porta estava aberta. E quando olhou lá dentro, viu a Rainha e o Valete num momento... íntimo.

Jared ficaria desapontado. Ela não tinha um cabeção. Na verdade era era muito bonita.

A Rainha tinha longos cabelos ruivos e uma pele clara como marfim. Seus lábios tinham um formato parecido com o de um coração. Seus olhos eram castanhos num tom meio amendoado puxando levemente para o verde.

Vestia um espartilho tomara que caia vermelho mostrando a cintura fina e perfeita. Também tinha uma calça preta. O salto era da mesma cor do espartilho. Ela estava sentada no colo no Valete que por sua vez estava vestido como sempre, sentado em uma cadeira.

Alexia pigarreou batendo na porta.

A rainha revirou os olhos. Parecia irritada.

— Entre!

Alexia entrou e deixou a bandeja em cima de uma mesinha o mais rápido possível para sair dali.

— Da próxima vez não demore tanto! — Dizia ela e em seguida Alexia a encarou.

E por sorte a bandeja estava na mesa, porque do contrário, ela teria caído novamente. E dessa vez seria pior.

Alexia sentia-se como se estivesse olhando para o espelho. Tirando o cabelo, elas eram muito parecidas.

Ela era a Vermelha?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



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