Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 14
O capturandam


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal ^^ desculpe a demora... semana de provas... Pelo menos agora estou de férias kkkkk espero que gostem do capítulo, eu gostei bastante. Boa leitura!



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Capítulo 14 - O Capturandam

Não conseguiam ver nada. Se não fossem os rugidos, não saberiam que o Campturandam estaria em suas costas.

Ele estava cada vez mais próximo, e mais furioso.

Ouviam o barulho das patas se chocando contra o chão, como se fosse um cavalo cavalgando. Mas um cavalo muito, muito grande. E que rugia. A sensação era que até o chão tremia.

Mesmo não tendo visto-o ainda, Alexia sabia que iria ter pesadelos, apenas pelo seu rugido. Duvidava que conseguisse mantê-lo longe com seus poderes, com suas flechas ou com Jared jogando os pobres irmãos contra ele. Provavelmente seriam devorados.

Porém, por mais assustados que estavam, Alexia preparou suas flechas e Jared sua pistola. Seria melhor evitar tentar confrontá-lo de perto. A garota tinha a sensação de que apenas as suas garras podiam ser do seu tamanho.

E então a garota pode ver, se movendo entre árvores e arbustos, a criatura mais horrenda que tinha visto até agora. Vencia as flores estranhas, o rábido branco, as cartas e até os irmãos que Jared fez rolar contra os inimigos.

O monstro tinha cerca de três metros de altura e sete de comprimento. Suas garras não eram no tamanho de Alexia (felizmente), mas com certeza fariam um belo de um estrago.

Sua pelagem era cinzenta, com algumas manchas em preto e vermelho. Não sabia o porquê, mas Alexia teve a terrível impressão de que era sangue.

Também se podia ver alguns vários espinhos em suas costas. Seus olhos eram grande e provavelmente a única parte bonita da criatura. Não se podia distinguir ao certo que cor eram. Podia-se ver azul verde, amarelo, vermelho... Era uma mistura realmente interessante.

Seu focinho mostrava estar úmido e sua boca era enorme, quase tão grande quanto a de Cheshire.

Porém, Cheshire tem um sorriso bonito. Os dentes do Capturandam eram grandes e afiados, desalinhados como o de um tubarão, com várias arcadas de cerras do tamanho da mão de Alexia. A garota estremeceu só de pensar na mordida do monstro. Era melhor evita-lo, então.

Ao ver o nosso querido trio, soltou um outro rugido e Alexia pode sentir o seu hálito tenebroso, que faz fez com que caísse morta. De fato, ficou um pouco zonza. Era bem quente.

Como de fato não eram idiotas, não ficaram ali para experimentar daquele maravilhoso cheiro mais uma vez e se colocaram a correr. Alexia foi a primeira, porque sabia que se caso se atrasasse ficaria para trás. Um passo de Jared ou de Chapeleiro equivalia a uns dois seus.

— Corram, vão logo! — Gritava o chapeleiro pegando uma espada quase do tamanho de sua perna. De fato, deveria ser muito pesada. Alexia se perguntava se conseguiria carregar a espada vorpal.

A garota e Jared continuaram correndo, porém, a mesma parou e olhou para trás. O chapeleiro havia parado, brandindo sua espada.

— Droga, droga, droga... — Resmungava ela baixinho preparando a primeira flecha.

— Alexia, o que raios está fazendo?! — Disse Jared mais alto, um tanto ofegante. A garota quase mudou sua mira para o rapaz. Custava falar mais baixo?

Em seguida a garota puxou a flecha com força, até o seu queixo desesperada por ajudar o Chapeleiro e soltou a flecha com força, mas errou. Logo, praguejou mentalmente. Havia se esquecido que sua mira era bagunçada e tinha que ver outros modos para isso.

O Capturandam levanta sua enorme e pesada pata para atacar o Chapeleiro, mas ele é ágil. O monstro o atacou e a garota só conseguiu ouvir o zunido. Era muito, muito rápido. Fechou os olhos com força por instinto, esperando pelo pior, mas quando tornou a abri-los, viu o Chapeleiro intacto.

Havia se abaixado e se esgueirado pelo espaço deixado. Uma vantagem de ser menor que o seu inimigo, eles são extremamente lentos.

Porém, os ataques não acabaram por aí. O Chapeleiro brandiu sua espada tão rápido quanto o ataque do Capturandam e desferiu um golpe contra sua pata, que ainda estava suspensa no ar, depois do ataque falho.

O Capturandam rugiu de dor e o Chapeleiro, que não era nada idiota, não quis ficar ali para provar da fúria do monstro e começou a correr. Puxou Alexia pelo braço e continuou correndo.

— Vamos querida, corra — Dizia ele, sua voz era uma mistura de preocupação e carinho — Talvez esse ferimento o atrase um pouco!

Sem pensar duas vezes, Alexia o seguiu. Muito tempo atrás, soube que geralmente os atletas de atletismo eram altos e venciam porque quanto maior fossem seus passos, juntos a sua velocidade, mais chances haviam de vencer.

As pernas longas, Alexia não tinha. Mas tentou aderir a ideia de passos longos. E realmente funcionavam.

Não conseguia ultrapassar o Chapeleiro, mas conseguia acompanha-lo, o que era um progresso. O Capturandam rugiu novamente e começou a correr em direção a eles. O chão tremia, mas Alexia não se atreveu a parar. Escutava zunidos passando perto de sua cabeça, balas?

Então olha para Jared e ele tinha sua pistola apontando para a criatura. A garota ficou um tanto temerosa, podia acerta-la sem querer, mas Jared tinha uma ótima mira. Alexia continuou correndo enquanto Jared atirava até que eles o alcançassem.

Porém, enquanto Alexia tentava dar seus passos largos, acabou se desequilibrando e caindo. O Capturandam era extremamente veloz e chegava cada vez mais perto.

— Lexy! — Gritou Jared que começou a disparar feito um louco, deixando a criatura cada vez mais irritada. Alexia tentava se levantar, mas cada segundo que demorava por estar nervosa, parecia uma eternidade.

A garota começou a correr novamente, mas sem passos largos. Viu que aquilo apenas a atrapalhou. Ela estava perdida de qualquer modo, sua altura prejudicava muito. O monstro já estava há poucos metros de distância quando levanta sua enorme e pesada pata.

— Não! — Gritou o Chapeleiro e Alexia escutou o disparar da pistola de Jared.

Em seguida, a garota sente uma dor aguda e é lançada ao chão pelo peso da pata do monstro.

Quando abriu os olhos assustada, ele gania. A garota olha para a sua pata. Sangue.

Jared havia o acertado.

Em seguida, sente uma forte ardência em seu braço. Quando olha para ele, se já não estivesse no chão, iria parar lá naquele exato momento. Sentiu seu estômago embrulhar e ficou pálida na hora.

Marca de três garras. Sangrava e estava inchado. Mas não pareciam arranhões comuns. Os ferimentos eram negros, quase como se ela tivesse adquirido a peste bubônica.

— Alexia, saia já daí — Gritava Jared desesperado enquanto a garota tentava se levantar, porém se apoiar no braço ferido a fazia ver estrelas de dor.

O Capturandam urrou de raiva e rosnou para a garota. Ela tinha que sair dali.

Pelo arranhão, se não fosse a bala de Jared na pata da criatura, o que teria sido arranhado provavelmente era o lindo rosto de Alexia.

A garota estremece só de pensar e então vê ele erguer a pata novamente. Soltou um gemido, enquanto tentava se levantar já esperando pelo pior. Ela não era páreo para ele.

Mas então ela escuta um grito. Não parecia um grito apavorado.

— Vamos lá, mexa essa carcaça velha! — Ela escutou o chapeleiro gritar estridente e então o viu em cima das costas do Capturandam, enquanto segurava firmemente seus pelos e espinhos. Não demonstrava pânico e então Alexia realmente viu até que ponto ia a loucura dos intraterrenos.

O monstro abriu sua boca o máximo que pode, olhando para cima. Aparentemente tentava abocanhar o Chapeleiro. Mas não era um ser racional, muito menos inteligente. Não entendia que, quanto mais se inclinasse, mais longe o Chapeleiro iria parar. Ele apenas torcia para que a criatura não resolvesse correr atrás do próprio rabo.

Alexia então viu uma chance de fugir, e não a desperdiçou. Seria desonrar aquele seu amigo que se colocava em perigo para poupa-la.

Começou a correr com a mão tampando ferimento. Parecia que o vento gélido que batia contra ele piorava tudo. Ela como se estivessem enfiando milhares de agulhas ali, constantemente. Mas a garota cerrou o maxilar para não gritar e continuou correndo.

Quando chegou perto de Jared ele abraçou sua cintura e segurou seu rosto. Seu semblante era de pura preocupação.

— Você está bem? O que deu em você? Falei para correr enquanto dava! O Chapeleiro sabe se cuidar! — Dizia ele indeciso, sem saber se dava uma bronca na garota ou se escondia-a para que nunca mais lhe fizessem mal. Então em seguida respirou fundo e a envolveu num abraço apertado, afagando seu cabelo.

Alexia porém, morde o lábio inferior com força soltando um gemido baixinho. Foi suficiente para Jared passar a olha-la.

— O que foi, está ferida?

— Não, eu estou bem... — Alexia tentava mentir, mas Jared já vasculhava seu corpo a procura de um ferimento. E de fato encontrou os arranhões.

— Não, não está bem... Céus, isso está horrível e...

— Ahn... Pessoal? — Alexia pode escutar um grito esganiçado do Chapeleiro — Eu não montei nessa coisa para vocês ficarem de romancinho, portanto, corram!

Ele não precisou dizer duas vezes. Ainda com o braço envolta da cintura da garota para ajudá-la, começaram a correr.

Aos poucos conseguiam ver a torre do castelo da rainha. Ela era enorme, feita de um mármore negro com detalhes vermelho como sangue. No final dela, em cima do telhado se via um coração enorme e vermelho, além de bandeiras pretas e vermelhas balançando juntas.

Alexia até pensou em hesitar e parar logo ali. Mas se correr o bicho pega, se ficar o bicho come... literalmente. Não queria virar refeição de Capturandam. Então, continuaram correndo.

— Escutem bem! — Alexia ouviu o Chapeleiro gritar — Eu vou largar essa coisinha aqui perto do rio! Vocês não terão como ultrapassa-lo, mas Alexia, você pode derrubar uma árvore facilmente para isso.

— Tudo bem! — Alexia e Jared responderam em uníssono. Não estavam em condições de negar alguma coisa.

O rio estava cada vez mais perto. E Alexia podia sentir o seu cheiro. Era... podre.

Tinha cheiro de enxofre, lixo, carniça e corvos. Não conseguia imaginar o que jogavam naquele rio, mas de fato não era coisa boa.

Conforme chegavam mais perto Alexia pode ver pedras para atravessar. Todas aparentemente do mesmo tamanho, porém elas se moviam no rio...

— Podemos usar aquelas pedras e... — Alexia ia começando quando Jared franziu o cenho confuso e deu uma risada irônica.

— Aquilo não são pedras, Lexy... São cabeças!

Alexia arregalou os olhos e apertou-os logo em seguida tentando enxergar melhor.

E de fato eram cabeças. Cabeças gordas, pequenas, bochechudas, de várias cores e fios de cabelo variados. Boa parte com a boca aberta e os olhos ainda haviam vestígio de pânico, apesar de sem vida. A garota teve que ser forte para não vomitar. Aquilo era terrível.

Agora sabia para onde iam todas as cabeças que eram cortadas diariamente pela rainha.

— Estamos perto Lexy! Use sua magia! — Alertava Jared e Alexia fechou os olhos. Tinha que fazer aquilo.

Mentalizou uma das árvores que viu ali, ao seu lado e pediu com toda a sua força que ela capacitasse eles a passar. Já começava a soar frio de esforço quando escutou vários e vários estalos.

— Ah, meu Deus! — Dizia Jared e Alexia abriu os olhos.

A árvore havia se desprendido do chão. Havia se curvado formando uma ponte.

A garota não pode deixar de sentir uma pontada de culpa. A árvore havia se sacrificado para salva-la e nem contestou. Apenas fez o seu desejo.

— Atravessem! — Alexia escutava o Chapeleiro berrar enquanto o Capturandam se aproximava cada vez mais e mais, numa velocidade descomunal que ele havia adquirido a cada passo.

— Vamos Lexy, nós precisamos ir — Dizia Jared puxando Alexia. Ela o acompanhava, mas estava mole, esgotada e ferida. De fato, acabada.

Eles atravessavam a árvore com cuidado para não escorregar e cair no rio. Aparentemente, até o próprio monstro o temia. Quando chegou perto, tentou travar suas patas na areia, freando abruptamente. O Chapeleiro que já esperava por isso, usou o impulso para atravessar o rio soltando um grito louco.

O monstro encarava-os com uma fúria assustadora que, quando Alexia terminou de atravessar nunca esteve tão grata em toda a sua vida.

— Vamos, vamos... temos frestas nos blocos deste muro. Peguem a poção que Morfeu disponibilizou para vocês — Dizia o Chapeleiro já pegando um frasco com uma poção. Mas logo franziu o cenho e botou a mão no bolso, pegando uma muda de roupa que parecia ser de boneca — Antes... façam o mesmo. Já vi coisas terríveis demais por hoje...

Então Alexia separou uma das roupas que Morfeu havia lhe dado para quando ficasse menor e o frasco. Jared fez o mesmo. E os três viraram a poção juntos.

Alexia se arrastou para trás de uma moita e se vestiu. Depois disso, foi ao encontro deles.

— Acho que podemos passar para o castelo, botar o plano em prática e... — Ia tagarelando o Chapeleiro quando Alexia sentiu suas forças se esvaírem e cair no chão.

— O que houve com ela?! — Perguntava ele assustado.

— Foi ferida... — Disse Jared se aproximando dela, ajoelhando e colocando sua cabeça sobre suas pernas. O Chapeleiro se aproximou e olhou o braço da garota. Mas mais do que depressa se afastou, num pulo.

— Oh, céus! Isso não!


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem!



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