Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 10
Indo ao encontro do gato Cheshire


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, sinto que demorei um pouquinho kkkk Bem, minhas aulas voltaram então talvez eu demore... Talvez não. Vai saber, sou um tanto imprevisível neste aspecto. Enfim, espero que gostem e boa leitura!



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Capitulo 10 - Indo ao encontro do gato Cheshire

Depois do ocorrido no jardim, Alexia voltou para o seu quarto. Jared não estava lá, mas no fim das contas, Alexia não esperava por isso.

Ainda não tinha entendido totalmente o que havia acontecido. Morfeu era um homem (Se é que podemos chama-lo assim) imprevisível e capaz de fazer qualquer coisa para conseguir chegar em seu objetivo.

Alexia teve certeza disso logo depois do beijo. Beija-la apenas para que relaxasse? E se o efeito fosse o contrário? No fundo, a garota não sabia nem se as intenções eram apenas essas ou tinha algo mais. Afinal Morfeu já havia visto-a nua.

Querendo ou não, isso desperta desejo em algumas pessoas.

Mas de qualquer modo, foi bom ter descoberto mais algumas coisas sobre si. Nunca descobriria sobre estes poderes sozinha. Não sabia ao certo o que ele englobava, mas desde que fosse criativa, conseguiria sair de muitos problemas.

Será que ainda há coisas sobre sua família ou até mesmo sobre si mesma para descobrir?

Alexia se aproximou da cama e se jogou sobre ela. Dormir. Era o que mais estava fazendo ali no País das maravilhas. Não fazia ideia de como era o tempo ali, mas talvez seus pais já estivessem preocupados.

Talvez sua mãe soubesse onde ela está. Afinal, ela já estava ali também. Sabe como todos os que tem o sangue de Alice nas veias é extremamente atraído para a toca do coelho. Quase como a Bela Adormecida era quanto a roca e a agulha. Era quase uma maldição... E de fato era.

Alexia se perguntava se ia conseguir sair das garras dela e ter uma vida normal logo após tudo isso. Se suas filhas também teriam que aturar o terrível tormento de ouvir os insetos e flores cochicharem coisas. Se elas poderiam ter algum momento na vida onde escutariam o completo silêncio. Alexia nunca soube o que era. Sempre tinha algo para atormentar sua mente. E nem sempre o que escutava era amigável.

Mas o jeito era confiar em Morfeu e cumprir a missão. Obviamente, confiar em Morfeu não era uma opção muito agradável. Ele nunca soou muito confiável, e sempre pode esperar que ele esteja escondendo algo de você. Na maioria das vezes era verdade.

Alexia respirou fundo e se encolheu ali. Nem se deu o trabalho de trocar de roupa. Só iria dormir e rezar para que consiga passar a noite inconsciente para não ter que sofrer ainda mais com a ansiedade de que, no dia seguinte, iria partir em uma missão extremamente importante.

Então ela ficou ali, até que o sono e o cansaço desse as caras.

Enquanto isso, Morfeu mandou que uma das fadinhas buscassem Jared para pegar as coisas e ser avisado sobre a missão.

Jared nunca gostou de Morfeu. Era manipulador. E cheio de si. Se pudesse, o manteria bem longe de Alexia. Era óbvio que ele queria algo com ele, e enquanto ele pudesse evitar, ele o faria.

— Entre – Jared escutou a voz de Morfeu enquanto o garoto esperava do outro lado da porta, com uma das fadas que havia ido busca-lo. Jared deu de ombros e procurou pela fadinha. Já não estava ali. Era tão pequena que nem a viu sair.

Então Jared suspirou e empurrou a porta, entrando devagar, enquanto sentia o olhar de Morfeu pesando sobre si.

— Lexy topou fazer a missão... E disse que precisamos prepara-lo também – Disse Morfeu sem muita vontade, quase como se tivesse ensaiado essa cena para uma peça de teatro e está fosse a parte mais chata da história.

— Ótimo – Cruzo os braços ainda me mantendo na defensiva.

Com certeza Alexia teria achado esse confronto masculino uma idiotice, os dois agem de modos altivos demais. Como se um quisesse ser mais do que o outro. Morfeu por ter seus poderes, suas asas e estar no seu território, e Jared por não acha-lo confiável e estar tão próximo de Alexia. Pelo menos é o que ele pensava.

Mas de qualquer modo, Alexia estava dormindo naquele momento, e não deve estar sabendo deste acontecimento. O que de certo modo seria burrice, já que uma hora Jared teria que ir buscar suas coisas, assim como ela.

— Então... Vamos – Suspirou Morfeu dando as costas para Jared e começando a andar até uma porta. Jared o seguiu pacientemente em silêncio. A única coisa que se ouvia, era os passos dos dois.

Morfeu abriu a porta e adentrou na sala com Jared logo atrás. Assim como Alexia, ficou admirado com a quantidade de armas.

– Você poderá escolher umas duas armas. Também daremos a você uma mochila com um feitiço para que caiba qualquer coisa, inclusive roupas de vários tamanhos. Isto porque daremos a vocês mais daquele licor capaz de encolher e um bolo que fara com que cresçam.

Jared assentiu com a cabeça. Talvez tivesse algumas dúvidas mas não iria faze-las para aquele homem.

— Vamos logo, não tenho a noite toda – Suspirou Morfeu, já irritado.

Jared se aproximou de uma mesa e começou a analisar suas opções. Tinha de tudo ali. Mas optou por pegar uma pistola e uma adaga.

— Era óbvio que não teria forças para carregar as espadas – Mofeu sorriu provocando-o.

– Não me irrite Morfeu... – Jared respirou fundo mantendo a calma... Ou pelo menos tentando. Nesse instante, ouviu Morfeu rir. – Acha que Alexia carregará a espada Vorpal? Ela também não se sairia muito melhor. Eu terei de traze-la.

— Tsc, tsc... Você realmente não sabe de nada, mundano – Morfeu negou com a cabeça – A espada Vorpal é lendária. A arma mais forte e mais pura do País das Maravilhas. A única arma capaz de parar qualquer coisa. Além de um mundano qualquer não poder carrega-la, já que seria um insulto para qualquer intraterreno, Alexia vai ser capaz. A espada é leve como uma pena, afiada de um modo que nunca viu e muito eficaz.

Desta vez, foi a vez de Jared se manter calado.

Morfeu passou pela sala, aparentemente procurando por algo, quando para em frente de suas mochilas. Ele puxou uma delas e jogou para Jared que por pouco não a deixou cair, devido ao movimento inesperado.

— Vocês partirão amanhã ao amanhecer. Uma das minhas criadas irá acorda-los. Sugiro que deixe suas armas aqui para cuidarmos delas do modo certo. Assim amanhã você e Alexia poderão vir busca-las juntos.

Jared assentiu com a cabeça, colocando a mochila nas costas. Ainda estava um tanto hipnotizado com tudo o que tinham naquela sala.

— Não tem mais nada o que fazer aqui. Vá – Disse Morfeu de um modo seco a Jared arqueou a sobrancelha.

Logo percebeu que não tinha porquê ficar ali discutindo com Morfeu então ir embora seria a melhor coisa a se fazer naquele momento. Até porque estava exausto. Apesar de não ter feito muito naquele dia, o medo, a insegurança e aquele lugar, estava deixando-o bem cansado. Imagina como Alexia deveria estar naquele momento.

Então Jared segurou a alça de uma das mochilas que estava por cima de seu ombro com força, deu as costas para Morfeu e saiu da sala, voltando para o seu dormitório, dirigindo-se até a sua cama.

Já Alexia, nem viu a noite passar. Dormiu como uma vítima da Medusa. As fadas tiveram trabalho para acorda-la.

A garota se levantou com os olhos pequenos e com dificuldade para abri-los. Coçou-os, bocejou e se espreguiçou e quando se deu conta, as fadas já haviam ido embora. Olhou para a sua cama. Havia um conjunto de roupas novo ali e uma mochila. Provavelmente a que Morfeu havia prometido.

Era um casaco de mangas cumpridas verde escura de botões com um certo decote em “V”. Por ser um decote um tanto chamativo demais, havia também uma blusa branca para usar por baixo. Uma calça marrom, da cor dos troncos das árvores extremamente apertadas e botas.

Alexia pegou o casaco. Atrás, havia duas fendas abertas, assim como a blusa branca... Aquilo era entranho. Algo lhe dizia que não era buracos de ventilação.

A garota se levantou e suspirou, pegando as roupas e indo em direção ao banheiro.

Lavou o rosto e se trocou rapidamente. Seu rosto continuava com aquelas tatuagens estranhas ali, embaixo dos olhos. Procurou por algo para o cabelo e por fim o amarrou no alto de sua cabeça, num rabo de cavalo.

Não sabia se carregava a mochila ou se ia procurá-los e depois buscar a mochila. Por fim, acabou colocando-a nas costas e saiu do quarto, procurando por Morfeu ou por Jared que provavelmente já estariam comendo algo.

Alexia abriu as portas do salão, e estavam todos lá. Pelo menos não estavam depenando outro pato vivo. Pelo menos, não por enquanto. Então Alexia decidiu ser rápida, para não presenciar tudo aquilo novamente.

A garota se sentou, em silencio. Apesar de na mochila caber várias coisas, era desconfortável se sentar com ela em uma cadeira. Então Alexia tirou-a e colocou no chão, em seus pés, para ser mais precisa.

— Bom dia, Lexy – Disse Morfeu, sem tirar os olhos de seu prato, enquanto cortava um pedaço de torta de morango com algumas coisas... Estranhas que Alexia não sabia o que era. Sementes que não pertenciam aos morangos? Asas de fada? Borboletas?

Era realmente assustador pensar nisso.

— Bom dia – Ela suspirou, analisando o que podia pegar. Algo que não tivesse ingredientes estanhos. Logo, viu Jared comendo alguns bolinhos.

— O que vai nesses bolinhos? – Alexia arqueou a sobrancelha enquanto olhava para Jared. Ela deu de ombros, engolindo o que mastigava.

— Eu não sei... Apenas peguei para comer. E está muito bom – Disse ele, que logo em seguida, voltou a abocanhar seu bolinho.

Alexia então concluiu que Jared não era uma boa fonte e voltou a analisar a mesa. Havia chá, bolo, tortas, algumas pequenas broas salpicadas de um açúcar extremamente fino. Também havia algumas estrelinhas cobertas com algo que parecia chocolate e com um furo embaixo, de uma cor um pouco amarronzada.

Era doce de leite, mas certamente Alexia não conhecia. Era algo muito difícil de se encontrar na Inglaterra.

Alexia então suspirou e pegou algumas broas, junto com aquelas estrelas e uma xícara de chá, torcendo para que nenhuma fada tivesse que ter sacrificado suas asas ou qualquer outra coisa para satisfazer a sua fome.

As broas estavam macias e adocicadas. Já aquelas estrelas eram maravilhosas. O doce por dentro era interessante e de certo modo, viciante.

Com tantos doces, o chá de Alexia que estava fumegando já estava amargo e seu muito gosto. Mas a garota procurou toma-lo mesmo assim. Era bom para se manter aquecida, por mais que não estivesse frio.

— Você sabia que antigamente, os chapeleiros mundanos da sua terra também ficavam loucos, Alexia? – Perguntava Morfeu enquanto bebia sua xícara de chá monotonamente. — Os materiais usados deixavam-nos loucos. Agora não saberia lhe dizer se era Mercúrio ou alguma coisa do tipo – Morfeu coçou o queixo, pensativo. Mas logo em seguida desistiu e voltou a prestar atenção em seu chá.

Alexia assentiu em silêncio. Não estava nada afim de conversar com Morfeu. Não depois do que ocorreu na noite passada. O fato de partir em uma missão não era tão ruim se fosse olhar pelo lado de que não o veria por um certo período de tempo.

Alguns minutos se passaram e Morfeu chamou Alexia e Jared para que buscassem suas armas. Eles seguiram Morfeu pelos corredores até chegar na mesma sala de armas.

— Jared já sabe quais irão ser as armas dele. E você, Alexia? – Perguntou Morfeu andando pela sala onde pegou as armas de Jared, entregando a ele logo em seguida. Uma pistola lustrosa e prateada, junta com facas com pedras incrustadas.

Alexia respirou fundo. Nem tinha se dado o trabalho de pensar naquilo naquela noite. Teria que decidir.

A garota passou os olhos pela sala, eram muitas opções. Queria algo inusitado. Gostava das histórias onde a garota era uma arqueira habilidosa e talvez um Arco e flecha não fosse uma escolha tão ruim. Mas ainda teria que escolher mais uma delas.

Então viu o cabo de um chicote ali no canto. Arco e flecha e um chicote não combinavam muito e daria trabalho tentar trabalhar com os dois com maestria e harmonia. Mas se trabalhasse junto com Jared seria extremamente estratégico.

— E então? – Perguntou Morfeu já ficando impaciente.

— Um arco e flecha e um chicote – Alexia disse por fim e Morfeu deu um pequeno sorriso.

— Escolha peculiar... Sabe que não pode atirar uma flecha com uma das mãos ocupadas com o chicote, e nem empunhar o chicote enquanto estiver com o arco, certo?

Alexia assentiu com a cabeça e Morfeu caminhou até o chicote que a garota havia visto. Puxou-o, e assim Alexia conseguiu vê-lo melhor. Era de couro, com lâminas na ponta, entortadas como as garras de uma águia, e que entraria com muita facilidade na pele de alguém.

— Talvez se saia melhor com esta aqui – Disse ele pensativo — Agora, o seu arco... — Ele resmungou e voltou a caminhar, olhando cuidadosamente pela sala até que... Bingo! Pegou um arco.

Um arco prateado cheio de gravuras. Era realmente muito bonito. A aljava de flechas estava ali ao lado e também eram prateadas, com penas brancas em uma das extremidades. A aljava tinha a mesma cor com as mesmas gravuras.

— Aqui está – Ele sorriu entregando a duas armas para Alexia.

— Por que todas as armas por aqui são tão parecidas? – Alexia franziu o cenho enquanto passava a mão sobre seu arco.

— O exército da Vermelha usa vermelho. Assim como suas armas são vermelhas, como sangue. Nada mais justo usarmos armas claras e prateadas, nos representando.

— Mas isso não faz sentido – Alexia franziu o cenho colocando o arco e a aljava em suas costas. — Se um inimigo ver a cor das armas seria quase como se gritarmos para que ele viesse nos capturar!

— Sinto muito, mas é o que tenho a oferecer neste momento — Disse Morfeu impaciente pegando algo e se aproximou de mim, levando suas mãos até as coxas de Alexia. Jared já estava pronto para interferir, quem ele pensava que era? Mas logo se deteve ao ver que Morfeu apenas havia colocado algo ali. Um suporte.

Logo em seguida ele pegou o chicote de Alexia e o colocou ali.

— Bem mais prático, não acha? – Morfeu sorriu para ela, acariciando seu rosto. Parecia até um tanto doce. Mas em questão de segundos assumiu sua expressão séria. — É hora de irem.

— Mas... Eu não sei o caminho! — Interviu Alexia e Morfeu revirou os olhos.

— Vão encontrar com o gato Cheshire aqui aos arredores do castelo. Ele irá guia-los, mas não contem muito com ele — Morfeu deu uma risadinha. — As fadas mostraram a vocês a saída. Boa sorte... Irão precisar.

Jared bufou enquanto Morfeu sorria. Talvez fosse dizer algo, se não tivessem sido interrompidos por algumas fadas que começaram a puxa-los para algum lugar. E este lugar, certamente era a saída.


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Notas finais do capítulo

Eu tive a impressão de que eles estão enrolando demais para começar logo esta missão kkk Eu iria finalizar este capítulo em outra parte, mas ele ficaria muito extenso. E sim contar que é melhor assim, a fanfic não será muito grande. Mas me digam o que acharam!



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