Soltei o ar pesadamente.

— O que tem ela? — soltei minha mão da dele rudemente, e ele me olhou confuso.

— Ela estava triste hoje, sabe o que aconteceu?

— Nós brigamos— respondi impaciente e me afastei dele, indo em direção ao lago.

— Por quê? Ela estava realmente mal— o ouvi me seguir, mas ignorei.

— Não sei a gente só brigou. Era só isso o que você queria? Já pode ir embora.

— Não, não era só isso. Dá pra parar de andar para podermos conversar Duende?

— Não me chama assim! — gritei.

— Então me espera! — ele gritou no mesmo tom

— Não quero, vai embora, me deixa em paz.

Então senti um aperto em meu punho e logo depois pelo punho me giraram e eu me choquei contra o peitoral de Castiel, senti sua respiração em meu rosto e eu mordi o lábio com aquela aproximação toda.

— Por que você está tão brava? — perguntou ele e eu desviei os olhos para me sentir menos perdida.

Pelos céus! O que estava acontecendo comigo?

— Não tenho que te dar satisfações dos meus motivos para estar ou não brava— falei fixando os olhos em seu pescoço, para não ter que olhar em seus olhos.

— Olhe para mim— ele pediu e eu fingi não ouvir— olhe para mim, Sam.

Suspirei e o olhei, Castiel estava ainda mais próximo do que eu me lembrava.

— Por que está brava? — ele repetiu sereno.

— O que você estava falando com Megan hoje? — perguntei.

— Está brava por isso? — ele riu divertido, e com minha mão que ele não segurava eu dei um soco fraco em seu ombro, e depois minha mão permaneceu espalmada em seu peito.

— Não seu idiota. Eu deveria?

— Não sei... — ele ainda sorria e soltou meu punho, acariciou minha bochecha com as costas das mãos. Arfei. — Ficou com ciúmes de mim, Sam?

— Idiota —lhe dei outro soco—imbecil— outro soco— pretencioso.

Ele riu e ao invés de se afastar de mim, de fugir de meus socos, ele me abraçou.

— Me solta, estou brava— tentei sair de seus braços mas ele era mais forte e me fez ficar em seu abraço.

Depois de lutar mais um pouco, desisti e o abracei de volta.

— Seu carente— resmunguei brincalhona e ele riu de novo.

— Fizemos as pazes então? —perguntou ele.

— É, acho que sim.

Afaguei suas costas rapidamente e o soltei de vez.

— Só veio me infernizar? — perguntei.

— Não, realmente vim te pedir ajuda com a Megan.

Me controlei para não ter outro surto inexplicável e assenti.

— Com o quê especificamente?

— Você sabe que semana que vem é o aniversário da Megan, não é? Ou você esqueceu?

— Hum, eu lembro sim. —falei fazendo uma careta.

— Então... o que eu poderia dar para ela? — ele indagou pensativo.

— Ah Castiel, eu penso e depois te aviso ta legal? Ta legal— perguntei e respondi.

[...]

Toc, toc, toc, toc, toc.

— Nós éramos amigas, de coração mas isso acabou também... Você quer brincar na neve? — eu e Lissy cantávamos em uníssono. Ela havia insistido em dormir no meu “quarto”, de tanto insistir, acabei permitindo.

— Adoro essa música— disse ela rindo como uma criança.

— É tão triste— resmunguei. Já era de manhã e tínhamos que ir ajudar nossas equipes com suas tarefas

— É, mas é... Seila, legal— ela riu e se levantou e eu fiz o mesmo.

— Agora acho que seremos obrigados a ajudar o pessoal não é?

— Chegaram bem a tempo— Alicia segurava vassouras e alguns sacos de lixo dos grandes. — Vamos varrer este pátio— ela indicou o local que estava coberto de folhas.

— Dessa vez vocês não fugiram então?! — Johny se aproximou de nós e bagunçou meu cabelo rindo.

— Não, hoje decidimos dar uma pausa— Lissy deu de ombros.

— Chega de conversa instrutor Johny, deixe essas garotas trabalharem uma vez na vida— Alicia encarava o bonitão com uma careta.

Johny levantou as mãos se rendendo e foi juntar as folhas.

Eu e Lissy trabalhávamos em silêncio, nós varríamos e depois Johny e Kyle juntavam as folhas.

Em pouco tempo aquilo terminou—nosso “mutirão” foi mandado para lavar os banheiros. Sinceramente, mais brincamos do que trabalhamos. Alicia dava “pinotes” de raiva.

— Por favor gente, foco! — pedia ela, mas ninguém dava atenção a ela.

— Sam pensa rápido! — Philip do time vermelho me chamou e quando eu me virei ele jogou um balde de água em mim.

— Filho da... —olhei abismada, ele e todo o resto do pessoal riram.

— Fica fria, Sam— provocou ele.

Peguei o objeto mais próximo—um rodo— e o brandi enquanto ia atrás de Philip que começou a correr

E então todo mundo entrou na brincadeira e ai... Adeus lavagem do banheiro.

Demorou muito para que Johny, Alicia, Dave conseguissem pôr ordem naquilo e já era do almoço quando terminamos.

Eu e Lissy pegamos a comida e nos sentamos na mesa de sempre, e quando íamos começar a comer, Castiel se sentou ao nosso lado em silêncio e eu o fitei.

— O que está fazendo aqui? — perguntei interessada.

— Não posso? — ele ergueu as sobrancelhas e furou seu suco de uva de caixa com o canudo.

— Depende, vai me atacar com essa coisa de novo? — me referi ao suco de uva. Ele riu. Lissy nos observava curiosa.

— Não vou— garantiu e eu assenti e então comecei a comer.

Demorou quase metade do almoço antes que Castiel dissesse o que estava fazendo ali.

— Descobri que vai ter uma atividade hoje à noite— começou ele e eu o olhei—e quero saber como me aproximar de... — olhou rapidamente para Lissy e depois voltou-se a mim— Você sabe quem.

— Qual a atividade?

— Pessoal— interrompeu Johny, atraindo a atenção de todos no refeitório— Hoje à noite teremos uma atividade de interação apenas, todos podem participar, mas não serão obrigados. Hoje a noite, às vinte horas começaremos essa atividade, todos os que vão participar têm que estar no pátio a essa hora.

— Que atividade vai ser? — perguntou alguém do time verde.

— Esconde-esconde— disse Johny sorrindo de modo provocativo.

— Essa é a atividade— Castiel disse sorrindo malicioso— preciso da sua ajuda Duende.