Estávamos sendo massacrados. Essa era a mais pura verdade, Perdíamos feio, e já se fora metade da madrugada sem que chegássemos ao menos perto do forte do time laranja.

Nossa infantaria já fora completamente abatida, todos já estava, com os coletes completamente coloridos de laranja fluorescente. As crianças eram nossos paramédicos, pelo menos os do nosso time tiravam os que tinham sido acertados no jogo e lhes davam água e comida, mas nem vi a sombra das crianças do outro time.

Eu observava ao lado de Lissy, do topo da copa de uma árvore, outro grupo ser dizimado e os pequenos correndo para levar a nova turma de “mortos” ao resto do pessoal. O forte dos captadores era feito de madeira, no meio da floresta, e tinha uma torra alta — também de madeira— em seu interior, onde deveria estar Samantha, a princesa.

— Só temos mais um grupo— Lissy suspirou pelo nariz.

— Então precisamos de reforços.

— Só os caras do Mercenários dariam conta desses aí— ela resmungou.

— Não temos Mercenários, mas... Lissy, você sabe chegar ao acampamento militar?

— Sei... No que está pensando?

— Poderíamos buscá-los.

— Buscar quem? — a presença de Alicia me assustou e eu tive que segurar no galho que estava a minha frente para não cair.

— Os caras do Acampamento militar, eles poderiam nos ajudar— sugeri.

— Isso pode? Está nas regras? — Lissy perguntou.

Foda-se as regras, Samantha está presa lá dentro com Kyle fazendo sabe lá Deus o quê!

— As regras dizem que todos os convidados do acampamento podem participar, se o convidarmos.... — Alicia deixou a frase no ar.

— Vamos lá Lissy— falei já descendo da árvore.

[...]

Depois que Lisssy me empurrou de um barranco, quase desisti da ideia, mas o tempo estava passando e não tinha mais como voltar atrás com a ideia. Estávamos voltando com os militares para o acampamento enquanto Lissy e superior dos militares traçavam o melhor plano para resgatarmos Sam.

— Castiel pode ser nosso atirador à distancia— sugeriu o general quando perguntei o que iria fazer— e Peter pode entrar na fortaleza para resgatar Samantha.

— Não— discordou Lissy e eu apoiei. Tínhamos chego ao acampamento e os militares se armavam— se tem alguém que pode salvar a Sam, esse é o Cast.

— Mas Peter é mais forte.

— Castiel é mais rápido, Peter pode cobri-lo.

— Certo, vamos lá então— concordou o general.

Os grupos se dividiram como já estava planejado. Os verdes restantes já tinham pegos, agora só nos restavam os militares, e o céu já começando a clarear, logo o sol chegaria e teríamos perdido.

Olhei para Peter, meu parceiro, e ergui a arma, ele me olhou de volta e ergueu três dedos.

Ouvimos o combate iniciar mais a frente e ele abaixou um dedo. Os grupos que atacariam os flancos já atiravam nos laranjas que pareciam surpresos e confusos, então não tinham muito tempo para pensar em reagir e já eram acertados com tiros perfeitos no peito, onde veria estar o coração por baixo dos coletes.

O grupo da frente e de trás saíram de trás das moitas, atirando em todos os que viam pela frente.

Peter abaixou outro dedo e eu me ajeitei.

Metade da linha de frente já estava cheia de tinta verde e eles avançavam para a fortaleza abrindo caminho.

Peter abaixou o ultimo dedo e saímos correndo em direção ao forte, mirando nos atiradores que estavam no tipo do forte e da torre. Uma bala de tinta passou muito perto do meu rosto e por pouco não me atingiu. Corri mais rápido e ouvi Peter atingir o atirador.

Entramos na fortaleza com algum esforço, e por sorte os soldados já tinham saído, tentando nos retardar então a parte interna estava praticamente vazia a não ser por umas poucas crianças, que acertamos o máximo longe que pudemos para o impacto neles ser menor.

A torre esta a dois metros com a porta entreaberta, porém mais captadores surgiram e nos cercaram.

— Sobe Castiel, eu cuido de tudo aqui— disse Peter.

— Eles vão te fuzilar!

— O sol está quase nascendo, sobe logo!

Vi que ele tinha razão, uma pontinha do sol já quase aparecia. Corri até a porta, mas antes que chegasse mesmo à ela, Kyle apareceu com a arma em punho. Continuei correndo em sua direção e ele largou a arma e esticou os braços para me agarrar, mas eu desviei no ultimo segundo e dei uma joelhada em suas costelas, ele se encolheu ao redor do corpo, lhe dei uma cotovelada nas costas e ele caiu de boca no chão e por fim, atirei em sua cabeça.

Talvez eu tivesse pegado pesado com ele, mas e daí? No amor e na guerra vale tudo.

Entrei na torre e subi de dois em dois degraus a escada circular, só encontrando vez o outra uma criança em que eu atirava e depois ela descia as escadas resmungando indignada. Cheguei ao topo da torre sem fôlego, e abri a porta de uma vez, encontrando três garotinhos armados. Só consegui atirar em um antes de ter que me esconder pois outros dois começaram a atirar, mas eles só tinham uma bala de tinta, então eu consegui atirar dos dois de uma vez e entrar no quarto, mas antes que eu pudesse me defender, um deles —Andrew—, pisou no meu pé irritado e saiu do lugar.

A princesa estava me olhando atônita, seus cabelos castanhos estavam bagunçados de um jeito atraente, as mãos e os pés estavam amarrados e ela tinha uma fita na boca. Por todo aquele tempo eu estiveram preocupado com ela e só me dei conta daquilo quando um sorriso involuntários surgiu em meu rosto.

Tirei a fita de sua boca e me aproximei devagar, com medo de assustá-la, então selei nossos lábios lentamente. Esperei que ela me parasse quando a senti se mover, mas ela só passou os braços de punhos colados pelo meu pescoço, me puxando mais, então com esse cartão branco eu aprofundei o beijo, que ela parecia corresponder com o mesmo fervor.

E era inevitável, seria mentira dizer que eu não estava completamente apaixonado por Samantha Bergenfield.

Me separei relutante dela quando o ar implorou para entrar em meus pulmões e sorri enormemente com sua expressão atordoada.

— Acho que agora sou oficialmente seu príncipe— provoquei e meu sorriso se ampliou mais ainda ao ver que a tinta do meu rosto tinha borrado a sua bochecha e boca.

— Idiota— ela resmungou mas não se soltou. Eu ri e lhe dei um selinho.

— Vamos lá? Ainda tenho que te levar de volta ao meu grupo— falei e ela tirou os braços do meu redor e eu corte a fita dos seus pulsos e calcanhares com o canivete que carregava pra todo lado, depois a puxei pela mão para fora do quarto e descemos da torre correndo.

A batalha parecia ter tido fim, só havia alguns militares lá fora ainda, porém uns poucos captadores ainda lutavam, tentando desesperadamente atingir à mim e Sam, sem sucesso. O jogo teria fim quando o sol estivesse completamente no céu e a metade dele já estava a vista.

Os militares continuaram para trás, mantendo os inimigos longo enquanto eu e a princesa corríamos pela floresta em direção aos dormitórios, a sede dos Salvadores.

— Não tão rápido casal vinte— só ouvi isso antes de um tiro de raspão passar ao meu lado e atingir o tronco de uma árvore próxima.

Me virei puxando Sam a minhas costas com uma mão e erguendo a arma com a outro para apontar para Johny, que descia da árvore por uma corda, como uma bizarra junção de Robin Hood e Rambo.

— Saia de perto dessa princesa e eu não te machucarei muito, Romanov— ele ameaçou e eu ergui uma sobrancelha. Ele falava até mesmo erguendo o canto do lábio como o Stallone em Rambo.

— Corre Sam— falei, mas ela não se mexeu— vai logo! Eu cuido do Rambo aqui.

Johny revirou os olhos impaciente e apontou a arma para mim. Soltei a menina e a empurrei. Sam correu e eu ergui a arma para ele.

Assim que ele moveu o dedo para atirar, eu fiz o mesmo, puxando o gatilho repetidamente sem ver se o atingia e sentindo os impactos das bolas de tinta me atingirem e me derrubarem.

Ouvi ao longe os gritos de vitória e ri anda de costas para o chão.

Havíamos vencido. Salvamos Sam.

Eu a beijei. Eu só conseguia rir.