Um Tempo de Nós escrita por BTrancafiada


Capítulo 3
Capítulo III: Porque somos vampiros


Notas iniciais do capítulo

Já que tivemos um comentário, aí está!

Booa leitura :))



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“Mas os ombros não tremiam, e não havia nenhuma contração em sua boca, nenhum som em sua garganta. Sem revolta, ela aceitava. E chorava pela perdição de aceitar o que não pode ser modificado.

Caio Fernando Abreu.

No dia seguinte levantei-me antes de meu hóspede. Tomei um banho e me permiti a fazer um bom almoço, pois acabamos deixando passar o horário do café-da-manhã.

Cacei alguns coelhos e deliciei-me com esquilos no caminho, voltei apenas com as cabeças dos coelhos e despejei-as em dois pratos para comida japonesa.

Peguei um pouco de vinho e despejei no copo, rindo com o sadomasoquismo da refeição quando coloquei na mesa, ele desceu.

– Bom dia, Caroline. – ele saudou-me, cruzou os braços no fim da escada e deu um sorriso morno. Estava com cabelos bagunçados, uma calça velha de papai e sem camisa.

– Boa tarde. Servido? – Me sentei e levei a cabeça do coelho à boca, chupando enquanto Stefan ainda bebia o vinho. Com a boca um pouco suja, brinquei:

– Não seja hipócrita, já te vi em momentos piores.

Ele pegou uma das cabeças na pontinha da orelha. – É aterrorizante.

– Você é um vampiro, nada é aterrorizante. – Terminei minha refeição e depois pedi para que ele limpasse a louça.

Liguei a TV e coloquei meu filme favorito Diário de Uma Paixão, como estava conectado com a internet aparecia os trailers e aproveitei para fazer uma pipoca e pegar uma latinha de Pepsi na geladeira.

Respirei fundo quando o filme começou, bebi o refrigerante em segundos e fui obrigada a pegar mais latas desta vez. Prendi o pote de pipoca no colo e comecei a assistir.

Quando o filme terminou, eu estava chorando e muito. Apesar de o casal ter dado certo, eu me lembrei de mim e de Matt, sua reação quando lhe contei sobre tudo e depois a minha quando descobri que ele havia me enganado junto com minha mãe.

Eu retirei o DVD, coloquei as coisas na pia e fui para perto da lareira, relaxar um pouco sozinha - Stefan estava procurando noticias sobre o horror de ontem. Chorei, chorei e deixei a dor fluir, tive vontade de me tacar no fogo, mas por que me tacaria no fogo por ele? Por ele que mentiu pra mim, me enganou e ao contrário de mim, não foi para protegê-lo. Doía, mas eu passaria a eternidade com aquela dor, mas não passaria a eternidade com ele.

– Caroline, caçou... – Stefan parou no meio da frase, provavelmente percebendo meu estado. Meu rímel havia saído e o lápis estava borrando meu rosto. Suspirei, tentei me esconder, mas ele rapidamente retirou minha mão de minha face.

– Oh, querida. – Ele me abraçou. Eu não conseguia mover um músculo, apenas fiquei ali parada enquanto via o fogo na lareira chamuscar e sentindo Stefan alisar minhas costas. Ele puxou uma cadeira. – O que houve?

– É o Matt, eu... Queria que tivesse dado certo, porque podia. – respondi, agora mexia minhas mãos. – Eu quero morrer, Stef, mas não sei se isso, de algum modo, acabaria com a minha dor.

– Porque não acabaria. – Ele alisou meu joelho enquanto sentava em outra cadeira. – Apenas chore, eu estarei aqui ao seu lado.

Eu queria argumentar, eu queria explicar, mas eu só chorava. Eu procurava as palavras, mas amor não se explica.

Depois de alguns minutos chorando, Stefan suspirou e acomodou-se na cadeira. – Ah, Caroline, é entediante te ver de depressiva, é como ver a...

– Shi, não fale dela. – Fiz um gesto com a mão. – Mas já pensou no que vai fazer?

– Eu não sei. Eu não quero ser o Stefan do passado, mas eu necessito de sangue e Elena... Ela quer que eu me alimente com sangue, mas não quer que eu mate. Mas depois de tanto tempo sem minha dieta normal é quase impossível parar!

– Podemos treinar isso Stefan. Eu juro que podemos! – Eu me levantei e sentei-me entre suas pernas, deitei minha cabeça em seu joelho esquerdo, ele esticou a mão com susto, mas depois as depositou em minha cabeça.

– Não, não podemos. Não podemos treinar para eu não ser vampiro. Se ela me ama...

Eu juro que vou me arrepender por estar defendendo Elena. JURO! – Mas ela conheceu o Stefan humano...

– Ele ainda está aqui. – Ele se levantou e eu caí para trás, me levantei e o segui até a frente do espelho. – Eu sou vampiro, Caroline. De agora em diante agirei como tal.

Bem... Talvez eu não me arrependesse tanto assim defende-la.

– Isso mesmo, eu também! – incentivei. – Amaremos apenas quem acredita em nós, quem nos admira e quem nos deseja. – Beijei seu ombro.

Ele me chocou contra o espelho de maneira firma, mas de um jeito sensual. Alisou meu rosto e depois estávamos nos beijando.

– Porque somos vampiros. – sussurramos juntos.


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Notas finais do capítulo

Posto o próximo com um comentário ou favorito :*

Até a próxima!



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