Slenderman: Beginning escrita por Beyond B Nat


Capítulo 19
Sorriso


Notas iniciais do capítulo

Demorei, sorry ç_ç

Aliás, já que VK acabou, ficarei agora alternando entre Legião Vermelha e SMB (exceto quando eu estiver inspirada de mais aí precisar postar dois capítulos seguidos da mesma fic), porém aviso que 1º de fevereiro começo a facu (FINALMENTE!!), então pode ser que ocorram alguns atrasos mesmo eu tendo poucas fics para administrar =/

Bem, vamos ao capítulo o/



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Nunca achei que eu fosse capaz de ficar deprimido. Não é apenas por causa da morte dos meus proxies que aconteceu aos poucos, eu simplesmente, Não estava aguentando mais ser essa "coisa". Eu não preciso comer, dormir, nem nada do tipo. Posso simplesmente não fazer essas coisa que não vou morrer. Minha existência não tem significado ou importância, por isso, bem, fiquei naquele estado.

Depois de uns dias (talvez meses) me corroendo por dentro, voltei a mim com o grito de um corvo. A vida nesse lugar ficou tão remota, só um animal carniceiro para passar por perto. Pude clarear melhor a minha mente. Não adiantaria de nada ficar parado, sem fazer nada. Eu poderia ficar anos, décadas e século assim. Não mudaria coisa alguma.

Pode ser que sentirei saudade dos meus proxies, dos poucos que me tratavam bem quando humano, mas isso não mudará o destino que cada um teve, inclusive o meu, que parece ser apenas existir. O que devo fazer? Para onde ir? Talvez continuar a observar...

Depois de um tempo refletindo, decidi ir para uma cidade um pouco distante, perto do máximo que eu poderia chegar daquele ponto. Passou muito tempo, várias coisas mudaram desde o dia que me tornei "isso".

Passaram-se 15 anos do fim da Guerra, mesmo assim, parece que os americanos ficaram um tanto paranoico, com umas pessoas temendo que a União Soviética começasse uma "Terceira Guerra Mundial" para espalhar o comunismo, algo que até o momento não aconteceu, apesar das conspirações. Vejo os humanos bem diferentes de como eram no tempo que fui "um deles". As roupas, a maneira de pensar, de agir. Consigo me lembrar daquele tampo, mas minha vida... Só lembro do sangue da minha morte. Sim, no atual ponto não lembro quase nada. The Racker estava certo, mas acho que tudo não apagou-se completamente, talvez, por que ainda há algo que me faça lembrar.

Transportei-me para um parque e fiquei observando as pessoas que passavam por lá. Alguns casais sentados juntos, um jovem abaixo de uma árvore lendo um livro, outra pessoa que jogava umas migalhas em um lago e assim os patos comiam e crianças brincando. Um leve sensação de dejàvú esse momento. Eu ia para um parque observar as pessoas antes de ir para casa após o trabalho. Por quê? Não... Melhor não tentar lembrar, além de que nos meus últimos minutos passei naquele lugar.

De repente veio-me uma sensação. Isso é, parece ser, de um monstro. Faz um bom tempo que não sinto, desde o Jack Risonho. Concentrei-me para sentir de onde vinha e o meu foco se voltou para uma menina. Sally, oito anos. Tão nova... O mais trágico é que parecia que está bem perto o dia em que ela se tornará um ser que não é humano, ainda nesse verão, talvez. Pelo visto, terei mais algo "interessante" para observar.

Ela estava brincando com uma boneca com uma criança que acabara de conhecer no parque até que os pais de Sally a chamaram e ela teve de se despedir. Num carro eles a levaram de volta para casa e então ocorreu um simples momento em família, com eles lanchando juntos e conversando. Estou tão vazio que nem consigo mais sentir inveja disso... E uma hora isso irá acabar para ela. O que acontecerá? Terei que esperar um pouco para ver na mente dela.

Depois de um tempo após anoitecer, a mãe de Sally a colocou para dormir, então aguardei algumas horas para que ela estivesse completamente adormecida. Aproximei-me do quarto e então entrei em sua mente, para então ver como ela se tonaria um ser não humano. Antes de chegar no final, eu parei. Assustador...

Vi um homem e ele dia após dia fazia coisas terríveis com ela. Sally será abusada e por tentar contar a mãe, porém sem coragem, ele irá matá-la. A dor e sofrimento dela será terrível.

Pobre garotinha.

Olhei para essa criança pequena, inocente e tão pura. Passou por tantos momentos bons e os próximos dias serão cheios de dor e sofrimento.

Me afastei e então parti. Talvez eu possa passar meu tempo vendo outras coisas interessantes, mas o que poderia ser? Bem, claro que encontrei, então fiquei nos próximos dias apenas observando.

Percebi um leve problema desse tempo. Quando estava observando umas crianças brincando um dos pais delas tirou uma fotografia. Apenas fiquei na curiosidade por um tempo, até que, quando a pessoa revelou a foto, o adulto notou algo que "não devia estar lá": Eu. Claro, me oculto das mentes humanas e não da visão de simples objetos que captam luz e transformam em imagem. Isso é problemático. Não pude fazer nada no momento, apenas entrar na mente da pessoa e fazê-la se livrar da foto e esquecê-la. Não poderia fazer isso sempre, se eu aparecer numa foto sem notar, pode ser ruim. Não quero que os humanos saibam que eu existo.

Então numa noite, estive nas ruas da cidade vendo o tempo passar. Creio que não passei tantos dias num local só, mas é por que, não sei, ás vezes vem em minha mente o que vi que acontecerá com a quela garotinha. Lembrei de certa forma um sorriso doce que olhou para mim uma vez, mas não consigo lembrar claramente. Se for do tempo que fui humano, então deve ser por isso que não lembro.

Senti a presença dela. Mas está a noite e longe de sua casa, o que está havendo? Transportei-me para próximo do local, era no parque, então percebi um homem adulto saindo de um carro. Ocultei-me e continuei a observar. Ele saiu puxando a garota, Sally, a jogou no chão e em seguida a segurou, impedindo-a de se mover. Irá acontecer o que vi...

O homem disse “Você tem que ser punida agora por quebrar as regras." e então começou a tirar seu cinto e Sally gritou em desespero, implorando para que ele a soltasse e que não a machucasse. Claro que ele ignorou os pedidos. Ver isso ao vivo me veio um sentimento de nojo. Eu sabia o que iria acontecer, mas não fiz nada, simplesmente havia ignorado. O homem que era para ser o tio dela a estuprou e a menina sofreu até não aguentar mais. Após isso, ele simplesmente sorriu satisfeito e arrumou as calças. Andou mais um pouco e encontrou uma pedra pesada e com o objeto bateu na cabeça da menina, para garantir que ela estivesse morta.

Eu estou errado. Eu mesmo e certos seres que sinto não são monstros, seres humanos conseguem ser piores! Senti um sentimento de raiva a um tanto tempo reprimido crescer em mim e a pele de minha face na região da boca começou a rasgar. Aproximei-me do homem quando ele estava prestes a entrar no carro e ele me encarou ao perceber a minha presença devido um "xiado".

Ele fez uma expressão de medo. Agora está assustado? Pois Sally ficou bem mais do que como ele está agora! A pele em minha face rasgou mais ainda, revelando uma língua comprida e negra e dentes afiados. Ele gritou de pavor e tentou entrar no carro, porém peguei-o com um de meus tentáculos por uma de suas pernas.

— Não! Não! Me solta! Me solta!

"Você não quis soltar sua sobrinha quando ela pediu. Por que eu deveria soltá-lo?"

Ele paralisou-se de medo ao "ouvir" minha voz em sua cabeça. Entrei em sua mente e tudo que pudesse apavorá-lo entrou. Emanava dele muito medo, mas jamais chegaria perto do que ele mesmo fez com a garota. Eu poderia simplesmente fazê-lo em pedação, mas isso seria um alívio a ele. Mesmo assim ele não merece viver também.

Enquanto ele mantinha-se em choque devido tudo que entrava em sua mente, com meus tentáculos quebrei cada um dos seus 206 ossos. Um por um. As coisas que cheguei a ver antes não chegam perto de o quão repugnante esse homem é. Apenas depois de quebrar a tíbia, que era o último osso que faltava,  parei de quebrá-lo e soltei seu corpo no chão. Ele ainda se contorcia de dor, apesar de que era óbvio que não sobreviveria com 100% dos ossos quebrados.

Senti algo me puxar, assim que me virei, era a garotinha. Não, o espírito dela, pois logo atrás era possível ver o corpo dela estendido no chão.

— Tio Johnny é mal... Mas para...

Ela me encarou com aqueles olhos verdes e saiam sangue ao invés de lágrimas de seus olhos. Bem que o que fiz não é a metade do que ele merece.

"Ele não vai sobreviver de qualquer modo. E merecia bem mais que isso pelo o que fez."

Me concentrei e o corpo do homem sumiu. Ele ficará agoniando seus últimos minutos dentro de uma mina abandonada próxima à cidade. Demorará para encontrarem seu corpo. Minha face voltou ao normal e logo então olhei para Sally. Ela tinha uma expressão triste e assustada.

"Me desculpe. Eu te assustei."— me agachei para encará-la e tentar não deixá-la tão assustada, não sei exatamente o que fazer - " Me chamo Slenderman."

— O meu nome é Sally... - ela falou baixo

" Bonito nome. Não fique assim, agora está tudo bem."

Estendi minha mão para tentar trazer-lhe conforto, mas ela se afastou com receio. Não sei se o medo é por eu ser uma criatura não humana, pela maneira que matei aquele homem ou por que, bom, eu sou um adulto.

"Entendo ter medo de mim, sou assustador."

Ela sacudiu a cabeça em negação. Eu não sei o que fazer, com os meus proxies era diferente, eles naturalmente não tinham medo de mim.

— Eu não estou com medo, eu acho... Mas mamãe o papai vão ficar tristes.

Ela olhou para seu corpo e começou a chorar. Eu poderia ter feito algo para evitar, mas não dei importância em fazer isso. Bem que para todos os que vi que se tornariam monstros não fiz nada. Só por que ela era a mais nova que vi como viraria e da maneira mais violenta, não quer dizer que eu faria algo. Mesmo assim, ver pessoalmente o que aquele homem fazendo o que fez com ela me deixou irritado. Não levo importância em matar uma criança, já matei com indiferença, mas aquilo foi diferente, ele apenas fez por prazer e só por que se irritou com algo pequeno. Que nem aquele que me matou...

Com um dos tentáculos, sequei umas das "lágrimas" dela, apesar de ter borrado um pouco e ela ficou quieta. A acariciei com o mesmo e ela pegou no tentáculo com curiosidade.

— É um pouco frio...

"Não vou fazer nada a você. Está bem?"

Ela assentiu. Então ela se aproximou de mim, Evitei me mover, até que ela passou o dedo no sangue que escorria de sua cabeça e passou no meu rosto em formato de sorriso. Como essa criança pode ser tão inocente?

— O Senhor é gentil...

Sally fez um sorriso fraco. Por que ainda escuto isso depois de tudo que fiz, depois das pessoas que matei ou deixei sofrer? Levantei-me e limpei o sangue, então fiz um sinal para Sally vir comigo e ela veio, segurando em um dos meus tentáculos. Eu até poderia ficar com ela, mas não posso. Não sou eu o ser certo para fazê-la se sentir melhor. Nem acredito que "ele" me veio em mente... Aquele que está sempre sorrindo...


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Notas finais do capítulo

Eu nem descrevi com detalhes a coisa nojenta que o tio dela fez com a Sally por que nem gosto de pensar em estupro (principalmente com uma criança) quanto mais escrever.
Slender, já passou de meio século de sua existência como """mostro"""" (várias áspas), mas você continua gentil