Keep Holding On escrita por Carolina Black


Capítulo 12
Capítulo 12 - Querer é poder


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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Em Forks não costumava fazer calor. Foi a primeira coisa que pensei assim que senti aquele estranho calor. Fazia um bom tempo que não acordava desse jeito, a não ser quando estava tendo meus pesadelos.

Por outro lado, fazia um bom tempo em que não acordava com uma sensação tão boa. E isso tudo tinha uma razão. Não, razão não. Tinha nome. Jacob Black.

Tínhamos conversado boa parte da madrugada e apagamos no meio dessa, dormindo juntos em sua cama. Provavelmente algo que Ryan não iria gostar, mas já estava feito. E eu não estava arrependida, afinal, só dormimos.

Abri os olhos lentamente, aproveitando toda aquela imagem maravilhosa ao meu lado. Jake, outra vez sem camisa, dormindo como um anjo. Lembrou-me os tempos antigos, onde nada atingia Jacob.

Peguei-me sorrindo completamente abobalhada vendo aquela cena. Não tinha como não ficar feliz revendo Jacob daquela forma, mesmo que fosse dormindo.

Aproveitando seu sono pesado, contornei seus músculos tão bem feitos com minhas mãos. Jacob tinha mudado muito durante esse ano em que estive fora. Enquanto fazia os movimentos, notei o relógio em meu pulso. Marcava exatas 6 da manhã. Eu precisava ir embora!

Puxei de leve seu braço que contornava minha cintura, mas mesmo adormecido Jake não parecia que ia ceder. Aproximei-me então de seu ouvido e pedi com a voz mais mansa de todas:

# Jake, eu preciso ir. Eu juro que volto, não faz isso comigo. #

Como um cachorro ele rosnou, mas deixou que eu fosse embora. Assim que ele me soltou, desci correndo as escadas da casinha e me atirei asfalto a fora. Não tinha tempo a perder. Charlie não poderia nunca imaginar que eu tinha fugido do meu castigo.

Quando finalmente cheguei a minha casa, notei novamente a presença da caminhonete vermelha. Porém o que me assustou foi o fato da viatura não estar mais lá. Ferrada, era isso que eu estava! Totalmente perdida. Bufei derrotada ao lembrar como entrar em casa.

De qualquer forma, a minha única opção para entrar em casa era pela árvore. Meu braço já nem doía tanto então a missão foi mais fácil do que a primeira. Entrei no meu quarto e constatei meu medo, Charlie tinha lido o bilhete, que agora se encontrava em pedacinhos espalhados pelo meu quarto.

Fato era que ficar ali parada não iria adiantar nada. Provavelmente Charlie estaria furioso comigo e talvez tivesse até ligado para minha mãe, adiantando as coisas que provavelmente eu falaria para ela assim que conseguisse sinal no meu celular.

Fui até a porta e abri um sorriso enorme assim que notei que ela já não estava mais trancada.  Comemorei enquanto descia as escadas, agradecendo ao inventor destas. Com certeza isso era muito melhor que descer por uma árvore. Assim que terminei de descer, agarrei o molho de chaves que continha a da minha Chevy e fui direto para esta.

Fiquei pensando o caminho todo de casa até a delegacia; o que dizer para Charlie? Talvez meu bilhete tivesse sido sincero demais e isso ocasionalmente o irritara mais ainda. Eu só ia descobrir isso falando com ele.

# Bella! Quanto tempo que não a vejo! # Sorri de volta para uma das funcionárias, que costumava ficar cuidando de mim enquanto Charlie trabalhava.

Logo corri para a sala onde meu pai estava e a cara que ele fez assim que me viu não foi nada boa.

# Ela está aqui. # Só agora tinha notado que Charlie estava no telefone e obviamente eu já sabia quem estava do outro lado da linha. Aquilo definitivamente não era um bom sinal.

# Isabella Swan. # Sentei na cadeira de madeira a sua frente. Eu estava morrendo de medo de sua reação. Não por menos, mal fiquei com ele, fui embora e assim que volto, desobedeço todas as suas ordens.  # A sua mãe quer conversar com você. # 

Após dizer isso, Charlie levantou da cadeira e passou ao meu lado sem sequer me lançar um olhar. Dei de ombros, ele sempre agia assim. Ainda não tinha aprendido a me deixar realmente de castigo ou me dar uma bronca. Comecei a rir, logo lembrando que minha mãe esperava ao telefone. Contornei a mesa de Charlie até alcançar este.

# Mãe? #

# ISABELLA! Creio que você já fez o que tinha que fazer em Forks, não? # De fato eu ainda não tinha. Meu plano inicial era apenas passar as férias com Charlie tranquilamente. De repente eu descubro que existem lobos, que Jake virou drogado e descubro sentimentos que eu não sabia que ainda nutria. Só que eu não podia falar essas coisas pra ela.

# Mãe... # Eu respirei fundo medindo todas as minhas palavras antes de pronunciá-las. # Charlie não está bem. Ele é meu pai, quero cuidar dele. E quero cuidar de Jake também. # Um silêncio estranho veio assim que terminei a frase. Provavelmente ela estava processando o último nome dito.

# Esse Jake filha, você não se lembra de Edward? Vai ser igual. Talvez pior. # Percebi que ela também media as palavras, com medo daquele maldito buraco em meu peito voltar a abrir. Eu queria me abrir para ela, falar o turbilhão de coisas que eu estava sentindo no momento, mas era inútil. Só minha cabecinha estranha conseguia processar tantos problemas de uma vez só.

# Eu já aprendi a lição. Não vai acontecer nada, eu prometo. # Notei que era a minha segunda promessa desde minha volta a Forks. Estremeci um pouco, tinha receio de não cumpri-las. # Te peço, converse com o Charlie. Libera essa pra mim. #

Ouvi uns múrmuros e entendi como algo parecido com um sim, olhei para a porta e ele já estava parado lá, ouvindo a conversa toda. Apontei o telefone para ele, que veio bufando. Charlie já sabia a resposta.

Voltei a sentar na cadeira a frente dele. Ouvi a conversa atentamente, notando todas as expressões feias que ele fazia, segurando o riso várias vezes. Quando eles finalmente desligaram o telefone, levantei e fui até o seu lado.

# Pai, me desculpa. Não vai acontecer de novo, é que eu precisava fazer isso. Senti-me na obrigação. # Não esperei nenhuma resposta, abri meus braços o máximo que pude e o envolvi em um abraço apertado.  Assim que nos separamos notei que ele estava embaraçado com a situação. # Tenho que ir! #

Enquanto fazia o caminho de volta pra casa, pensava em um jantar especial para Charlie. Ele merecia um pouco de carinho a mais. Parei em algum lugar na cidade, comprei algumas besteiras que ele tanto adora e nos imaginei vendo canal de esportes a noite toda. Ia ser um teste de paciência e amor da minha parte.

Parei a caminhonete em frente de casa e comecei a revirar meu bolso. Não encontrava as chaves de jeito algum, provavelmente esqueci em cima da mesa de Charlie. Resmunguei alguns xingamentos parada em frente a porta, tentando em vão me cobrir da chuva que castigava novamente Forks.

Espiei com calafrios a árvore novamente. E para meu susto lá estava Jake, no topo dela sorrindo para mim e como algo contagioso, Jake fez com que eu sorrisse de volta.

# Eu esqueci a chave! Pode me ajudar a entrar?! # Perguntei gritando, esquecendo completamente que ele me escutaria com perfeição sem gritar. Logo Jake estava do meu lado me puxando para seu colo.

Em um pulo, literalmente, estávamos no meu quarto. Não lembrava nem de ter deixado a janela aberta, enfim aquilo tinha me ajudado mesmo.

# Você não faz ideia do quão frustrante foi acordar e não ver você ao meu lado. # E então ele fez uma cara de partir qualquer coração. Percebi até um sentimento de culpa me tomando.

# Para com isso Jake! # Ver Jacob sorrindo outra vez no mesmo dia me fez sentir melhor, muito melhor. Eu me sentia responsável por isso, sabia que de alguma forma eu iria contribuir para sua melhora. Eu acreditava nele mais do que em qualquer outra pessoa.

...

A tarde passou voando como de costume ao lado de Jake. Com ele não tinha tédio, nem muito menos tempo perdido.

# Jake! NÃO! NÃO! Eu vou ter que limpar tudo isso depois! # Eu esperneava, mas quem disse que adiantava alguma coisa? Logo a cozinha estava tomada de ketchup e maionese, que seria utilizada para fazer o jantar de Charlie, inclusive meu cabelo e o dele também estava sujo.

Totalmente lambuzados, sentamos para descansar no chão antes branco. Jake sentou o mais próximo de mim, me fazendo sentir toda aquela onda de calor que ele transmitia e que aos poucos eu começava a gostar. A sentir até falta e saudade.

# Você ainda monta carros e motos? # Sentada ali com ele comecei a lembrar as tardes que costumávamos passar juntos. Um sentimento bom de nostalgia me invadia e eu sentia vontade de me aproximar cada vez mais dele.

# Parei com isso. # Jake entristeceu um pouco, mas eu não ia deixar aquele sorriso sumir novamente.

# Eu acho que minha caminhonete tá com um probleminha, então você vai ter que me ajudar. # Ele percebeu que aquilo não era um pedido, era um tipo de ordem. E eu fiquei feliz com isso.

O único ponto interessante nessa história, é que a caminhonete não tinha problema algum. Eu teria que adulterar alguma coisinha ali para fazer Jake se animar e voltar a arrumar as coisas. Bom foi que ele não notou meus planos.

Ficamos quietos por um instante, mas Jake não deixou a situação continuar. Ele passou os braços em volta de minha cintura e como resposta meu coração começou a acelerar me denunciando. Pude ver de relance o sorriso satisfeito que ele me lançou ao perceber isso.

# Me ajuda a limpar isso aqui antes que o Charlie chegue. Ele não vai gostar nada disso. # Ele demorou um pouco, mas afrouxou o “abraço” e pegou um pano qualquer começando a limpeza.

Jacob estava sendo empenhado então logo terminamos. A janta já estava pronta, só faltava colocar no forno e isso eu faria assim que Charlie chegasse.

# Ele logo vai chegar. Melhor eu ir. # Tentei impedir, mas ele estava certo. Charlie iria olhá-lo de cara feia. Minha mais nova missão era fazer Jacob voltar a ser o preferido.

Ele veio se aproximando como quem não queria nada. Eu conhecia esse jeitinho dele de tempos atrás. Recuei um pouco, mas não percebi que o espaço era curto, logo estava prensada entre ele e a parede de madeira.

# Jake... eu não posso. # Ryan me passou pela cabeça e por mais que todo o meu corpo quisesse acabar com aquela distância, o mínimo que eu podia pensar era em respeito ao Ryan. Coloquei a mão em seu peito, tentando evitar que ele se aproximasse mais.

# Você um dia vai ser minha. # Foi tudo o que ele disse antes de subir para o meu quarto e provavelmente pular pela janela. Minutos depois ouvi a viatura de Charlie estacionando do lado de fora da casa.

Agradeci muito por Charlie estar em casa, se não fosse isso, com certeza Jake teria continuado. Ele não parecia que ia ceder tão fácil dessa vez.

# Ele esteve aqui não esteve? # Por essa eu não esperava. # Dá pra ver na sua cara. #

Eu estava feliz e não conseguia conter isso. Não neguei nem muito menos afirmei, deixei ficar subentendido.

# Fiz algo especial pra gente! Fiquei sabendo que o Cardinals vai jogar hoje contra o Saints, não é? # Charlie afirmou sorrindo, buscando pelos hambúrgueres e batatinhas que eu tinha feito e comprado respectivamente.

Separei dois pratos e dividi nossas comidas, levando tudo para a sala enquanto ele levava a bebida. Cada um sentou em sua poltrona e prestei muita atenção no jogo, perguntando sempre o que eu tinha dúvida. Charlie parecia animado com isso e aos poucos o sono começava a me invadir.

# Espero que ele tome jeito. # Abri os olhos fitando brevemente Charlie. Não sabia ao certo se era o sono ou ele realmente tinha dito aquilo.

# Ele quer muito. #

# Querer não é poder Isabella. # Bocejei e esperei ele dizer mais alguma coisa, mas não veio nada. Ele já tinha se distraído novamente com o jogo.

# Querer É poder, é só correr atrás pai. #

# Isso serviu pra você. Você foi forte, mas ele Bella, ele eu não sei. # Eu senti toda a sinceridade nas palavras de Charlie. No fundo ele ainda gostava de Jake, mas tinha medo. Era um sentimento de pai, algo muito nobre da parte dele. Fiquei feliz ao ver sua preocupação mais uma vez comigo.

# Obrigada, mas vou provar pra você que isso vale para todos. # Puxei a coberta que tinha separado, virei para o lado e fechei os olhos. O jogo já estava decidido mesmo...

 

n/a

Oi gente :B! Adorei as reviews, continuei com uma média boa por capítulo e eu achava que ia ter no máximo 5 reviews devido a demora pra postar ;O, adoreii muito! Fiquei super animada *-*.

O cap até demorou um pouquinho, uma vez que eu tinha que concluir um outro capítulo de outra fic minha... mas acho que nem foi tanto assim :D.

Uma coisinha que eu queria comentar, eu não faço a menor ideia se em algum momento da história é citado se o Charlie gosta de futebol americano ou até mesmo pra que time ele torce, então coloquei o Cardinals que eu tenho simpatia e o Saints, que foi campeão ano passado kkk.

É isso gente *-*, se cuidem e até o próximo cap :*

Beijoo


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