The Lost Number escrita por Miss_Miyako


Capítulo 9
Nº 8: O choque.


Notas iniciais do capítulo

EU SEI, eu demorei. Mas ao invés de pedir desculpas por isso, eu quero usar essas notas para outra coisa.
Eu quero agradecer vocês, porque, cara, vocês são lindas/os demais. Os seus comentários, MEU DEUS. Eu sei, eu não respondi nenhum até agora, mas eu juro que vou. Eu li cada um com todo o carinho e eu prometo que vou responder com esse mesmo carinho. (Ter vergonha de responder comentário é o cúmulo.)
Mas sério, vocês não têm nem ideia da felicidade que vocês me trouxeram. Saber que vocês gostam tanto do que eu escrevo, que vocês querem saber mais sobre a história e que algo que eu faço (apesar de agora ser sofrido, me desculpa gente, sério ;w;) pode deixar vocês tão felizes a esse ponto me deixa tão absurdamente bem. Eu fico tão boba-alegre, tão feliz.
Eu fiquei desenvolvendo o plot de The Lost Number por quase 2 anos e eu sinceramente ainda tenho muito medo do que vocês podem achar ou sentir no decorrer da história, mas... Saber que vocês estão gostando é uma sensação mais do que maravilhosa, eu estou no céu, sério.
Eu fui olhar as stats da fic e eu fiquei chocada com a quantidade de visualizações que ela recebe. Nunca que eu iria imaginar esse feedback, de verdade.
Então obrigada, sério, muito obrigada mesmo. Eu sei que eu devo estar parecendo muito piegas, muito fresca, mas que se dane porque é exatamente isso que eu tou sentindo nesse momento. Obrigada. Muito fucking obrigada. Esse apoio é uma das coisas que me dá vontade de continuar, então cARA, BANDO DE COISA LINDA, MUITO OBRIGADA, MEU DEUS EU NOM AGU ENT O!
Eu espero que vocês continuem comigo até o fim, porque meu deus, eu nunca vou abandonar TLN. Eu posso sumir, mas eu volto. Com toda certeza.
Eu quero pedir desculpas mesmo pela demora e eu sei que tá muito sofrido. Acreditem, tá sofrido para mim também. É sério, tá me doendo demais, essa foi uma das razões porque esse cap demorou tanto para sair. Eu disse que essa fic seria um desafio e agora vocês sabem o por quê.
Bem... Sem mais delongas, boa leitura.



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Terremotos.

São tremores passageiros que ocorrem na superfície terrestre. Esse fenômeno natural pode ser desencadeado por fatores como atividade vulcânica, falhas geológicas e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas.

Era só isso que ele sabia. Era tudo que ele precisava saber.

Nunca se preocupara em pesquisar métodos para se prevenir, para impedi-los, para evitá-los.

Não existiam terremotos em Kanto.

Em Kanto.

Eles não estavam em Kanto, não importava se aquele maldito buraco estivesse localizado em Cinnabar, eles não estavam mais na sua região natal.

Era um lugar novo e desconhecido.

Não tinha como ele saber, não era culpa dele.

Mas ainda assim, não era isso que Green sentia.

De joelhos para a vala enorme que engolira Blue segundos atrás, o terremoto continuara.

Mas não no solo em que se apoiava e sim nas mãos pousadas em suas pernas, em formato de punhos.

Lágrimas quentes e contínuas finalmente caiam de seus olhos, desespero o mantinha num estado de choque. Ele não se movia e não olhava para nenhum outro ponto que não fosse o buraco sem fim.

Por que não conseguira segurá-la? Por que não a puxara? Não era uma tarefa dificil, mesmo com pedregulhos enormes lhe acertando as costas, ele devia ser capaz de trazê-la de volta para a segurança!

Mas não conseguira.

Blue não estava ao alcance de sua mão.

Ela não lhe chamaria mais de Greenie.

Não sorriria mais do seu jeito travesso.

Não se meteria mais em cconfusões onde seria trabalho dele tirá-la de lá.

Não faria nada disso.

Nunca mais.

Tudo porque ele não conseguira segurar sua mão.

O moreno trouxe uma mão trêmula para sua boca e a cobriu, apertando seu rosto com força. Apertou tanto que chegou a irritar sua pele, mas ele não se importava. Precisamente de qualquer jeito segurar o grito que queria irromper pela sua garganta.

Suas mãos tremeram mais.

A imagem da garota veio a sua mente, ela sorria como sempre. Seus cabelos castanhos voavam ao vento enquanto a mesma segurava seu chapéu branco para que ele não caísse.

Logo depois, no entanto, outra imagem se formou na sua mente.

Ainda era ela, mas dessa vez estava caída. Rodeada por paredes irregulares de pedra em um lugar escuro, com algo estranho e líquido surgindo por de trás da mesma, manchando suas roupas e seus cabelos que outrora eram tão lindos.

Estava imóvel.

Inerte.

Seus olhos verdes se arregalaram e toda aquela força que fizera para impedir que perdesse o controle começou a sumir.

–Nee-san?

Até ser paralisado novamente pelo desespero.

“Cuida do Silver para mim, tá bom?”

Esse tinha sido o último desejo dela, o mínimo que ele devia fazer era cumprí-lo. De alguma forma.

Embora seu cerebro já tivesse previsto o que provavelmente aconteceria a partir de agora.

–... N- Nee-san?! - Ouvir Silver murmurar mais uma vez, realização aparecendo lentamente em sua voz.

Aos poucos, o moreno se levantou. Foi difícil manter o equilíbrio, suas pernas ainda estavam bambas.

–Cadê ela? - Ouviu, a realização que pingava em sua voz ficava cada vez mais nítida.

Green tentou abrir a boca, mas percebeu que não conseguia emitir algum som. O nó que se havia formado em sua garganta parecia aumentar cada vez mais de tamanho.

–Green…! Cadê ela?!

De todos os momentos… – Pensou para si mesmo, amargamente enquanto fechava os olhos com força. - Você tinha que escolher logo esse para se tornar um covarde.

Continuaria no seu dilema, esperando que a boa vontade lhe desse ao menos um pingo de coragem…

Se não fosse pelo par de mãos enluvadas que agarrou o colarinho de seu casaco e forçou seus olhos verdes a encontrar com olhos prateados faiscantes e enfurecidos.

E também ao ponto de soltar suas próprias lágrimas.

–Green! - Silver berrou. - Cadê a Blue?!

Sentiu seus olhos arderem outra vez. Não tinha forças para berrar, não tinha forças para responder o garoto a sua frente - mesmo que este já soubesse a resposta - e também não teve forças para barrar o soco feroz que viera de encontro a sua bochecha.

Suas pernas não se importaram em sustentá-lo e ele caiu no chão.

Silver era forte, mas não ao ponto de derrubá-lo. Geralmente, Green teria resistido e continuado de pé, provavelmente teria revidado com um soco direito na cabeça dele.

Mas ele não tinha esse direito.

O ruivo podia chutá-lo, socá-lo e até jogá-lo do penhasco se quisesse. Naquele momento, ele tinha certeza que merecia tudo aquilo.

De fato, teria preferido ter ouvido isso ao invés daquelas palavras.

–Por que você não a segurou?!?! - O ruivo berrou, lágrimas agora caindo de seus olhos raivosos. - Por que você a deixou cair?!?!

–Eu segurei…- Murmurou.

–Mentiroso!

–Eu segurei…!

–Isso é ment-!

Previra um chute vindo de encontro ao seu estômago, mas isso nunca aconteceu.

Esquecera completamente da morena de chapéu branco, nem tinha ideia que ela estava junto deles, que presenciara aquela cena.

Ela se encontrava agarrada ao braço do ruivo - que ainda o encarava com ódio -, tremendo.

Silver balançou o braço para tentar soltar-se dela, mas a garota continuou com os dedos fincados nas suas mangas compridas.

–Lyra, me solta-!!

–... Por favor. - Foi apenas um murmúrio.

Seus olhos verdes se atreveram em olhar para seu rosto e sentiu a realidade cair cada vez mais nos seus ombros.

Os olhos cor de avelã da garota estavam vermelhos, grossas linhas de lágrimas escorriam pelo seu rosto. Era visível a vontade que a mesma sentia de se jogar no chão e berrar com tudo que tinha, de chorar pedindo que fosse mentira, de esconder seu rosto nas palmas das suas mãos e rezar entre seus murmúrios.

Mas ela não o fez. Apesar do choro, manteve-se firme ao lado de Silver e segurando-o. Mordia seu lábio inferior com força, ao ponto de seus lábios ficarem brancos.

–Por favor, não. - Ela murmurou outra vez, voz trêmula. - Silver, a… A Blue-san… Não ia querer isso.

Aquilo pareceu acordar o garoto, a raiva de seus olhos diminuiu consideravelmente e seu olhar cruzou com o de Green mais uma vez.

Foi naquela hora que o moreno percebeu que começara a chorar igual a Lyra, sua visão ficou fosca e mordeu o seu lábio inferior. Levou suas mãos ao seu rosto e seus dedos agarraram tufos de seu cabelo.

–Eu… Eu segurei! - Conseguiu falar mais alto, mas depois teve que se calar ou então começaria a chorar alto.

Silver o encarou, naquela forma tão indefesa e arrependida. Curvado e tremendo, o Green que sempre mantinha a cabela erguida e possuia um olhar afiado.

Ouviu os soluços dele, logo depois os da morena e percebeu que não era hora de ter um acesso de raiva e também não era a hora de culpar ninguém.

Olhou para o penhasco a frente de si, fundo e assustador.

Ele conhecia bem a sua irmã, Blue era o tipo de garota que enfrentaria até mesmo Arceus com unhas e dentes. Ela não iria simplesmente morrer para um penhasco, ela lutaria para subir. Desviaria de pedras, se seguraria com toda a força que tivesse nas mãos para impedir que o tremor a derrubasse e ela nunca se renderia.

A única coisa que a faria cair sem hesitar, seria se a vida de alguém que fosse precioso para ela estivesse em jogo também.

Ele sabia, Blue nunca se perdoaria se fosse a culpada pela morte daquele que mais lhe importava, do seu número um.

Porque esse era o tipo de garota que ela era, apesar de não parecer, a vida daqueles que mais amava sempre estivera a frente da sua.

O ruivo olhou para baixo, observou as suas lágrimas tocarem o chão antes de fechar os olhos com força, segurando o grito que ardia em sua garganta.

Nee-san…

–-000--

Red pôs as mãos nos joelhos e respirou fundo, tentando recuperar o ar perdido. Seus olhos vermelhos olharam em volta, para a floresta seca e escura que os rodeava.

–V- Vocês estão bem?

–Argh... - Gold se apoiou num tronco e caiu de joelhos no chão. - Depois... Que a... Que a gente sair daqui... Eu vou entrar... Numa dieta.

–Sério que a gente precisou acabar nesse fim de mundo para você perceber isso?! - Crystal o encarou também sem fôlego, mas em melhor forma.

Red riu um pouco, mas seu sorriso sumiu logo depois.

–Espera... Cadê os outros?!?

A garota de cabelos azuis escuros arregalou os olhos.

–Ai, não. - Ela olhou em volta rapidamente. - Cadê eles?!

E olhou para trás.

–Temos que voltar!

–Crys, não! - O mais velho segurou seu pulso.

–M- Mas-!

E foi naquela hora que uma revoada de Unowns passou voando a toda velocidade perto da floresta.

Por sorte, Red conseguiu fazer com que todos se abaixassem antes que houvesse a possibilidade de serem vistos.

–Os Unowns devem estar rodeando a floresta, não tem jeito de sair daqui.

–Se eles estão aqui... Deve ser porque não tem mais ninguém lá. - A garota se acalmou com suas próprias palavras. - ...Certo?

–Sim. - Ele a assegurou. - O terremoto já passou e eles estão com o Green, tenho certeza que ficaram bem.

–Ai, não, cara! - O garoto de olhos dourados pôs as mãos na cabeça e uma expressão assustada tomou conta do seu rosto. - É assim que começa! Primeiro, nós nos separamos e depois algum de nós vai acabar morrendo!

Ela o encarou.

–Isso aqui não é um filme de terror, Gold.

O garoto abaixou os braços e a encarou de volta.

–Ô, Crys, minha querida, olha a sua volta! Parece que a gente tá dentro daqueles jogos de terror onde você tem que fugir de um Hypno ensandecido!!

–Mas o-!

–Gente, gente! - O garoto de veste vermelhas os interrompeu. - Não temos tempo para ficar brigando. A floresta dá alguma cobertura, mas se ficarmos parados, eles vão acabar nos achando.

Ele olhou para os lados e certificou-se que Pika estava bem preso ao seu ombro.

–Melhor irmos. - Disse ao se levantar.

–.. Certo. - Gold respondeu e Crystal assentiu.

Seguiram andando silenciosamente pelos troncos escuros e retorcidos. Não haviam folhas, mas o volume de galhos era tão grande e tão denso que elas não faziam falta.

–Só espero não encontrar uma folha pregada em um desses troncos...

–Gold!

O garoto deu de ombros e Crystal suspirou.

A falta de folhas podia ser considerada, na verdade, uma sorte. Pois ao se julgar o estado da floresta, o chão estaria coberto de folhas secas e quebradiças, o que dificultaria e muito o caminho dos três.

Entretanto, aquilo não deixava de ser perturbador.

Era como se aquela floresta nunca fora viva, nunca tivesse visto a luz do sol ou recebido o frescor da chuva.

Seus troncos pareciam ter nascido tristes e feios, sem nunca terem dado luz a uma folha sequer.

–Ei, senpai.

–Hm? Que foi, Gold?

–Tem uma pergunta que tá me incomodando.

Ele parou e olhou para trás.

–.. E qual é?

O outro moreno parou também e o encarou.

–Quando que você ia contar para a gente sobre esse lugar?

Ah, justo a pergunta que ele mais queria evitar.

Bom, não havia mais motivo para fugir.

–Se possível, nunca. - Red olhou em volta. - Se fosse por mim, nunca mais ninguém entraria aqui.

–Você já esteve aqui antes, não esteve? O que aconteceu? - A garota se aproximou. - ... Ah! Não precisa falar se não quiser.

–Pois é, cara. - O garoto de olhos dourados assentiu. - Você tá super pilhado desde que essa história toda começou.

Os ombros do mais velho caíram e ele olhou para baixo.

– ... Estou, né? - E suspirou. - Tava tentando não deixar óbvio porque eu não queria que isso nos atrapalhasse... Mas eu não suporto ficar aqui.

Os mais novos piscaram ao ver o olhar fosco e amargurado que seu veterano lançou para o chão, não combinava com o rosto que sempre tinha uma expressão alegre e confiante.

No entando, quando Red voltou a olhá-los, sorriu e apontou para frente, tentando o melhor que podia em parecer melhor.

–Vamos para uma parte menos exposta, lá estaremos mais seguros. Então, eu conto o que houve.

Crystal assentiu e Gold fez o mesmo, depois seguiram o mais velho floresta adentro.

–-000--

Depois de terem encontrado o local, Red deu a ideia de dar uma olhada pelas redondezas para averiguar se os Pokémons psíquicos não estavam escondidos por ali e assim evitar uma possível emboscada.

Gold se ofereceu para ir no lugar dele, visto que o garoto não parecia tão bem depois da conversa que haviam tido alguns minutos antes.

“Eu encontrei esse lugar há dois anos, quando eu pedi ao Sr. Blaine que treinasse durante algumas semanas comigo.”

O moreno olhou em volta, atento. Seus olhos dourados tinham um brilho sério, incomum para o mesmo.

“Resolvi ir para uma parte mais isolada da ilha, assim não atrapalharia ninguém enquanto treinava com Saur.”

Pôs as mãos nos bolsos e continuou andando, discretamente.

“Depois de algumas horas, Pika parou e saiu correndo numa direção completamente diferente. Resolvi seguí-lo e foi assim que encontrei esse buraco.”

Parou ao ouvir galhos se mexendo, já estava com a pokébola de Explotaro em mãos, mas relaxou no momento que encontrou dois olhos escuros grandes e familiares.

“Eu achei muito estranho que o buraco estivesse aberto, porque ele não parecia ter sido feito depois do incidente com o vulcão em Cinnabar.”

Crystal levantou a mão, chamando a atenção do mais velho.

“Hm? Que foi, Crys?”

“Por que você pensou nisso?”

Red piscou.

“Bom, acredite se quiser, o solo perto do buraco tinha sinais de ter sido atingido pela lava, mas quando você chega mais perto, pode ver que só o solo entorno do buraco continuou intacto. Como se a lava o tivesse evitado.”

–Ah, e aí, garoto? - Gold sorriu e pôs as mãos nos quadris. Ataro, seu Ambipom, sorriu e correu até o mesmo, logo depois, subiu em seu ombro. - Ei! Você tá mais pesado agora, sabia?

O pokémon roxo riu.

–E aí? Alguma coisa?

Ele negou com a cabeça e Gold se pegou suspirando aliviado.

–Menos mal, né.

“Eu fiquei curioso e com a ajuda de Aero, pulei no buraco.” Red pôs a mão rapidamente na sua testa e resmungou. “Se eu pudesse voltar no tempo, teria me dado um soco.”

Gold, que estava encostado a um tronco perto dos outros dois - já que os três haviam concordado em darem aquela parada para ouvir a história de Red e aproveitar para recuperar suas energias - , sentiu algo coçar ainda mais sua curiosidade.

“Senpai.”

“Hm?”

“Tem uma coisa que você ainda não nos disse. Digo, certo, foi assim que você encontrou o buraco… Mas você chegou a encontrar Ele?”

O mais velho o encarou.

“Ele?” Crystal tombou a cabeça. “Quer dizer o Missingno?”

“É.” O garoto de olhos dourados assentiu. “Digo, você vive falando que o Missingno é perigoso e tá sempre tenso quando a gente toca no assunto…”

O garoto levantou as mãos.

“Não que eu duvide de você, tá!? Eu vi aqueles Unowns malucos com meus próprios olhos, por isso não duvido que esse pássaro seja um baita de um pesadelo-!”

“Pior.”

“... Oi?”

Os olhos vermelhos de Red pareceram ficar mais escuros.

“Ele é muito pior que um pesadelo.”

O campeão da Liga se encolheu, cruzou os braços e continuou olhando para o chão, a mesma expressão amarga voltou a instalar-se em seu rosto.

O que mais incomodava o dexholder de Johto - e provavelmente a sua amiga também, já que ele tinha certeza que ela também notara - era que esse rosto que seu veterano tinha não era um simples rosto assustado, não o assustado que se espera numa situação como essa.

Não era o assustado de pânico, que o sangue parece correr mais rápido por suas veias e a sua adrenalina parece quase explodir do seu corpo.

Não, era um assustado diferente. Um assustado que sabia do que se tratava, que tinha experiência no assunto, que um dia pensara e ficara feliz com a possibilidade de que nunca mais teria que revivenciar o terror de antes, mas que fora obrigado a enfrentar aquela situação outra vez.

“Ele não vai pensar em nada ao te ver, só que quer te matar.”

O rosto de alguém que tentava lutar com o que poderia ser um trauma.

–Bom… - Gold sorriu para Ataro. - Agora que já demos uma olhada e aquele Unowns possuídos não estão por aqui, vamos voltar para onde a Crys e o Senpai est-.

O barulho de algo batendo numa raiz seca o fez parar outra vez.

O garoto virou rapidamente para trás, estranhou o fato de que seu Ambipom não reagira da mesma forma. Ou melhor, que não percebera a outra presença antes dele.

Entretanto, quando seus olhos dourados focalizaram duas orbes verdes, cristalinas e surpresas, percebeu que aquele não era o caso.

Ataro percebera sim, mas só não fizera nada porque não havia motivo.

Afinal, que pokémon em sã consciência veria a pequena loira diante dele como uma ameaça.

Gold arregalou os olhos.

–Yellow!?

–Gold-san?! - A garota falou com o mesmo tom de voz e a Pikachu em seu ombro cobriu sua própria boca com suas patinhas. - O que você tá fazendo aqui?!

–Ah, eu-! Nah, não, pera! - Ele parou, braços levantados. - Eu já vi isso antes?

–Eh?!

–Quando você encontra a pessoa desaparecida e explica a situação ao invés de sair correndo com ela para onde o seu grupo está é uma das principais causas de morte! - Ele a encarou. - Eu vi isso em Banette, aquele filme do pokémon boneca encapetado!

A garota o encarou, confusa.

–... Espera, o quê?

–Sem tempo para explicar! - Gold exclamou exageradamente, correu até ela e a levantou.

A pequena soltou uma exclamação assustada e entendeu ainda menos a situação quando sentiu o garoto a colocar sobre um dos ombros. Por sorte, conseguira segurar Chuchu.

–Gold-san?!?

–Simbora!! - E ele saiu correndo em disparada, quase derrubando-a.

Yellow olhou para os lados, confusa. Estaria ela sonhando? Era alguma ilusão feita pelos Unowns? O que raios Gold fazia num lugar como aque-!

Foi então que outro pensamento lhe atingiu a cabeça.

“Para onde o seu grupo está.”

–Gold-san, quem mais está aqui!? - Perguntou rapidamente, sentindo o sangue correndo em suas orelhas e seu coração batendo ainda mais rápido.

O garoto não precisou responder, pois pouco tempo depois ela se deparou com olhos rubros muito familiares.

–Gente, eu achei! - O moreno de olhos dourados falou, ofegante.

Silêncio se seguiu depois, apenas cortado pelas bufadas de ar que ele dava.

Red ficou parado, ainda sentado no chão e Crystal arregalou os olhos ao levantar na mesma hora.

–Yellow!

Um reencontro que não

É caloroso

Mas talvez fatídico


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Notas finais do capítulo

É, boa sorte para mim e para vocês, porque a partir de agora, vai dar muito ruim, cara ;x; (MAIS RUIM AINDA, PQNÉ)

Mais uma vez, obrigada de verdade. (É SÉRIO, QUEREM QUE EU GRAVE O MEU GRITO?? JDSKLF)
Mil desculpas.
E até o próximo capítulo.

p.s: É SÉRIO GENTE, BRIGADA, BRIGADA, BRIGADA DEMAIS MEU DEUS EU VOU CHORAR-!



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